Faltam 100 dias para o Congresso do
Centenário de Alziro Zarur a realizar-se
na Cidade do Rio de Janeiro,
no dia 18 de outubro de 2014.
Faltam 247 dias para o Centenário de
nascimento de Alziro Zarur
O AVISO E A CONFIRMAÇÃO
"Senhor. Eu era um menino de doze anos, nada mais que doze
anos, quando me apareceste em visão celestial. E ordenaste que eu pregasse o
teu Evangelho e o teu Apocalipse, mas de forma diferente: À LUZ DO TEU NOVO MANDAMENTO. Mas como eu poderia ver O TEU NOVO MANDAMENTO, se a luz
dos teus olhos não brilhasse nos meus? Os homens são cegos, e eu era um
ceguinho. Mas, depois daquela noite, algo mudou o meu destino. Já o padre da
Igreja (Católica Apostólica Romana) se irritava com as minhas perguntas.
Chegou a dizer que eu estava subjugado pelo Demônio. Tive de sair para um campo
maior, que me atraía com o LIVRE EXAME. Como eu tinha protestado, fiquei
protestante. E preguei nas igrejas e nas ruas, sem medo nenhum. Mas o livre
exame tinha um limite, e eu nunca entendi A PALAVRA DE DEUS limitada. Mais uma
vez, era preciso sair. Para onde, Senhor, E encontrei o Positivismo, Ciência
contra Religião. Era bom, porque mostrava "absurdos metafísicos"; mas
era mau, porque parava mais adiante, em outro limite. Foi aí que escrevi o
"Poema da Busca Infinita", que termina assim:
Enigmas decifrar - eis minha sina!
Porque a Religião da Humanidade
Há de ser superada, na verdade,
Por uma Ciência ou Religião Divina.
Mas até onde irei, neste mister
De devassar os páramos profundos,
Nesta sofreguidão de novos mundos?
Que seja tudo como Deus quiser.
As horas voam, os dias correm, os anos passam. Já aos 33 anos,
em 1948, estava eu numa reunião da FEB. E uma velhinha de olhos doces olhava,
fixamente, em direção a mim. Como foi narrado na "Revista da Boa
Vontade", no final ela me disse, emocionada:
- São Francisco de Assis esteve aí ao seu lado, o tempo todo, e
manda-lhe dizer que ;e chegada a hora de começar a obra". ( Divaldo Franco
teve outra visão do Poverelho junto a mim, só que foi na Bahia,
diante do Tio Juca e de toda aquela gente amiga da Boa Terra). "Ele disse
que o senhor vai recordar tudo, lendo o livro dele."
E foi isso mesmo. Era a confirmação, em 1948, do teu aviso de
1926, exatamente no Dia de Natal. Mas por que teria eu de enfrentar, durante 22
anos, todos os perigos e todas as baixezas do mundo? Sabes, Senhor, que muito
cedo, sem ter jamais ido à escola, eu já sabia de coisas que espantavam as
pessoas. Escola Bolivar, as primeiras letras - uma facilidade. Parecia
recordar. Todo o curso foi assim, simplesmente recordar. Meu pai queria que eu
fosse para o Colégio Pedro II, que naquele tempo metia medo às crianças. Então,
para ficar bem preparado, cursei o Ginásio Brasiliense. Outra facilidade. E
ainda me lembro de que foi lá, no quintal do Brasiliense, que plantei a
primeira árvore, depois de fazer um discurso sobre a data. E, afinal, o exame
no Pedro II foi uma beleza. Logo no primeiro ano, a mesma alegria na Escola
Bolivar. Não era preciso estudar tanto: bastava uma leitura. E, assim, o menino
tinha tempo de sobra para ser jornalista e radialista. Em 1930, já estava no
jornal de João do Rio - "A Pátria"- em em todas as emissoras de
radiofusão. Dizia seus próprios versos, interpretava os mais famosos de Castro
Alves, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e Raul de Leoni. Era Ricardo Rey,
Almanzor Kabul e outros, para não magoar meu pai, que não via com bons olhos os
homens de rádio e jornal. A ponto de me dizer, quando eu tinha 15 anos:
- Esse homens não tem palavra! Compram de mim roupas, chapéus e
sapatos (ele era dono da "Casa das Novidades") e não pagam as parcelas
em dia! Não digo todos, mas quase todos são assim - uns desonestos!
E, firmando os seus olhos nos meus:
- Portanto, escolha: ou sai deste meio de irresponsáveis ou...
rua!
O menino preferiu a rua. Foi-se embora, sem dizer uma palavra.
Passou a viver por conta própria, ganhando oitenta mil réis por mês. Pensões,
vagas de hotéis, quartos em casas familiares, em vários bairros da Cidade
Maravilhosa, inclusive Copacabana. Seu maior prazer era sentar-se diante do
mar, horas seguidas, pensando em Deus e nos mistérios do Universo. Foi alí que
escreveu o "Poema de Copacabana", que está nos seus
"Poemas da Era Atômica". E tantos outros versos! Mas não se trata,
como sabes, de um livro autobiográfico: é a evolução de cada alma em busca da
Verdade. Ali se refletem todas as experiências do menino perdido no mundo,
jogado às feras, cercado de tentações, bloqueado pelos obsessores de baixo e de
cima, o desespero no inferno da vida animal. Sim, meu Senhor, hoje sei que foi
um bem. Era necessário esse aprendizado cruel, no vale-tudo impiedoso da luta
pela vida. Foi assim que conheci de perto o bicho homem, a serpente mulher, as
torpezas do sexo, a sedução do jogo, a mentira política, a hipocrisia
religiosa, A LEVIANDADE CIENTÍFICA E A IRRESPONSABILIDADE FILOSÓFICA. Esse
curso completo, na Universidade da Rua, terminou em 1948, quando chegou a tua
ordem através do Irmão Francisco.
E é por isso que hoje, no dia do teu Natal,eu te agradeço por tudo
isso. Só assim eu poderia fundar tua LBV, contra tantas vontades contrárias,
maquiavélicas, satânicas, inquisitoriais. Que seria da LBV se eu não conhecesse
os homens e as suas intenções mais secretas? Graças àquele aprendizado, no
vale-tudo pela vitória a qualquer preço, a LBV continua de pé, levando ao
Brasil e ao Mundo as mensagens do teu Evangelho e do teu Apocalipse, sempre à
luz do teu NOVO MANDAMENTO. Obrigado,
Senhor!"
Texto extraído do Jornal de Deus no. 5
Fundador - Alziro Zarur
Década de 70.
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