Doutrina do CEU.

TERÇA-FEIRA, 10/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – III


P – A Cruzada do Novo Mandamento, em nossa casa, foi enriquecida com as novas instruções do CEU. Por isso, queremos saber agora: – Que acontece depois da “morte” do vegetal?

R – Esclarece o Espírito da Verdade: – Morto o vegetal, a essência espiritual é transportada para outro ponto. Depois de haver passado, sempre em marcha progressiva, pelas necessárias e sucessivas materializações, percorre as formas e espécies intermediárias, que participam do vegetal e do animal. Só então, nestas últimas fases de existência, em que aquela essência começa a ter a impressão de um ato exterior, ainda que sem consciência de sua causa e de seus efeitos. HÁ SENSAÇÃO DE SOFRIMENTO. Sob a vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito em formação efetua assim, sempre em contínuo progresso, o seu desenvolvimento com relação à matéria que o envolve, e chega a adquirir A CONSCIÊNCIA DE SER. Preparado para a vida ativa, exterior, para a vida de relação, passa ele ao reino animal. Torna-se, então, princípio inteligente, de uma inteligência relativa, a que chamais – instinto; de uma inteligência relativa às necessidades físicas, à conservação, a tudo o que a vida material exige, dispondo de vontade e de faculdades, mas limitadas àquelas necessidades, àquela conservação, à vida material, à função que lhe é atribuída, à utilidade que deve ter, ao fim a que é destinado na Natureza, sob os pontos de vista da conservação, da reprodução e da destruição, na medida em que haja de concorrer para a vida e a harmonia universais. Sempre em estado de formação, pois não possui ainda livre arbítrio (inteligência independente capaz de raciocínio, consciência de suas faculdades e de seus atos), o Espírito, sem sair do reino animal, seguindo sempre a marcha progressiva contínua (e de acordo com os progressos realizados e com a necessidade dos progressos a realizar), passa por todas as fases de existência, sucessivas e necessárias ao seu desenvolvimento e por meio das quais chega às formas e espécies intermediárias, QUE PARTICIPAM DO ANIMAL E DO HOMEM. Passa depois por essas espécies intermediárias que, pouco a pouco, insensivelmente, o aproximam cada vez mais do reino humano, porque – se é certo que o Espírito sustenta a matéria – não menos certo é que a matéria lhe auxilia o desenvolvimento. Depois de haver passado por todas as transfigurações da matéria, por todas as fases do desenvolvimento para atingir um certo grau de inteligência, o Espírito chega ao ponto de preparação para O ESTADO ESPIRITUAL CONSCIENTE; chega a esse momento que os vossos sábios, tão ignorantes dos “MISTÉRIOS DA NATUREZA”, não conseguem definir, MOMENTO EM QUE CESSA O INSTINTO E COMEÇA O PENSAMENTO. (Quando vos falamos do Espírito no estado de infância, portanto no estado de ignorância e de inocência; quando vos dissemos que o Espírito era criado SIMPLES E IGNORANTE, tratávamos, é claro, da FASE DE PREPARAÇÃO DO ESPÍRITO PARA ENTRAR NA HUMANIDADE. Seria precipitado, então, dar esclarecimentos sobre a origem do Espírito. Observai que isso foi deixado na obscuridade. AINDA HOJE, seria cedo para desenvolver esse ponto. Estudai bem o que vos ensinamos agora, porque – QUANDO ESTE TRABALHO APARECER AOS OLHOS DE TODOS – os Espíritos encarnados já estarão mais dispostos a receber o que então, tomariam por uma verdadeira monstruosidade ou tolice ridícula). Atingindo o ponto de preparação para ingressarem no reino humano (ou hominal), os Espíritos se aprontam de fato, em mundos ad hoc, para a VIDA ESPIRITUAL CONSCIENTE, INDEPENDENTE E LIVRE. É nesse momento que entram naquele estado de inocência e de ignorância. A vontade soberana do Senhor lhes dá consciência de suas faculdades e, por conseguinte, de seus atos, consciência que produz o livre arbítrio, a vida moral, a inteligência independente e capaz de raciocínio – A RESPONSABILIDADE. Chegado, deste modo, à condição de ESPÍRITO FORMADO, de Espírito pronto para ser humanizado se vier a falir, o Espírito se encontra num estado de inocência completa, tendo abandonado, com os seus últimos invólucros animais, os instintos oriundos das EXIGÊNCIAS DA ANIMALIDADE. A estátua acabou de receber as formas. Sob a direção e a vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito formado se cobre de fluidos que lhe comporão o invólucro a que chamais PERISPÍRITO, corpo fluídico que se torna, para ele, o instrumento e o meio – ou de realizar um progresso constante e firme, desde o ponto de partida daquele estado até que haja atingido a perfeição moral, que o põe ao abrigo de todas as quedas; ou de cair, caso em que o perispírito lhe será também instrumento de progresso, de reerguimento, mediante encarnações e reencarnações sucessivas, expiatórias a princípio e por fim gloriosas, ATÉ QUE ATINJA AQUELA PERFEIÇÃO MORAL.
GN, 16/04/1970


SEGUNDA-FEIRA, 09/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – II


P – Todos os brasileiros deviam estudar as lições do Espírito da Verdade. É no campo da religião – na Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus – que podemos encontrar o caminho da segurança e da felicidade. Como se processa a evolução através dos reinos, a começar pelo mineral?
               
R – Em sua origem, a essência espiritual, princípio de inteligência, Espírito em formação, passa primeiro pelo reino mineral. Anima o mineral, se assim podemos falar, servindo-nos dos únicos recursos que oferece a linguagem humana apropriada às vossas inteligências. Na Natureza, com efeito, tudo tem existência, porque tudo “morre”. Ora, aquilo que “morre” traz em si o princípio da vida, sendo consequentemente animado por uma inteligência relativa. A palavra inteligência pode causar surpresa, tratando-se da vida de uma coisa inerte. Certamente, em tal caso, não há nem pensamento nem ação. A essência espiritual, nesse estado, se mantém inconsciente do seu ser. Ela é, eis tudo. No estado de simples essência de vida, absolutamente inconsciente do seu ser, ela constrói o mineral, a pedra, o minério, atraindo e reunindo os elementos dos fluídos apropriados por meio de uma ação magnética dirigida e fiscalizada pelos Espíritos prepostos. Quanto mais inconsciente é o Espírito, no estado de formação, tanto mais direta e incessante é a ação desses Espíritos. Guardai bem na memória, pois o que dizemos aqui não será repetido: EM QUALQUER DOS REINOS MINERAL, VEGETAL, ANIMAL E HUMANO (OU HOMINAL), NADA É SEM O CONCURSO DOS ESPÍRITOS DO SENHOR, que todos têm uma função a desempenhar, uma vigilância a exercer. Não há Espíritos prepostos à formação de um determinado mineral, de um determinado vegetal, de um determinado ser do reino animal ou do reino humano. Os Espíritos têm uma AÇÃO GERAL e conforme às leis imutáveis e eternas, ação que não podeis, por ora, compreender. O mineral “morre” quando é arrancado do meio em que o colocara o Autor da Natureza. A pedra tirada da pedreira, o minério extraído da mina, deixando de existir, do mesmo modo que a planta separada do solo, perdem a VIDA NATURAL. A essência espiritual, que residia nas paredes do mineral, daí se retira por uma ação magnética, dirigida e fiscalizada pelos Espíritos prepostos, e é transportada para outro ponto. Os “despojos” do mineral são utilizados pela Humanidade, de acordo com as suas necessidades. Não vos admireis de que a coesão subsista no mineral, muitas vezes por séculos, depois que dele se retirou a essência espiritual, que foi necessária à sua formação. Cada espécie de matéria tem suas propriedades relativas, segundo às Leis Naturais, que poucos estão aptos a entender. O corpo humano, em certas condições, não conserva coesas todas as suas partes materiais, embora o Espírito já se tenha afastado dele? E não se observam, entre os vegetais, casos de longa duração material? Certas plantas não conservam as aparências da vida, o frescor dos tons e a rijeza da haste, muito tempo depois de separadas do solo que as alimentou e, portanto, do princípio latente da inteligência que nelas residia? TUDO NA NATUREZA SE MANTÉM E ENCADEIA, E TUDO SE FAZ EM PROVEITO E UTILIDADE DO ESPÍRITO QUE SE TORNOU CONSCIENTE DO SEU SER. Os corpos “mortos”, sejam pedra, planta, animal ou homem, têm de concorrer para a harmonia universal, desempenhando as funções que lhes são conferidas. A essência espiritual, que no mineral reside, não é uma individualidade: não se assemelha ao pólipo que, por cissiparidade, se multiplica ao infinito. Ela forma um conjunto que se personifica, que se divide (divisão na massa em conseqüência da extração), e atinge desse modo a individualidade, como sucede com o princípio que anima o pólipo, com o princípio que anima certas plantas. A essência espiritual sofre, no reino mineral, sucessivas materializações, necessárias a prepara-la a passar pelas formas intermédias, que participam do mineral e do vegetal. Dizemos materializações por não podermos dizer encarnações para estrear como ser. Depois de haver passado por essas formas e espécies intermediárias, que se ligam entre si numa contínua progressão, e de se haver (sob a influência da dupla ação magnética que operou a vida e a morte nas fases de existência já percorridas) preparado para sofrer no vegetal a prova, que a espera, da sensação, a essência espiritual – Espírito em estado de formação – passa ao reino vegetal. É um desenvolvimento, mas ainda sem que o ser tenha consciência de si. A existência material, então, é mais curta, porém mais progressiva. Não há nem consciência nem sofrimento: há sensação ou sensitividade. Assim, a árvore, da qual se retira um galho, experimenta uma espécie de eco da secção feita, mas não sofrimento. É como que uma repercussão que vai de um ponto a outro, sucedendo o mesmo quando a planta é violentamente arrancada do solo, antes de completado o tempo da maturidade. Finalizando: há sensação, não há consciência nem sofrimento. É um abalo magnético experimentado pela árvore, abalo que prepara o espírito (em estado de formação) para o desenvolvimento do seu ser. Tão grande é o PODER DE DEUS!
GN, 15/04/1970

DOMINGO, 08/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL


P – Mereceram nossa melhor atenção estas palavras: “... a criação do primeiro homem é uma figura, oriunda da necessidade de se apropriarem os ensinamentos à Humanidade primitiva. Poucos são, ainda hoje, os que estão aptos a entender uma existência que não teve princípio nem terá fim!” E estas outras: “Figuradamente, a genealogia de Jesus vai remontar a Adão, como remonta ao próprio Deus a criação do corpo formado de limo”. E estas mais: “Percorrei a genealogia espiritual de Jesus e chegareis a Deus”. De acordo com a ciência divina, qual é – liberto da letra, que mata, o espírito que vivifica – a realidade, quanto à criação do Espírito e do corpo do homem, e quanto à genealogia espiritual de Jesus?

R – Diz o Espírito da Verdade: – A questão que propondes, complexa pelo duplo aspecto em que a formulais, referindo-se de um lado ao homem e de outro a Jesus, exige a solução de um problema de ordem mais geral – o da origem do Espírito, de suas fases e trajetórias, de seus destinos, desde o instante inicial da sua existência até chegar à Perfeição. Na criação, tudo tem uma origem comum: vem do infinitamente pequeno para o infinitamente grande, até Deus, ponto de partida e de reunião. Tudo provém de Deus e para Deus volta: Deus uno, Criador incriado, pai de tudo e de todos; motor de tudo quanto existe, pilar inabalável sobre o qual repousam as multidões de mundos disseminados no espaço, como os átomos no ar. O fluido universal, que toca de perto a Deus e dele parte, constitui, pela sua quintessência, e mediante as combinações, modificações e transformações de que é passível, o instrumento de que se serve a Inteligência Suprema para – pela onipotência da sua vontade – operar, no infinito e na eternidade, todas as criações espirituais, materiais e fluídicas, destinadas à vida e à harmonia universais, todos os mundos, todos os seres em todos os reinos da Natureza, de tudo o que se move, de tudo quanto vive, de tudo quanto é. O Apóstolo Paulo sentia a POTÊNCIA CRIADORA DO SENHOR, quando escrevia: “Tudo é dele, tudo é por ele, tudo é nele” (Aos Romanos, cap. XI, v. 36). “Em Deus temos a vida, o movimento e o ser” (Atos dos Apóstolos, cap. XVII, v. 28). O Espírito, na origem da sua formação, como essência espiritual, princípio de inteligência, sai do TODO UNIVERSAL. O que chamamos O TODO UNIVERSAL é o conjunto dos fluidos existentes no espaço. Estes fluidos são a fonte de tudo o que existe, quer no estado espiritual, quer no estado fluídico, quer no estado material. O Espírito, na sua origem, como essência espiritual, princípio de inteligência, se forma da quintessência desses fluidos, elemento tão sutil que nenhuma expressão pode dar idéia perfeita dele, sobretudo às mentes restritas. A Boa Vontade do TODO-PODEROSO – ÚNICA ESSÊNCIA DE VIDA NO INFINITO E NA ETERNIDADE – anima esses fluidos para lhes dar o ser, isto é, para -  mediante uma combinação sutilíssima, cuja essência só se encontra nas irradiações divinas – fazer deles essências espirituais, princípios primitivos do Espírito em germe e destinados à sua formação. A vida universal está, assim, por toda a Natureza, em germes eternos, graças a essa quintessência dos fluidos, que somente a vontade de Deus anima, de acordo com as necessidades da harmonia universal – de todos os mundos, de todos os reinos, de todas as criaturas no estado material ou no estado fluídico. Ao serem formados os mundos primitivos, entram na sua composição todos os princípios, de ordem espiritual, material e fluídica, os quais constituem os diversos reinos que os séculos terão de elaborar. O principio inteligente se desenvolve ao mesmo tempo que a matéria, e com ela progride, passando da inércia à vida de movimento. Deus comanda o começo de todas as coisas, acompanha paternalmente as fases de cada progresso, atrai a si tudo o que haja atingido a Perfeição. Essa multidão de princípios latentes aguarda, no estado cataléptico, no meio e sob a influência dos ambientes destinados a faze-los desabrochar, que o Senhor lhes dê uma destinação e os aproprie ao fim a que devam servir, segundo as Leis Naturais, imutáveis e eternas, por Ele mesmo estabelecidas. Tais princípios sofrem passivamente, através dos tempos, e sob a vigilância dos Espíritos prepostos, as transformações que os hão de desenvolver, passando sucessivamente pelos reinos mineral, vegetal, animal e hominal, e pelas formas e espécies intermediárias, que se sucedem entre cada grupo de dois desses reinos. Chegam dessa maneira, numa progressão contínua, ao período preparatório do estado de ESPÍRITO FORMADO, isto é, ao estado intermédio da encarnação animal e do estado espiritual consciente. Depois, vencido esse período preparatório, chegam ao estado de criaturas possuidoras de livre arbítrio, com inteligência capaz de raciocínio, independente, RESPONSÁVEIS PELOS SEUS ATOS. Galgam, assim o fastígio da inteligência, da ciência e da grandeza mental, nascendo, “morrendo”, renascendo, até chegarem à Perfeição.
GN, 14/04/1970

 SÁBADO, 07/07/2012

A GENEALOGIA E O VÉU DA LETRA
 P – A LBV está liquidando os “mistérios” que impediam a aceitação da Bíblia pelo povo. Na verdade, a Bíblia está certa: errados estão os que a interpretam ao pé da letra. Poderia o Espírito da Verdade falar-nos mais, acerca da genealogia humana de Jesus?

R – Como sabeis, enquanto durasse a missão terrena do Mestre, Maria tinha de ser considerada sua mãe e José seu pai, De modo que, dada a descendência deste, Jesus tinha de ser considerado filho de David. O homem, para compreender, precisava que lhe pusessem sob a vista um ponto de partida, de onde lhe fosse possível seguir em linha reta. Aquelas coisas eram ditas aos hebreus, que estavam sujeitos à Lei de Moisés e se governavam pelas tradições, vindas de muitos séculos atrás, e cuja a origem se perdia na noite dos tempos. Portanto, era forçoso que, para lhes guiar as inteligências, o caminho seguido fosse o que eles tinham o hábito de trilhar. Efetivamente, qual o tronco a eles indicado, na genealogia atribuída a Jesus? Adão, o primeiro ente material saído das mãos do Criador. Ora, já não podeis ignorar – porque os tempos caminharam, as inteligências se desenvolveram e se operou o progresso das ciências – que A CRIAÇÃO DO PRIMEIRO HOMEM NUM PARAÍSO, JARDIM DE DELÍCIAS, DENTRO DO QUAL SE ENCONTRAVAM A ÁRVORE DA VIDA E A ÁRVORE DA CIÊNCIA DO BEM E DO MAL, É UMA FIGURA ORIUNDA DA NECESSIDADE DE SE APROPRIAREM OS ENSINAMENTOS À HUMANIDADE PRIMITIVA. Poucos são, ainda hoje, os que estão aptos a entender uma existência que não teve princípio nem terá fim! Figuradamente, a genealogia de Jesus vai remontar a Adão, como remonta ao próprio Deus a criação do corpo formado de limo. Naquela época, entretanto, tão formal desmentido à letra da “Gênese” de Moisés revoltaria as multidões, inquietando a todos e retardando a marcha da obra de regeneração. De acordo com essa genealogia humana, quer segundo Mateus, quer segundo Lucas, qual a descendência atribuída a Jesus? A de filho de David por José, que é seu pai aos olhos dos homens, e que, por sua vez, também aparece como descendente do rei profeta. Foi com o objetivo de ligar o “nascimento” de Jesus a David que se estabeleceu a genealogia, tanto segundo Mateus, como segundo Lucas. Ela é o fruto das pesquisas realizadas com esse fim. Mas já se fizera “a noite dos tempos”: muitos nomes foram introduzidos em lugar de outros que eram ignorados e se julgava deverem existir. Pouco importam, porém, os nomes: as relações genealógicas existem pela filiação das famílias. Ninguém se embarace com as DIFERENÇAS QUE APRESENTAM AS DUAS GENEAOLOGIAS, de Mateus e de Lucas. São puerilidades, pois o tronco era o mesmo. De confundirem filhos de dois irmãos nasceu a confusão dos nomes que, algumas vezes, pertenceram aos mesmos indivíduos. Também vos acontece adotar muitos nomes, em conseqüência de adições ou mudanças causadas pela vaidade. É provável (e natural) que, no futuro, aqueles que vos pesquisarem a vida, e os atos, tomem um desses nomes por outro, sem que o biografado deixe de ser o mesmo. Assim, com relação aos nomes, um dos Evangelistas seguiu um dos ramos, e o outro seguiu ramo diverso. Ambos os ramos, porém, pertenciam ao mesmo tronco. NÃO HÁ OBRAS HUMANAS IMPECÁVEIS. O essencial, para os hebreus, era a origem: as duas genealogias são acordes em apresentar José como descendente de David. Quanto à Virgem Maria, não vos admireis de que seu nome não figure na genealogia atribuída a Jesus: entre os israelitas, as filhas não eram tidas em conta, como não o são, entre as vossas “raças-nobres” para a perpetuação do nome. A Virgem pertencia à tribo; era quanto bastava que se soubesse. Não vos detenhais, também, nas controvérsias que surgiram desde os primeiros tempos do Evangelho: continuaram, e ainda hoje continuam, a propósito das duas genealogias (Mateus e Lucas), por motivos de diferenças, omissões e contradições de que as acusam. O homem não quer compreender que, seja qual for o objetivo espiritual que se tenha em vista atingir, necessário é se humanizarem os meios postos ao seu alcance para esse fim. A CONSEQÜÊNCIA É QUE OS MEIOS SE TORNAM IMPERFEITOS. Era a essas controvérsias, sobre a genealogia humana de Jesus, já então suscitadas, que aludia o Apóstolo Paulo (I a Timóteo, cap. I, vs. 4-5), dizendo: “Ninguém se entretenha com fábulas e genealogias sem fim, que mais servem para gerar discórdias do que para fundar, sobre a fé, o edifício de Deus”. Sim, bem-amados irmãos, não vos prendais nos pormenores pueris de uma genealogia humana, que só teve razão de ser do ponto de vista dos judeus e de suas tradições, como meio de preparar a missão terrena de Jesus. Isso vos faria perder um tempo precioso. Deixai que os “atilados” reúnam todas as suas forças para levantar, ou deslocar, alguns dos pedregulhos com que topam. Não esqueçais que tendes de erguer uma montanha, a fim de abrirdes passagem à estrada reta e unida que devereis traçar. Repetimos: só do ponto de vista dos hebreus e de suas tradições, como meio de preparar o desempenho da missão terrena de Jesus, aquela genealogia teve a sua razão de ser. Efetivamente, confrontai com as palavras do Anjo à Virgem Maria (Lucas, I, vs. 32) e com as palavras do cântico de Zacarias (Lucas, I, vs. 68-70) o que disse Jesus aos fariseus: “Que pensais vós do Cristo? De quem é Ele filho? – De David, responderam. – Como é então, retrucou-lhe Jesus, que inspirado pelo Espírito Santo, nos Salmos, David lhe chama Senhor, por estas palavras: “O Senhor disse a meu Senhor: – Senta-te à minha direita, até que eu tenha reduzido teus inimigos a te servirem de escabelo”. Ora, se David lhe chama seu Senhor, como pode Ele ser filho de David?” (Evangelho segundo Mateus, cap. XXII, vs. 41-43 – Lucas, cap. XX, vs. 41-44). É evidente que Jesus, desse modo, durante a sua missão na Terra, preparou a Humanidade para reconhecer que aquela genealogia lhe era estranha e inaplicável, e para receber, mais tarde, no tempo determinado por Deus, a revelação da sua origem e da sua natureza extra-humana, como o Cristo esperado desde Moisés.
GN, 11/04/1970
                                        



SEXTA-FEIRA, 06/07/2012

GENEALOGIA DE JESUS

 P – Hoje, nós compreendemos que GOVERNAR É ENSINAR CADA UM A GOVERNAR A SI MESMO, pelo conhecimento soberano da Verdade. É impossível governar sem o conhecimento perfeito da Palavra de Deus. Como o CEU da LBV explica a genealogia de Jesus?

R – O Espírito da Verdade reúne, para tal fim, estas duas passagens: Evangelho segundo Mateus, cap. I vs. 1-17, e segundo Lucas, cap. III, vs. 23-38:

MATEUS: 1 – Livro da genealogia de Jesus, o Cristo, filho de David, filho de Abraão: 2 – Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos. 3 – Judá gerou de Tamar, Farés e Zara; Farés gerou Esron; Esron gerou Arão. 4 – Arão gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon. 5 – Salmon gerou Booz, de Raab; Booz, de Rute, gerou Obed. Obed gerou Jessé e Jessé gerou David, que foi rei. 6 – O Rei David gerou Salomão, daquela que fora a mulher de Urias. 7 – Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa. 8 – Asa gerou Josafá; Josafá gerou Joran; Joran gerou Ozias. 9 – Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz. Acaz gerou Ezequías; 10 – Ezequías gerou Manasses; Manasses gerou Amon; Amon gerou Josias. 11 – Josias gerou Jaconias e seus irmãos, no tempo em que os judeus emigraram para Babilônia. 12 – Depois da emigração para Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel. 13 – Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim; Eliacim gerou Azor. 14 – Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud. 15 – Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matan; Matan gerou Jacob. 16 – Jacob gerou José, esposo da Virgem Maria, do qual nasceu Jesus, o Cristo. 17 – Houve ao todo, portanto, catorze gerações, de Abraão até David; de David à transmigração para Babilônia, catorze gerações; e, da transmigração para Babilônia até Jesus, catorze gerações.

LUCAS: 23 – Jesus contava então trinta anos, sendo tido como filho de José, filho de Heli, filho de Matat, 24 – filho de Levi, filho de Melqui, filho de Jane, filho de José, 25 – filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de Hesli, filho de Nage, 26 – filho de Maat, filho de Matatias, filho de Semei, filho de José, filho de Judá, 27 – filho de Joanan, filho de Rêsa, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Néri, 28 – filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosan, filho de Elmadan, filho de Her, 29 – filho de Ieoshua, filho de Eliezer, filho de Gerin, filho de Matat, filho de Levi, 30 – filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jona, filho de Eliaquim, 31 – filho de Meléia, filho de Mena, filho de Matata, filho de Natan, filho de David, 32 – filho de Jessé, filho de Obed, filho de Booz, filho de Salmon, filho de Naasson, 33 – filho de Aminadab, filho de Arão, filho de Esron, filho de Farés, filho de Judá, 34 – filho de Jacob, filho de Isaac, filho de Abraão, filho de Tare, filho de Naor, 35 – filho de Sarug, filho de Ragan, filho de Faleg, filho de Heber, filho de Sale, 36 – filho de Cainam, filho de Arfaxad, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lamec, 37 – filho de Matusalém, filho de Enoc, filho de Jared, filho de Malaleel, filho de Caínam, 38 – filho de Enos, filho de Set, filho de Adão, o qual foi criado por Deus.

Jesus, Espírito de pureza imaculada, cuja perfeição se perde na Eternidade, Protetor e Governador do vosso planeta, cuja formação presidiu, É ESTRANHO E ANTERIOR ÀS GERAÇÕES HUMANAS QUE O TÊM, SUCESSIVAMENTE, HABITADO. Apareceu na Terra com um corpo fluídico, de natureza perispirítica, visível e tangível sob a aparência da corporeidade humana, por efeito de incorporação, segundo as leis dos mundos superiores, apropriadas aos fluidos ambientes que servem para a formação dos seres terrestres. Esse segredo não devia ser revelado, ou conhecido, antes do tempo em que a Humanidade estivesse preparada para recebe-lo. Não vos preocupeis com o fato de ter Jesus contado, aos olhos dos hebreus, como aos olhos de todos os homens, este ou aquele patriarca entre os seus antepassados carnais. Percorrei-lhe a GENEALOGIA ESPIRITUAL e chegareis a Deus, o verdadeiro Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, como vos escreveu o Apóstolo Paulo. Na realidade, nenhuma atenção merece a genealogia humana, atribuída a Jesus POR EXIGÊNCIAS DA ÉPOCA. Destituída de qualquer interesse, ela em nada influi nos fatos constitutivos da Revelação Messiânica, nem na obra da regeneração da vossa humanidade, executada pelo Cristo no desempenho de sua missão. Qual, então, o motivo dessa genealogia humana de Jesus? Compreendei bem a necessidade que há de se materializarem os fatos, para os tornar acessíveis à matéria. Era preciso, naquela época, usar para com os homens de uma linguagem que pudesse ser compreendida e, sobretudo, escutada, num meio que fora preparado desde muitos séculos. Segundo as tradições hebraicas, de acordo com as interpretações dadas às profecias da Lei Antiga, o Libertador Prometido, o Cristo de Deus, havia de nascer em Belém, tendo por pai um descendente de David, sendo Ele próprio, portanto, um filho de David. A grande obra DA REDENÇÃO estava preparada desde a origem tradicional dos tempos, sem que o homem o percebesse, nas condições sucessivamente apropriadas às épocas e às inteligências. Para a execução dessa grande obra foram chamados Maria e José, Espíritos puros, este menos elevado do que aquele, nenhum dos dois puros desde o início, os dois inferiores a Jesus. Ambos encarnaram num meio depurado, com o encargo de auxiliarem o Cristo na sua missão terrena. A pureza de Maria e de José não podia compadecer-se com um meio impuro. Cada um, por isso, escolheu uma família que lhe fora de antemão preparada, composta igualmente de Espíritos depurados, embora inferiores a eles. Eis como, remontando de geração em geração, ireis encontrar o homem com todos os seus instintos brutais.
GN, 11/04/1970

QUINTA-FEIRA, 05/07/2012

BATISMO E REENCARNAÇÃO


P – Na Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar, todos estão satisfeitos com a Doutrina do CEU (Centro Espiritual Universalista). Como devemos entender a aparição do Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba?

R – Diz o Evangelho que, depois de ser batizado, Jesus saiu da água e, ao fazer a sua prece, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma corporal de uma pomba, e se ouviu uma voz que dizia: “Tu és o meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”. O Senhor manifestou por esse modo o seu poder, dele dando um sinal aparentemente material. Aparentemente, frisamos, porque só o foi para os olhos humanos: sinal que, bem como a voz ouvida, não passou de simples manifestação espiritual, objetivando chamar a atenção dos homens e lhes confirmar que, finalmente, descera à Terra o Profeta que todos os profetas haviam anunciado. O Espírito, como sabeis, pode - com o auxílio do seu perispírito – tomar todas as formas, todas as aparências. Para os antigos, a pomba era o emblema da pureza: os hebreus a sacrificavam, nos altares, em resgate dos filhos de Israel. O Espírito Superior, encarregado da manifestação, teve de tomar a forma capaz de mais fortemente impressionar as inteligências, no momento mesmo em que aquela manifestação se produzisse, e de as impressionar ainda depois de cumprida a sua missão. A voz que se fez ouvir no céu, dizendo: “Tu és meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”, não foi a voz de Deus Onipotente. Deus não se manifestou, porque Ele não se comunica diretamente com os homens. Já vos dissemos: por mais puro que seja o Espírito encarnado, o invólucro que o reveste ergue uma barreira intransponível entre o homem e a Divindade. Mas o Pai transmite aos filhos suas vontades por intermédio dos Espíritos Puros (que dele recebem diretamente as inspirações), dos Espíritos Superiores e dos Espíritos Bons, os quais, na ordem hierárquica, se constituem seus instrumentos. Foi um Espírito Superior quem fez ressoar a voz que se ouviu, pronunciando aquelas palavras. Para o povo e para todos que tinham vindo ter com o Batista, em suma – para os hebreus, o próprio Deus falou naquela circunstância, como outrora falou aos profetas da Lei Antiga. O Espírito Santo, segundo eles, era a inteligência mesma de Deus, inspirando diretamente os homens, comunicando-se diretamente com os terrícolas. Assim, para eles, o próprio Deus foi quem tomou a forma de uma pomba e quem, por outro lado e ao mesmo tempo, fazendo ouvir sua voz, pronunciou aquelas palavras. Já sabeis que, sob a designação simbólica de espírito Santo, se compreende o conjunto dos Espíritos do Senhor – órgãos de suas inspirações e ministros de suas vontades. O que houve, portanto, foram duas manifestações espirituais. E elas se produziram AO FAZER JESUS A SUA PRECE: aí estão o primeiro exemplo e o primeiro ensino dados por Ele aos homens, mostrando-lhes que a prece (não a dos lábios, mas a do coração), atrai as bênçãos do Senhor, os testemunhos do seu amor, fazendo sobre eles descer a divina influência, por intermédio dos Espíritos Protetores da Humanidade. O batismo por meio da água, que João ministrou e Jesus recebeu para ensinar pelo exemplo, comprovando assim que esse batismo não passava de uma figura, era ao mesmo tempo material e simbólica: material pela ablução do corpo; simbólico pelo arrependimento e pela humildade que a ablução consagrava. E ainda tinham a proclamá-los a confissão pública (que cada um fazia diante de todos, em voz alta) dos seus pecados, das suas torpezas, de TODAS AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO CORAÇÃO HUMANO. O batismo pela água era, portanto, uma preparação para o batismo pelo Espírito Santo e pelo fogo – batismo este que vem de Deus e que o Cristo confere aos que dele se tornam dignos, concedendo-lhes a assistência e o concurso dos Espíritos purificados. Não é mau lembrar aos homens o batismo pela água, porque sempre lhes recorda os grandes acontecimentos ocorridos e as obrigações que lhes são impostas. A parte material era uma necessidade à vista dos tempos, para impressionar a homens materializados; MAS A PARTE SIMBÓLICA SE CONSERVA PARA VÓS, cristãos do Novo Mandamento. O verdadeiro batismo é o que vem do Senhor, é o batismo no Espírito Santo e no fogo que purifica as almas, acima dos corpos perecíveis! A religião humana fez do batismo pela água o estandarte do seu próprio cristianismo, que está muito longe do CRISTIANISMO DO CRISTO. Ela esqueceu a essência divina, para atender só a matéria. A esta referiu tudo. E seus “fiéis” rebaixados, encerrados em tão estreitos limites acabaram por olvidar quase inteiramente que, saídos de uma essência espiritual, devem consagrar-se ao espírito, não mais à letra, que mata. A Igreja de Roma desvirtuou a natureza, o objeto, as condições e o fim do batismo pela água – derramando-a na cabeça da criança, que acaba de nascer, sob o pretexto de apagar, na pessoa dessa criança, dando-lhe o nome de pecado original, uma falta que ela não cometeu, porque foi cometida por outrem! E isso quando, segundo a mesma Igreja, a alma da criança foi criada por Deus expressamente para o corpo que veio animar, alma que, pessoalmente, devia ser pura e sem mancha, pois das mãos de Deus nada pode sair maculado! A Igreja de Roma não teria instituído deste modo o batismo pela água, se tivesse compreendido bem as palavras de Jesus a Nicodemos, proclamando a reencarnação como realidade, não como alegoria. Realidade por ser LEI EMANADA DE DEUS, DESDE DE TODA ETERNIDADE, como meio de purificação e progresso do Espírito culpado, meio único posto ao alcance do homem para entrar no Reino de Deus, isto é, para chegar à Perfeição que, só ela, lhe permitirá chegar ao centro da Onipotência. Cristãos de todos os rebanhos, lembrai-vos de que haverá, brevemente, UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR! Deixai de ter em conta somente a matéria, abandonai a letra que mata, para receberdes unicamente O ESPÍRITO QUE VIVIFICA. Do batismo pela água, no Jordão, conservai apenas o espírito. Praticai a parte simbólica – o arrependimento e a humildade. Preparai-vos, assim, para o batismo do Espírito Santo e do fogo, que purifica as vossas almas. Se dele vos tornardes realmente dignos, pelo trabalho, pela justiça, pelo amor e pela caridade, o Cristo vos ministrará esse batismo, enviando Espíritos Puros para vos assistirem, inspirarem e ajudarem, até à vitória final.
GN, 10/04/1970

                                

QUARTA-FEIRA, 04/07/2012

BATISMO DE JESUS


P – Nos tempos modernos, ninguém mais aceita a Bíblia sob o véu da letra, que mata. No Brasil, muita coisa mudou desde que a LBV começou a pregar a Palavra de Deus sem “mistério”. Como o CEU explica o batismo de Jesus?
R – O Espírito da Verdade harmoniza os Evangelhos Sinóticos, para responder: Mateus, cap. III, vs. 13-17; Marcos, cap. I, vs. 9-11; Lucas, cap. III, vs. 21-22. São estas passagens:

MATEUS: 13 – Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão, para ser batizado. 14 – Mas João protestava, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15 – Jesus lhe respondeu: “Isto é necessário por ora, pois convém cumprirmos toda a justiça”. João concordou. 16 – Uma vez batizado, Jesus logo saiu da água, e eis que os céus se abriram, e ele viu descer sobre si o Espírito de Deus em forma de uma pomba. 17 – Imediatamente uma voz ecoou no céu, dizendo: “Este é meu filho bem-amado, em quem ponho a minha complacência”.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 
MARCOS: 9 – Eis o que sucedeu naqueles dias: Jesus veio de Nazaré, que fica na Galiléia, e foi batizado por João. 10 – Logo que saiu das águas do Jordão, Jesus viu os céus se abrirem e o Espírito de Deus descer em forma de uma pomba e pairar sobre ele. 11 – E uma voz do céu se fez ouvir, dizendo: “És meu filho bem-amado; pus em ti as minhas complacências”.

LUCAS: 21 – sucedeu que, ao tempo em que João batizava todo o povo, também Jesus foi por ele batizado. E, enquanto orava, o céu se abriu, 22 – e desceu sobre ele o Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba. E ouviu-se do céu uma voz que dizia: “Tu és o meu filho dileto; ponho em ti as minhas complacências.

Jesus, cuja origem espiritual agora conheceis, Espírito puro por excelência, Espírito Perfeito, não precisava de ser batizado com água por João, de receber um batismo de penitência para remissão de pecados, ele que nenhum pecado tinha, que nenhum pecado confessou, que não trazia, para ser lavado, um corpo de lama como os vossos. Não precisava, também, de receber o batismo em espírito Santo e em fogo, ele cujo o Espírito era de pureza perfeita e imaculada, ele que, ao contrário, vinha ministrar esse batismo – primeiro, aos Apóstolos incumbidos de pregar e ensinar, pelo exemplo, a sua moral sublime; depois, a todos os que se tornassem dignos de ser assim batizados, praticando a sua Lei de Amor, propagando-a pela palavra e pelo exemplo. POR QUE, ENTÃO, FOI JESUS RECEBER DE JOÃO, DIANTE DE TODOS, O BATISMO DA ÁGUA NO JORDÃO, como faziam o povo e quantos acorriam às margens daquele rio? Para – desde o momento em que entrava a desempenhar publicamente a sua missão, pregar pelo exemplo de humildade; para receber do próprio Deus – à vista de todos e em confirmação das palavras que, antes da sua chegada, proferiu a seu respeito o Precursor – a consagração da sua origem, do seu poder e da sua missão, como regenerador e SALVADOR DA HUMANIDADE; para receber esta confirmação por manifestação derivada do próprio Deus, produzida de modo a que os homens compreendessem que, FINALMENTE, DESCERA À TERRA O ESPÍRITO CUJA VINDA OS PROFETAS, DESDE MOISÉS, HAVIAM ANUNCIADO. E assim foi: Jesus desceu para pregar, dando de tudo exemplo marcante, para oferecer e deixar aos homens um tipo, um modelo que eles imitassem e em cujas pegadas caminhassem, para atingir a Perfeição. Durante a sua missão terrena, convinha que passasse, a vista dos homens, por ser um homem como os outros, sujeito a todas as provações da humanidade e delas triunfando, exemplificando-lhes a prática do trabalho, da justiça, da caridade e do amor, cujas leis ensinava, ministrando-lhes a luz e a verdade sob o véu da letra e o manto da parábola, a fim de que o brilho de uma e de outra não ofuscasse, não cegasse os olhos humanos de seu tempo. Cumprida essa missão, os homens – em virtude das interpretações que davam aos fatos, de acordo com o estado das inteligências, com as necessidades da época e com o que exigia a preparação dos tempos futuros – teriam de ver um Deus, o próprio Deus naquele que lhes viera trazer o tipo exato ou modelo da Perfeição Humana. Procurai seguir os passos de Jesus, em todo o curso da sua aparente vida de homem comum, desde o instante em que chega às margens do Jordão até aquele em que se consuma o sacrifício no Gólgota, e o vereis a dar em tudo o exemplo, sempre o exemplo da vida superior! Ao encetar essa missão sublime, Jesus se submete, como todos os que iam ter com João, ao batismo pela água. Mas observai que, antes de Jesus haver chegado ao Jordão, já o Precursor, falando ao povo, aos fariseus, aos publicanos e aos soldados, a quantos tinham acorrido para ouvi-lo (os quais, entre si, pensavam que bem podia ser ele o Cristo), dizia: “Eu, por mim, vos batizo com água; mas outro virá, mais poderoso que eu e de cujas sandálias não sou digno de desatar as correias, prosternado a seus pés, o qual vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo. Ele traz na mão sua joeira e limpará perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo que jamais se extinguirá”. Estas palavras explicam por que, em resposta ao pedido que Jesus lhe faz, João se escusa de o batizar, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” E também explicam por que, respondendo-lhe Jesus: “Convém cumprirmos toda a justiça”, isto é, DEVEMOS PREGAR PELO EXEMPLO, João não opôs mais nenhuma resistência, tornando-se o primeiro a dar o exemplo de submissão e de obediência do Mestre. Para confirmação das palavras que João proferiu, diante de todos, antes da chegada de Jesus, é que, quando o Cristo saiu das águas do Jordão, após o batismo, se produziu – de conformidade com a época, as tradições hebraicas e o estado das inteligências – a manifestação destinada a esclarecer os homens sobre a origem e a missão do Salvador.
GN, 04/04/1970

  TERÇA-FEIRA, 03/07/2012

BATISMO EM ESPÍRITO SANTO

P – De acordo com os princípios básicos da LBV, o Centro Espiritual Universalista é, também,  anti-sectário. Somente num CAMPO NEUTRO poderemos aprender toda a Verdade. Como o CEU explica o batismo com o Espírito Santo?

R – Diz o Espírito da Verdade: – O batismo em Espírito Santo é a assistência e a inspiração dos Espíritos purificados, ambas concedidas pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens que tenham esse merecimento. Estes, então, as recebem mediunicamente, e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos, nas condições e na proporção das mediunidades que lhes são outorgadas. Essa assistência, essa inspiração e essa comunicação Deus só as concede aos Homens e Mulheres de Boa Vontade, para os sustentar e dirigir nas suas provas ou missões, para os ajudar na purificação de seus Espíritos, pelo progresso moral e intelectual. Jesus, pois, chamando o Espírito Santo para os discípulos, fez que descessem até eles os Espíritos elevados, que os haviam de amparar nos seus ásperos e perigosos trabalhos, e que, SOB A APARÊNCIA DE LÍNGUAS DE FOGO, se manifestaram por meio dos seus perispíritos luminosos. Ainda hoje, sob essa influência vos colocais quando, vencendo as paixões humanas, vivendo a vida que pertence a Deus e tudo lhe dando pela prática do trabalho, da humildade, da caridade e do amor, atrais os ESPÍRITOS PROTETORES DA HUMANIDADE. Disso, porém, não vos orgulheis, porque a queda é fácil, mesmo para o mais elevado, e os maus pensamentos assediam, sempre, o Espírito reencarnado. Recebei, portanto, à luz do Novo Mandamento do Cristo de Deus, para reparti-la com aqueles que se queiram esclarecer. Mas recebei-a, sempre, com profundo sentimento de humildade e reconhecimento, rendendo graças a essa fonte de TODO O PODER, de que promana tudo o que é belo, tudo o que é grande, tudo o que é verdadeiro e eterno. A Terceira Revelação trouxe o conhecimento da Lei do Amor, que os homens, há tantos séculos, calcam aos pés. Se vossos corações dão frutos maus, sois, portanto, árvores más. O Senhor, porém, na sua infinita misericórdia, arranca a árvore que nada produz, ou que dá frutos maus, para deixar que cresça, livremente, aquela cujas ramagens hão de cobrir de sobra benfazeja a Humanidade inteira. Plantou-a o Cristo com as suas mãos, e os homens não a cultivaram. Cercaram-na as plantas daninhas e a atrofiaram. O JARDINEIRO DIVINO, POR ISSO, AINDA SE VÊ OBRIGADO A VIR CULTIVAR A SUA VINHA, A FIM DE LIVRÁ-LA DOS PARASITOS QUE A SUFOCAM. A fé, árvore divina que dá sombra e alimento, que dessedenta o sequioso e convida ao repouso o viajante fatigado, vai crescer e estender seus ramos benditos sobre todo o vosso mundo. E a cada um daqueles, dentre vós (sejam quais forem os cultos exteriores em que a reencarnação os tenha feito nascer, vindos não importa de onde), que tiverem trabalhado na obra de regeneração – pela palavra e pelo exemplo – será concedida a graça de dizer, quando voltarem ao Senhor: “Ganhei bem o meu dia”. Deveis compreender o sentido oculto destas outras palavras, inspiradas ao Precursor e por ele proferidas quando falava do Cristo: “Traz na mão a joeira e limpará perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha no fogo inextinguível”. O Senhor empregou desse modo, para atuar sobre homens animalizados, uma figura capaz de impressiona-los, gerando neles o temor. Bem sabeis que Deus nunca abandonou o ser humano, desde o seu aparecimento no vosso planeta. Suas Leis são, como ele mesmo, imutáveis e eternas: a Lei do Progresso (progresso físico da Terra e progresso físico, intelectual, moral e espiritual da Humanidade) ensina que tudo o que foi criado é perfectível. Ela está, portanto, no número dessas Leis. E ao mesmo número pertence a Lei da Reencarnação, como instrumento e meio de reparação e progresso. Desde todos os tempos, teve o homem junto de si preposto à sua proteção, o Espírito Protetor ou Anjo da Guarda, incumbido de guiar os seus passos na senda de redenção. Desde de todos os tempos, houve Espíritos em missão entre os homens, para faze-los avançar por esse caminho, a todos eles revelando ou relembrando a Lei Natural que é A LEI DE DEUS, na conformidade do meio, do estado das inteligências e das necessidades de cada época. Desde todos os tempos, investido no livre arbítrio, cercado de influências ocultas – boas umas, outras más – com inteligência para discernir o Bem do mal, na relatividade do seu desenvolvimento moral e intelectual, o homem, POR HAVER FALIDO, FOI TRAZIDO AO VOSSO PLANETA, que é um dos mundos inferiores de provação e expiação, a fim de reparar suas faltas e progredir. Desde todos os tempos, esteve submetido, após a morte, em seguida a cada uma de suas existências na Terra, a expiação por meio de sofrimentos ou torturas morais, apropriados e proporcionados aos crimes ou faltas que praticou. Depois, está submetido à Lei da Reencarnação que, com a expiação precedente no estado de erraticidade,  e, simultaneamente, INFERNO, PURGATÓRIO, REPARAÇÃO E PROGRESSO, a escada que todos têm de subir, e cujos degraus correspondem às fases das diferentes existências que lhe cumpre percorrer, para atingir o cimo da montanha. Pois, como ensinou Jesus, para chegar a Deus, cada um dos seus filhos terá de nascer, morrer e renascer, até alcançar os limites da Perfeição.
 GN,  07/04/1970


SEGUNDA-FEIRA, 02/07/2012

A MENSAGEM E O TESTEMUNHO DO BATISTA


P – A grande virtude da LBV é restaurar o Cristianismo em sua pureza primitiva, e isso, realmente, só podia ser feito pelo Novo Mandamento revelado. Como é que o CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV interpreta a mensagem de João?

R – O Espírito da Verdade responderá, harmonizando as seguintes passagens do Evangelho de Jesus: Mateus, cap. III, vs. 7-12; Marcos, cap. I, vs. 6-8; Lucas, cap. III, vs. 7-18. Atenção para esses textos bíblicos:

MATEUS: 7 – Mas, vendo João muitos dos fariseus e saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que há de vir? 8 – Tratai de produzir frutos dignos de arrependimento, 9 – e não procureis dizer dentro de vós: “Temos Abraão por pai”, porque eu vos declaro que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 – O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não dá bom fruto será cortada e lançada ao fogo. 11 – Eu, na verdade, vos batizo com água, para vos levar à penitência; mas o que vem, depois de mim, é mais poderoso que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 – Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

MARCOS: 6 – João vestia pele de camelo, usava uma tira de couro à volta da cintura e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. Pregava dizendo: 7 – Aquele que é mais poderoso que eu virá depois de mim, e não sou digno de me abaixar diante de seus pés, para lhe desatar as correias das sandálias. 8 – Eu vos batizo com água; Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

LUCAS: 7 – João dizia ao povo, que acorria em bandos para ser batizado: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?” 8 – Daí, pois, frutos dignos do vosso arrependimento, e não comeceis a dizer dentro de vós: “Temos Abraão como pai”, porque eu vos declaro que Deus é poderoso para, destas pedras, fazer que nasçam filhos a Abraão. 9 – Já o machado está posto à raiz das árvores: toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. 10 – O povo lhe perguntava: “Que havemos, então, de fazer?” 11 – João respondia: “Aquele que tem duas túnicas dê uma ao que não tem; aquele que tem comida faça o mesmo.” 12 – Foram, também, publicanos para o batismo, e lhe perguntaram: “Que havemos de fazer?” 13 – Ele respondeu: “Não cobreis mais do que está prescrito na lei”. 14 – Perguntaram-lhe, ainda, alguns soldados: “E nós o que havemos de fazer?” Respondeu-lhes: “Não pratiqueis violência contra ninguém nem façais denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo”. 15 – Estando o povo na expectativa, pensando consigo mesmo que talvez João fosse o Cristo, 16 – disse ele a todos: “Eu, na verdade, vos batizo com água, mas logo virá quem é mais poderoso que eu, e não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17 – Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua eira, para recolher o trigo no seu celeiro; mas queimará a palha em fogo inextinguível. 18 – Assim João anunciava ao povo o Evangelho de Jesus.

João era o Precursor da Verdade, e ele mesmo o declarou. Suas aspirações não iam nem deviam ir além da missão que lhe cumpria desempenhar. Mediunicamente ligado aos Espíritos Superiores, a cujo número pertencia, os quais o assistiam e inspiravam, era dirigido em todas as circunstâncias pela intuição, e possuía a humildade que deveria guiar a todos vós na Terra. Tinha consciência do que aguarda o Espírito na sua volta à Pátria Espiritual; mas, acima de tudo, tinha absoluta consciência da sua missão de Precursor. Esta consistia, em preparar os homens para o arrependimento, servindo-se de um símbolo que lhes daria a compreender a purificação de que necessitavam: LAVAVA SEUS CORPOS, A FIM DE OS DISPOR A LAVAREM SEUS CORAÇÕES. Purificava-lhes o invólucro material, para os compelir à purificação de seus Espíritos, exortando-os – em resposta às perguntas que lhe faziam – à prática da Justiça, da Caridade, do Amor. Sua missão, portanto, era preparatória: Jesus viria completá-la. João era a voz do que clama no deserto, até que as populações se reunissem para ouvir a pregação da Verdade. Estas palavras “Não comeceis a dizer, dentro de vós mesmos, TEMOS ABRAÃO POR PAI, porque destas pedras Deus pode fazer que nasçam filhos a Abraão; o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto ele a corta e lança ao fogo”, se referem a todos os tempos – ao tempo em que o Batista falava, aos tempos que se seguiram, até ao fim dos tempos, isto é, até a volta do Cristo de Deus. Os sacerdotes judeus não reconheciam como filhos do Senhor senão aqueles que viviam curvados ao seu jugo, da mesma forma que a Igreja de Roma, não admite salvação para os que não lhe obedecem cegamente. Que representa Abraão para os hebreus? O chefe da família (ou povo) que vai herdar o Reino de Deus. Por aquelas palavras inspiradas ao Precursor, Deus quer que fique bem claro serem seus filhos TODOS OS QUE VÃO A ELE, DE CORAÇÃO LIMPO. É como se dissesse: “Não entram no meu Reino os filhos de Abraão que desprezaram minhas leis e desfiguraram meus preceitos, como também os que, no futuro, as desprezaram e os desfigurarem. Todo aquele, porém, que ouve a minha voz e arranca a árvore má, produtora de maus frutos, e só deixa no coração a boa semente, que há de fertilizar a terra, esse está no caminho que a mim conduz, esse é meu filho para sempre. Filhos de Abraão não são os que me dizem “Senhor! Senhor!”, mas tão somente aqueles que cumprem a minha Lei, quaisquer que eles sejam. Todos os limpos de coração é que olho como filhos, e só eles terão entrada no meu Reino!” E aí está o símbolo da árvore: a que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Já compreendeis o sentido oculto destas palavras que, apropriadas às inteligências daquela época, eram destinadas a despertá-las da ignorância. A árvore que não dá bons frutos é o Espírito encarnado que sucumbe nas suas provas. Depois da “morte”, quando o Anjo da Libertação lhe houver ceifado a existência, será lançado ao fogo, isto é, será – primeiro – ao entrar em expiação no mundo espiritual, submetido a sofrimentos ou torturas morais, proporcionados e apropriados aos crimes que haja cometido; depois – à reencarnação que, abrindo-lhe a caminho da reparação, e ao mesmo tempo, meio de purificação e de progresso.
GN, 05/04/1970

 DOMINGO, 01/07/2012

PREGAÇÃO DE JOÃO, O BATISTA


P – Unificando as Quatro Revelações de Jesus, pelo Novo Mandamento, a LBV presta um grande serviço à Humanidade. Como o Centro Espiritual Universalista (CEU) explica a pregação e o batismo do Precursor de Jesus?

R – Responde o Espírito da Verdade, harmonizando estas passagens do Evangelho: Mateus, cap. III, vs. 1-6; Marcos, cap. I, vs. 1-5; Lucas, cap. III, vs. 1-5. Ler e meditar:

MATEUS: 1 – A esse tempo, veio João pregando pelo deserto da Judéia. 2 - Dizia: “Arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo”. 3 – Eis aqui aquele de quem falou o profeta Isaías, dizendo: “Voz do que clama do deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas”. 4 – João trazia uma veste de peles de camelo e um cinto de couro em volta da cintura; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 5 – Os habitantes de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região circunvizinha do Jordão, iam ter com ele; 6 – e, confessando seus pecados, eram por ele batizados no Jordão”.

MARCOS: 1 – Princípio do Evangelho de Jesus, o Cristo, filho de Deus, 2 – como está no profeta Isaías: “Eis que envio à tua frente o meu Anjo, e ele preparará o teu caminho. 3 – Voz do que clama no deserto: “Preparai o caminho do Senhor; tornai retas as suas veredas”. 4 – João esteve no deserto, batizando e pregando o batismo de penitência para remissão dos pecados. 5 – Toda a Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele e, confessando seus pecados, eram por ele batizados no rio Jordão”.

LUCAS: 1 – No décimo quinto ano do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia; Herodes, tetrarca da Galiléia; Felipe, seu irmão, tetrarca da Ituréia e da província de Traconites; Lisônias tetrarca de Abilene; sendo príncipes dos sacerdotes Anais e Caifás; o Senhor fez ouvir a sua voz no deserto a João, filho de Zacarias, 3 – e ele percorreu todas as cercanias do Jordão, pregando o batismo de penitência para remissão de pecados, 4 – conforme está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas. 5 – Todo vale será aterrado; todas as montanhas e colinas serão arrasadas; os caminhos tortuosos se tornarão retos; os escabrosos ficarão planos; e toda a carne verá a salvação do Senhor”.

Os homens sempre se servem dos termos que lhe são compreensíveis, e os empregam como podem. A Palavra de Deus é o mesmo que A Inspiração Divina. DEUS NÃO SE COMUNICA DIRETAMENTE COM OS HOMENS. Por mais puro que seja o espírito encarnado, o invólucro carnal ergue intransponível barreira entre o homem e a Divindade. Mas o Senhor envia os grandes Espíritos e, inspirando-os diretamente, os constitui órgãos transmissores das suas vontades. Deus nunca falou a João, como nunca falou a Moisés e Elias, como jamais falou a nenhum dos profetas. Uns eram médiuns videntes e audientes, outros eram médiuns inspirados, de acordo com a elevação de seus Espíritos. João, no tempo certo, recebeu no deserto a inspiração do Senhor, para dar começo ao desempenho da missão que lhe fora confiada. Inspirado, ainda, pelos Espíritos Superiores foi que ele percorreu todas as cercanias do Jordão, pregando um batismo de arrependimento, e batizando nesse rio todos os que iam procura-lo para confessar os seus pecados. O Batista era um Espírito Superior em missão no vosso mundo, predestinado a abrir os caminhos e prepara-los, a fim de que mais facilmente a luz se pudesse fazer. Pelo seu caráter ríspido, pelos seus costumes e hábitos em contraste com os de seus contemporâneos, chamava sobre si a atenção de todos. Sua palavra, severa e rude, forçava os homens, a se penitenciarem seriamente. Preparava, assim, os caminhos do Senhor, preparando os do Cristo. Era a cabeça do rebanho, a caminhar à frente, agitando a campainha, para que todas as ovelhas perdidas percebessem de que lado podia vir a salvação. A confissão dos pecados nesse tempo, como mais tarde, nas primeiras horas do Cristianismo, SE FAZIA DIANTE DE TODOS, PUBLICAMENTE E EM VOZ ALTA. Despertava, assim, profundo sentimento de humildade, porque exige grande desprendimento o ousar alguém confessar, diante de todos, AS FALTAS, AS TORPEZAS, AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO FUNDO DO CORAÇÃO HUMANO. Era uma barreira oposta às recaídas, porque o homem que sabe serem conhecidos SEUS PENSAMENTOS MAIS SECRETOS, TODOS OS SEUS MAUS PENDORES, terá de refrear sua natureza animal, a fim de evitar as suspeitas em que poderia incorrer, ao menor desvio. E porque a confissão era pública, feita sempre em voz alta, Deus a ouvia. Estas palavras: “Todo vale será aterrado, todas as montanhas e colinas serão arrasadas, os caminhos tortuosos se tornarão retos e os escabrosos ficarão planos” se aplicam a subversão moral, à renovação espiritual que a Doutrina de Jesus havia de operar – e opera até hoje – por intermédio do Espírito da Verdade por Ele prometido ao vosso planeta. Os vales serão aterrados e se elevarão; as “montanhas”, cuja fronte orgulhosa tenta deter a marcha do progresso, serão arrasadas. O “nível” passará pela natureza toda, erguendo os pequeninos, rebaixando os grandes, dando a cada um a medida exata do que lhe caiba, pelo seu merecimento. E toda carne verá a salvação do Senhor, isto é, todos os homens e mulheres, que praticarem a sublime moral do Novo Mandamento, se integrarão no Salvador.
GN, 04/04/1970


 SÁBADO, 30/06/2012

A VIDA DE JESUS – VIII


P – Como pode Jesus parecer aos homens um menino recém-nascido e se desenvolver, crescer como criança terrena e, sucessivamente, percorrer, na aparência, as fases de desenvolvimento da infância, da adolescência e da idade viril em nossa humanidade?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Esta é uma questão que podieis resolver, sem a formulardes. O perispírito, que servia de invólucro a Jesus, se desenvolvia aos olhos dos homens, de maneira a lhes dar a ilusão do crescimento humano. Não aprendestes que o perispírito não é da mesma natureza do vosso corpo? Que impossibilidade podeis ver, aos olhos dos homens, em que o perispírito revista aparentemente as mesmas propriedades que tem o vosso corpo, e em que os fluídos que o compõem sejam, igualmente, aptos a se desenvolverem e aumentarem? Para vos darmos explicação completa a este respeito, teríamos de entrar em minúcias sobre a natureza dos fluídos, e isso ainda não é oportuno. Mas, por que haveis de achar impossível que os fluidos, reunidos pela ação da poderosa vontade do Cristo, tenham seguido marcha progressiva de aparente dilatação aos olhos humanos? Um Espírito, ainda que inferior, um Espírito da ordem dos vossos, pode (e não o ignorais), com o seu perispírito, que constitui sua vida e sua individualidade, afetar, revestir, a qualquer instante, todas as aparências, todas as formas, MESMO TANGÍVEIS, sob a condição  – única –  de lhe ser dado tomar de empréstimo os fluidos animalizados, necessários à produção do efeito desejado. Um Espírito Superior, que tem o poder de assimilar os fluidos animalizados ambientes, espalhados na atmosfera, NÃO PRECISA DE SEMELHANTE EMPRÉSTIMO. Como pretender que um Espírito Superior, descendo das regiões mais elevadas até vós, mediante a assimilação do seu perispírito às regiões que tenha de percorrer, não possa – à vontade – figurar as fases do desenvolvimento de um ser humano, pela assimilação dos fluidos ambientes, que servem à formação dos vossos seres, e pela dilatação aparente dos fluidos do seu perispírito, ASSIM ADAPTADO E TORNADO TANGÍVEL? A vontade potente de Jesus, Espírito Perfeito, Espírito integrado na Divindade do Pai, reuniu em torno de si os materiais necessários à execução da obra e nas condições precisas a que a obra se executasse. Já explicamos que Jesus constituiu um perispírito de longa tangibilidade, humanizado com o auxílio dos fluidos ambientes que servem à formação dos seres terrestres, E QUE ELE, À SUA VONTADE, DEIXAVA E RETOMAVA. Ora, com esse perispírito, possível lhe era revestir, aos olhos dos homens, quando bem lhe aprouvesse as aparências da infância, da adolescência e da idade viril da vossa humanidade, e figurar a marcha progressiva, com as fases do desenvolvimento de uma criatura humana. Dissemos e repetimos: Jesus crescia aos olhos dos homens, MAS, AOS OLHOS DE DEUS, ERA SEMPRE O MESMO, ISTO É, ESPÍRITO, ESPÍRITO DEVOTADO, DESEMPENHANDO SUA MISSÃO.

P – Qual o sentido destas palavras do versículo 51: “Maria guardava todas essas palavras no seu coração”?

R – Tais palavras significam que, no pensamento e na inteligência da Virgem, cada vez mais penetrava e se confirmava a mensagem do Anjo sobre a missão do Cristo. Para ela, como para José, a época até então mais frisante fora a daquela separação por três dias, nas circunstancias em que se verificou, abrindo ensejo ao aparecimento de Jesus entre os doutores, no templo, onde lhe deu a resposta que a preparou para compreender que SUA TUTELA NÃO ERA NECESSÁRIA. Essa resposta, esclarecendo-os mais e despertando, nela e em José, a lembrança da origem do “menino”, origem que ambos tinham por “divina” e “milagrosa”, os preparou também para compreenderem o caráter e o fim da missão de Jesus, o Cristo de Deus.
GN, 03/04/1970

SEXTA-FEIRA, 29/06/2012

A VIDA DE JESUS – VII


P – Visto que Maria e José nenhum perigo deviam recear para seu “filho”,  pois o Anjo lhes anunciara ser ele “O FILHO DE DEUS”, como se explica a ansiedade de ambos,  quando perceberam que Jesus não regressara com eles de Jerusalém?

R – Já vos dissemos que José e Maria, revestidos da carne, estavam necessariamente sujeitos à imperfeição das faculdades humanas;  que Jesus, aos olhos deles, vivia uma vida comum,  no sentido de que seus atos exteriores não apresentavam nenhum cunho de singularidade, relativamente aos homens, e nada lhe caracterizava a origem extra-humana;  que o impacto produzido pela revelação e pelos fatos que se lhe seguiram, até ao regresso do Egito, se havia apagado, pouco a pouco;  que tudo o que é de carne é, inevitavelmente, obtuso; que se a vida de Jesus não causava espanto à Virgem, quando pensava na origem do “filho”, é que sua inteligência se encontrava, amiúde, turbada a esse respeito. É preciso não esquecer que Jesus, aos olhos de Maria e de José, tinha, como eles, um corpo carnal e uma vida frágil. Lembrai-vos de que o Anjo dissera a José que levasse o “menino” para o Egito, a fim de salva-lo da fúria de Herodes. Ora, a lembrança dessa revelação e desses fatos lhes acudiu quando o “menino” estava perdido, pois não voltara com ambos de Jerusalém. Que há de surpreendente em que, recordando-se da revelação e dos fatos, os dois ficassem, por isso mesmo, inquietos? A fuga para o Egito, aos olhos de Maria e de José, como aos olhos de todos, teve por fim A PRESERVAÇÃO DA VIDA DO MENINO JESUS. Na realidade, porém, considerando a utilidade, as condições e o desempenho da missão terrena do Cristo, e principalmente os frutos que devia produzir, aquela fuga não teve por fim, segundo os desígnios do Senhor, preservar a vida do “menino” (de outros meios dispunha Deus para consegui-lo, se o tivesse desejado), mas sim afastá-lo para o tornar conhecido. Jesus não devia aparecer senão em certas épocas, antes de começar PUBLICAMENTE SUA MISSÃO. A experiência humana deve bastar, para vos fazer concluir que, SE ELE ESTIVESSE CONTINUAMENTE EXPOSTO À VISTA DE TODOS, AS ATENÇÕES SE TERIAM ESGOTADO, E A CONSEQÜÊNCIA SERIA (AO CHEGAR O TEMPO DETERMINADO) NÃO CONSEGUIR ATUAR TANTO SOBRE AS INTELIGÊNCIAS. Assim se explica o “mistério” dos “ignorados” dezoito anos da vida de Jesus (da aparição no templo, entre os doutores,  até ao início do seu divino apostolado). Acabamos de vos dizer: “A fuga para o Egito não teve por fim preservar a vida do “menino”, pois de outros meios dispunha Deus para consegui-lo, se o tivesse desejado”. Nós falamos assim com relação aos homens, ao aspecto sob o qual encaram os fatos. Nenhum ato humano (vós o sabeis pela revelação que fizemos da origem do Cristo), podia atentar contra a sua aparente “vida humana”, dada a natureza perispiritual do seu corpo. E os fatos (entendei-o bem e nunca o percais de vista) nós o consideramos sempre com relação aos homens e lhes apropriamos à vossa linguagem.
GN, 02/04/1970

QUINTA-FEIRA, 28/06/2012

A VIDA DE JESUS – VI


P – Consideramos a Unificação das Revelações de Jesus A COISA MAIS IMPORTANTE DA NOSSA VIDA. É a grande devolução: AO CRISTO O QUE É DO CRISTO! Como devemos entender o que se segue à primeira referência de Jesus à sua divina missão?

R – Cumpria-lhe proferir aquelas palavras, que teriam de repercutir no futuro. Já vos foi revelado que Jesus, no templo, estava sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os, e que todos aqueles que o escutavam FICARAM SURPRESOS DA SABEDORIA DAS SUAS RESPOSTAS. Naquela idade de doze anos, que Jesus aparentava quando se mostrou no templo, os meninos se aplicavam à leitura, se informavam da tradição, se preparavam para estudar os comentários dos doutores, e por isso apresentavam suas dúvidas aos preceptores. Não é exato que nunca discutissem com os doutores. Dava-se o fato: o menino era provocado para uma discussão pública sempre que, relevando grande aptidão, podia fazer honra ao professor. Isso tinha de se dar – e se deu – com Jesus. Por ser estrangeiro em Jerusalém, e não estar sob a direção de nenhum “mestre”, nem por isso tomou ele assento, entre os doutores, como um desconhecido. Já dissemos que o irmão de José e o próprio José o haviam apresentado como descendente de David, segundo a linha da parentela ou descendência da tribo. Assim é que ele foi admitido a falar no templo. A princípio, teve de responder aos doutores, que eram levados a interrogá-lo; depois, sentando-se, entrou a discutir, dando-lhes, por sua vez, a lição. Não acontece a vós, que não prestais atenção ao que dizem as crianças, ouvir atentamente as que vos parecem denotar uma inteligência e um adiantamento desproporcionados à idade que contam? Como pretenderieis que, surpresos, maravilhados ante as primeiras respostas de Jesus às perguntas que lhe dirigiram, e ante as primeiras questões que ele propusera, não o impelissem a falar aqueles mesmos com quem viera discutir? Os doutores sabiam-no “descendente de David”, mas (e não é difícil, para vós, observar este ponto), quanto à sua identidade com o menino anunciado pelos magos, impossível lhes seria verificá-la (ainda que tivessem pensado nisso), porque ignoravam em que família da tribo ele nascera e, com respeito ao Messias, estavam completamente tranqüilos, graças ao morticínio das crianças, ordenado por Herodes. Depois da discussão pública no templo, depois que José e Maria ali o encontraram, depois de dar à Virgem a resposta que foi a primeira referência ao seu divino apostolado, Jesus partiu com eles e voltou para Nazaré. Aí permaneceu com Maria até à época em que, sob a aparência de um homem de trinta anos, começou a desempenhar sua missão publicamente, as margens do Jordão. José “morreu”, algum tempo depois desse regresso. Mas que fez Jesus, durante o período de dezoito anos decorridos desde que regressou a Nazaré até à época da sua vida pública? Sua aparente “vida humana” transcorreu dividida entre o labor manual e a prática do amor, isto é, da permanente caridade para com todos que o cercavam. Passava por viver retirado e buscar a solidão. Cumpria todos os deveres ostensivos da humanidade, do ponto de vista da família e das relações com os pais e os vizinhos, submisso à Lei do Trabalho, que ele viria fazer com que fosse considerada a maior e a mais justa das leis, adotada por homens que, como vós, se revoltavam contra o seu “jugo”. Tendo vindo para pregar pelo exemplo, Jesus SEMPRE DEU O EXEMPLO. Mas, é preciso repetir, sua vida exterior não era íntima e vulgar como a vossa, e o gosto que parecia ter pela solidão o isentava de todas e quaisquer exigências da vida comum. A Virgem compreendia e animava esse gosto, por isso que, sob a influência dos Espíritos seus protetores, ela tendia sempre a ajudar aquele modo de viver do “filho”. Durante o tempo que não consagrava à prática da Lei do Trabalho, à prática do amor e da caridade, ao cumprimento de todos os deveres comuns da humanidade, Jesus “se ausentava”, parecendo à Virgem (e aos homens em geral) que repartia assim o tempo entre os deveres humanos e a prece, sem que jamais o tivessem visto fazer qualquer refeição, tomar qualquer alimento, seja em casa com a família, seja em qualquer outro lugar. O que a esse respeito vos dissemos, relativamente ao período que decorreu desde o seu “nascimento”, em Belém, até apresentar a idade de doze anos, se aplica ao período posterior, que vai do seu aparecimento no templo até ao começo da sua missão, sob a aparência de um homem de trinta anos. Jesus viu tudo o que era preciso ver, nesses dezoito anos. E sua “mãe” se habituara a essa existência, como já vos foi descrito e explicado. Ele se ausentava, isto é, desaparecia, quando o julgavam em retiro, e voltava às regiões superiores, onde pairava e paira ainda, nas alturas dos esplendores celestes, como ESPÍRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA.
GN, 01/04/1970

 QUARTA-FEIRA, 27/06/2012

A VIDA DE JESUS – V


P – Somos gratos ao Centro Espiritual Universalista (CEU) da LBV pelos esclarecimentos preciosos sobre a vida do “menino” Jesus. Que aconteceu com ele em Jerusalém? E na volta?

R – Os que lhe ignoram a origem espiritual e a natureza do corpo – não “fantástico e absurdo”, conforme a expressão dos doutores presunçosos – mas perispirítico, dizem: – “Que fez Jesus durante os três dias? Se aquele menino de doze anos não andou vagando sozinho na escuridão da noite, quem o recolheu?” Perguntas naturais, partindo dos que consideram Jesus um homem como vós outros. Entretanto, os que estudam as línguas e, por consequência, os costumes orientais, poderiam dar testemunho de que era frequente ver, sob àqueles céus, homens, mulheres e crianças passando a noite ao relento, envoltos nas suas capas. Em face do conhecimento que vos demos da origem do Cristo, do seu corpo fluídico inacessível a todas as contingências da matéria, podeis compreender que o “menino” não se atormentou por uma pousada, não teve de se afadigar em busca de um albergue. Os que propõem tais questões deviam propô-las com humildade, com o sentimento da sua ignorância, com o desejo sincero de se esclarecerem, jamais com a incredulidade insolente, negando as manifestações espirituais e as REVELAÇÕES PROGRESSIVAS, que trazem aos homens os segredos do além, a ciência das relações do mundo visível com o MUNDO INVISÍVEL, a Luz e a Verdade, as vias e meios da evolução moral e intelectual – pelo saber, pela caridade e pelo amor. Eis o que aconteceu com o “menino” nos seus três dias em Jerusalém: ao abrir-se o templo, ele entrava com a multidão e com a multidão saía, quando o templo se fechava. Uma vez fora, e longe dos olhares humanos, desaparecia, despojando-se do seu invólucro fluídico e das vestes que o cobriam, as quais, confiadas à guarda dos Espíritos prepostos a essa missão, eram transportadas para longe da vista e do alcance dos homens. Voltava para as regiões superiores, onde pairava e ainda paira, nas alturas dos esplendores celestes, COMO ESPÍRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA. Ao reabrir-se o templo, reaparecia entre os homens, retomando o perispírito tangível e suas vestes, que o faziam passar por criatura humana, como outra qualquer. Quanto à resposta que deu à Virgem Maria, nem ela nem José a compreenderam, porque ambos, no momento, supuseram que ele se referia ao segundo como pai, e não ao Pai Celestial, cujo reinado viera preparar no vosso mundo. Os que acham perfeitamente claro o sentido destas palavras, tais como se encontram no Evangelho: “Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu pai?”, e entendem que devia ser claro, também, para Maria e José, uma vez que o Anjo lhes anunciara ser Jesus “Filho de Deus” – esses esquecem que em José e Maria, revestidos da carne, imperava a imperfeição das faculdades humanas. Desde o “nascimento” – já o dissemos – Jesus vivia, aos olhos de seus “pais”, uma vida ordinária, no sentido de que seus atos exteriores não apresentavam nenhum cunho de singularidade, relativamente aos homens, nada havendo neles que lhe caracterizasse a origem extra-humana. A impressão produzida pela revelação e pelos fatos que se lhe seguiram, até ao regresso do Egito, se havia apagado, pouco a pouco. A palavra pai, referida a José, foi o único ponto que, no momento, os impressionou, sem que, entretanto, o houvessem compreendido. TUDO O QUE É DE CARNE É OBTUSO. Se a existência de Jesus não causava espanto à Virgem Maria (nem a José), é que, quando ela pensava na origem do “filho”, a inteligência se lhe toldava, com tanto mais razão quanto era necessário que a natureza do “menino”, tal como a revelação o anunciara, não fosse ainda conhecida. Não vos admireis que Maria e José tenham referido ao último, como o pai, a resposta de Jesus, nem de que Maria, dirigindo-se a este, se exprimisse desta forma: – “Meu filho, aqui estamos eu e teu pai, que aflitos te procurávamos”. Não só a Virgem se acreditava mãe de Jesus, por encarnação humana, e ao mesmo tempo divina e milagrosa, como também Jesus lhe chamava mãe. E, devendo José passar, perante os homens, por ser o pai de Jesus, este até então lhe chamava pai. Não viste que – quando José pretendeu repudiar Maria – o Anjo lhe disse que a tomasse por esposa, sem lhe denunciar a gravidez? Ele, portanto, estava ciente de que devia passar por ser o pai do menino. E, com efeito, do momento em que – apesar do estado de gravidez, embora esta fosse aparente – a mulher foi aceita, José se reconheceu o pai do nascituro. Ele ignorava quanto tempo esse “erro” devia durar. Repetimos: no trato com José, Jesus lhe dava o título de pai, o que dirigiu para ele o pensamento de Maria, ao ouvir a resposta do “filho”: – “Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu pai?” Esta resposta do Cristo foi à primeira referência feita à missão que vinha desempenhar na Terra.
GN, 30/03/1970


 TERÇA -FEIRA, 26/06/2012

A VIDA DE JESUS – IV


P – Concordamos com a diretriz fundamental do CEU da LBV: não se aceitam ensinamentos de homens, por mais iluminados que sejam ou se julguem. Do contrário, seria impossível unificar as Quatro Revelações de Jesus! Como o Espírito da Verdade explica às ausências, os jejuns, a aparição do menino Jesus no templo e o espanto de seus pais?

R – Para os hebreus, a abstinência e o jejum completo, durante um ou muitos dias, nada tinham de espantoso. Os mais zelosos praticavam essa abstinência e esse jejum completo, às vezes, por três dias. Ora, pesquise cada um de vós as suas reminiscências e achará, dentro ou fora da família, exemplo do que pode fazer a criatura humana ainda em vossos dias, nos quais a alimentação complicada e a frouxidão dos costumes amesquinharam as faculdades vitais. Por que havia de ser isso impossível a homens vigorosos, sóbrios, rijos, desde tenra idade habituados à abstinência e ao jejum? Lembrai-vos não só dos costumes antigos dos hebreus, mas também, dos árabes. Tendo em vista a origem espiritual de Jesus, a natureza fluídica do seu corpo, os fatos e circunstâncias relativos ao que a linguagem humana designa por “infância do filho de José e Maria” – vamos explicar o aparecimento do menino entre os doutores, no templo, durante os três dias que passou em Jerusalém. Jesus foi apresentado, no templo, pelo irmão de José e pelo próprio José, como um dos descendentes de David, segundo a linha da sua parentela e a descendência da sua tribo. Decorridos os dias da festa da Páscoa, José e Maria regressaram, mas Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles o percebessem, supondo-o na multidão com alguns dos companheiros de viagem. Caminharam um dia,  procurando-o entre os parentes e conhecidos; não o encontrando, voltaram a Jerusalém. Será lícito tachar de incrível ou de “inverossimilhança moral” o fato de haverem Maria e José (que chegaram à cidade quando regurgitava de estrangeiros) perdido de vista Jesus, que aos seus olhos era um menino de doze anos, e o de terem (quando já de regresso) caminhado um dia inteiro, sem perceberem que o menino não ia com eles? Só mesmo a temeridade da ignorância se pode atribuir semelhante pecha de “inverossimilhança moral”. Jesus, já o dissemos, se afizera, desde muitos anos, a uma existência isenta dos vossos hábitos e relações. Acostumados à sua vida contemplativa (e um tanto selvagem, relativamente aos homens), seus pais não exerciam sobre ele a vigilância que exerceis sobre os vossos filhos. Qual a causa da solicitude dos pais para com os filhos? A fraqueza, a inconsequência, a ignorância desses pequenos seres que lhe foram confiados. Mas, se admitirdes que reconheçam nos filhos – juízo, razão, faculdades incomuns, desenvolvimento moral e espiritual, que os ponham a salvo dos perigos da idade infantil, achareis natural que os pais se abstenham de uma vigilância inútil e, além disso, fatigante, para as crianças que são objeto dela. José e Maria pensaram, como dissemos, que Jesus estivesse com outras pessoas (com algum de seus parentes ou conhecidos) e, como fossem inúmeros os viajantes e caminhassem através de campos (porque, de certo, não vos vem à idéia que trilhassem uma estrada larga, traçada e aberta como as vossas), não tomaram o incômodo de levar suas pesquisas além dos limites que alcançavam com a vista. Só depois de terem perguntado a uns e a outros por Jesus, certificando-se de que ninguém o vira, é que resolveram procura-lo. Ao fim do dia, eles ganharam a certeza de que pessoa alguma o tinha visto. Durante a caminhada, pelo dia todo, nenhuma parada haviam feito para se alimentarem. Para a maioria dos viajantes, e nesse número estavam Maria e José, os frutos das sebes das árvores eram os alimentos principais, no curso da viagem. Tendo voltado a Jerusalém, encontraram Jesus no templo, sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Ao dar com ele, Maria não lhe perguntou: – “Meu filho, como viveste sozinho numa cidade onde és estrangeiro e desconhecido? – Quem te recebeu à sua mesa, para te alimentar? Onde te abrigaste, para refazer tuas forças pelo repouso e pelo sono?” Nada disso lhe perguntou. Manifestou apenas a inquietação que lhe causara, assim como a José, a ausência do filho que, sem o saberem (é claro), se deixara ficar em Jerusalém, quando – na companhia de ambos – devia regressar a Nazaré. Se Maria não perguntou a Jesus o que dele fora feito, naqueles três dias, não foi por saber que “seu filho” não era formado de matéria igual à dela, mas porque sabia que sua existência se distanciava muito dos hábitos e necessidades da infância. A experiência própria lhe demonstrara isso: ela o tinha visto praticar a abstinência ou jejum completo por um ou muitos dias, quando permanecia no seio da família, ausentar-se às vezes, também, por um ou muitos dias, sem que nessa alternativa (de estada em casa ou de ausência) houvesse qualquer coisa de regular e periódico.
GN, 29/03/1970




 SEGUNDA-FEIRA, 25/06/2012

A VIDA DE JESUS - III


P – Só mesmo o Espírito da Verdade nos pode revelar tantas maravilhas da vida do Mestre! Poderia dizer como se processou a criação do “menino” Jesus?

R – Como é natural, Jesus se criou como todos os meninos precoces da sua idade, tendo falado e andado muito mais cedo que as outras crianças, revelando aos olhos dos homens, como aos de Maria e de José, precocidade excepcional. Antes de chegada a época de cessar a amamentação ordinária, começou ele a ir para os campos, sozinho ou com os outros meninos. Mas, depois, passou a andar sempre sozinho, a separar-se das demais crianças, a se afastar de suas vistas, sem jamais pedir de comer ao voltar para casa. Acreditavam todos que se alimentara, como o faziam seus infantis companheiros, de frutos ou de mel silvestre. E, sendo a atenção da Virgem Maria desviada, para que não se preocupasse com os cuidados maternos, ninguém cogitava de “alimentar” o menino de modo diferente. Sem compreender o motivo, Maria não era a mãe humana que prevê todas as necessidades do filho e as previne. Ela sentia, instintivamente, que o seu não precisava dessa vigilância. Junto dele, cumpria muito pouco dos deveres que a maternidade impõe às mulheres. Não se conclua daí que fosse “mãe indiferente”. Isso quer dizer, apenas, que – guiada pelos Espíritos seus protetores e amigos – se abstinha de cuidados e atenções inúteis. Diante disso, podeis concluir que, ainda muito pequenino, Jesus – com a liberdade que os costumes dos pais lhe permitiam – estava sempre ausente da casa paterna. Por vezes, desaparecia no momento mesmo em que Maria preparava o repasto e deixava passar a hora da refeição. Quando José e Maria o procuravam, ou esperavam, ele dizia: “Não tendes por que vos inquietar e me procurar”. As solicitações, que lhe dirigiam, para com eles tomar parte na refeição, respondia: “Não tenho necessidade de coisa alguma”. Dessa resposta nascia a crença de que o “menino” se alimentava de frutos e mel silvestre. Assim principiou Jesus a se ausentar, desde que, de acordo com os costumes e usos do país, isso se tornou possível a um menino como ele, de precocidade muito superior à de todos os outros. E suas ausências se foram fazendo, pouco a pouco e sucessivamente, mais e mais longas, a fim de a elas habituar seus “pais”, para que estes não se preocupassem com a sua “alimentação humana”. Já o dissemos e repetimos: os Espíritos protetores de Maria a predispunham a estar de acordo com os desígnios de Jesus. A Virgem sentia, como José, também colocado sob as mesmas influências, que o “menino” tinha aspirações e tendências diversas das de todos aqueles que o cercavam, sem por isso admitirem que ele não fosse o que parecia ser. Aos olhos dos homens, os atos exteriores de Jesus não apresentavam nenhum cunho de singularidade. Gostava da solidão e seus hábitos eram tidos como “quase selvagens”, visto não conviver com os meninos de sua idade. Aos olhos dos pais, sua alimentação era frugal. Como não o vissem definhar, estavam certos de que lhe aprazia viver de frutos e mel silvestre, a exemplo do que faziam muitos pastores. Julgavam que ele podia viver assim; que as raras ocasiões que tinha, de se alimentar desse modo, lhe bastariam. Notai que não vos dizemos que ele se alimentava dessa maneira: dizemos, unicamente, que seus pais acreditavam que assim fosse. Notai, igualmente, que – falando das refeições de Maria supunha serem tomadas pelo “filho” – não vos dissemos que essas refeições fossem regradas como as vossas, porque as ausências de Jesus não eram regulares e periódicas. Maria não estranhava essa forma de viver, porque se lembrava da origem do filho, tida por ela e por José, como origem milagrosa. De tal modo impressionados de achavam seus corações, tão viva fé os animava, tal elevação moral dos dois, que em ambos tinham grande e fácil acesso às inspirações dos Espíritos Superiores, quando lhes “sugeriam” o pensamento e a resolução de não se preocuparem com aquele gênero de vida. Desde alguns anos antes de sua ida a Jerusalém, e do seu aparecimento no templo entre os doutores, Jesus, não raro, se ausentava por um ou muitos dias. Sempre que isso se dava, ele dizia: “Vou orar”, isto é, vou falar com meu Pai Celestial. As vezes, passava alguns dias com a família, sem participar das refeições, porque nele o corpo – dada a sua natureza perispirítica, sob a aparente corporeidade humana – ERA INACESSÍVEL A TODA E QUALQUER ALIMENTAÇÃO  MATERIAL.
GN, 27/03/1970

DOMINGO, 24/06/2012

A VIDA DE JESUS – II

P – Compreendemos, hoje, que realmente “a letra mata, o espírito vivifica”. Sem o véu da letra, é completamente outra a explicação do Evangelho! O Espírito da Verdade poderia dar novos ensinamentos sobre a “vida humana” de Jesus?

 R – Jesus tinha de ser, aos olhos dos homens, primeiro – um homem tal como vós, revestido da libré material, exatamente como os profetas da lei antiga; depois – cumprida sua missão terrena, UM DEUS MILAGROSAMENTE ENCARNADO, em consequência da divulgação do que o Anjo segredara a José e Maria (revelação que se mantivera até então secreta), e em consequência também das interpretações humanas dadas a essa revelação, as quais prepararam o reinado da letra, transitoriamente necessário, como condição e meio de progresso; finalmente – um homem como qualquer um de vós quanto ao invólucro corporal e, ao mesmo tempo, quanto ao Espírito, um Deus: portanto, um Homem-Deus. Sendo a todos vós revelada, neste momento, a origem espiritual de Jesus (que se conservou oculta até hoje), também terá de ser conhecido tudo o que se manteve secreto. Trazemos, por isso, a missão de vos dizer qual foi a aparente vida humana de Jesus, desde o instante da sua aparição no vosso planeta (chamada, na linguagem humana, “seu nascimento”), até a época em que surgiu no templo entre os doutores; o que foi feito dele durante os três dias que passou em Jerusalém, tendo a aparência de um menino de doze anos; qual a sua vida aparente desde essa época até quando, às margens do Jordão, entrou em missão publicamente, aparentando ser um homem de trinta anos. Tudo, na “vida humana” de Jesus, foi apenas aparente, mas se passou em condições tais que, para os homens, houve ilusão, assim como para José e Maria, devendo todos acreditar na sua “humanidade”, quando ele tão somente revestia um perispírito tangível e, como tal, INACESSÍVEL ÀS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS DA VOSSA EXISTÊNCIA MATERIAL. Quando Maria (sendo Jesus pequenino, na aparência) lhe dava o seio, o leite era desviado pelos Espíritos Superiores que o cercavam, de um modo bem simples: em vez de ser “sorvido” pelo menino, que dele não precisava, era restituído à massa do sangue por uma ação fluídica, exercida sobre a Virgem, inconsciente dela. Não vos espanteis de que o leite fosse assim restituído à massa do sangue. Não admitis que o químico possa, pela síntese, compor e, pela análise, decompor, à sua vontade, um líquido qualquer, restituindo a cada parte heterogênea a natureza que lhe é própria? Então podeis admitir, também, que a ação fluídica dos espíritos Superiores – que conhecem todos os segredos da vossa organização e da vossa vida humana – possa decompor assim o leite formado e restituir cada uma de suas partes componentes à fonte de origem. Que os incrédulos, ou materialistas, encolham desdenhosamente os ombros: nem por isso os FATOS serão menos reais. E a experiência já adquirida, por efeito dos trabalhos de síntese e análise, executados pela química sobre a matéria, não basta para vos explicar o fato (que se tornará evidente pela experiência, que em breve tereis) da PROPRIEDADE DOS FLUIDOS? Se um magnetizador, no interesse de uma doente, quiser deter a circulação e a emissão do leite, este não deixará de circular e de sair? Como podereis, então, pretender que a nossa influência sobre vós seja menor que a influência que vós mesmos exerceis, uns sobre os outros? Não estranheis, ainda, que Maria tivesse leite, só porque não sofrera a maternidade e era Virgem. A maternidade não é uma condição absoluta para que se produza o leite, que não passa de uma decomposição do sangue, determinável por diversas causas. Neste particular, há exemplos frequentes, não só entre as mulheres, mas também entre animais. A virgindade nada influi em tais casos. Não vos detenhais neste ponto: são fatos conhecidos. Em Maria, a decomposição se operou porque o sangue, por efeito do magnetismo espiritual e de uma ação fluídica, foi lactificado. Depois, por ocasião da amamentação aparente, o leite que se formara, a seu turno, era decomposto e cada uma de suas partes restituída à massa do sangue. A amamentação da infância não era, então, o que é hoje: a mãe amamentava o filho por todo o tempo em que o leite se formava nela. Daí vem que isso se prolongava até contar a criança dois ou três anos, idade em que já vivia a correr, sobretudo naqueles climas. Lembrai-vos de que os homens daquela época e, principalmente, daqueles países, tinham costumes diferentes dos vossos: lá, a vida se passava tanto fora como no interior das habitações; as crianças, logo que sabiam equilibrar-se, iam correr aos bandos, onde bem lhes agradava; ou se isolavam, segundo seus gostos e caracteres. Durante tais ausências, comiam frutos ou mel silvestres, não constituindo mais o leite a alimentação exclusiva. A amamentação se adaptava às condições da natureza, e cessava quando o menino sabia, mais ou menos, prover a necessidade do seu sustento. Haveis de compreender que, nesse período do aparecimento de Jesus, diante da natureza perispirítica da sua aparente corporeidade humana, tudo se havia de realizar nas mais fáceis condições; tudo tinha de concorrer para o fim visado, e concorreu; aconteceu, exatamente, o que tinha de acontecer.

GN, 26/03/1970

SÁBADO, 23/06/2012

A VIDA DE JESUS - I 



P – Nosso Posto Familiar ganhou nova luz com a Doutrina do Novo Mandamento. Chegou na hora certa o Centro Espiritual Universalista da LBV! Como interpreta o CEU os versículos 41 a 52, Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Vamos ler com atenção:

“41 – Seus pais iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. 42 – Quando ele tinha a idade de onze anos, foram até lá, como costumavam, no tempo da festa. 43 – Passados os dias desta, regressaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles dessem por isso. 44 – Pensando que o menino estivesse entre aqueles que os acompanhavam, caminharam durante um dia, e o procuraram no meio dos parentes e conhecidos. 45 – Não o achando, voltaram a Jerusalém, para procurá-lo aí. 46 – Três dias depois, no templo, o encontraram sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47 – Todos os que o ouviam ficavam surpreendidos da sabedoria das suas respostas. 48 – Vendo-o, seus pais se encheram de espanto e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que procedeste assim conosco? Aqui estamos, eu e teu pai, que aflitos te procurávamos!” 49 – Jesus lhes disse: “Por que me procuráveis? Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu Pai?” 50 – José e Maria, porém, não compreenderam o que ele dizia. 51 – Em seguida, Jesus partiu com ambos e veio para Nazaré; e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração. 52 – E Jesus crescia em idade, em sabedoria e graça diante de Deus e diante dos homens”.

Os fatos falam por si mesmos. Era preciso que Jesus ficasse em Jerusalém. Sua existência tinha de se dividir em três fases distintas, que podeis apreciar: o “nascimento”, comportando – pelos fatos e circunstâncias que o precedem, acompanham e seguem, até ao aparecimento no templo entre os doutores – as promessas de redenção, segundo à interpretação dada às profecias da lei antiga; o aparecimento no templo, preparando para a época mais conveniente, a afirmação da sua existência, principiando a era do progresso pela sua presença entre os doutores, sob a aparência de um menino de doze anos, no dia da solenidade da Páscoa, quando em Jerusalém se aglomeravam as multidões, vindas de toda parte; a pregação, abrindo o caminho por onde os homens tinham e têm de seguir. Era necessário – dos pontos de vista do passado, do presente e do futuro – que a vida de Jesus assim se dividisse. Era preciso que ele ficasse em Jerusalém, para assinalar a segunda fase dessa existência. Por isso dissemos: os fatos falam por si mesmos. Aqueles que nada sabem e confessam nada saber da infância de Jesus, acastelados numa presunçosa ignorância, tacham de “inverossimilhança moral” esses fatos, cuja razão e cujo fim – na grande obra preparatória da redenção humana – não compreendem nem conseguem explicar. Ninguém ainda perscrutara a vida privada (e ignorada) de Jesus. E aqueles que, buscando humanizar-lhe todos os atos, tentaram esquadrinha-la, não explicaram como podia ele, tão exposto aos olhares públicos, subtrair-se a esses olhares. Também NÃO explicaram porque, da sua vida humana, somente alguns fatos se tenham perpetuado, e assim mesmo porque os Evangelistas (médiuns historiadores) os registraram, cada um no quadro que lhe coube na narrativa, apropriada (sob a influência mediúnica) aos tempos e às inteligências, isto é, servindo ao presente e preparando o futuro. Falando-se de Jesus na época em que apareceu no templo, entre os doutores, e desde o seu “nascimento”, foi-vos dito: “E o menino crescia em idade, em sabedoria e graça diante de Deus e diante dos homens”. Ora, estas palavras refletem as impressões e apreciações humanas. Jesus crescia aos olhos dos homens, mas aos olhos de Deus era sempre o mesmo: Espírito, Espírito devotado, cumprindo sua missão. Sabeis, mas devemos repetir: ante o estado das inteligências e necessidades da época – e com o fim de preparar o advento da Terceira Revelação – a origem do “menino” ainda (e por muito tempo mais) não devia ser conhecida. Não o devia ser senão por meios de nova Revelação em nome do Senhor, através do Espírito da Verdade, uma vez que chegaram OS TEMPOS PREDITOS.
GN,25/03/1970

 SEXTA-FEIRA, 22/06/2012


REGRESSO DO EGITO

P – Hoje, todos sentem a beleza da Segunda Revelação, explicada sem nenhum sectarismo religioso. Só assim o mundo contemporâneo pode entender o Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento. Como o CEU, da LBV, interpreta os versículos 19 a 23, Capitulo Segundo, do Evangelho de Mateus?

R – Fala o Espírito da Verdade. Vamos à passagem solicitada:

“19 – Morto Herodes, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20 – e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel, pois estão mortos os que queriam matar o menino Jesus”.  21 – José  se levantou,  tomou o menino e sua mãe, e voltou para a terra de Israel. 22 –  Mas, ouvindo dizer que na Judéia reinava Arquelau,  em lugar de seu pai Herodes, t eve receio de ir para lá. Avisado em sonho, dirigiu-se para as bandas da Galiléia,  23 – e foi residir numa cidade chamada Nazaré,  a fim de se cumprir a predição do profeta: “Ele será chamado Nazareno”.
–  Obedecendo ao primeiro aviso do Anjo (ou Espírito), José intentava fixar residência em Jerusalém ou nos seus arredores; dele, porém, se apoderou o temor de chamar a atenção sobre o “menino”. Aconselhado, então, pelo Anjo, que lhe apareceu novamente em sonho, retirou-se para Nazaré, na Galiléia. Insistimos neste ponto, a fim de vos fazermos compreender que nada sucede senão pela vontade do Senhor, e também para verificardes que, para alcançar um objetivo humano, os meios humanos são sempre os empregados. O Senhor podia mandar José imediatamente para Nazaré, mas o Espírito humano não se deteria sobre este fato. Foi, portanto, em cumprimento de uma profecia que – depois de haver encaminhado José para um lugar distante da sua residência – Deus o desvia do caminho que tomara e o faz vir a Nazaré. É Deus quem inspira a José,  pai de Jesus aos olhos dos homens, temores pela sorte do “filho”.  Deus, sempre Deus, conduzindo pela mão aquele que abriria para a Humanidade perdida o caminho do céu.
GN, 24/03/1970
  

QUINTA-FEIRA, 21/06/2012

OS MAGOS – III


P – Disse o Espírito da Verdade: “Os magos tinham mais curiosidade de verificar um fato duvidoso do que plena confiança nas palavras do Anjo”. Quais o sentido e o alcance dessa afirmativa?

R – Os magos acreditavam na existência e na comunicação dos Espíritos e com estes se comunicavam, pelos processos mediúnicos; os ensinos dos Espíritos, porém, eram proporcionados ao desenvolvimento das inteligências e necessidades da época. Claro que, então, como agora, existiam as mediunidades. A cada um elas eram deferidas, ou de acordo com a sua organização, ou de acordo com o grau alcançado de adiantamento, de estudo e experimentação. Tinham conhecimento do magnetismo e do sonambulismo; do desprendimento da alma no estado sonambúlico e durante o sono; da faculdade, que a alma possui, de – nesse estado de desprendimento – comunicar-se com os Espíritos, quer sob a influência magnética, quer em sonho, durante o sono. Tendo sido, enquanto dormiam, avisados do “nascimento” de Jesus, a lembrança que, ao despertarem, guardavam do aviso, os deixou em dúvida: fora um sonho, isto é, uma revelação espiritual de fatos que lhes eram preditos, e que haviam de ocorrer, ou uma visão falsa, uma alucinação? Só depois que deram com a “estrela”, e que a viram pôr-se a caminho, a dúvida se lhes dissipou e, guiados por ela, foram a Jerusalém, onde ela parou. A dúvida ainda os empolgava, no momento em que a resposta dos príncipes dos sacerdotes, dos escribas, ou doutores do povo, lhes indicou Belém como o lugar onde estaria o Cristo de Deus, o chefe a quem caberia guiar o povo de Israel. Por isso mesmo, foram tomados de extremo júbilo quando, depois de receberem as ordens de Herodes, viram de novo aparecer a “estrela” e notarem que se punha outra vez em marcha, para guia-los. A fé se lhes tornou, porém, completa quando, detendo-se a “estrela” sobre a casa, aí entraram encontrando o “menino” com Maria. Então, prosternando-se, o adoraram, nele reconhecendo o Filho de Deus, que descera à Terra para regenerar a raça humana. E abrindo os tesouros que traziam, lhe ofereceram, por presentes, ouro, incenso e mirra.

P – Em face do trecho: “Tudo na imensidade está submetido à Lei da Harmonia Universal; portanto, uma estrela (o que vale dizer – um mundo) não se afastaria do centro de gravitação, que lhe fora imposto, para vagamundear pelo espaço, como lanterna em mãos de um Guia” – quais são os elementos, o fim e o destino do que se chama estrela cadente?

R – As estrelas cadentes não são mundos colocados num centro de gravitação, mas sim fluidos condensados e inflamados, procurando o ponto de atração a que devam reunir-se, para completarem suas combinações e formarem planetas. Mas isso sai do quadro do nosso trabalho e, portanto, não iremos mais longe. Apenas vos fazemos notar: primeiro, que – nas palavras que acabais de citar – falávamos dos mundos formados e que ocupam seu centro de gravitação; segundo, que estas palavras não estão em desacordo com o deslocamento que os planetas (como explicaremos mais tarde, quando falarmos da marcha ascensional do vosso) têm de realizar em suas peregrinações progressivas, porquanto os séculos, de acordo com as leis imutáveis da Natureza, podem fazer o que não seria possível, sem perturbação, no espaço mensurável de uma viagem humana; terceiro, que as estrelas cadentes, ou amálgamas de fluidos inflamados, em busca do centro a que se tenham de juntar, operam sua evolução com a rapidez do pensamento enquanto que a “estrela” dos magos se deslocou à frente deles, na marcha lenta ou regular de homens que viajam, praticando – como guia de seus passos – um ato inteligente.
GN, 21/03/1970

   QUARTA-FEIRA, 20/06/2012    

OS MAGOS – II


P – Causou profunda emoção, em nosso Posto Familiar, a revelação espiritual da “estrela” dos magos! Poderia ensinar-nos mais alguma coisa a respeito, o Espírito da Verdade?

R – Deveis compreender que o perispírito, sobretudo o de um Espírito Superior, pode tornar-se luminoso para olhos humanos, mediante a uma agregação, uma condensação dos fluídos e UMA TRANSFORMAÇÃO QUE LHES DÊ FORMA ESTELAR. O que os magos viram não era uma estrela: – tudo,  na imensidade,  está submetido à Lei da Harmonia Universal;  portanto, uma estrela (o que vale dizer – um mundo) não se afastaria do centro de gravitação que lhe fora imposto,  para vagamundear pelo espaço,  como lanterna em mãos de um Guia. Todo e qualquer efeito inteligente, vós o sabeis,  decorre de uma causa inteligente. Os magos eram guiados por um Espírito Superior,  encarregado de os levar a render homenagem ao Salvador da Humanidade. Esse Espírito se manifestou fluidicamente,  de modo luminoso, sob a forma de estrela,  tal como os magos o designaram. Ora, a estrela brilhava aos seus olhos, mas estes eram de carne. Não conheceis os efeitos da óptica? À distância em que se encontram, porventura,  podeis ver os mundos que vos circundam como realmente são? O afastamento, a luz a cintilar, sob o aspecto de estrela,  atravessando o ar ambiente que os envolvia, a forma e as dimensões tomadas não podiam bastar para iludir a homens que, embora sábios, relativamente ao tempo em que viviam, estavam muito longe de possuir os conhecimentos atuais e não dispunham de nenhum dos vossos instrumentos tão aperfeiçoados e que ainda terão de se aperfeiçoar muito mais?  Outros “Espíritos Fortes” pretenderam também,  ironicamente,  que “os magos só viajavam à noite, porque,  à luz do sol, não se vêem as estrelas”.  Não é exato: de preferência, viajavam durante o dia,  porque,  como vós, repousavam à noite,  reservando ao sono o tempo necessário. Acaso os sábios, que inventaram e empregam lunetas próprias a serem usadas de dia, ignoram que – em certas condições de irradiação – as estrelas podem ser vistas tão bem quando o sol brilha, como à noite? A esses poderíamos perguntar: – Seria impossível apropriar a vista dos magos de maneira a que pudessem perceber um pálido clarão, apesar da claridade do dia? Por prodígios tão extraordinários quanto este – e que admitis sem que, entretanto, os compreendais muito bem – os olhos humanos não são apropriados  a desempenhar as funções de microscópio? Ponhamos, porém, a questão nos seus verdadeiros termos: a “estrela” de que se trata não era, insistimos, um dos mundos que povoam o firmamento e sim, como acabamos de explicar, uma concentração de fluidos luminosos, sob o aspecto de estrela brilhante, cuja claridade se modificava de modo a poderem os magos (médiuns videntes) distinguir sua luz. Era efeito de óptica,  produzido para lhes fazer cintilar à vista como as estrelas em noite límpida, um clarão movediço. Vimos auxiliar-vos na explicação do que, em linguagem humana,  se designa pelo nome de “mistério”,  mas apenas para vos auxiliar e só com relação ao que vos seja realmente incompreensível. Utilizai-vos da vossa ciência e da vossa razão, para solucionar as questões que uma e outra podem resolver. Os magos foram primeiramente conduzidos a Jerusalém,  porque cumpria seguissem o itinerário que lhes traçara a vontade do Senhor. Herodes tinha de ser informado do “nascimento” do “rei dos judeus”. Tinha de reunir em assembléia os príncipes dos sacerdotes, os escribas ou doutores do povo, os quais, consultando as profecias, tinham de indicar, como local destinado ao nascimento do Cristo (o chefe que, segundo fora anunciado, haveria de guiar o povo de Israel), a cidade de Belém de Judá, onde precisamente  nascera o menino que os magos procuravam. Tudo tem sua razão de ser: o “nascimento” isolado do “menino” Jesus, no seio de uma classe pobre, devia ter uma repercussão que preparasse o seu aparecimento entre os homens e dispusesse os acontecimentos que se haviam de dar, em conseqüência dessa passagem dos magos por Jerusalém e da visita deles a Belém de Judá.
GN, 20/03/1970


               TERÇA-FEIRA, 19/06/2012

OS MAGOS – I


P – Queremos saber como o CEU da LBV interpreta os versículos 1 a 12. Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Mateus. É possível?

R – Trata-se da passagem referente à adoração dos magos:

“1 – Tendo Jesus nascido em Belém de Judá, ao tempo do rei Herodes, eis que do Oriente vieram uns magos a Jerusalém, 2 – dizendo: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adora-lo”. 3 – Sabendo disso, o rei Herodes ficou sobressaltado, e com ele toda a cidade de Jerusalém; 4 – e, tendo reunido em assembléia todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, inquiriu deles onde devia nascer o Cristo. 5 – Disseram-lhe: “Em Belém de Judá, conforme ao que foi escrito pelo profeta: 6 – Tu, Belém, terra de Judá, não és a última entre as cidades de Judá, pois de ti sairá o chefe que há de conduzir meu povo de Israel”. 7 – Então Herodes, mandando chamar em segredo os magos, lhes perguntou em que tempo, precisamente, a estrela lhes aparecera; 8 – e, enviando-os a Belém, lhes disse: “Ide, informai-vos exatamente acerca desse menino e, quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, a fim de que eu, também, vá adora-lo”. 9 – Depois de ouvirem do rei essas palavras, os magos partiram, e logo a estrela, que tinham visto no Oriente, lhes tomou a dianteira, e só se deteve quando chegaram ao lugar onde estava o menino. 10 – Quando viram a estrela, eles sentiram extrema alegria; 11 – e, entrando na casa, ali encontraram o menino com Maria e, prosternando-se, o adoraram; depois, abrindo seus tesouros, lhe ofereceram, por presentes, ouro, incenso e mirra. 12 – Avisados, por sonhos, que não voltassem a Herodes, regressaram às suas terras por outro caminho.

A visita dos magos a Jesus em Belém não foi feita no estábulo. Já o “menino” não estava mais na manjedoura, quando eles o adoraram. Também não foi antes, mas depois da circuncisão e da purificação, que a visita e a adoração se verificaram. Para vos orientardes, tendes um critério a esse respeito: a ordem de matança das crianças até à idade de dois anos. Se os magos tivessem vindo antes da circuncisão e da purificação, a ordem não atingiria as crianças de mais de um ano. De fato, notai que aquela ordem Herodes a deu de conformidade com as informações exatas que obtivera dos magos, acerca do tempo em que lhes apareceu a estrela. Maria tinha de estar em Belém, com o menino, na ocasião em que eles chegassem, para o visitar e adorar. Os fatos tinham de ocorrer como exatamente ocorreram sob a ação e a influência espirituais tanto no que se refere a José e Maria, quanto no que se diz respeito aos magos. Esses encontros, essas ocorrências, que muitos supõem obra do acaso, por ignorarem suas causas, muitas vezes se produzem entre vós sob a influência e a ação espirituais. José e Maria iam, freqüentemente, a Belém, à casa de Matias (irmão de José). Os Espíritos (seus protetores) lhes inspiraram a idéia e o desejo de irem lá, para serem encontrados pelos magos em Belém. Foi na casa de Matias, portanto, que estes adoraram o “menino” Jesus e lhe deram, como presentes, ouro, incenso e mirra. Mas, como foram os magos induzidos a vir do Oriente a Jerusalém, para indagar onde estava aquele que nascera “rei dos judeus”? Como puderam saber que a “estrela”, que viram no Oriente, era a daquele que nascera “rei dos judeus”? Como foram levados a seguir essa “estrela”, a fim de o irem adorar? E que era, afinal, essa “estrela”? Uma revelação espiritual os instruiu a tal respeito. Em sonho, receberam dos Espíritos (seus protetores) este aviso: o Cristo descera à Terra, como rei dos judeus, para regenerar a raça humana; eles seriam guiados até junto do “menino” pela estrela que veriam no céu; não lhes cumpria mais do que segui-la, a fim de chegarem ao Messias esperado. Para cada um a linguagem que lhe convém. Ora, os magos subordinavam a existência de cada homem à influência de um planeta. Para eles, portanto, aquela “estrela” era um planeta criado para presidir o destino de Jesus, e lhes fora mandado expressamente para os advertir e guiar. Quanto aos outros homens, esses – segundo as crenças que os magos professavam – nasciam e morriam sob a influência dos planetas já existentes, cada um dos quais podia presidir os destinos de milhares de indivíduos. Como sabeis – pois essa crença ainda sobrevive – os antigos acreditavam que o homem nascia sob uma boa ou má estrela. A idéia que para os eruditos da época, servia de base a semelhante crença era que tal planeta, sob cuja influência o homem nascera, desprendia fluidos favoráveis ou contrários – os quais, ou lhe facilitavam a concepção do Bem, o estudo das ciências, a aquisição das riquezas terrenas, a realização dos desejos, a saúde, o prolongamento da vida, ou acumulavam desgraças sobre desgraças – conforme `a influência ser boa ou má. Podeis abrir qualquer dos velhos tratados de alquimia, de necromancia, de astrologia: vereis o papel ativo que, por vezes, seus autores atribuem (de muito boa fé) aos planetas que, entretanto, marcham ascensionalmente, pela via do progresso, como tudo o que foi e é criado, pois Deus nada criou que não seja perfectível. Não vos espanteis da idéia que, apoiados nas suas crenças, os magos fizeram da “estrela” que os havia de guiar, tomando-a por um planeta capaz de executar um ato inteligente, qual o de os conduzir a determinado lugar. A “confiança” que depositavam na poderosa vontade do Senhor lhes dominava completamente o raciocínio. Para eles, a estrela obedecia a uma ordem dada, como o servo obedece ao seu amo. Não dizemos que isso foi real, pois, ao contrário, vamos explicar-vos a natureza da luz que eles tomaram por luz de uma estrela. Alguns “sábios” que, cheios de orgulho, pensam tudo saber e que, no entanto, ainda são muito ignorantes, pretenderam – negando a ação e os efeitos espirituais, a ação e os efeitos da mediunidade – que tal estrela não passava de uma fábula astrológica. Nem podia ser de outra forma: assim devem falar os que só compreendem os efeitos matemáticos, e que tudo pesam com o peso que tem à mão! A luz que, sob a forma de estrela, cintilava aos olhos dos magos nada tinha de comum com os astros que povoam a imensidade. Não pode o Anjo da Guarda mostrar-se ao homem sob a forma luminosa que mais julgue conveniente? O olhar escurecido da matéria será capaz de distinguir a luz, emitida por um centro fluídico da que envolve os mundos que brilham sobre as vossas cabeças?
 GN.19/03/1970

SEGUNDA-FEIRA, 18/06/2012

O MENINO JESUS


P – Como explica o CEU da LBV os versículos 36 a 40, Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Esta é a passagem:

“36 – Havia, também, uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Estava em idade muito avançada, e não vivera senão sete anos com o marido, desde que se casara. 37 – Era, então, viúva, contava oitenta e quatro anos e não se afastava do templo,  servindo a Deus, dia e noite, em jejuns e orações.  38 – Chegando ao templo naquele instante,  pôs-se a louvar o Senhor e a falar do menino a quantos esperavam a redenção de Israel. 39 – Depois de terem cumprindo tudo o que era ordenado pela lei do Senhor, José e Maria regressaram à Galiléia, indo para Nazaré, sua cidade. 40 – E o menino crescia e se fortificava, cheio de sabedoria, porque nele estava a graça de Deus.

–  Fala o Espírito da Verdade: – Ana era médium audiente e falante. Era chamada profetiza porque possuía, sob a influência e a ação dos Espíritos do Senhor, a faculdade de predizer certos acontecimentos. Era um Espírito elevado,  muito desenvolvido mediunicamente, como os profetas que apareceram em Israel. O povo, como sabeis, considerava os profetas como inspirados, mesmo pelo Altíssimo. Na realidade, eram médiuns. As palavras de Ana foram semelhantes às de Simeão. Quanto ao versículo 40, deve permanecer no lugar que ocupa: nenhuma relação tem com ambos os cânticos. Ele se aplica à época que se seguiu à apresentação no templo. Jesus, estando fora da vossa humanidade, não teve uma infância semelhante a de todos vós, por isso que seu corpo, não sendo mais que um perispírito quase material, com a aparência da corporeidade humana, encobria (dada a sua natureza puramente perispirítica) UM ESPÍRITO PERMANENTEMENTE LIVRE. Ele, portanto, agia sob a influência desse Espírito, de um modo sempre superior a tudo o que se possa esperar do menino mais desenvolvido. “O menino, diz o Evangelista, crescia e se fortificava, cheio de sabedoria, porque nele estava a graça de Deus.” Isso não é mais do que a apreciação humana, que a narração evangélica havia de refletir (e reflete). Tendo a aparência humana, o corpo de Jesus seguia, aos olhos dos homens, a linha de desenvolvimento de qualquer terrícola, MAS SEMPRE EM CONDIÇÕES DE ABSOLUTA PRECOCIDADE.  Jesus, para os homens, crescia corporalmente, e a sua inteligência se desenvolvia. Tais progresso e desenvolvimento, na humanidade, podem ser acompanhados, observando-se uma criança.  Perguntamos: não há na Terra algumas, entre muitas da mesma idade,  por menor que seja esta, mais fortes e mais inteligentes? Como não ser assim com relação àquele em que não havia mais que a APARÊNCIA DA INFÂNCIA? E não é compreensível que seus primeiros passos no mundo que habitais – assim como todo o resto da sua passagem por ele – tivessem a marca-los um cunho particular, excepcional? E  “nele estava a graça de Deus” porque, sendo tudo nele puro e santo, santos e puros haviam de ser (e foram) todos os seus atos e palavras. Na sua primeira “infância”, aos olhos dos homens, ele esteve isento, como podeis facilmente concluir, das faltas e fraquezas da infância humana. FOI PERFEITO DESDE OS PRIMEIROS INSTANTES, e isso, naturalmente, provocou em todos  admiração e espanto. Porque todos sentiam, sem o saber explicar, o “toque divino” no Menino Jesus.
GN, 18/03/1970

 DOMINGO, 17/06/2012

 CÂNTICO DE SIMEÃO


P – A restauração da Verdade, nos Quatro Evangelhos de Jesus, é a obra mais importante do mundo, para a unificação de todos os cristãos. Qual a explicação do CEU, da LBV, para os versículos 25 a 35, Capítulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Eis a passagem evangélica:

“25 – Havia em Jerusalém um homem justo e temente a Deus, chamado Simeão, que vivia à espera da consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26 – Pelo Espírito Santo lhe fora revelado que não morreria antes de ter visto o Ungido do Senhor. 27 – Impelido pelo Espírito, foi ao templo e, como os pais do menino Jesus o tivessem levado lá, a fim de o submeterem ao que a lei ordenava. 28 – Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 – “Agora, Senhor, deixas partir o teu servo em paz, segundo a tua palavra, 30 – pois meus olhos viram o Salvador que nos dás, 31 – e que fizeste surgir à vista de todos os povos, 32 – como luz a ser mostrada às nações e para glória de Israel, teu povo”. 33 – O pai e a mãe de Jesus se admiravam das coisas que eram ditas de seu filho. 34 – Simeão os abençoou e disse à Virgem Maria: – “Este menino vem para ruína e ressurreição de muitos em Israel, e também para ser alvo da contradição dos homens. 35 – E a tua alma será transpassada como por uma espada, a fim de que os pensamentos ocultos nos corações de muitos sejam descobertos”.

Simeão, homem justo e temente a Deus, vivia à espera do Cristo predito e prometido. Estas expressões: “O Espírito Santo estava nele” – “pelo Espírito Santo lhe fora revelado” – “impelido pelo Espírito”, eram, como sabeis, típicas do linguajar hebraico. Já o explicamos: para os judeus tudo o que resultava de uma inspiração e que eles não compreendiam, era feito pelo Espírito Santo. Quer dizer: do ponto de vista em que se achavam era o Espírito do próprio Deus a animar e inspirar os homens. Simeão recebeu do seu Anjo da Guarda a inspiração (é o que, na vossa linguagem humana, chamais de pressentimento) de que não morreria antes de ver o Cristo de Deus. Por efeito dessa inspiração houve, de sua parte, intuição e convicção. Daí ser impelido a ir ao templo, onde – esclarecido pela mesma inspiração – tomou nos braços o “menino Jesus” e logo o proclamou o Salvador esperado, pronunciando as palavras do cântico. E, porventura, não se cumpriram as palavras proféticas do inspirado Simeão? Jesus não foi exposto no Gólgota para aquele tempo e para o futuro, até ao fim dos séculos à contemplação de todos os povos, como a luz que havia de iluminar e ilumina todas as nações? Não foi exposto pelos Apóstolos e discípulos à contemplação de todas as gentes até aos vossos dias? Não o vai ser ainda, e cada vez mais, pelo Espírito da Verdade, até que o Cristo reine sobre todos? Estas outras palavras de Simeão, falando a Jesus: “como luz a ser mostrada às nações e pra glória de Israel” – se referem, no seu sentido oculto, em espírito e verdade, à satisfação imensa que experimentará o povo de Moisés por ter sido escolhido pelo seu monoteísmo – para receber esse penhor de redenção. Porque, desde então, Israel significa toda Humanidade. O cântico se aplica aos séculos vindouros, não só à época  em que Simeão falava: aplica-se, também, à vossa época, ao ciclo apocalíptico final. Quando a luz do Cristo se houver espalhado por toda a terra, os judeus se lembrarão de Moisés e das palavras de Simeão, felizes por terem sido o primeiro facho de onde ela se espargiu. Embora, a princípio, tenham colocado a luz de baixo do alqueire, nem por isso será neles menos vivo o SENTIMENTO DA GRATIDÃO. Essa hora está próxima, basta apenas aguardá-la. As últimas palavras do cântico: “Este menino vem para a ruína e ressurreição de muitos em Israel, e também para ser alvo da contradição dos homens”, representam no seu sentido oculto, também em espírito e verdade, previsão das querelas religiosas quanto a Jesus, sua origem e sua natureza: quanto ao seu aparecimento e à sua passagem pela Terra; quanto à sua posição com referência a Deus, ao vosso planeta e à Humanidade terrestre; quanto aos seus poderes e à sua autoridade espiritual. Aludem, sobretudo, à oposição feroz que as “figuras notáveis” de Israel moveram contra a Doutrina do Mestre. Na verdade, tais querelas continuaram pelos tempos adiante, e ainda se fazem sentir nos vossos dias. Ora, para aqueles “notáveis” de então, Jesus foi, realmente CAUSA DE RUÍNA porque eles tiveram de expiar, em dolorosas reencarnações, o orgulho, a cupidez, a ambição desenfreada, todas as paixões más que os dominavam. E não só para os romanos, mas também para os israelitas, Jesus foi, é e será, POR ALGUM TEMPO AINDA, causa de ruína. Todos os que repeliram, e hoje teimam em repelir, sua Doutrina de Verdade encerrada em seu Novo Mandamento, tanto na ordem material, quanto na ordem moral e intelectual, encontrarão nele a causa de sua ruína. Em tal caso, Jesus é o obstáculo imprevisto, de encontro ao qual todos eles terão de esbarrar. Mas a culpa daquele que repele a Lei do Cristo, por não a ter compreendido bem (muita vez por não lhe ter sido bem ensinada), não pode ser considerada tão grave quanto a daquele que CONHECEDOR DO SENTIDO PROFUNDO DESSA LEI o desnatura ou obscurece, a fim de manter as almas subjugadas! Para os que caminhavam nas trevas e que, com alegria, se dirigiram para a luz, Jesus foi, é e será sempre, uma CAUSA DE RESSURREIÇÃO. Esses ressuscitaram. Ressuscitaram no sentido de que, deixando de permanecer no estado de degradação, que os distanciava do céu a que aspirais, entraram no caminho da Verdade e do Progresso, que rapidamente conduz à felicidade espiritual. Estavam mortos, visto que a existência para eles só tinha uma saída – o sepulcro. Ressuscitaram transpondo as portas do túmulo, voando para o seu Criador ao impulso da Fé, da Esperança e da Caridade. Finalmente as palavras de Simeão à Virgem Maria: “E a tua alma será transpassada como por uma espada, a fim de que os pensamentos ocultos nos corações de muitos sejam descobertos”, fazem alusão à morte de Jesus, o que foi, humanamente uma grande dor para ela, e – por outro lado – motivo para profissão de fé e deserção vergonhosa de muitos. Sim, a morte de Jesus foi, humanamente, uma grande dor para Maria. Ela estava convencida do futuro brilhante do Filho de Deus, Salvador do Mundo; mas em virtude das crenças que devia ter (e tinha), sofreu humanamente pela morte do filho, que acalentara nos braços, com tanto amor, e cujos progressos acompanhara, admirando-o e adorando-o pelas suas obras.
GN, 17/03/1970


SÁBADO, 16/06/2012

BOA VONTADE – IV


P – Como o Centro Espiritual Universalista interpreta os versículos 21 a 24, Capítulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Vamos reler:

21 – Decorridos os oito dias, ao cabo dos quais tinha o menino de ser circuncidado, foi ele chamado Jesus, nome que o Anjo lhe dera antes de ser concebido no seio materno. 22 – E, passado o tempo da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor, 23 – de acordo com o que está escrito na lei: “Todo primogênito será consagrado ao Senhor”, 24 – e para oferecerem, ao sacrifício que era devido, conforme a mesma lei, duas rolas ou dois filhotes de pombos.”

Estes fatos constituem uma lição para os que se revoltam contra o jugo que a religião impõe, para os que querem destruir a lei em vez de cumprí-la, quando para a Humanidade se abre, na época predita, uma era nova, transitória. Vedes que os “pais” de Jesus se conformaram com a lei estabelecida, e a ela submeteram o “recém-nascido”. A lição é esta: nunca provoqueis o escândalo, isto é, não escandalizeis vossos irmãos, eximindo-vos repentinamente ao jugo que pesa sobre eles. Quando tiverdes de reconstruir um monumento servindo-vos dos materiais de outro, prestes a desmoronar, não empregueis a dinamite, porque – estilhaçados – os materiais voariam longe, ocasionando graves acidentes. Ao contrário: tirai cuidadosamente, pedra por pedra, depositai-as no chão separando as que não prestarem, para lançá-las ao refugo. Feita a escolha, iniciai a obra nova, substituindo por outras – boas e sólidas, capazes de sustentar os ângulos – as pedras que o tempo haja estragado. Pois o mesmo se dá com a renovação moral: NÃO SE DEVE, DE UM MOMENTO PARA O OUTRO, SUBVERTER AS CRENÇAS, CALCANDO AOS PÉS SEUS PRECONCEITOS. Caindo sobre vós seus destroços vos poderiam ferir. Cumpre deslocá-los um a um conservar com muito cuidado as pedras verdadeiras, que devem sustentar o edifício, e rejeitar todas as falsas, que lhe causariam o desmoronamento. As pedras verdadeiras, que deveis conservar, são a fé em Deus, a submissão à sua Lei, quaisquer que sejam a língua em que a expliquem e a forma de que seja revestida. Assim, seja qual for o culto em que tenhais nascido, se ele vos ensina o amor a Deus (pouco importando o nome que se dá ao Criador), se vos ensina a prática da Caridade, as pedras são verdadeiras: conservai-as. Mas rejeitai, pouco a pouco, sem abalos, tudo o que estiver fora da Lei Divina, agora sintetizado no Novo Mandamento de Jesus. Só de acordo com este Mandamento é que será dado a cada um de acordo com suas obras. Os clericais, pertençam a que seita pertencerem (todo culto conta, no seu clero, um pessoal obstinado e tenaz com bom número de aderentes) vão bradar anátemas contra esta profissão de fé. Ela, entretanto, é do Cristo, e solapa todos os sectarismos do Anti-Cristo, pois é chegado o tempo em que, obedientes à Lei de Deus, os homens – sejam quais forem os cultos exteriores, que ainda agora os dividem e os separam – caminharão unidos e irmanados, sob a mesma bandeira: – Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei e amo! Mas, digam o que disserem, anatematizem e persigam os CRISTÃOS DO CRISTO, que podem eles com seus dogmas, suas tradições e cerimônias contra a Obra Progressiva de Jesus e a Vontade Eterna de Deus? Falam à alma? Não, porque os homens saem das igrejas  tão maus quanto entram nelas. Falam, portanto, apenas aos sentidos. Os sentidos, porém  se embotam e se pervertem. Que resta então? Em geral (considerando as massas), autômatos que se ajoelham, rezam salmodiam a horas certas, homens ou crianças sem a Fé nascida da Verdade, os quais, ao saírem dos templos, levam consigo os mesmos vícios que traziam ao entrarem, e que são originários destas fontes: a avareza, a preguiça, a inveja, o orgulho, o egoísmo, a hipocrisia, a cólera, a intemperança, o sensualismo, a luxúria, a maledicência, a calúnia, a incredulidade, o materialismo, a intolerância, o fanatismo. Essas é que são as pedras falsas, que se devem rejeitar , porque o edifício desmorona sobre todas as mentiras que o sustentem. A fé perfeita, a prática permanente do Novo Mandamento, a caridade imaculada – eis aí as únicas pedras angulares: conservai-as rijas e sem jaça.

P – Como devemos traduzir e compreender estas palavras do versículo 21, referentes a Jesus: “antes de ser concebido no seio materno”?

R – Tais palavras significam: antes que Ele se houvesse colocado nas mãos de Maria Virgem, sua mãe aos olhos dos homens. Essas palavras humanas do versículo 21 foram a conseqüência das crenças que deviam, como já vos explicamos, ter curso, e o tiveram, no meio das multidões. Isto é, aos olhos dos homens, Jesus foi, durante a sua missão terrena, fruto da concepção humana, tendo Maria por mãe e José por pai; e – depois de desempenhada tal missão – fruto de uma concepção chamada “divina”, “milagrosa”, no seio de uma virgem – no seio de Maria – por obra do Espírito Santo.
GN, 15/03/1970


SEXTA-FEIRA, 15/06/2012

BOA VONTADE – III


P – Disse o Espírito da Verdade, referindo-se aos magos: “Tinham mais curiosidade de verificar um fato duvidoso do que plena confiança nas palavras do Anjo”. Daí devemos concluir que receberam uma revelação espiritual?

R – Sim, explicaremos este ponto quando tratarmos da visita dos magos a Belém.

P – Quais o sentido e o alcance destas palavras do versículo 14: “Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos homens da Boa Vontade de Deus”?

R – Nas alturas (no mais alto dos céus) exprime a elevação indefinível do Altíssimo. Homens da Boa Vontade de Deus são os que se consagram ao serviço do Senhor, não vivendo em retiro ocioso e fazendo macerações, mas consagrando a inteligência, a força e o tempo ao bem de seus irmãos, glorificando o Criador pelo trabalho, que é a prece do coração, pela caridade e pelo amor.

P – Por estas palavras do versículo 15: “Logo que os Anjos se retiraram para o céu” se deve entender: “Logo que os bons Espíritos se afastaram no espaço e deixaram de ser visíveis aos pastores”?

R – Sim, mas há uma explicação mais precisa ou mais exata: logo que cessou o estado de êxtase em que se achavam os pastores; logo que, voltando à opressão da carne, eles deixaram de ver.

P – Que devemos entender pela expressão “o céu”, com relação a Deus e para Deus?

R – Não procureis nessa expressão, de que tanto abusam as religiões, um lugar determinado, onde o Senhor se localize. Muito mesquinho é o espírito humano para pretender encerrar o Infinito no céu, como um potentado em seu palácio! Como explicar-vos a vós que não podeis fazer idéia da imensidade sem limites, o que sejam Deus, sua grandeza, seus atributos, o infinito das suas perfeições? Não podendo definir um ideal dessa magnitude, alguns homens cujas idéias ultrapassavam as do vulgo, quiseram fazer Deus tão grande que lhe “aniquilaram” a personalidade! Outros, confinados na estreiteza de suas cerebrações, o fizeram tão pequeno que as igrejas, que lhe edificaram são vastas demais para o conterem! Adotai o termo médio entre essas duas hipóteses: DEUS É, NA IMENSIDADE, O INFINITO. Porque o ESPÍRITO é de tal modo puro que bem poucos Espíritos podem vê-lo, frente a frente; de tal modo poderoso que irradia por todos os mundos SEM JAMAIS SE DIVIDIR, conservando sua individualidade eternamente indivisível. Para inteligências limitadas como as vossas, só podemos comparar materialmente Deus com o Sol que vos ilumina, centro único para o vosso planeta – (claro é um termo de comparação) – de luz, de calor, de vida e fecundidade, quer se mostre aos vossos olhos em todo o seu brilho, quer o encubram os sombrios vapores que se elevam da superfície da terra. Deus, o ponto individual-central no infinito, em torno do qual gravitam todos os mundos do Universo, espalha sobre todos eles o seu calor, a sua vida, a sua luz, a sua fecundidade inconcebível, mas bem poucos podem gozar da fecundidade de lhe ver os raios luminosos! Os vapores que se evolam de vossas almas culposas formam ainda uma atmosfera espessa, através da qual alguns desses raios passam, de quando em quando, geralmente depois de uma tempestade, para vos lembrar que, logo que as nuvens borrascosas se tenham dissipado, Ele brilhará por sobre vós, em toda a sua pureza, em todo o seu esplendor. Pobre linguagem humana, que poder é o teu para exprimir pelas palavras DEUS, o Ideal, o Imenso, o Infinito, o Eterno? O céu é imensidade sem limites em que se movem todos os seres, na ânsia de se aproximarem do centro de atração universal – DEUS – a cujos pés se vem grupar tudo aquilo que é perfeito. Mais adiante, no momento oportuno, vos daremos as explicações que deveis receber, com relação a Deus quando tratarmos do Evangelho de João.

P – Em face do versículo 17, quais o sentido e o alcance dos versículos 18 e 19?

R – A aparição do Anjo aos pastores, a daquela multidão da milícia celeste, a narração que os mesmos pastores fizeram do que viram e ouviram, tinham por objeto e por finalidade esclarecer cada vez mais os homens, chamar ainda mais a atenção e as meditações de Maria para a natureza e importância da sua missão, e dar a todos a confirmação de que aquele menino que Deus lhe confiara e do qual ela se acreditava mãe, por uma operação divina, era o Cristo, o Messias prometido, anunciado – desde Moisés – pelos profetas da Lei Antiga.

GN, 14/03/1970



QUINTA-FEIRA, 14/06/2012

BOA VONTADE – II


P – Falando da revelação feita, primeiro aos pastores, depois aos magos, disse o Espírito da Verdade: “destinada a transpor todas as classes; começando pelos degraus inferiores de escala, terá de subir até ao ápice”. Que significam estas palavras?

R – São um conselho e um exemplo que se vos dão. Deveis, antes de tudo, LEVAR A BOA NOVA AOS DESERDADOS DO VOSSO MUNDO, que são os mais ansiosos, sem todavia esquecerdes as classes (entre vós) mais elevadas. Vedes, no Evangelho, que o Anjo avisa os pastores e se retira, por saber que eles têm o coração simples e reto. Ele os vigia, mas invisivelmente; ao passo que conduz os magos, mostrando-lhes sempre ao longo do caminho, a estrela que os guiará. E ele os conduz assim por saber que as grandezas mundanas os podem desviar e, portanto, é preciso mantê-los continuamente atentos. Que o Anjo que os avisou vos sirva de exemplo: imitai-o. Consagrai àqueles de vossos irmãos, que o mundo considera ínfimos, as primícias dos vossos cuidados e a maior parcela da vossa Boa Vontade. Mas nem por isso desprezeis os “felizes” da Terra, porquanto a eles é que se aplicam no seu verdadeiro sentido, estas palavras, cujo significado as interpretações humanas falsearam: “Muitos os chamados, poucos os escolhidos”. Muitos os chamados e poucos os escolhidos, sim, porque bem poucos sabem aproveitar os meios que a Bondade Divina lhes pôs nas mãos, para progredir e impulsionar o progresso de seus irmãos. Sem dúvida, a felicidade na Terra é uma provação mais suave que a pobreza e a miséria, MAS TAMBÉM MUITO MAIS DIFÍCIL DE SER LEVADA A TERMO. Felizes do mundo, escutai: as riquezas que possuis, não vos foram distribuídas para satisfação vossa; não é para vossa ventura que os acontecimentos estão sempre de acordo com os vossos desejos e necessidades. Não! Não é para vosso gozo material, para incrementar o vosso orgulho, o vosso egoísmo. Nas riquezas tereis de procurar um benefício moral vindouro. Os bens terrestres vos são concedidos como instrumento, meio de amor e caridade para com vossos irmãos, de progresso moral e intelectual para eles e para vós. A esses bens, que Deus vos emprestou, deveis dar um emprego generoso e útil. Não devem servir para desfrutardes vida voluptuosa, mas para suavizardes os sofrimentos dos desgraçados. Não devem contribuir para viverdes na ignorância e na preguiça, mas para adquirirdes a ciência que o estudo, sempre tão dispendioso, vos pode proporcionar; depois, tereis de espalhar esse benefício, de mãos cheias, GRATUITAMENTE, por aqueles que carecem de recursos, ou para fazerdes que outros espalhem fartamente a educação tão necessária ao povo, se – por ser limitada a vossa inteligência – não puderdes realizá-la. Não é para vosso regalo exclusivista que tendes esses bens. Não deveis dizer, jamais: “Tenho sorte, minha estrela brilha sempre, tudo me sorri”. Primeiro deveis agradecer a Deus vosso destino; depois, que este se reflita sobre todos aqueles que, menos felizes, estão sujeitos a provações morais e materiais, às vezes tão pesadas! A todos esses, sem tardança, dai o excesso da vossa fortuna. Consolai, alentai, moralizai, ponde-vos na situação dos que sofrem, ajudai-os a suportar o peso de seus infortúnios, não superficialmente, com os lábios apenas, mas com o amor que vem do fundo do coração. Praticai a justiça, o amor e a caridade, em todos os sentidos – material, moral, intelectual e espiritual. Então, sim, não mais vos diremos MUITOS OS CHAMADOS, POUCOS OS ESCOLHIDOS, porque do Alto o Senhor vos lançará um olhar de complacência. E, assim como o imã atrai o ferro, Ele vos atrairá ao seu amor, para receberdes a coroa dos eleitos.
GN, 13/03/1970

 QUARTA-FEIRA, 13/06/2012

BOA VONTADE - I


P – A Doutrina do Centro Espiritual Universalista (CEU) é de uma clareza impressionante. Agora, sentimos a grandeza da sentença de Jesus: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”. Qual a explicação do CEU para os versículos 8 a 20, Capitulo Segundo, do Evangelho de Lucas?

R – Esta é a passagem evangélica:

8 – Ora, havia no país muitos pastores, que passavam as noites no campo, revezando-se na guarda dos seus rebanhos. 9 – De repente, um Anjo do Senhor se lhes apresentou, a claridade de Deus os envolveu, e eles se sentiram presa de grande temor. 10 – Então, o Anjo lhes disse: “Não tenhais medo, pois venho trazer-vos uma noticia que, para vós, como para todo o povo, será motivo de grande alegria: 11 – é que, hoje, na cidade de David, nasceu o Salvador, que é o Cristo, o Senhor. 12 – Eis o sinal que vos fará reconhece-lo: encontrareis um menino envolto em panos, deitado numa manjedoura”. 13 – No mesmo instante reuniu-se ao Anjo uma multidão milícia celeste, louvando o Senhor e dizendo: 14 – Glória a Deus nas alturas, Paz na terra aos homens da Boa Vontade de Deus! 15 – Logo que os Anjos se retiraram para o céu, os pastores disseram entre si: – Vamos até Belém para verificar o que acaba de ser dito, o que aconteceu e o Senhor nos mostra, 16 – Partiram, apressadamente, e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17 – E, tendo-o visto, reconheceram a verdade do que lhes fora dito a respeito daquele menino. 18 – E todos aqueles, que os ouviam, se admiravam do que era contado pelos pastores. 19 – Maria prestava atenção ao que diziam, e tudo guardava no seu coração. 20 – E os pastores regressaram, glorificando e louvando ao Senhor Deus, por tudo quanto tinham visto e ouvido, conforme ao que lhes fora anunciado.

Em primeiro lugar, quanto à aparição do Anjo aos pastores, e quanto às palavras que lhes dirigiu, a mediunidade esclarece como puderam eles ver e ouvir: eram videntes e audientes. No que se refere à luz, à claridade que os envolveu, enchendo-os de grande temor, a explicação é a seguinte: sob a ação e a influencia do magnetismo espiritual, achando-se em estado de êxtase por efeito de um completo desprendimento, portanto com a visão desimpedida, os pastores viram os fluidos ambientes, que para vós são incolores, mas para nós espalham grande claridade. ELES OS VIRAM COMO NÓS OS VEMOS, porque essa claridade, relativa ao grau de elevação, de adiantamento do Espírito, para este não deixa de existir e de ser por ele percebida, qualquer que seja sua inferioridade (trata-se de mau ou sofredor), senão quando permanece nas trevas.Não compreendendo a causa simples de tal claridade (cláritas Dei), que olhos comuns não podem distinguir senão em casos excepcionais, em situações como aquela em que eles se encontravam, os pastores tomaram por uma luz divina, manifestação do próprio Deus, a luminosidade dos fluidos ambientes: por isso mesmo, lhe deram a designação de “claridade de Deus”. A ciência terrestre, por meio do magnetismo humano e do sonambulismo, já observou (com auxílio de sonâmbulos suficientemente lúcidos e impressionáveis), a luz, a claridade que os fluidos magnéticos e elétricos, em estado latente, espalham em derredor; assim como a luminosidade dos corpos, a luminosidade que apresentam sob a forma de vapor luminoso, os objetos, os metais, a madeira. E a ciência, por meio do magnetismo humano e do sonambulismo, com o auxílio de pacientes em condições semelhantes às que apresentavam os pastores, será levada a dar testemunho desse estado luminoso dos fluidos ambientes, fonte de grande e permanente claridade para os Espíritos errantes. Daí decorre que, para eles, não há noite, nem obscuridade, nem opacidade dos corpos, não existindo no espaço obstáculos ou barreiras que lhes detenham a visão espiritual. Aquela fração da milícia celeste não era mais que a multidão dos bons Espíritos prepostos à manifestação espiritual. Por efeito da mediunidade vidente e auditiva, os pastores os viram e escutaram as palavras que conheceis como O CÂNTICO DOS ANJOS, o qual – depois de atravessar tantos séculos – ainda ecoará pelos séculos vindouros: – Glória a Deus nas alturas, Paz na terra aos homens da Boa Vontade de Deus! Um ensino resulta do confronto que se estabeleça entre o que ocorreu com os pastores e o que se deu com os magos: O HOMEM JAMAIS DEVE ORGULHAR-SE DA POSIÇÃO QUE OCUPE NO MUNDO, PORQUE – DIANTE DE DEUS – O MENOR PODE SER O MAIOR. Quais as pessoas que receberam, primeiro, a notícia do nascimento de Jesus? Humildes pastores que viviam sem instrução (e sem orgulho) no seio da natureza, aprendendo no seu livro imenso os segredos da Divindade. São ignorantes? Mas sabem crer, amar e esperar. Tanto basta para serem considerados dignos de receber, antes de tanta gente culta e importante a Boa Nova de Deus. Os dois pontos se extremam: depois deles, são os magos, os sábios, os poderosos, que recebem a Revelação destinada a transpor todas as classes: começando pelos degraus inferiores da escala, terá de subir até ao ápice. Os magos também criam, mas neles a fé não era tão pura. Tinham mais curiosidade de verificar um fato duvidoso do que plena confiança nas palavras do Anjo. Todavia, também eles vêm ajoelhar-se diante do menino trazendo-lhe os tributos que se ofereciam ao Senhor. É que, sem o compreenderem, sentem que aquele menino, se de fato existe, deve ser de uma essência superior à deles para causar tamanha expectativa. Seria o Messias tão anunciado desde Moisés? Estaria ali na forma de uma criança, o próprio Filho de Deus?
GN, 12/03/1970

 TERÇA-FEIRA, 12/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – VIII


P – Há um ponto obscuro que gostaríamos de ver aclarado. Tendo José e Maria, como tinham, parentes e conhecidos em Belém, de que modo se explica terem de se acolher a um estábulo, e ali deitarem o menino na manjedoura, por não haver lugar, para eles, na hospedaria?

R – Explica o Espírito da Verdade: grande era a afluência de viajantes, a ponto de exceder os limites da hospitalidade, mesmo na hospedaria. Os hebreus, sobretudo os de ínfima classe, não construíam casas para si mesmos como se fossem príncipes. Morava em Belém um irmão de José; mas não tendo sido avisado de sua vinda, não pode recebe-lo, porque outros hóspedes ocuparam toda a sua casa. José não era esperado: não devendo afastar-se de Maria, atento à sua adiantada gravidez (aos olhos dos homens), seu irmão é quem iria fazer por ele as declarações exigidas pela lei. De fato, estando certo de não poder ir pessoalmente, José incumbiu seu irmão Matias de inscreve-lo no registro censitário, assim como sua mulher e o filho, que então já teria “nascido” e seria varão, pelo aviso que recebera do Anjo. Não era crível que Maria, em tão adiantado estado de gravidez, se aventurasse àquela caminhada. Por isso ninguém a esperava. Mas, impelida pelo Espírito, para empregar a expressão das próprias Escrituras, isto é, sob a inspiração do seu Anjo da Guarda, ela resolveu, à última hora, empreender a viagem. ERA PRECISO que Jesus “nascesse” daquele modo, exatamente assim, num lugar miserável, longe dos homens e de todos os socorros, a fim de dar impressionante exemplo de humildade, para que também se simplificassem as circunstâncias que lhe haviam de cercar o “nascimento”, como já vos explicamos. Logo que a afluência de forasteiros diminuiu, ela foi recebida pelos parentes, em casa do irmão de José. A notícia de que o menino “nascera” imediatamente se espalhou, passando de boca em boca, como todas as notícias que os homens transmitem. Zacarias e Isabel tiveram aviso do fato, não por essa forma, mas por intermédio de José. Ambos se apressaram a adorar o menino Jesus. Destituídos, porém, de utilidade para a obra evangélica, seus atos e palavras nessa ocasião foram postos de lado, sepultados no silêncio: é que, tendo desempenhado sua missão, os dois voltaram a obscuridade. Assim, não mais se falaria deles, e realmente não se falou mais, verificando-se o mesmo com relação a todos os outros Espíritos reencarnados, que haviam pedido a graça de participar da obra de redenção que Jesus vinha executar.

P – Por que tantos teólogos negam a Lei da Reencarnação? E qual a diferença entre REENCARNAÇÃO E METEMPSICOSE?

R – Os teólogos que negam a Lei da Reencarnação lhe opõem a teoria chamada criacionismo, isto é, as almas são criadas diretamente por Deus, no instante do nascimento das criaturas humanas. Esta idéia é esposada pelos teólogos católicos, para explicar que Jesus e Maria não estavam sujeitos ao pecado original, porque suas almas foram criadas especialmente por Deus. Que importa? Nem por isso deixa de existir uma Lei Universal, mais antiga que o vosso mundo. Quanto à metempsicose, convém reler o que diz o cânon 1º do 5º Concílio Ecumênico de Constantinopla: “Se alguém acredita na lendária preexistência das almas, que tem, como conseqüência, a idéia monstruosa de que elas voltam, com o correr do tempo, ao seu estado primitivo, seja condenado”. Como vedes, o que aí se condena, evidentemente, não é a REENCARNAÇÃO, mas a METEMPSICOSE, que ensina poderem as almas voltar a viver nos animais. Ora, isto condenamos todos nós, como absurdo ou monstruoso, porque o Espírito não pode retroceder: é Lei de Deus
GN, 11/03/1970.

 SEGUNDA-FEIRA, 11/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – VII


P – Agora, compreendemos porque Jesus afirmou que João era o maior dos nascidos de ventre de mulher: porque este não foi o caso do Cristo de Deus. Que diz mais, a respeito, o Espírito da Verdade?

R – A gravidez de Maria foi apenas aparente e fluídica, por obra do Espírito Santo, isto é, dos Espíritos prepostos a essa obra, os quais operaram por meio do magnetismo espiritual. Sim, o “aparecimento” de Jesus, efetuado de acordo com a vontade de Deus, apropriada ao nível das inteligências daquele tempo, sob o véu de um nascimento apenas aparente, foi manifestação espiritual, tangível, IGUAL ÀS QUE SE PRODUZEM EM TODAS AS ÉPOCAS E AINDA HOJE PODEIS OBSERVAR. A única diferença a registrar, entre aquela e estas manifestações, é que, ali, o perispírito, muito humanizado pela ação poderosa do Mestre sobre os fluidos que vos cercam, era – com todas as aparências da vida terrestre – apto a conservar uma longa tangibilidade, que existia ou cessava ao arbítrio do Cristo, conforme ao exigido pelo tempo, oportunidades e atos da sua missão entre vós. Estava reservado ao Paráclito dizer-vos tudo aquilo que a Humanidade não podia entender, quando Jesus desceu à Terra, mas que, veladamente, se encontrava nas palavras com que o Anjo fez a anunciação à Virgem Maria e, em sonho, advertiu a José. Estava-lhe reservado levantar o véu quando fossem chegados os tempos; colocar no corpo da letra (que agora mata) o Espírito (que vivifica); explicar o erro que a letra e a ignorância dos séculos haviam de engendrar (e engendraram) até aos vossos dias, enfim, ensinar-vos a verdade que o progresso das inteligências já vos permite receber e guardar. É preciso repetir: Jesus não tomou um corpo material humano, formado no seio de uma virgem, com derrogação das Leis naturais, imutáveis que regulam a reprodução no vosso planeta e nos outros mundos materiais; A VONTADE DE DEUS JAMAIS DERROGA AS LEIS DA NATUREZA QUE ELE PRÓPRIO FORMULOU DESDE TODA A ETERNIDADE. Não, Jesus não tomou um corpo humano material igual aos vossos, por obra de Maria e José. Afirmar ao contrário seria inquinar de falsidade e impostura o que a ambos disse o Anjo enviado por Deus. O Paráclito vem explicar, em Espírito e Verdade, as palavras do Anjo do Senhor, mal interpretadas porque as tomaram ao pé da letra, com ignorância do sentido que devia ser dado a estas proposições: “Aquele que nela se gerou foi formado pelo Espírito Santo. – O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”. O Paráclito vem substituir o erro pela verdade; vem ensinar aos homens que, como obra do Espírito Santo, isto é, dos Espíritos do Senhor, tudo foi espiritual, estranho a qualquer ato humano, material – regido pelas leis da encarnação no vosso planeta – quer se trate da concepção no seio de uma virgem, dando lugar a uma gravidez apenas aparente (devida a uma ação fluídica emanada daqueles Espíritos); quer se trate do parto, por sua vez também aparente, destinados uma e outro – como já o explicamos fartamente – a produzir ilusão em Maria e gerar nela crença em fatos que devia considerar reais e atestar; quer se trate, finalmente, do aparecimento de Jesus sob o aspecto de uma “criancinha” tal como teria acontecido, aos olhos dos homens, num “nascimento real”. De uma vez por todas: esse aparecimento (obras e efeito espirituais) se produziu pelo emprego e combinação de fluidos superiores e inferiores, de acordo com as LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS que vos temos revelado, mediante a aplicação e a adaptação dessas leis. E, agora, uma palavra final em resposta aos que citam a Primeira Epístola de João, em seu quarto capítulo, para afirmar que “são falsos profetas os que negam ter Jesus vindo em carne ao vosso mundo”. Não quis o Evangelista referir-se ao corpo do Cristo, mas à condição humana que tomou (Verbo feito carne), para o cumprimento da sua missão sacrificial. Visava ele aos que, até hoje, esperam a vinda do Messias, enquanto nós já anunciamos sua volta.
GN,10/03/1970

DOMINGO, 10/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – VI


P – Agora, sabemos que só o Espírito da Verdade pode restaurar a beleza da Segunda Revelação, libertando da ignorância a pobre Humanidade. Podemos saber mais a respeito do corpo de Jesus?

R – A cada era – uma Revelação, progressiva e apropriada às necessidades dos tempos, ao estado das inteligências e aos reclamos da época. Revelação velada pela letra, quanto convenha, mas sempre vos ensinando a Verdade, gradualmente, na medida do que podeis receber e conservar, levantando, pouco a pouco, a ponta do véu que a esconde aos vossos olhos. Jesus trazia um corpo semelhante ao vosso, como bem o disseram os Apóstolos: “Seu corpo não tinha a aparência do vosso? E suas necessidades aparentes não foram as mesmas?”  Sim, Jesus teve um corpo semelhante ao vosso, mas não da mesma natureza. Seu nascimento foi obra do Espírito Santo,  por isso que seu aparecimento foi preparado por uma gravidez aparente e,  portanto, por um parto também aparente, obra – uma e outra – dos Espíritos do Senhor, executada como já vos explicamos. TAL APARECIMENTO SÓ JESUS O PODIA FAZER: aquela missão lhe competia, primeiro, como responsável que é pelo progresso humano; depois, por ser, entre os Espíritos elevados (sob a sua direção) consagrados à obra do progresso da Terra e da sua Humanidade, o único, pelo seu poder nas altas regiões siderais, capaz de assimilar aos do vosso planeta os fluidos superiores que servem para a formação dos corpos nos mundos fluídicos, e – desse modo – constituir o corpo misto de que usava, quase material e que, aos vossos olhos, se afigurava o corpo do homem terrestre; finalmente, por ser o ÚNICO REALMENTE CAPAZ DE MANTER UMA EXISTÊNCIA APARENTE NA TERRA. Efetivamente, Jesus, Espírito Perfeito, puro entre os mais puros de quantos, sob a sua direção, trabalham para o vosso progresso, vossa regeneração, vossa transformação física, moral e intelectual, a fim de vos conduzir à perfeição;  Jesus, não sujeito a encarnar em nenhum planeta, conhecia todos os fluidos adequados a produzir o aparecimento por incorporação e a encarnação em TODOS OS MUNDOS, quer materiais, quer fluídicos; Jesus conhecia também as leis universais, naturais e imutáveis, suas aplicações e apropriações. Só Ele, portanto, tinha a ciência e o poder de construir para si mesmo, debaixo da aparência corporal humana, aquele invólucro de natureza perispirítica, apto a longa tangibilidade, destinado a lhe servir para o desempenho da sua missão entre vós. SÓ ELE TINHA O PODER DE DEIXAR ESSE CORPO E DE O RETOMAR A TODO INSTANTE, mantendo os elementos que o compunham sempre prontos a se reunirem ou dissociarem, por ato exclusivo da sua Potente Vontade. Já o dissemos e repetimos: Jesus não se revestiu de um corpo material humano como o vosso: SUA ESSÊNCIA ERA DEMASIADO PURA PARA PODER SUPORTAR O CONTATO COM A MATÉRIA,  ASSIM COMO VOS É IMPOSSÍVEL SUPORTAR UM ODOR FÉTIDO. Quanto mais pesada a matéria, tanto mais constringe o Espírito. Revestido do invólucro material humano, o Espírito (seja, embora, um Espírito Superior, que o tome para desempenhar missão entre vós) é mais ou menos falível: sua vida não decorre sem que um ou outro deslize lhe empane o brilho. Entre vós ainda se encontram Espíritos em missão, suportando o peso da carne. Mas, já pela sua natureza espiritual, já pela sua posição crística, tal escravidão não a podia nem devia sofrer Jesus,  pois – mesmo quando visível entre os homens, segundo os períodos e necessidades da sua missão – tinha a consciência perfeita da sua origem e a certeza absoluta do futuro, COMO GOVERNADOR E PROTETOR DO VOSSO PLANETA, presidindo a vida e a harmonia universais em todos os reinos da natureza, constantemente em relação com Deus, transmitindo pelos seus mensageiros, hierarquicamente, ordens a todos os Espíritos prepostos à obra de engrandecimento da Humanidade terrena. Já o dissemos e repetimos: esse fato do aparecimento entre vós, de um Espírito, por incorporação – ÚNICO ATÉ HOJE NOS ANAIS DO VOSSO MUNDO – vai-se repetir brevemente. E,  quando se repetir, sabereis que soou a hora da regeneração anunciada pelo Cristo e, desde longe,  por nós preparada e continuada. Ouçam os que tem ouvidos de ouvir, e todos aqueles que, cheios de orgulho, mas ignorantes das Leis Divinas, naturais, universais e imutáveis, e do que se refere aos fluidos, suas propriedades, seus efeitos, suas combinações, apropriações e transformações, SEMPRE DE ACORDO COM AQUELAS LEIS, para a produção de seres por incorporação ou encarnação nos planetas, tanto materiais quanto fluídicos, que povoam a imensidade – ouçam todos os homens: não neguem o que não podem compreender nem explicar!
GN, 08 e 09/03/1970. 


SÁBADO, 09/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – V


P – O conhecimento da Lei dos Fluidos abre novos horizontes para os estudiosos da verdadeira Doutrina Cristã. Como o CEU da LBV analisa as conseqüências do “parto” de Maria?

R – Os Espíritos que vos cercam, chegados a um certo grau de adiantamento atuam – pelo poder da própria vontade – sobre os fluidos ambientes, atraem os que são necessários e, combinando-os, traçam, para os olhos carnais do homem, os quadros que ele precisa ver. Entretanto, tais meios só são empregados em casos excepcionais, da maior seriedade. Assim, não pense o homem estar sempre submetido a essas “alucinações espirituais”. Mas, todas as vezes que, para um fim útil à Humanidade, seja preciso recorrer a esses meios, eles são empregados. Não vos equivoqueis, porém, a respeito do sentido desta expressão “alucinações espirituais”: trata-se de efeitos espirituais representando, para olhos humanos, uma coisa qualquer que não existe realmente, nem do ponto de vista material, nem do ponto de vista espiritual, e que não passa de ilusão produzida, sob a ação dos Espíritos, por uma SIMPLES COMBINAÇÃO DOS FLUÍDOS. O fenômeno, que mais tarde explicaremos, chamado a multiplicação dos pães e dos peixes, simples resultado de uma ação espiritual, obtida por mera combinação dos fluidos apropriados e necessários a tais efeitos, é de molde a vos fazer compreender como seria igualmente fácil produzir, para aqueles que porventura assistissem Maria, a ilusão perfeita do parto, dando-lhe as características da realidade. É pelo mesmo princípio e pelo emprego das mesmas causas que os Espíritos culpados defrontam, na erraticidade, as vítimas que fizeram e as faltas que cometeram e vêem desenrolar-se o panorama sangrento do passado ou o cenário das dores que os esperam no futuro. Os fluidos empregados pelos Espíritos prepostos a essa missão apresentam aos olhos do culpado – ou quadros animados, de uma ilusão perfeita, ou a aparência de objetos sob a mais completa ilusão da realidade. Fácil teria sido, portanto, produzir nos homens, naqueles que porventura a assistissem, a ilusão do parto de Maria. Mas, a isso se opunha o misterioso prestigio de que devia cercar-se o “nascimento” de Jesus. No momento a Virgem estava só. Fácil era dar a ilusão àquele Espírito cuja existência material apenas começava, tanto mais quando – embora o desenvolvimento da mulher em tais paragens seja mais precoce do que sob o vosso clima – a vida contemplativa de Maria a conservara ao abrigo de todas as aspirações e sensações materiais. Sendo ela, portanto, ignorante das leis da matéria, seria inútil levar mais longe essa ilusão. Notai que os acontecimentos se encadearam de tal sorte que Maria se viu isenta de quaisquer socorros humanos, sendo o rebanho encurralado no estábulo sua companhia única naquele momento em que, estando sozinha, ela tivesse de acreditar num parto real; em que sob a influencia magneto-espiritual, os fatos ocorreram para efetivar a ilusão sobre esse ponto; em que, finalmente, se verificou o aparecimento de Jesus sob o aspecto de uma criancinha. Notai que NENHUM HISTORIADOR DE JESUS FALA DO TRABALHO DO PARTO DE MARIA, NEM DAS CONSEQÜÊNCIAS QUE PUDESSEM OCASIONAR. Os “espíritos fortes” farão sentir que, sendo a Judéia um país quente, as mulheres eram morenas e vigorosas, e que assim as condições mórbidas, do ponte de vista das conseqüências do parto, deviam ser quase nulas”. Efetivamente, em certas atitudes, a mulher se encontra senão livre, ao menos aliviada de uma parte de seus sofrimentos. Mas Jerusalém, Nazaré e Belém de Judá não se acham em condições idênticas às das margens do Ganges, tão citadas em casos semelhantes. Ela, portanto, deveria ter estado “doente”, como qualquer outra mulher, durante certo tempo. NINGUÉM DISSE UMA SÓ PALAVRA A TAL RESPEITO. Ao contrário, logo na manhã seguinte, recebeu os pastores (aos quais o Anjo, ou Espírito, se manifestara) e lhes apresentou o menino. Ela era, já o dissemos, um Espírito muito puro, tendo por missão prestar-se a obra que se havia de realizar, e não procurava, como vós o fazeis, compreender o mecanismo dos atos ocultos. Observai: avisada pelo Anjo de que teria, aos olhos humanos um filho de essência diversa da sua, diversa da essência humana do vosso planeta, obedece e desempenha com fé, submissão e amor, A TAREFA QUE ACEITARA. Avisada pelo Anjo, ou Espírito, de que não seria mais que um instrumento, recebe como obra do Espírito Santo e sem inquirir da natureza da solução do problema, o filho que julgou ser fruto de suas entranhas e do qual tinha de se encarregar aos olhos dos homens. Não digam aqueles, que sem cessar controvertem, que isso teria sido embuste ou fantasmagoria. Não: vossa natureza está sujeita a muitas coisas que ainda não compreendeis, mas cuja fonte única é a combinação dos fluidos de que dispomos – para vossa utilidade e vosso progresso. Jamais agimos sem propósito: cumprimos SEMPRE as vontades do Senhor. O que ocorreu era necessário ao início de uma nova era transitória, na qual a Humanidade então ia entrar, a fim de preparar o advento de nova Revelação.
GN, 07/03/1970


SEXTA--FEIRA, 08/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – IV


P – A explicação do Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, nos reintegra na realidade eterna do Cristo de Deus. Poderia o Espírito da Verdade continuar suas lições sobre o magnetismo?

R – Sim. Precisamos explicar-vos, ainda, a ação do magnetismo sobre o Espírito do magnetizando. O que a este respeito vamos dizer se aplica tanto ao magnetismo humano quanto ao magnetismo espiritual; só que a ação deste é mais pura em suas causas e em seus efeitos. Entretanto, são os mesmos resultados de um e outro: o desprendimento do Espírito encarnado se produz em condições mais ou menos boas, conforme seja mais ou menos elevado o magnetizador, humano ou espiritual. Haveis de compreender que o magnetismo não pode causar ilusão ao Espírito, porque concorre para o seu desprendimento. Uma vez desprendido o Espírito, por esse meio, dos entraves da carne, a conseqüência é que se torna cúmplice voluntário de quem sobre ele atua, quer a ação magnética emane de um Espírito livre, quer de um que esteja reencarnado. A lembrança que o paciente, depois de acordar, guarde do que ocorreu durante o sono magnético, resulta da cooperação do mesmo paciente, o qual – seja por simpatia, seja por fraqueza, seja por subordinação, conforme às relações existentes entre ele e o magnetizador (humano ou espiritual) – consente em obedecer ao que se lhe impõe ou propõe. Assim, ele se recordará das palavras ou atos cuja lembrança tenha, durante o sono, assentido em guardar, sob a influência das sensações e impressões recebidas pela matéria, que conserva a marca do compromisso, assumido pelo paciente, de se lembrar dos atos como se fossem realmente praticados. O Espírito, iludido pela carne, ao despertar considera reais aqueles atos. Se o Espírito do magnetizador e o do magnetizando são simpáticos, a lembrança é devida ao bom entendimento existente entre ambos. Se o Espírito do magnetizando é mais fraco do que o do magnetizador, e este lhe impõe uma vontade arbitrária, o Espírito desprendido cede algumas vezes. Se o Espírito do magnetizando é inferior ao do magnetizador, o primeiro, por deferência, levado pelo respeito, obedece. Maria tinha de crer num parto real e lembrar-se dos fatos que lhe cumpria atestar, como se tivessem ocorrido. Os Espíritos prepostos à preparação do aparecimento do Cristo na Terra, colocando Maria sob a influência do magnetismo espiritual, puseram-na em estado de sonâmbulo que vê e acredita, sente e experimenta, o que se quer que ela veja e acredite, sinta e experimente. Nesse estado, a Virgem se achou em condições idênticas às dos indivíduos, ainda raros entre vós, de que há pouco falávamos. Quando ela ainda se encontrava sob aquela influência, os Espíritos prepostos – que, para produzirem a gravidez aparente e fluídica, haviam atraídos os fluidos apropriados – os dispersaram: deste modo, cessando as causas, os efeitos deixaram de existir. Pela dispersão daqueles fluidos, a menstruação retomou o seu curso normal,  e Maria se achou nas condições exigidas em tais casos para poder, no prazo estabelecido, preencher as formalidades prescritas na Lei de Moisés para a purificação. A fim de dar à Virgem – sempre sob a influência magneto-espiritual – a ilusão do parto e da maternidade, os Espíritos prepostos pela ação fluídica, fizeram-na experimentar efeitos semelhantes às contrações naturais em um parto qualquer. E essas impressões recebidas pela matéria a dispuseram a tomar, por simpatia com os Espíritos elevados que sobre ela atuavam, isto é, por acordo com eles, o compromisso de se lembrar materialmente de fatos que precisavam ser atestados, submetendo-se ao que lhe era proposto em nome do Senhor. No momento em que Jesus apareceu, exatamente como por efeito de um nascimento real, sob o aspecto de uma criancinha, cessou toda a influência magneto-espiritual. E Maria, iludida pela carne, sob a influência das impressões recebidas pela matéria, que conservara o sinal do compromisso que seu Espírito assumira, tomou nos braços o menino, como se o parto fora comum, crente assim de que ele era fruto de suas entranhas, por obra do Espírito Santo. Maria era quase uma criança, pouco experiente das coisas humanas, tendo sempre vivido em contemplação e adoração. Tomou o menino e rendeu graças a Deus. A gravidez e o parto não tiveram, da sua marcha natural, senão a aparência. Se fosse necessário dar também aos homens a ilusão desses fatos, fácil teria sido aos Espíritos prepostos fazer com que, pelas dores da carne em elaboração, Maria experimentasse todos os incidentes e sintomas de cada uma das fases da maternidade, de modo a lhes imprimir, aos olhos humanos, todos os caracteres aparentes da realidade, segundo as leis da encarnação no vosso planeta. Sabeis como os Espíritos, que vos cercam, podem manipular os fluidos ambientes. Por isso, a gravidez teve, aos olhos dos homens, a aparência da realidade. O mesmo se deu com referência ao parto: cercando Maria dos fluidos necessários a produzir a ilusão, esses fluidos, pelas combinações que, sofreram sob a ação espiritual, imprimiram aos olhos humanos todos os caracteres da realidade às fases do parto, de modo que este, para os que assistissem a Virgem, revestiria a aparência do fato real.
GN/06/03/1970

 QUINTA--FEIRA, 07/06/2012

 OBRA DO ESPÍRITO SANTO – III


P – Impressionante a explanação do Espírito da Verdade sobre a concepção, a gravidez e o parto da Virgem Maria! Poderia o CEU da LBV explicar o que sucedeu depois?

R – Passado o tempo normal da gravidez, houve efeito de magnetismo espiritual: os Espíritos prepostos à preparação do advento do Cristo colocaram Maria sob a influência magnética, e ela teve a impressão completa do parto e da maternidade. Deveis compreender essa influência recordando a ação e os efeitos que,  por meio do magnetismo humano, o magnetizador exerce e produz sobre o magnetizando, assim como a ação e os efeitos que, mediante o magnetismo espiritual, os Espíritos exercem e produzem sobre o homem. O magnetizador pode, como sabeis, pela ação da sua vontade e com o auxílio dos fluidos humanos bem dirigidos, levar o paciente, em estado de sonambulismo,  a experimentar todas as sensações e impressões, a ver e acreditar em tudo quanto ele queira que o mesmo paciente veja e acredite, ao ponto de conseguir que este se impressione com uma ficção, como se fora uma realidade. Pode ainda produzir no paciente todas as aparências de um sofrimento qualquer, faze-lo mesmo passar por este sofrimento e, por fim, livra-lo dele. Se estudardes o magnetismo humano por todas as suas faces, notareis que alguns pacientes, cujo desprendimento se opera com grande facilidade, falam e procedem exatamente como se não estivessem mergulhados em sono magnético,  não apresentando nenhum traço ou sintoma por onde o observador possa reconhecer esse estado.É que a ação magnética se exerce sobre o Espírito, deixando ao corpo a sua liberdade. São indivíduos que gozam do desenvolvimento de faculdades extra-humanas, isto é, indivíduos excepcionais, que gozam não só (como todo Espírito desprendido da matéria) de faculdades extra-humanas, mas também de faculdades superiores às que observais nos homens mais lúcidos e que são capazes, em certos casos, de resolver problemas em que o Espírito encarcerado na carne não ousaria nem poderia abordar. Há questões que o homem não se atreve a propor à ciência, não por humildade nem por uma cautelosa apreciação de suas forças, mas sim por considerar a ciência incapaz de responder a todas elas. Raros são ainda, tais indivíduos. Mas hão de se multiplicar,  mediante o emprego dessa força que vos está confiada. Servirão imensamente ao progresso das ciências e das artes do vosso planeta. São instrumentos mais perfeitos do que os outros, mas – por isso mesmo – mais fáceis de se quebrarem, isto é, são pessoas cujas faculdades mediúnicas, mal dirigidas, se estragariam rapidamente. Tal  –  razão porque não vos aparecem em grande número. Preciso é que, em matéria de magnetismo, ganheis mais experiência. Sabeis, também, que o esquecimento ao despertar é, em principio, efeito do sonambulismo. Todavia, excepcionalmente, pode o magnetizador – pela ação de sua vontade e dando ordens nesse sentido – conseguir que, uma vez despertado, o sonâmbulo guarde lembrança do que tenha ocorrido no estado sonambúlico, e da qual ele queira que o mesmo sonâmbulo se recorde do seu estado comum. Tudo quanto, pela ação do magnetismo humano, o magnetizador  pode fazer com outro individuo,  igualmente o podem pela ação do magnetismo espiritual, os bons Espíritos. Estes atuam com maior discernimento e mais ciência do que o homem sobre o homem, e nas condições necessárias à obtenção dos efeitos que queiram produzir, dos resultados que desejam alcançar. Podem fazer que o paciente sinta pancadas, ou dores, que aparecem ou desaparecem à vontade dos operadores invisíveis. Também sabeis, por numerosos fatos observados em todos os tempos e agora mesmo, como são sentidas essas pancadas, essas dores. Lembrai-vos: tudo está sujeito à influência magnética.
GN, 05/03/1970

 QUARTA-FEIRA, 06/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – II


P – Deixou-nos impressionados a franqueza do Espírito da Verdade, ao afirmar que até os Evangelistas, os Apóstolos e os discípulos ignoravam a verdadeira origem espiritual de Jesus! De fato, a letra mata, só o Espírito vivifica. Tudo será aclarado agora?

R – Sim. A letra produziu seus frutos: não consegue mais satisfazer ao estado e ao progresso das vossas inteligências, às reais necessidades da época atual. Pois que agora mata, ela tem de ceder seu lugar ao espírito renovador e revitalizante. Chegaram os tempos de ensinar, de acordo com a Ciência e a Verdade, iniciando a todos nos segredos da Natureza, o que foram – como obra do Espírito Santo – a gravidez e o parto de Maria. Esta obra, qualificada de “sobrenatural”, “milagrosa”, “divina”, foi, com a permissão de Deus e de acordo com as leis naturais e imutáveis por ele promulgadas de toda a eternidade, o resultado de um ato espiritual e de uma ação magnética, executados com o auxílio e por meio de fluidos apropriados. O magnetismo é o agente universal que tudo aciona: TUDO ESTÁ SUBMETIDO À INFLUÊNCIA MAGNÉTICA. A atração existe em todos os reinos da Natureza. Não é por efeito da ação magnética que o macho se aproxima da fêmea, nas diferentes partes da Terra, ainda mesmo nas mais desertas e quando, não raro, os dois se encontram a grande distância um da outra? Não é a atração magnética que leva de uma flor a outra o princípio fecundante? Que nas entranhas da Terra, une as substâncias próprias para a formação dos minerais que ela encerra? Que atua sobre as águas, dirigindo-as para as terras áridas, necessitadas de fecundação? TUDO É ATRAÇÃO MAGNÉTICA NO UNIVERSO. Esta é a grande lei que rege as coisas. Quando o homem tiver os olhos bem abertos para aprender toda a extensão dessa lei, o mundo estará sob o seu domínio, visto que ele poderá dirigir a ação material dessa força. Mas para chegar lá, lhe será necessário um estudo longo e aprofundado das causas, e sobretudo muito respeito e amor ao Todo-Poderoso, que lhe confiou tão grande meio de ação. Quando, sob os auspícios desse respeito e desse amor, ele, todo humildade e desinteresse, houver conquistado pelo estudo e pelo trabalho o conhecimento de todos os fluidos, das suas naturezas diversas, de suas propriedades e efeitos, das diferentes combinações e transformações por que podem passar, POSSUIRÁ O SEGREDO DA VIDA UNIVERSAL E DA FORMAÇÃO DE TODOS OS SERES EM TODOS OS REINOS, sob a ação magnética e espiritual, pela vontade de Deus e segundo LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS. Os fluidos magnéticos ligam todos os mundos entre si no Universo, como todos os Espíritos, encarnados ou não. Eis o laço universal com que Deus nos ligou a todos para formarmos UM ÚNICO SER, conjugando-nos as forças para NOS INTEGRARMOS NELE. Pois os fluidos se reúnem pela ação magnética; tudo é magnetismo na Natureza; tudo é atração produzida por esse agente universal. No vosso planeta, além do magnetismo mineral, vegetal e animal, existem ainda o magnetismo humano e o magnetismo espiritual. O magnetismo humano consiste na concentração, por efeito da vontade do homem, dos fluidos existentes nele e na atmosfera que o cerca, e mediante os quais, a certa distância, ele atua sobre outros homens ou sobre as coisas. O magnetismo espiritual resulta da concentração da vontade dos Espíritos, concentração por meio da qual estes reúnem à volta de si os fluidos, quaisquer que sejam, encerrados no ser humano ou disseminados no espaço, e o dispõe de modo a exercerem ação sobre o homem ou sobre as coisas, produzindo os efeitos por ele desejados. A gravidez de Maria foi obra do Espírito Santo porque foi OBRA DOS ESPÍRITOS DO SENHOR e, como tal, aparente e fluídica, de modo a fazer crer numa gravidez real. Houve, aí, efeito de magnetismo espiritual. Sabeis qual a ação dos fluidos espirituais sobre o homem. Podeis avalia-la pelo poder dos fluidos humanos bem dirigidos. Os Espíritos prepostos à preparação do aparecimento do Cristo na Terra reuniram, em torno de Maria, fluidos apropriados que lhe operaram a distensão do abdômen e o intumesceram. Ainda pela ação dos fluidos empregados, o mênstruo parou durante o tempo preciso de uma gestação, contribuindo este fato para a aparência da gravidez, pela intumescência e pelos incômodos ocasionados. Maria, sob a inspiração do seu Guia Superior, e diante desses resultados, que eram para ela o cumprimento da anunciação do Anjo, acreditou na realidade do seu estado. Nessa crença nada há de surpreendente: aos hospícios se têm recolhido não poucas vítimas da vossa ciência, as quais se acreditavam prestes a dar à luz, QUANDO NÃO PASSAVAM DE JOGUETES DAS ILUSÕES PROVOCADAS POR OBSESSORES. Em tais casos não havia nenhuma aparência de gravidez aos olhos dos homens; entretanto, os obsessores as faziam experimentar todos os sintomas da gravidez e do parto. Assim, só aparência de gestação houve em Maria; a gravidez foi apenas aparente, senão a intumescência do ventre produzida por ação fluídica, efeito do magnetismo espiritual. Seu parto foi, igualmente, obra do Espírito Santo, porque foi obra dos Espíritos do Senhor, e só se deu na aparência, tal como a gravidez, por isso que resultava desta, que fora também aparente. Tanto quanto da gravidez magnética, Maria teve a ilusão, do parto, na medida do que era necessário, a fim de que acreditasse, COMO DEVIA ACONTECER, num nascimento real.
 GN, 04/03/1970

TERÇA-FEIRA, 05/06/2012

OBRA DO ESPÍRITO SANTO – I


P – Diante das explicações do CEU da LBV, hoje podemos compreender perfeitamente a sua máxima: Religião é a Política cientificamente praticada. Sim, entendemos que é no campo espiritual que se encontra solução para todo e qualquer problema, do Brasil e da Humanidade. Como explicar, agora, a concepção, a gravidez e o parto de Maria por OBRA DO ESPÍRITO SANTO?

R – Eis os versículos 1 a 7. Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas:

1 – Sucedeu que, por aqueles dias, se publicou um decreto de César Augusto, para o recenseamento dos habitantes de todo o mundo. 2 – Esse recenseamento foi feito por Quirino,  governador da Síria.  3 – Todos iam fazer suas declarações, cada um na sua cidade.  4 – José partiu da cidade de Nazaré,  que fica na Galiléia, e foi à Judéia,  à cidade de David, chamada Belém,  por isso que ele era da casa e da família de David, 5 – a fim de se fazer registrar com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 – Enquanto ali se achava, sucedeu completarem-se os dias em que devia dar à luz; 7 – e Maria deu a luz a seu filho primogênito,  e o enfaixou, e o deitou numa manjedoura,  por não haver lugar para eles na hospedaria.

Para todos, já o dissemos e repetimos, Maria tinha de ser a mãe de Jesus. Para todos, sua gravidez era visível. Decorrido o tempo que esta devia durar, igual ao de qualquer gravidez, o simples fato da presença do menino nos braços de Maria bastou para causar a crença no parto. Para todos, portanto, houve “parto” e “nascimento”. Eis por que, durante todo o tempo da sua missão terrena, Jesus foi considerado – pelos homens, pelos Apóstolos, pelos discípulos, pelas multidões que o seguiam – como fruto da concepção humana,  por obra de Maria e de José.  Mais tarde, depois de finda aquela obra, isto é, depois da “ascensão”, amadureceram os frutos da revelação conservada secreta. Ela se tornou conhecida do povo. Em conseqüência da anunciação feita a Maria e da advertência recebida por José, Jesus passou a ser considerado um homem nascido de ventre de mulher e, ao mesmo tempo, um Deus encarnado,  porque formado miraculosamente no seio de uma virgem pelo Espírito Santo. Dessa crença vulgar, relativa à “concepção” e ao “nascimento” de Jesus, à “gravidez” e ao “parto” de Maria, crença que se originou de uma revelação apropriada às necessidades do tempo, ao estado das inteligências e às exigências da época – preparo da vossa humanidade para a compreensão da vida espiritual – dessa crença partilharam os Evangelistas, os Apóstolos e os discípulos, como o povo em geral. ERA NECESSÁRIO QUE ASSIM FOSSE, porque – se eles tivessem conhecido a origem espiritual de Jesus – teriam sido impostores, representando essa origem como carnal nas condições da vossa humanidade, e, ao mesmo tempo, como fruto de uma encarnação divina. Os Evangelistas, bem como os Apóstolos e os discípulos, eram simples de coração; eram na condição de reencarnados, criancinhas pela humildade e pela inteligência. Aceitaram a revelação recebida por Maria e por José, considerando-a emanada de Deus e feita por um de seus Anjos. Instrumentos do Senhor, eles transmitiram essa revelação e os fatos. Médiuns historiadores, cada um desempenhou sua tarefa dentro do quadro que lhes traçaram a influência e a inspiração espirituais. Já o dissemos e agora o repetimos: convinha que fosse assim,  porque os homens precisavam de um exemplo frisante. Por perto de vinte séculos, a matéria idealizada vos preparou com auxílio do tempo e das reencarnações sucessivas, mediante as quais se efetuaram a expiação, a reparação e o progresso, para a compreensão da vida espiritual e vos conduziu à era nova do Espírito da Verdade, cujo o advento foi preparado, lenta e laboriosamente, desde que o Mestre esteve pessoalmente entre vós. E os tempos chegaram.
GN, 03/03/1970

SEGUNDA-FEIRA, 04/06/2012

O NASCIMENTO DE JESUS

P – Em nosso posto familiar, que é a Igreja do Novo Mandamento em casa, estamos fazendo nossas reuniões à luz do Evangelho explicado pelo Espírito da Verdade. Como é que o CEU da LBV explica os versículos 57 a 66, Capitulo Primeiro, do Evangelho segundo Lucas?

R – Vamos ler o trecho citado:

57 – Cumpriu-se o tempo de Isabel dar à luz, e ela teve um filho. 58 – Seus vizinhos e parentes, tendo sabido que o Senhor usara de misericórdia para com ela, a felicitavam. 59 – No oitavo dia, como trouxesse o menino para a circuncisão, todos lhe chamavam Zacarias, dando-lhe o nome do pai. 60 – A mãe, porém, disse: “Não, ele se chamará João”. 61 – Responderam-lhe: “Não há na vossa família quem tenha esse nome”. 62 – E, ao mesmo tempo perguntavam ao pai do menino como queria que este se chamasse. 63 – Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”, o que encheu de espanto a toda gente. 64 – No mesmo instante se lhe abriu a boca, soltou-se-lhe a língua e ele começou a falar, louvando o Senhor Deus. 65 – Todos os que habitavam nas vizinhanças se encheram de temor; a notícia dessas maravilhas se espalhou por toda região e montanhas da Judéia; 66 – e todos, os que as ouviram, guardaram delas lembrança, e diziam entre si: “Quem virá a ser, um dia, este menino?”, pois sobre ele estava a mão do Senhor.

Estes versículos não precisam de comentários amplos. Provam que tudo, nos desígnios do Senhor, se encadeia harmoniosamente. Todos os acontecimentos estavam preparados, e haviam de concorrer para a execução da obra. A resposta de Isabel aos parentes e vizinhos: “Não, ele se chamará João”, não foi efeito de mediunidade audiente, ou de inspiração espiritual: por meio da escrita em tábuas de cera, Zacarias cientificara a Isabel das palavras proferidas pelo Anjo (ou Espírito) que lhe aparecera no templo. Pelo o que já vos dissemos, explicando como se produzira a mudez de Zacarias, deveis compreender por que modo se lhe soltou a língua, isto é, por que modo cessou para ele a mudez e lhe foi restituída a palavra: pela ação dos Espíritos do Senhor, por efeito do magnetismo espiritual, houve a dispersão dos fluidos, que tinham servido para tornar pesada a sua língua e provocar a paralisia aparente.
GN, 01/03/1970

DOMINGO, 03/06/2012

A CIÊNCIA DO CRISTIANISMO


P – Apreciamos muito a diferença entre batismo com água e batismo com o Espírito Santo. Isso, devemos, realmente, à Doutrina codificada por Allan Kardec. Como o CEU da LBV encara o Espiritismo?

R – Em todas as obras do Codificador, e são sete, não há uma linha, sequer, classificando o Espiritismo como religião. Ele veio para unificar as crenças e todos os ismos humanos num Cristianismo diferente do ensinado pelos homens: o CRISTIANISMO DO CRISTO. Este CRISTIANISMO não será mais uma religião, porque será A RELIGIÃO DO TERCEIRO MILÊNIO. Nele se fundirão, para sempre, todas as religiões criadas pelos que se dizem seguidores do Cristo, como também todas as outras chamadas não-cristãs. Autêntico emissário de Jesus, Kardec não desejou – nem deseja – ser colocado acima de seu Mestre. O Espiritismo, a Doutrina dos Espíritos, é portanto, A CIÊNCIA DO CRISTIANISMO DO NOVO MANDAMENTO, A RELIGIÃO DE DEUS, a única religião que os homens não forjaram. Ela está nos Evangelhos (especialmente no de João), nos Atos dos Apóstolos, nas Epístolas e no Apocalipse, como o demonstra a Quarta Revelação, que é a última deste ciclo, e que pertence – como as três anteriores – ao CRISTO DE DEUS. O Espiritismo veio com o objetivo de vos preparar para o estado de perfeição, abrindo-vos os olhos para a LUZ, desenvolvendo gradualmente a vossa inteligência, pondo-vos assim em condições de romper francamente – e para sempre – com todas as fraquezas da vossa humanidade, afim de estardes prontos a receber o Espírito da Verdade quando começar o seu reinado, isto é, APTOS A RECEBER A VERDADE EM TODA A SUA EXTENSÃO. Para alcançardes essa grande meta, preciso é que trabalheis sem cessar sobre vós mesmos, destruindo tudo o que pertence ao homem velho, vencendo todas as tentações da carne (para evitar exageros, explicaremos adiante o que designamos por tentações da carne), trabalhando continuamente pelo vosso progresso moral. A Terceira Revelação de Jesus teria, pois, o objetivo: a perfeição humana. Para alcançá-la, três meios a empregar: CARIDADE, ESTUDO, AMOR. Tudo em benefício de todos os vossos irmãos, recebendo a Luz que vos é dada e levando-a a toda parte, para que suas centelhas iluminem ao longe, auxiliando por essa forma o advento do Espírito da Verdade. Nós vos exortamos a vencer as tentações da carne: não concluais daí que vos forcemos – como fizeram vossos pais – às macerações materiais, à abstinência de apetites humanos, quaisquer que sejam, impostos pelas leis da vossa natureza. Longe disso! Não é cobrindo-vos de cilícios que vencereis a carne; não é recusando atender às exigências do corpo – NEGANDO-LHE O QUE FOR JUSTO E NECESSÁRIO – que vós a dominareis. Deveis, sim, manter-vos em guarda, constantemente, contra seus excessos, contra seus desvios. Não esqueçais estas palavras do Mestre: “O Espírito (pela tentação) está pronto, mas a carne é fraca”. Lutai contra as tentações que infringem as Leis Divinas, mas concedei ao vosso corpo tudo o que a matéria exige sempre, nos limites de uma prudente sobriedade. Insistimos: Não vos martirizeis pensando em agradar ao Senhor: deveis, ao contrário, manter o vosso corpo no equilíbrio necessário ao curso das vossas provas, sobretudo não vos abandoneis à indolência. Orai e vigiais sem cessar, ó homens sem fé e de pouca inteligência, que estais sob as vistas do Senhor, que julga – não só as vossas mais secretas ações – como também os pensamentos mais ocultos do vosso coração. Vigiais, portanto, a fim de que vossos pensamentos e ações possam ser revelados, não somente diante do vosso Pai, mas ainda perante cada um dos vossos irmãos; orai, para que vossos atos estejam sempre em relação com vossos pensamentos. A ORAÇÃO AGRADÁVEL A DEUS É O TRABALHO. Trabalho da inteligência e trabalho do corpo. Cada um de vós deve trabalhar conforme a tarefa que lhe está confiada. Cada um de vós, portanto, deve orar continuamente. Trabalhai, eis a oração. Vigiai, isto é, cuidai de vos garantir, exercendo permanente vigilância sobre vós mesmos. Só assim vossa carne se tornará forte e não mais temereis a tentação. Vigiai e orai, porque o Mestre conta convosco. O Espírito da Verdade virá sempre e vos dará o conhecimento de tudo o que, ainda por algum tempo, terá de permanecer oculto, ele vos ensinará a encarar a Santa Luz sem serdes ofuscados por ela. O Espírito da Verdade não é um ser corporal ou fluídico: é o CONHECIMENTO INTEGRAL DA VERDADE, conhecimento que não podereis adquirir senão pelo vosso aperfeiçoamento. Ora, o vosso aperfeiçoamento não pode ser operado senão pelos Espíritos do Senhor, sob o comando direto do Mestre. Tal a razão porque Jesus é o CRISTO e, ao mesmo tempo, O ESPÍRITO DA VERDADE: por isso podeis entender – como Espírito da Verdade – de modo complexo e simbólico ao mesmo tempo. Primeiro os Espíritos mais elevados, que auxiliam Jesus na sua missão redentora conduzindo-vos gradualmente ao conhecimento integral da Verdade; finalmente o próprio Jesus que volta, para dar aos que vivem seu Novo Mandamento esse conhecimento integral, quando estiverem prontos a recebê-lo e fazem dignos de o merecer.
GN, 28/02/1970


SÁBADO, 02/06/2012

CÂNTICO DE ZACARIAS


P – O povo está recebendo com muita alegria as explicações do CEU da LBV, através do Espírito da Verdade. Como deve ele entender as palavras contidas nos versículos 67 a 80, Capitulo Primeiro, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Eis a passagem:

67 – Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68 – “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, por ter visitado e resgatado seu povo; 69 – por nos ter suscitado um poderoso Salvador na casa do seu servo David, 70 – conforme prometera pela boca de seus santos profetas, que existiram em todos os séculos passados, 71 – para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos aqueles que nos odeiam; 72 – para usar de misericórdia com nossos pais, lembrando-se da sua aliança, 73 – como jurou a Abraão nosso pai, quando nos prometeu a graça 74 – de que, livres dos nossos inimigos, o serviríamos sem temor, 75 – na santidade e na justiça em sua presença, por todos os dias da nossa vida. 76 – E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porquanto irás adiante do Senhor, para lhe preparar os caminhos, 77 – para dar ao seu povo o conhecimento da salvação pela remissão dos pecados, 78 – e pelas entranhas de misericórdia do nosso Deus, graças as quais este sol que vem do Alto nos visitou, 79 – para iluminar todos aqueles que estão sentados nas trevas e na sombra da morte e dirigir nossos passos pelo caminho da paz”. 80 – E o menino crescia e se fortificava no Espírito, permanecendo no deserto até ao dia em que teria de aparecer diante do povo de Israel.

Todos vós podeis, como Zacarias, louvar o Senhor pela graça que vos fez, de visitar novamente, agora, o seu povo, pelo advento do Espírito da Verdade, depois de o ter visitado – e resgatado – a primeira vez com a vinda de Jesus. Os Hebreus contavam que o prometido Messias fosse um libertador material. Atribuindo tudo ao presente, os homens não compreenderam que seus vícios eram os inimigos dos quais deviam ser libertados. Compreendei-o todos vós, empregando todos os esforços para atingir a LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL, como o devem fazer os discípulos do Cristo, aos quais Ele agora ensina todas as verdades sem os mentirosos véus com que as tinham coberto. Os discípulos, hoje, são aqueles que lhe seguem os passos com a orientação permanente dos Espíritos do Senhor. Ainda uma vez, o Sol da Verdade, luz para vós. Sim, o Mestre vos ilumina. Não fecheis os olhos: preparai os caminhos, para que Ele possa realmente caminhar convosco e conduzir-vos ao seu reino, isto é, á perfeição moral, intelectual e espiritual. Acabamos de dize-lo e repetimos: o Mestre, mais uma vez, visita e resgata o seu povo pelo ADVENTO DA VERDADE. Há quase dois mil anos, Jesus ensinou a Verdade, mas não TODA A VERDADE. Isto Ele o declarou com muita clareza, firmando o princípio das Revelações Progressivas. Só deu aos homens, naquele tempo, o que estes podiam entender e de maneira por que o podiam suportar. Se os homens se tivessem contentado com o que receberam, a Verdade não poderia conquistar o seu reino, que as tradições, os preconceitos, os dogmas – provocados, alimentados e conservados por espírito de dominação, de cupidez e tirania – se conluiaram para destruir. Estais na época do ESPÍRITO DA VERDADE: a Verdade se despoja de todas as mentiras que a furtavam à pobre Humanidade, afogando-a nas trevas, quando é certo que a libertam as ondas da Luz Divina. Como vedes, o Senhor não abandona seus filhos nas garras da mentira: deixou seguirem o caminho que haviam escolhido, porque só assim ganhariam experiência e verificariam a inutilidade das doutrinas humanas. Hoje, estais crescidos. Vossos olhos, fatigados de tatear nas sombras, pedem a Luz e se voltam para ela, sustentada pela Verdade. Para tudo é preciso um começo. O Espírito da Verdade descerá a toda a Terra e marcará o fim do mundo, isto é, o fim da maldade gerada pela ignorância da Lei de Deus. Mas, para todo advento, é indispensável uma era preparatória. João, o Precursor de Jesus, concitava os homens ao arrependimento e os batizou com água. Veio Jesus e lhes ensinou O MODO DE SE ARREPENDEREM, e os batizou com o Espírito Santo, isto é, fez que descesse sobre eles o Espírito do Senhor, devolvendo-lhes os dons carismáticos, as faculdades que os punham em condição de receber a inspiração. O batismo com o Espírito Santo é a comunhão com os Espíritos elevados que velam por vós. Mas, para chegar a essa comunhão, era preciso ao tempo da missão terrena de Jesus – E AGORA MUITO MAIS – ser puro, cheio de zelo, de amor e de fé, como os Apóstolos fiéis. Eis porque está convosco o Espírito da Verdade, que vos ensina a distinguir entre a Verdade e a mentira desenvolvendo a vossa experiência, estimulando a vossa perspicácia, aumentando o vosso devotamento, clareando a vossa inteligência, iluminando os vossos corações, tornando-vos dignos da proteção do Alto.
GN, 27/02/1970

SEXTA-FEIRA, 01/06/2012

NASCIMENTO DE JOÃO


P – Em nosso posto familiar, que é a Igreja do Novo Mandamento em casa, estamos fazendo nossas reuniões à luz do Evangelho explicado pelo Espírito da Verdade. Como é que o CEU da LBV explica os versículos 57 a 66, Capitulo Primeiro, do Evangelho segundo Lucas?

R – Vamos ler o trecho citado:

57 – Cumpriu-se o tempo de Isabel dar à luz, e ela teve um filho. 58 – Seus vizinhos e parentes, tendo sabido que o Senhor usara de misericórdia para com ela, a felicitavam. 59 – No oitavo dia, como trouxesse o menino para a circuncisão, todos lhe chamavam Zacarias, dando-lhe o nome do pai. 60 – A mãe, porém, disse: “Não, ele se chamará João”. 61 – Responderam-lhe: “Não há na vossa família quem tenha esse nome”. 62 – E, ao mesmo tempo perguntavam ao pai do menino como queria que este se chamasse. 63 – Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”, o que encheu de espanto a toda gente. 64 – No mesmo instante se lhe abriu a boca, soltou-se-lhe a língua e ele começou a falar, louvando o Senhor Deus. 65 – Todos os que habitavam nas vizinhanças se encheram de temor; a notícia dessas maravilhas se espalhou por toda região e montanhas da Judéia; 66 – e todos, os que as ouviram, guardaram delas lembrança, e diziam entre si: “Quem virá a ser, um dia, este menino?”, pois sobre ele estava a mão do Senhor.

Estes versículos não precisam de comentários amplos. Provam que tudo, nos desígnios do Senhor, se encadeia harmoniosamente. Todos os acontecimentos estavam preparados, e haviam de concorrer para a execução da obra. A resposta de Isabel aos parentes e vizinhos: “Não, ele se chamará João”, não foi efeito de mediunidade audiente, ou de inspiração espiritual: por meio da escrita em tábuas de cera, Zacarias cientificara a Isabel das palavras proferidas pelo Anjo (ou Espírito) que lhe aparecera no templo. Pelo o que já vos dissemos, explicando como se produzira a mudez de Zacarias, deveis compreender por que modo se lhe soltou a língua, isto é, por que modo cessou para ele a mudez e lhe foi restituída a palavra: pela ação dos Espíritos do Senhor, por efeito do magnetismo espiritual, houve a dispersão dos fluidos, que tinham servido para tornar pesada a sua língua e provocar a paralisia aparente.
GN, 26/02/1970

QUINTA=FEIRA, 31/05/2012

JESUS, O CRISTO – X


P – Hoje, devido à pregação da LBV, sabemos que se completam o Evangelho e o Apocalipse: quem não sabe Apocalipse já não pode afirmar que sabe Evangelho. Esta é, a nosso ver, a grande vantagem da UNIFICAÇÃO DAS QUATRO REVELAÇÕES DO CRISTO DE DEUS. Como o CEU interpreta os versículos 39 a 45, Capitulo Primeiro, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Trata-se da visita de Maria a Isabel:

39 – Ora, por aqueles dias, Maria, levantando-se, tomou apressadamente a direção das montanhas, indo a uma cidade de Judá. 40 – E, entrando na casa de Zacarias, saudou Isabel. 41 – Sucedeu que, a ouvir Isabel a saudação de Maria, menino lhe saltou no ventre, e ela ficou cheia do Espírito Santo. 42 – Exclamou, então, em alta voz: “És bendita entre todas as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. 43 – E de onde me vem a dita de ser visitada pela mãe do meu Senhor? 44 – Sim, porque – mal me chegaram aos ouvidos as palavras com que me saudaste – meu filho saltou de alegria dentro de mim. 45 – Bem-aventurada tu, que acreditaste, porque o que te foi dito, da parte do Senhor, se cumprirá”.

O Espírito de Jesus estava ao lado de Maria, em casa de Isabel. Ele a acompanhava, então, como fazem os vossos Anjos da Guarda. O Espírito de João não precisou ver chegar Jesus, porque também estava lá. Era livre: os penosos preliminares da encarnação, como já dissemos, não o afetavam. Nenhuma perturbação experimentava, e não perdeu a consciência de si mesmo e da sua origem, senão um momento antes de nascer. Não tendo de suportar as angústias da encarnação, a relação entre João-Espírito e o feto se estabeleceu desde a concepção de Isabel. A ação do Espírito se podia fazer sentir, quando fosse preciso, para dar novo testemunho dos fatos. O ato que produziu o estremecimento, no ventre de Isabel, visava a aumentar o número das provas do fato anunciado. As palavras que ela dirigiu à Virgem foram um efeito mediúnico, fruto da ação ou inspiração dos Espíritos do Senhor. Isabel as pronunciou como médium inspirado e, por isso, cheia do Espírito Santo. Dizendo “bendito é o fruto do teu ventre”, falava a Maria em termos que ambas pudessem compreender. Exprimiu-se desse modo, sob a inspiração do Alto, de acordo com a crença que as duas, e depois todos, haviam de partilhar. Crença que se tornaria e – POR EFEITO DA REVELAÇÃO APROPRIADA AO ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS E ÀS NECESSIDADES DA ÉPOCA – se tornou comum, vulgar, destinada a subsistir até ao dia em que, com o advento do Espírito da Verdade, se verificasse a exatidão destas palavras: a letra mata, o espírito vivifica. É o que acontece aos vossos olhos, uma vez explicado, em Espírito e Verdade, o que da parte do Senhor fora dito à Virgem Maria. Crede, os tempos chegaram e tudo será restaurado pela Boa Vontade do Cristo, à luz do seu Novo Mandamento.
GN, 22/02/1970

QUARTA-FEIRA, 30/05/2012

JESUS, O CRISTO – IX


P – A resposta do Anjo (ou Espírito) a Maria Santíssima (v. 37) merece uma explicação geral para todos os filiados e simpatizantes do CEU da LBV, diante do seu caráter anti-sectário. Como todos devem entender estas palavras humanas, tantas vezes repetidas: A Deus nada é impossível”?

R – Deus, só e único principio universal, só e única potência criadora, na imensidade, no infinito, é imutável e eterno. Tudo Ele previu, tudo quis e tudo regulou desde toda a eternidade. Assim, tudo emana da sua Boa Vontade, e NADA SE REALIZA SEM A SUA PERMISSÃO. Sabei, de uma vez por todas, que não há “acaso” nem há “milagre”. Para o Todo-poderoso, as palavras acaso e milagre não têm sentido. Deveis considerá-las, apenas, como exprimindo a ignorância dos homens quanto às verdadeiras causas dos fenômenos e dos fatos, devidos sempre a uma aplicação das leis universais, naturais e imutáveis, à ação dessas leis ou à apropriação delas aos diversos planetas, sob a direção permanente do Espírito. As palavras humanas possível e impossível são, igualmente, como estas outras – tempo, duração, espaço – desprovidas para Deus de qualquer significação. Elas só têm sentido para as criaturas na vida e harmonia universais, por causa e em conseqüência da ignorância e da incapacidade dos Espíritos encarnados, ignorância e incapacidade resultantes da carência, neles, de elevação moral e intelectual, de conhecimento cientifico das leis do universo, dos poderes de Deus, ACIMA DE TODO O ENTENDIMENTO DA CIÊNCIA MATERIALISTA. Nada há contingente, nem facultativo, sob a ação espiritual com relação ao que é físico. Os efeitos são todos os mesmos, e se sucedem regularmente. TUDO É IMUTÁVEL NA NATUREZA, só que nem tudo está ao vosso alcance: se à vossa inteligência, como à vossa vista, causam espanto muitos dos efeitos que uma ou outra percebem, é simplesmente por lhes serem novos esses efeitos. Todos eles, porém, estão na ordem da natureza. Vós é que não estais, ainda, em estado de os apreender. Somente o que é moral e intelectual é contingente e facultativo, sob a ação espiritual e por ato do livre arbítrio dos Espíritos reencarnados, mas sempre nos limites das provações por que devam passar, a título de expiação. O Espírito, porém, reencarnado ou errante, nada pode fazer nem  produzir senão pela simples aplicação das leis universais, naturais e imutáveis, ou pela, apropriação delas ao meio onde os efeitos se operam. Unicamente nos limites e sob a ação de tais leis é que, entre vós e em conseqüência da vossa ignorância, tomam o nome de “milagres” as suas aparentes derrogações que, entretanto, não passam de aplicações, DESCONHECIDAS PARA OS HOMENS, INCLUSIVE OS CIENTISTAS, das mesmas leis, de efeitos dessas aplicações, apropriadas tais leis ao vosso planeta, NÃO HÁ NADA SOBRENATURAL. Tudo emana, por toda parte e sempre, da Boa Vontade Imutável de Deus, conforme às leis universais, inalteráveis, por Ele mesmo estabelecidas desde toda a eternidade e que, desse modo, participam da sua essência mesma.
GN, 21/02/1970



TERÇA-FEIRA, 29/05/2012

JESUS, O CRISTO – IX


P – A resposta do Anjo (ou Espírito) a Maria Santíssima (v. 37) merece uma explicação geral para todos os filiados e simpatizantes do CEU da LBV, diante do seu caráter anti-sectário. Como todos devem entender estas palavras humanas, tantas vezes repetidas: “A Deus nada é impossível”?

R – Deus, só e único principio universal, só e única potência criadora, na imensidade, no infinito, é imutável e eterno. Tudo Ele previu, tudo quis e tudo regulou desde toda a eternidade. Assim, tudo emana da sua Boa Vontade, e NADA SE REALIZA SEM A SUA PERMISSÃO. Sabei, de uma vez por todas, que não há “acaso” nem há “milagre”. Para o Todo-poderoso, as palavras acaso e milagre não têm sentido. Deveis considerá-las, apenas, como exprimindo a ignorância dos homens quanto às verdadeiras causas dos fenômenos e dos fatos, devidos sempre a uma aplicação das leis universais, naturais e imutáveis, à ação dessas leis ou à apropriação delas aos diversos planetas, sob a direção permanente do Espírito. As palavras humanas possível e impossível são, igualmente, como estas outras – tempo, duração, espaço – desprovidas para Deus de qualquer significação. Elas só têm sentido para as criaturas na vida e harmonia universais, por causa e em conseqüência da ignorância e da incapacidade dos Espíritos encarnados, ignorância e incapacidade resultantes da carência, neles, de elevação moral e intelectual, de conhecimento cientifico das leis do universo, dos poderes de Deus, ACIMA DE TODO O ENTENDIMENTO DA CIÊNCIA MATERIALISTA. Nada há contingente, nem facultativo, sob a ação espiritual com relação ao que é físico. Os efeitos são todos os mesmos, e se sucedem regularmente. TUDO É IMUTÁVEL NA NATUREZA, só que nem tudo está ao vosso alcance: se à vossa inteligência, como à vossa vista, causam espanto muitos dos efeitos que uma ou outra percebem, é simplesmente por lhes serem novos esses efeitos. Todos eles, porém, estão na ordem da natureza. Vós é que não estais, ainda, em estado de os apreender. Somente o que é moral e intelectual é contingente e facultativo, sob a ação espiritual e por ato do livre arbítrio dos Espíritos reencarnados, mas sempre nos limites das provações por que devam passar, a título de expiação. O Espírito, porém, reencarnado ou errante, nada pode fazer nem  produzir senão pela simples aplicação das leis universais, naturais e imutáveis, ou pela, apropriação delas ao meio onde os efeitos se operam. Unicamente nos limites e sob a ação de tais leis é que, entre vós e em conseqüência da vossa ignorância, tomam o nome de “milagres” as suas aparentes derrogações que, entretanto, não passam de aplicações, DESCONHECIDAS PARA OS HOMENS, INCLUSIVE OS CIENTISTAS, das mesmas leis, de efeitos dessas aplicações, apropriadas tais leis ao vosso planeta, NÃO HÁ NADA SOBRENATURAL. Tudo emana, por toda parte e sempre, da Boa Vontade Imutável de Deus, conforme às leis universais, inalteráveis, por Ele mesmo estabelecidas desde toda a eternidade e que, desse modo, participam da sua essência mesma.
GN, 21/02/1970

SEGUNDA-FEIRA, 28/05/2012

JESUS, O CRISTO – VIII

P – Em face destas palavras de Maria (v. 34): “Como sucederá isso, se não conheço varão?”, qual a significação da resposta do Anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti”?

R – O Espírito Superior, anunciava assim à Virgem que seus olhos se abririam, que ela iria compreender um “mistério” que lhe parecia, então, impenetrável. Efetivamente, mais tarde, a tempo e hora, Maria – a exemplo dos homens e sob  a inspiração dos Espíritos do Senhor – atribuiu à ação divina, como convinha que o fizesse, aquela obra que lhe fora anunciada, tendo em vista às palavras do Anjo a José: “Aquele que nela se gerou foi formado pelo Espírito Santo”. Ela, então, percebeu a missão especial que Jesus viera desempenhar: lembrou-se.

P – “E a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”. Qual é a significação das palavras do Anjo, e como podia tal sombra fazer que Maria concebesse e desse à luz um filho?

R – A interpretação foi feita falsamente, de um ponto de vista material. Com aquelas palavras, o Espírito (ou Anjo) tinha por fim tranqüilizar Maria que, na sua condição humana, se atemorizava ante a idéia de ficar sua vida maculada por uma concepção ilegal aos olhos dos homens.

P – E como devemos entender as palavras: “Eis por que aquele, que de ti há de nascer, será chamado o FILHO DE DEUS”?

R – Elas confirmam o que acabamos de dizer. Aquele que de ti há de nascer (por obra do Espírito Santo) será chamado O FILHO DE DEUS. Esse título, segundo o espírito que vivifica, só se aplica a Jesus em consideração à sua pureza. Mas todos vós podeis conquista-lo. É o que foi dito a João na Ilha de Patmos: “Disse-me ainda: – Tudo está feito. Eu sou o A e o Z, o princípio e o fim. A quem tem sede EU darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, EU serei seu Deus e ele será meu filho” (Apocalipse, XXI: 6-7). Do ponto de vista humano, o exemplo de Jesus serviria para que os homens se elevassem a seus próprios olhos E COMPREENDESSEM O AMOR DE DEUS. Não havendo divindade a que não se oferecessem sacrifícios sangrentos, qual não deveria ser, aos olhos dos homens, a grandeza de Deus, que não se contentava senão com o holocausto do seu filho bem-amado e único (relativamente a vós outros), e qual não deveria ser, aos olhos de Deus, o valor dos homens, uma vez que, para os resgatar, era indispensável tamanho sacrifício?!... Homens, não esqueçais (dissemos e repetimos) que éreis criancinhas e quase ainda o sois; que a cada época se deve falar a linguagem conveniente, para ser compreendido e, sobretudo, escutado. Não vos deixeis levar pelos filósofos sem filosofia, que – não compreendendo os meios transitórios e necessários da Revelação, empregados para a efetivação do vosso progresso – negam a realidade e o objetivo das manifestações dos Espíritos do Senhor. Estas manifestações, sempre em obediência à vontade do Altíssimo se produzem para a vossa regeneração. Os Espíritos são instrumentos: preparam o caminho sem o saberem e, muitas vezes, sem o quererem. A entrada estava impedida: eles removeram os materiais que a obstruíam. Nós ergueremos o Edifício que o homem não tentará destruir, porque nele encontrará a paz, a esperança, a felicidade.

P – Qual o significado das seguintes palavras que o Anjo dirigiu à Virgem Maria (v. 37): “E nada será impossível a Deus”?

R – Referem-se, do ponto de vista do mundo espiritual, à manifestação, ao aparecimento de Jesus na Terra com um corpo fluídico; do ponto de vista de Maria, explica o que ela considerava um “milagre”, isto é, um fato impossível.
GN, 20/02/1970


DOMINGO, 27/05/2012

JESUS, O CRISTO – VII

P – Na transmissão anterior da Doutrina do CEU da LBV, despertou nossa atenção este trecho: “Deixai que os materialistas envolvam o Mestre numa veste de carne igual à vossa; por mais que façam, não conseguirão nunca igualá-lo nesta desgraçada era apocalíptica”. Quais o sentido e o alcance destas últimas palavras?


R – Não há, nem haverá por longo tempo ainda, um homem que possa viver a vida de Jesus. Tendes muitíssimo que fazer, para chegar lá, principalmente neste fim de ciclo. Podeis, entretanto, aproximar-vos dela. O homem do vosso planeta e todos os Espíritos, sejam quais forem – quer habitem os mundos inferiores para um fim de provação ou de expiação, ou ainda para o desempenho de suas missões, quer tenham alcançado os mundos superiores – participarão, já o dissemos e repetimos, da pureza de Jesus e da sua felicidade. Mas em que condições e por quais caminhos? Só mesmo adquirindo a perfeição, pela constante prática do AMOR que, através de todos os séculos, em todos os tempos na eternidade, é a fonte e o meio de todos os progressos: dá acesso à todas as ciências e conduz a Deus.

P – Nestas frases: “Deus é a única potência criadora, que reina sobre todos os universos, é o único princípio universal, mas não divisível; cria, mas não pela divisão da sua essência, que sentido se deve dar às seguintes palavras: “não divisível”, “não pela divisão da sua essência”?

R – Elas encerram a resposta ao dogma das três pessoas, mantido até hoje pela Igreja.

P – Estas palavras do Anjo (v. 28): “O Senhor está contigo, és bendita entre todas as mulheres”, tomadas ao pé da letra e confrontadas com os vs. 31, 32, 33, 34, 35 e 38, justificam a divindade atribuída a Jesus, por efeito da encarnação do próprio Deus no seio de Maria?

R – O homem, como sempre, materializa tudo o que suas mãos tocam. Tirar semelhantes conclusões não é aviltar a divindade? O Senhor estava com Maria, mulher entre todas bendita, por ser ela, entre todas, Espírito muito puro no desempenho da sua missão na Terra. Eis tudo.

P – Qual, despojado da letra, que mata, o espírito que vivifica, a significação destas palavras do Anjo à Virgem Maria (v. 30): “caíste em graça perante Deus”?

R – Estás em graça (ou caíste em graça) quer significar apenas o seguinte: – Obtiveste de Deus a missão que pediste.

P – Qual o motivo destas palavras do Anjo à Virgem (v. 31): “É assim que conceberás em teu seio e que de ti nascerá um filho, ao qual darás o nome de Jesus”, nunciativas de uma concepção material humana no ventre de uma virgem, contrariamente às leis imutáveis de reprodução do nosso planeta, com derrogação dessas leis, quando é certo que a vontade imutável de Deus jamais derroga as leis da Natureza, por Ele estabelecidas de toda a Eternidade, dando isso causa a que aquela concepção fosse pelos homens considerada sobrenatural, miraculosa, divina, como obra do Espírito Santo?

R – Não era ainda conveniente que os homens erguessem o véu que lhes ocultava os segredos de além-túmulo. Convinha que acreditassem na matéria sensível e impressionável, NA DOR FÍSICA, para darem valor ao sacrifício. E também convinha, já o dissemos e repetimos, que acreditassem na origem divina de Jesus, exatamente para que se curvassem ao seu jugo, para que a missão do Mestre fosse aceita e suas leis obedecidas.

P – Qual a razão destas outras palavras do Anjo à Virgem Maria (v. 32): “O Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai” e “ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob”?

R – Era necessário um fio que ligasse as promessas do Antigo Testamento – e as interpretações que lhe tinham sido dadas às necessidades do momento – às promessas feitas para o futuro. Constituiu esse fio o parentesco aparente, por descendência de tribo. Eis por que José encarnou na tribo de David e não em outra. Tudo é concatenado nos desígnios do Senhor e nos acontecimentos sucessivos, que preparam e efetuam, em cada época de transição, o vosso progresso e a obra da regeneração humana.

P – Qual, tirado da letra o espírito, o significado destas palavras (v. 33): “E o seu reino não terá fim”?

R – Não terá fim porque o vosso Salvador vos há de levar à perfeição. Não é Jesus o emblema da perfeição? E o seu reino não estará eternamente firmado quando a houverdes atingido? Sem dúvida, seu reino não terá fim.
GN, 19/02/1970
  

SÁBADO, 26/05/2012

JESUS, O CRISTO – VI

P – A notícia, verdadeira Boa Nova, que nos deu o Espírito da Verdade, ao falar do corpo fluídico tangível de Jesus, deixou-nos eletrizados: “Sabei que este fato, único até hoje nos anais do vosso planeta, DE NOVO SE PRODUZIRÁ, QUANDO A HORA FOR CHEGADA!” Segundo a orientação do CEU da LBV, é a confirmação da volta do Mestre?

R – Sim, confirmamos. Então, Jesus será compreendido pelos homens que, pelo progresso físico, moral e intelectual, realizado sob os auspícios e a prática do Bem, com desinteresse e humildade, terão aprofundado suficientemente as ciências, e avançado no conhecimento das leis eternas, pelo estudo da Verdade. É novo, para eles, este ponto de vista, mas precisa NÃO CONTINUAR IGNORADO, pois que – pelo trabalho que vos levamos a empreender – ele conduzirá os homens à unidade das crenças. Não sois os únicos a encarar o Cristo por este aspecto. Momento virá em que, conhecida esta obra, todos os Espíritos – que não ousam divulgar a IDÉIA NOVA – virão juntar-se a vós e confirmar estes ensinos, apoiados nas Revelações que já tiveram. Há quase vinte séculos, falou-se, é certo, A CRIANÇAS MENTAIS. Julgais, porém, que já chegastes à maturidade, pobres filósofos, cuja sabedoria consiste em solapar um edifício que sois incapazes de reparar e que não basta às necessidades da vossa época? Não, Jesus não nasceu de ventre de mulher. A matéria perecível não entrou, por coisa alguma, no conjunto das suas perfeições. Que os que têm ouvidos de ouvir – ouçam; que os que se limitam a negar – procurem compreender. Jesus, Espírito Perfeito, que nunca faliu, pertencente    ao pequeno número daqueles que trabalharam incessantemente por progredir, sem se desviarem do caminho reto, que seus Guias lhe mostraram, e que assim atingiram a perfeição; Jesus, cuja grandeza se perde na Eternidade, Protetor e Governador do planeta em que cresceis e enfrentais as vossas provas, tendo presidido a sua formação, desceu à Terra para vos dar o Novo Mandamento com o seu exemplo de AMOR. Mas, não o esqueçais: todo aquele que reveste a carne e sofre, como vós a encarnação material humana – é falível. JESUS ERA DEMASIADAMENTE PURO PARA VESTIR A ROUPA DO CULPADO. Sua natureza espiritual era incompatível com a encarnação material, como a sofreis. Ele não esperou, sepultado no seio de uma virgem, a hora do nascimento. Tudo - como vos explicaremos – como obra do Espírito Santo, isto é, dos Espíritos do Senhor, foi aparência, imagem, no “nascimento” do Mestre, na “gravidez” e no “parto” de Maria. A presença de Jesus na Terra foi uma aparição espiritual tangível: o Espírito – segundo as leis naturais que vos acabamos de explicar – tomou todas as aparências do corpo. O perispírito, que o envolvia, foi feito mais tangível, de modo a produzir a impressão perfeita, na medida do que o reclamavam as necessidades, MAS JESUS ERA SEMPRE ESPÍRITO. Notai que, contrariamente a todas as leis a que se acha submetido o Espírito encarnado, ele tinha consciência exata da sua origem e a certeza do seu futuro. Isto, por si só, basta para fazer-vos entender que seu Espírito não fora submetido às leis da encarnação, tal como vós a suportais. ELE NÃO ESTAVA SUJEITO A NENHUMA DAS NECESSIDADES DA EXISTÊNCIA MATERIAL HUMANA. Só na aparência, exteriormente, para exemplo, as experimentava, como vos explicaremos quando chegar o momento de falarmos da figura emblemática do Jejum e da Transfiguração. Conforme também vos diremos, nessa passagem, a natureza do corpo que Jesus tomou não foi mais que um espécime precoce do organismo humano, tal como será daqui a muitos séculos, em certos centros do vosso planeta, e tal como é em planetas mais elevados – mas sem ação da vontade, para decompor ou reconstituir o perispírito tangível ou corpo de natureza perispirítica: ESSE PODER SÓ O TEM O ESPÍRITO PURO. Deixai que os materialistas envolvam o Mestre numa veste de carne igual a vossa. Por mais que façam, não conseguirão nunca iguala-lo, nesta desgraçada era apocalíptica. Deixai, também, que os deístas recusem a divindade a Jesus: eles se aproximam de vós. Sim, é tempo de ser arvorado o estandarte da Verdade e da fé simples, raciocinante, racional. Sim, Deus é a única potência criadora que reina sobre todos os universos. Deus é o único principio, mas não divisível; cria, mas nunca pela divisão da sua essência. DEUS É UNO. Jesus, a quem podeis e deveis chamar seu filho bem-amado; de quem podeis e deveis dizer NOSSO DIVINO MODELO – DIVINO POR SER O ÓRGÃO DO SENHOR TODO-PODEROSO e estar em relação direta com ELE – Jesus é a maior essência depois de Deus, mas não é a única essência espiritual dessa grandeza. Cada planeta tem o seu Espírito Fundador, Protetor e Governador infalível, por se achar constantemente em relação direta com Deus, recebendo diretamente a inspiração divina, e que nunca faliu. Explicaremos, mais tarde, o sentido e o alcance destas últimas palavras. Nenhum de vós, nenhum de nós que vos dirigimos na vossa marcha, pode dizer que jamais faliu; mas todos podemos alimentar a esperança de poder participar da pureza de Jesus e da sua felicidade, pela nossa perseverança na prática do Bem e no estudo constante das Verdades Eternas. Nosso Pai é justo e bom; todos nós somos filhos pródigos; voltemos à casa paterna. Apressemo-nos, apressemo-nos, irmãos bem-amados: o Divino Modelo reacende sua Luz, que os vapores deletérios do vosso mundo tinham ensombrado. Ele arde com mais vivo brilho. Fixai nele os olhos. Acelerai o passo, que já se faz tarde. Vosso PAI está no limiar, esperando a todos vós de braços abertos.

Mateus, Marcos, Lucas e João, assistidos pelos Apóstolos.
GN, 18/02/1970              



SEXTA-FEIRA, 25/05/2012

JESUS, O CRISTO – V

P – Apreciamos bastante a explicação do Espírito da Verdade sobre a natureza do corpo de Jesus. Sinceramente, gostaríamos de que o CEU da LBV nos desse mais ensinamentos a respeito. É possível?

R – Tal pedido vem ao encontro do nosso desejo de libertar o povo pelo conhecimento da Verdade. É chegada a hora de unificar as Revelações Divinas, trazidas à Terra pelo Cristo, pelo poder da sua Boa Vontade. Ora, para conhecer essas Quatro Revelações, tende de partir do conhecimento do próprio Jesus.Por isso, insistimos: o que o homem considera uma derrogação das leis imutáveis da natureza não chega, mesmo, a ser uma deslocação das leis universais; ao contrário, É UMA APLICAÇÃO DESSAS LEIS.Não acrediteis seja impossível a produção, no vosso planeta, de efeitos semelhantes aos que são próprios dos planetas superiores, atendendo a que tais efeitos, todos subordinados aos mesmos princípios, se encontram modificados de acordo com a esfera onde se produzem. Certamente as encarnações fluídicas idênticas às que se verificam em mundos superiores, como Júpiter, seriam uma deslocação das leis estabelecidas, e nada há que jamais derrogue essas leis. Mas, uma tal encarnação modificada pela aplicação dos fluidos terrenos, se torna uma aproximação, um laço entre os dois graus da escala. Repetimos: não é derrogação, é uma adaptação. Entramos nessas minúcias para suprimir qualquer escrúpulo e afastar todas as duvidas. Não censuramos a desconfiança que possam inspirar estas palavras, tão nova para o homem: queremos, apenas tranqüilizar aqueles a quem elas possam inquietar. Assim, compreendei-o bem: houve modificação. Os fluidos, que servem para a encarnação nos mundos superiores e que VOS SÃO INVISÍVEIS, foram materializados, tornados opacos às vossas vistas, pela associação dos fluidos animalizados que vos cercam, isto é, dos vossos fluidos ambientes próprios à formação dos seres terrenos. Houve, portanto, APROPRIAÇÃO DOS FLUÍDOS SUPERIORES ao planeta inferior que ocupais. Que há nisto que possa causar estranheza, quando admitis os fatos de tangibilidade acidental, ocorridos em todas as épocas do vosso planeta, e que ainda se produzem aos vossos olhos com todas as aparências de forma corporal humana, e – em casos raros, mas comprovados – com as aparências de vida e de palavras humanas? Ora, se os Espíritos da vossa categoria podem operar esta combinação fluídica, onde a impossibilidade de ser ela realizada, com mais latitude, pela vontade poderosa de um Espírito Superior? Imaginais que sejamos sensíveis à duração do tempo, que com tanto esforço apreciais, ou que contamos as horas da Eternidade como contais os segundos da vossa existência? Por que a Jesus, Espírito Perfeito, que conhece na imensidade todos os fluidos, todas as suas combinações e transformações, todos os modos de emprega-los, todos os segredos da vida e da harmonia dos mundos, tanto nos mais elevados quanto nos inferiores como o vosso; que conhece a formação, a produção e a manifestação, a priori de todos os seres em todas as moradas do Pai, seria impossível materializar, pela associação e apropriação dos fluidos ambientes, que servem para a formação dos seres terrenos, os fluidos perispiríticos dos mundos superiores, e compor desse modo, para o desempenho da sua missão na Terra, UM CORPO FLUÍDICO TANGÍVEL, com as faculdades aparentes do homem, as fases aparentes do seu desenvolvimento? Sabei que este fato, único até hoje nos anais do vosso planeta, DE NOVO SE PRODUZIRÁ, QUANDO A HORA FOR CHEGADA!
GN, 17/02/1970


QUINTA-FEIRA, 24/05/2012

 JESUS, O CRISTO – IV


P – A revisão geral dos ensinamentos dos espíritos era uma necessidade inadiável para eliminar as infiltrações mediúnicas nos escritos de Kardec e Roustaing. Que diz o CEU sobre o corpo de Jesus?

R – Somente o Espírito Puro, não mais sujeito a encarnação alguma em qualquer planeta, por já haver atingido a perfeição sideral, dispõe de TODOS OS FLUIDOS; como possuidor que é de uma ciência completa, goza de inteira liberdade e independência; e tem a consciência exata da sua origem, seja qual for o perispírito que tome e assimile às regiões que deseje percorrer. Esse perispírito ou corpo fluídico, apropriado ao planeta, ele o toma, deixa e retoma, conservando-lhes os princípios constitutivos sempre prontos a se separarem ou reunirem, POR EFEITO DA SUA BOA VONTADE, segundo as condições e necessidades da missão superior que lhes caiba desempenhar. Lembrai-vos destas palavras de Jesus, aludindo, antes e depois do sacrifício do Gólgota, à sua missão terrena e a esse mesmo sacrifício, caracterizando o corpo que Ele revestia e que constituía sua vida aos olhos dos homens: “DEIXO A VIDA PARA A RETOMAR. NINGUÉM ME TIRA A VIDA; SOU EU QUE POR MIM MESMO A DEIXO. TENHO O PODER DE A DEIXAR E TENHO O PODER DE A RETOMAR” (João, X: 18). Jesus pôde, inicialmente, por ato exclusivo da sua Boa Vontade, atraindo a si os necessários fluidos ambientes, constituir o perispírito ou corpo fluídico tangível que vestiu, para surgir no vosso mundo sob o aspecto de uma criancinha. Maria também, antes da sua encarnação, por devotamento e por amor, pedira a graça de participar da Obra de Jesus, atraindo os fluidos necessários à formação daquele perispírito. Dessa maneira tinha de se verificar a sua cooperação, MAS DE FORMA PARA ELA INCONSCIENTE, porque o estado de encarnação humana a impedia de se lembrar. Assim, ao se aproximar o momento final da sua gravidez aos olhos dos homens, ela – inconscientemente, mas ardendo no desejo de cumprir a missão que o Senhor lhe revelara por intermédio do Anjo – estabeleceu pela emanação dos fluidos do seu perispírito uma irradiação apta a atrair os fluidos necessários a formação do corpo de Jesus. Nenhum efeito, entretanto, teria produzido a ação inconsciente da Virgem, sem a intervenção daquele que ia descer ao vosso mundo. Jesus constituiu, portanto, pela ação poderosa da sua Boa Vontade, o perispírito tangível, e quase material, tendo em vista o planeta em que habitais, um corpo relativamente semelhante ao vosso. Falando desse invólucro fluídico (a que chamamos para sermos compreendido pelo vosso entendimento humano) perispírito tangível, acrescentamos: e quase material. Sim, era quase material no sentido de que Jesus assimilara, para formá-lo, os fluidos ambientes que servem à formação dos vossos seres. Não esqueçais que o Espírito apropria seu perispírito às regiões que percorre; que a Terra é um dos mundos inferiores e, por conseguinte, os elementos de tangibilidade aí podem reunir-se tanto mais facilmente quanto mais poderosa seja a força desse Espírito. A CIÊNCIA HUMANA ACHA CÔMODO RIR, TODA VEZ QUE É INCAPAZ DE COMPREENDER. Sim, o perispírito do homem, sobretudo no estado de tangibilidade, é semi-material. Já encontrou a ciência, porventura, meios de comparar o ambiente que vos envolve com os dos outros planetas? Acaso já pode o sábio descer aos planetas inferiores, para sentir que o ar que os cerca o sufocaria pelo seu peso, lhe toldaria a vista pela sua espessura e lhe pareceria um véu estendido por sobre tudo o que em torno dele se encontrasse? Já subiu aos mundos dos superiores a fim de sentir a vertigem que lhe causaria a sutileza do ar? Já sentiu seus olhos se dilatarem, com o auxílio das camadas de ar superpostas e, varando distâncias para ele incomensuráveis, ir sua vista perceber objetos em dimensões tais que os vossos telescópios não conseguem divisar? Qual a razão dessas diferenças? É que as camadas de fluidos são apropriadas às vossas necessidades. Vós o sabeis e dizeis, mas não compreendeis as causas e não procurais compreender os efeitos. O perispírito humano, como perispírito tangível, com relação a vós, é semi-material, assim como o vapor é semi-líquido e a fumaça é semi-área. Relativamente à natureza que vos é peculiar, o corpo dos habitantes dos mundos superiores, bem como o perispírito humano do vosso planeta, É UM CORPO FLUÍDICO; mas, quando vos é dado vê-lo, tem toda a aparência de material. O corpo perispirítico de Jesus era mais material que o corpo perispirítico do Espírito Superior, não podendo, entretanto, ser estabelecida a respeito nenhuma comparação. MAIOR AINDA ERA A DIFERENÇA ENTRE ESSE CORPO DE JESUS E OS VOSSOS CORPOS DE LAMA. Aquele participava em grande escala do corpo do homem nos mundos superiores, pois se compunha dos mesmos elementos, mas já modificado, solidificado por meio dos fluidos humanos ou animalizados, de modo a se manter, segundo a Boa Vontade do Mestre e as necessidades da sua missão terrena, visível e tangível para os homens, como todas as humanas aparências corporais do vosso planeta. Que o homem não se insurja contra essa possibilidade, pelo fato de ainda não poder explicar UMA COMPOSIÇÃO QUE SE EFETUA FORA DAS LEIS MATERIAIS DA SUA NATUREZA. Não vos diremos: “Tudo é possível a Deus”, como os que, por essas palavras, procuram explicar o que não compreendem. Ao contrário, nós vos dizemos: O QUE O HOMEM, NA SUA IGNORÂNCIA, CONSIDERA UMA DERROGAÇÃO DAS LEIS IMUTÁVEIS NÃO É, SEQUER, UM DESLOCAMENTO DAS LEIS UNIVERSAIS: É, SIM, UMA APLICAÇÃO DELAS. Quando o sábio vencer as dificuldades que o impedem de conhecer o espaço, quando tiver chegado a decompor as camadas de ar superpostas nas alturas, quando compreender as PROPRIEDADES E EFEITOS DOS FLUÍDOS, o uso que deles pode fazer – então verá que O QUE HOJE PROVOCA A ZOMBARIA DA IGNORÂNCIA E DA INCREDULIDADE SE TORNARÁ UM FATO PATENTE, analisado, decomposto e comprovado pela ciência, ADMIRADA DE QUE TÃO PODEROSOS AGENTES NÃO TENHAM ESTADO SEMPRE SUBMETIDOS AO SEU IMPÉRIO, COMO SE ADMIRA DE NÃO TER EMPREGADO SEMPRE A ELETRICIDADE,CUJOS EFEITOS VISÍVEIS ADMITE, MAS CUJAS CAUSAS NÃO DETERMINOU.
GN, 15/02/1970


QUARTA-FEIRA, 23/05/2012

JESUS, O CRISTO – III


P – Ainda hoje, decorridos quase dois mil anos, é duro pregar aos homens as Verdades Divinas. Já dizia Jesus: “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Como poderão as criaturas entender a missão sublime de Jesus na Terra?

R – Infinita é a paciência do Bom Pastor. Ao viver pessoalmente entre vós, viu o Mestre que o valor espiritual do homem devia ser realçado. Seus deveres tinham de ser maiores. Durante todo o tempo da sua missão terrena, Jesus foi considerado como um homem igual aos outros, como um profeta encarnado na matéria humana, exatamente como os profetas da antiga lei. Os homens só o tomaram pelo próprio Deus depois do sacrifício do Gólgota, depois do seu reaparecimento chamado “ressurreição” e pela lembrança dos atos que praticara e que todos chamavam de “milagres”. Dar-lhes a conhecer os segredos do além seria atraí-los a um terreno perigoso. Ainda não estavam fortes para se preservarem do perigo das relações com o mundo invisível para receberem e aceitarem a Lei da Reencarnação, com seus princípios e suas conseqüências. Por tanto tempo tinham tremido sob o bastão de ferro de Moisés, na linha do olho por olho, dente por dente, que não entenderiam o Deus de Amor. Ou então, fiados no perdão eterno do Pai de infinita misericórdia, nenhum esforço tentariam mais no sentido do progresso. O Espírito Redentor, portanto, não lhes falaria aos sentidos. Profundamente materiais, eles precisavam da matéria idealizada, que os preparasse para a compreensão da vida espiritual. Entendidas estas palavras, já vos podemos falar: o tempo – cerca de vinte séculos – e as reencarnações sucessivas, trazendo consigo a expiação, a reparação, a depuração – vos prepararam para o entendimento das coisas espirituais. À matéria – a letra; à inteligência – o espírito. Chegaram os tempos de ser totalmente revelada a origem espiritual de Jesus. A letra já deu seus frutos, agora mata; soou a hora do espírito, que vivifica. O aparecimento de Jesus entre os homens não foi um fato aberrante das leis da natureza. Há, como sabeis, mundos inferiores e mundos superiores; mundos materiais e mundos fluídicos. Quanto mais o Espírito se depura, tanto mais se afasta dos instintos materiais. Quanto mais perto se encontra das encarnações primitivas, tanto mais se entrega às necessidades que o aproximam do animal. O mesmo se dá com todas as necessidades da existência material, que se diversificam e vão desaparecendo à medida que o Espírito se depura. À proporção que sobe na escala dos mundos, mais as leis da carne e, portanto, os meios de reprodução se aperfeiçoam e espiritualizam. A UNIÃO DA MATÉRIA PARA FORMAR A MATÉRIA é uma das condições inerentes à vossa inferioridade e só existe nos mundos materiais como a Terra. Já nos mundos superiores, suficientemente elevados, A VONTADE CONSTITUI A BASE DA LEI DE REPRODUÇÃO. A vontade é que a provoca, operando – sob a ação magnética – a reunião dos fluidos adequados no seio da família onde esta vontade se manifesta. Em tais mundos, o Espírito surge por ENCARNAÇÃO FLUÍDICA, isto é, por incorporação. Ao chegar ao planeta, encontra os fluidos necessários à sua incorporação e, por isso mesmo, a executa com o auxílio daqueles fluidos, na família que o vai receber e tutelar. A vontade (ou desejo dos pais) o chama, e essa mesma vontade exerce atração sobre os fluidos que, associando-se ao perispírito, e sendo por este assimilados, compõem – de acordo com as leis do vosso planeta – UM CORPO RELATIVAMENTE SEMELHANTE AO VOSSO. Os laços que ligam os pais aos filhos são mais fortes do que entre vós, e não são suscetíveis – como no vosso mundo – de se desfazerem ou afrouxarem, por isso que os pais e filhos compreendem toda a extensão deles. Nesses mundos elevados não há macho e fêmea, no sentido que dais a estas palavras. Os instintos experimentam algumas variações, mas nada tem de comum com os vossos sentidos materiais. É difícil (e mesmo inútil, agora) dar-vos explicações que não podereis apreender. Sabei, unicamente, que há diferença de sexos, sob o ponto de vista moral e fluídico. Essa diferença provém da que existe na natureza e na propriedade dos fluidos, assim como no emprego que se lhes dá, no estado de encarnação ou incorporação. Sabei, também, que o moral e o físico sempre estão ligados um ao outro em todas as esferas, e que os fluidos servem para exprimir os sentimentos e as faculdades do Espírito. Disso, tendes aí um exemplo, ainda que muito material: o Espírito que encarna sofre a influência da matéria. Que é a matéria? Fluidos espessados e solidificados, do mesmo modo que o gelo dos rios é uma concentração do leve vapor que deles se desprende sob a ação dos raios solares. Nos mundos superiores, o amor (que os homens tanto profanam) existe em grande desenvolvimento, mas sempre em condições de pureza. Quanto mais o Espírito se eleva, tanto mais viva se lhe desenha na memória a miragem do passado
GN, 14/02/1970

 TERÇA-FEIRA, 22/05/2012

JESUS, O CRISTO – II


P – Louvamos a franqueza com que o CEU declara: todos estes ensinamentos não são de homens, por mais célebres que sejam; são do próprio Jesus, através do seu porta-voz – o Espírito da Verdade! Agora, entendemos melhor o martírio inenarrável do Mestre, durante a sua missão na Terra. Por que o fizeram sofrer tanto?
                                                 
R – O homem é orgulhoso. A descida de um Espírito do Senhor não lhe teria bastado: tinha de ser um Deus! Não esqueçais que os judeus se achavam em contato direto com os romanos; que as idéias e costumes dos conquistadores se infiltram sempre no povo do país conquistado; que, assim, as idéias politeístas vieram a encontrar-se com o monoteísmo. A vida e os atos de Jesus; sua “morte” e sua “ressurreição”; os fatos que se seguiram; a interpretação humana dada às “suas palavras”; a divulgação feita pelos discípulos, uma vez terminada a missão, do que o Anjo (ou Espírito) anunciara à Virgem Maria e depois a José, acerca daquela concepção e daquela gravidez, obra do Espírito Santo, e como tal consideradas “sobrenaturais”, “miraculosas”, “divinas” – criaram para os judeus a necessidade de multiplicarem a divindade, tentando manter a unidade na pluralidade. E assim se explica a origem do que os homens chamaram “o dogma das três pessoas”. O materialismo esmagava o mundo com o seu peso carnal e o mundo perecia, porque toda a carne apodrece. Cumpria erguer o Espírito e dar-lhe a força de lutar contra a matéria. Para se conseguir tal objetivo era indispensável que o mundo tivesse diante dos olhos UM EXEMPLO IMATERIAL, imaterial sob o ponto de vista da divindade atribuída ao Cristo não durando a sua materialidade, para os homens mais que um tempo muito restrito e não passando de um meio de comunicação. Na apresentação deste exemplo em vosso mundo é que está, segundo as vistas humanas. O MILAGRE, porque – aos olhos dos homens – houve derrogação das leis estabelecidas. Aí não há porém, nenhum milagre: a vontade imutável de Deus não derroga NUNCA às leis naturais por Ele promulgadas desde de toda a eternidade. Como vereis pela explicação que vos daremos, na medida do que a vossa inteligência (obscurecida pela carne) pode receber e comportar, o que houve FOI APLICAÇÃO DAS LEIS QUE REGEM OS MUNDOS SUPERIORES E ADAPTAÇÃO DESSAS LEIS AOS VOSSOS FLUIDOS, isto é, do planeta que habitais. Maria era um Espírito Puro, que descera à Terra com a sagrada missão de cooperar com Jesus na obra da regeneração humana. Em comunhão com os Espíritos do Senhor, mas submetida à Lei da Reencarnação material, humana, tal qual a sofreis, a Virgem era médium vidente intuitivo e audiente, no sentido de ter consciência do ser que se lhe apresentava e da predição que lhe fazia. Sua inteligência entorpecida pelo invólucro material, não estava em estado de lembrar-se. É o que explica tenha feito sentir ao Anjo, ou Espírito, a impossibilidade de conceber durante a virgindade. Era preciso que, tanto quanto os homens, a Virgem desconhecesse a origem espiritual do Filho, que lhe era anunciado. A explicação que daremos da concepção, da gravidez e, portanto do parto de Maria como obra do Espírito Santo, vos fará compreender que não devendo conhecer aquela origem, ela de fato não a tenha conhecido e HAJA ACREDITADO NA SUA MATERNIDADE. Os judeus, de acordo com as suas tradições e as interpretações dadas ao Antigo Testamento, criam que o próprio Deus se comunicava diretamente com os homens; que o Espírito Santo era a inteligência mesma de Deus, a se manifestar por um ato qualquer. Isso explica a resposta do Anjo, ou Espírito, ao anunciar – primeiro a ela, depois a José – a concepção no seio de uma virgem, a gravidez e o parto, como obra do Espírito Santo. A resposta era adequada,  segundo a vontade do Senhor, ao estado geral das inteligências, de modo a poder ser escutada e compreendida, apropriada às necessidades da época, tendo em vista os acontecimentos que iam ocorrer, preparando a Humanidade para o que teria de saber mais tarde, mediante uma nova Revelação, quando fossem chegados os tempos em que a pudessem suportar. Ora, para os judeus que esperavam um chefe temporal, capaz de lhes reanimar a nacionalidade, de lhes reavivar as glória, de os constituir em povo livre, preciso era um chefe que, afastando-se do programa humano, lhes fizesse compreender NÃO SER SEU REINO DO PLANO TERRA. Na verdade, eles tinham a idéia fixa de oferecer um sacrifício ao Deus terrível que, segundo o seu modo de ver, se deleitava com o fumo dos holocaustos. E, para que o sacrifício fosse realmente grande, aqueles a quem era proibido sacrificar homens a Deus – SACRIFICARAM DEUS A SI MESMO!
GN, 13/02/1970

 SEGUNDA-FEIRA, 21/05/2012

JESUS, O CRISTO – I


P – Não podia ser melhor, para o povo brasileiro, a idéia da explicação dos Evangelhos de Jesus, reunidos e harmonizados. Como interpreta o CEU da LBV a passagem de Lucas, 1: 26 a 38?

R – Eis a passagem evangélica:

26 – Estando Isabel no seu sexto mês de grávida, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré, 27 – a uma virgem, noiva de um varão chamado José, da casa de David, e essa virgem se chamava Maria. 28 – O Anjo, aproximando-se dela, disse-lhe: “Eu te saúdo, ó cheia de graça; o Senhor está contigo; és bendita entre as mulheres”. 29 – Ela, porém, ouvindo-o, perturbou-se, e consigo mesma pensava no significado daquela saudação. 30 – o Anjo lhe disse: “Maria, nada temas, porque estás em graça perante Deus. 31 – É assim que conceberás em teu seio, e que nascerá de ti, um filho ao qual darás o nome de Jesus. 32 – Ele será grande e será chamado o Filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de David seu Pai; Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob, 33 – e seu reino não terá fim”. 34 – Então, disse Maria ao Anjo: “Como será isso, se não conheço varão?” 35 – O Anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra, e por isso o santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus. 36 – Eis que tua parenta Isabel concebeu na velhice um filho, e está no sexto mês de gravidez, ela que era chamada estéril. 37 – É que, para o Senhor, nada é impossível”. 38 – Então disse Maria: “Aqui está a serva do Senhor; faça-se em mim conforme às tuas palavras”. E dela o Anjo se afastou.

O homem, desde que vive na terra, não tem ouvido em todos os tempos a mesma linguagem. Em cada época de transição, só lhe é dito e dado aquilo que ele pode compreender. A Humanidade tem de ser preparada para o que lhe cumpre saber. A cada idade sua é necessário que lhe fale a linguagem conveniente a fim de que ela possa entender e atender. Homens, não esqueçais que éreis criancinhas quando Jesus desceu à Terra, para vos traçar a obra de regeneração e lançar-lhes as bases; lembrai-vos de que ainda hoje, sois pouco mais que criancinhas! Curvai-vos diante da Sabedoria Infinita, que preside o vosso progresso e o dirige por intermédio do Cristo, vosso Mestre, Supremo Governante e Protetor do vosso planeta e da sua humanidade, dando-vos – pouco a pouco – a Luz e a Verdade, conduzindo-vos gradualmente para perfeição, através dos séculos! O aparecimento de Jesus, segundo o Anjo o anunciou à Virgem Maria, e depois a José, por efeito de uma concepção de um nascimento que os homens trataram de “sobrenaturais”, “miraculosos”, “divinos”, por obra do Espírito Santo, isto é, por um ato do próprio Deus (o Espírito Santo era, para os judeus – já o sabeis – Inteligência Divina a se manifestar por uma ação qualquer), TINHA DE PERMANECER, E PERMANECEU SECRETO, durante todo o tempo da sua missão terrena. Maria confiou a revelação aos discípulos preferidos do Mestre (preferidos, quer dizer: que o seguiam mais assiduamente com a Virtude, dos quais sabia ele poder contar quando fosse chegada a hora). Fiéis à inspiração de seus Guias, esses discípulos compreenderam que, divulgada, tal revelação acarretaria, da parte dos homens, a descrença na pureza de Maria e na origem de seu filho. Para espalha-la no seio das multidões, esperaram que, - com o completo desempenho da missão terrena de Jesus – o tempo tivesse amadurecido os frutos. Assim, só depois do sacrifício do Gólgota, do reaparecimento do Mestre, a chamada “ressurreição”, e do seu regresso à vida espiritual, fato que se chamou “ascensão”, se radicou a crença na divindade que lhe atribuíram. Nesses últimos tempos, seus discípulos deram fé a essa “divindade”, interpretando ao pé da letra as palavras meu pai, de que usava Jesus ao referir-se a Deus, e achando que só essa origem e sua vida sem mácula poderiam explicar os fatos surpreendentes chamados milagres, que lhes feriam continuamente os sentidos materiais. Durante sua missão terrena, e assim devia acontecer, Jesus foi considerado pelos homens como fruto de concepção física, material, como um homem igual aos outros, tendo Maria por mãe e José por pai. Para seus discípulos, e para a multidão que o acompanhava, era um profeta revestido da libré humana, como os profetas da lei antiga. Para os discípulos dos sacerdotes, para os escribas, os fariseus e seus adeptos era um impostor, porque Jesus – declarando-se O FILHO DE DEUS – atribuía a si mesmo a divindade, fazia-se passar pelo próprio Deus. Maria tinha de ser e foi aos olhos de todos a mãe de Jesus: primeiro, porque viam nele um homem como outro qualquer, de acordo com as leis materiais da concepção e do nascimento humanos, da reprodução do vosso planeta; em seguida, porque o julgavam encarnação de Deus no seio de uma virgem, mediante uma concepção, uma gravidez e, portanto, um nascimento que era obra do Espírito Santo. Compreendei bem a necessidade que então havia, de primeiro se materializarem todos os fatos, a fim torná-los acessíveis ao homem; a seguir, a necessidade – depois de vivida a missão terrena do Cristo – de se idealizar a matéria, dando-lhe uma origem divina, para que os homens se curvassem ao jugo, porque – uma vez aceita a divindade atribuída ao Mestre – sua missão também seria aceita e suas leis também obedecidas. Jesus, como Espírito, não seria compreendido; sua abnegação e suas dores morais não seriam apreciadas. Para que o homem entendesse o sofrimento, ERA PRECISO QUE ESSE SOFRIMENTO FOSSE FÍSICO. A carne tinha necessidade de um sofrimento de carne. Àqueles que vertiam o sangue dos touros e dos cordeiros era preciso que se apresentasse em SACRIFÍCIO DE CARNE E SANGUE. Os homens jamais compreenderiam o devotamento sem limites do Espírito Perfeito, descido à Terra para lhes trazer o exemplo da vida preparatória da Eternidade.
GN, 12/02/1970

DOMINGO, 20/05/2012

JOÃO, O BATISTA – VIII


P – Estamos profundamente emocionados com as lições do CEU, sem nenhum sectarismo religioso. Somente a LBV pode unificar todas as Revelações do Cristo de Deus. Voltando à figura de João, o precursor de Jesus, temos outra pergunta: – A aparição do Anjo a Zacarias (v. 11) se produziu tal como os Hebreus a figuravam, com forma humana?
R – Sim, os Hebreus representavam os Anjos vestidos de branco e o semblante nimbado de raios luminosos, cujo o foco não percebiam e, por vezes, lhes punham asas, para que o povo entendesse que eles podiam percorrer o espaço. Quanto às aparições que se têm dado, em outras épocas e no seio de outros povos, todas se produziram sempre nas mesmas condições, isto é, o Espírito sempre tomou a aparência mais apropriada a ferir a imaginação do homem, ou a lhe trazer à lembrança aquela que ele desejaria ter diante dos olhos.

P – Qual o sentido destas palavras do Anjo, falando de si mesmo (v. 19): “Sou Gabriel, sempre presente diante de Deus”?
   R – Não deveis concluir, destas palavras, que esse Espírito estivesse continuamente diante de Deus, como qualquer ministro humano que aguarda as ordens do seu chefe. Sendo um Espírito elevado, um dos mensageiros do Senhor, estava por isso mesmo em relações permanentes com Ele. A inspiração divina lhe vinha como a do vosso Anjo da Guarda vos chega, levada em conta a diferença das naturezas espirituais e das relações que delas decorrem.

P – Por que meio se operou a mudez de Zacarias?
R – Pela ação fluídica, resultante da vontade do Anjo. Como vos explicaremos mais tarde, assim como existe um magnetismo humano, há também um magnetismo espiritual. Por efeito da ação espiritual imediata a língua de Zacarias foi carregada de fluídos, que a tornaram pesada, determinando uma espécie de paralisia aparente, da mesma forma que o magnetizador, quando quer imobilizar um dos membros do magnetizando, o torna extremamente pesado. O magnetismo, ainda muito imperfeito entre vós outros, é um derivado da nossa natureza: os vossos fluídos atuam mais ou menos, conforme a se acharem menos ou mais comprimidos ou desnaturados pela carne. No Espírito, porém, os fluídos são livres, e vos influenciam mais ou menos, conforme à vossa matéria, do mesmo modo que a influência do magnetizador se faz sentir mais ou menos, de acordo com o magnetizando, que pode ser mais ou menos lúcido, mais ou menos impressionável. Esta explicação pode bastar para todos os casos da categoria dos milagres: cabe a todos vós retirar daí a lição conveniente!

P – Em face do v. 25: – Porque Isabel se ocultou durante cinco meses após a concepção (v. 24), desde que, cessando a sua esterilidade, desaparecera o opróbrio que sobre ela pesava, segundo os preconceitos hebraicos?
R – Por ato de humildade, a fim de prolongar voluntariamente o opróbrio em que vivia.
GN, 08/02/1970

 SÁBADO, 19/05/2012

JOÃO, O BATISTA – VII


P – Damos graças a Deus pela pregação libertadora do CEU, em obediência à ordem do Mestre: “Ide e Pregai”. Só mesmo a Boa Vontade nos conduz ao Novo Mandamento pelo caminho da Verdade, que liberta o homem da ignorância espiritual e de todas as suas lamentáveis consequências. Como a LBV define o Espírito Santo?

R – Segundo o modo de ver dos tempos hebraicos e dos tempos evangélicos durante a permanência de Jesus entre vós, Espírito Santo era expressão familiar aos judeus, significando a manifestação mesma de Deus, por um ato qualquer, e a inspiração divina – o sopro do próprio Deus”. Para exprimir que João era inspirado por Deus, dizia-se que ele estava cheio do Espírito Santo, que o Espírito Santo estava nele, que era impelido pelo Espírito, que agia por um movimento do Espírito de Deus. O mesmo foi empregado com relação a Jesus. Era a expressão própria do tempo em que os homens não entendiam como Jesus – que supunham fosse homem igual aos demais e de cuja origem, essência e natureza nada sabiam – podia libertar-se tanto da fraqueza humana sem estar cheio do Espírito Santo, sem que o Espírito Santo estivesse nele, sem ser impelido pelo Espírito, isto é, sem ser inspirado por Deus do mesmo modo que os profetas. Conforme à concepção dos tempos seguintes à missão terrena de Jesus e à doutrina da Igreja de Roma, o Espírito Santo era uma parte individualizada do próprio Deus! Uma fração de Deus revestira a forma humana, para descer visivelmente aos terrícolas, sendo outra fração a inteligência ou inspiração divina, que se transmitia aos homens, capaz – se necessário fosse – de se materializar diante deles! No âmago dessas falsas interpretações, havia mistura de ideias hebraicas, de ideias politeístas, acidentalmente panteístas e confusa reminiscência de ideias espirituais, cujos traços a tradição conservara e das quais a imaginação do homem se apropriou – como sempre – adaptando-as às suas necessidades e conveniências. Somente a Terceira Revelação, trazida ao mundo pelos Espíritos do Senhor, veio revelar a Luz da Verdade, afirmando: o Espírito Santo, de modo geral, não era – e não é – um Espírito especial, mas uma designação figurada, que indicava – e indica – O CONJUNTO DOS ESPÍRITOS PUROS, DOS ESPÍRITOS SUPERIORES E DOS BONS ESPÍRITOS! É a Falange Sagrada, instrumento da ordem hierárquica da elevação moral e intelectual, ministra de Deus – uno, indivisível, eterno, infinito – que irradia por toda parte SEM JAMAIS SE FRACIONAR, e cujas vontades e inspirações só os Espíritos Puros recebem diretamente para as transmitir aos Espíritos Superiores, e por meio destes aos Bons Espíritos, que – através da escala espiritual – as fazem chegar até vós. É a Falange Sagrada que promove a execução de acordo com as leis gerais estabelecidas, imutáveis e eternas, das inspirações e vontades do Criador, nos planos físico, moral e intelectual, objetivando a organização, o funcionamento, a realização da vida e da harmonia universais; na imensidade dos mundos, mais ou menos materiais, mais ou menos fluídicos, de todo o Universo; na infinidade dos Espíritos, quer errantes, quer material ou fluidicamente encarnados, quer fluidicamente incorporados e investidos do livre arbítrio; na multiplicidade de todos os seres, em todos os reinos da Natureza! É a Falange Sagrada, verdadeira providência divina, executora – pelas vias hierárquicas de elevação moral e intelectual, na imensidade, nos mundos espirituais e em todos os planetas, inferiores e superiores – da justiça e da misericórdia infinita de Deus, Pai de todos e de tudo o que existe! Portanto, estar cheio do Espírito Santo, ser impelido pelo Espírito , agir por um movimento do Espírito de Deus era – e é – ser assistido, inspirado, guiado pelos Espíritos do Senhor, Espíritos estes que o reencarnado atrai a si, na conformidade da sua elevação moral e intelectual, de acordo com a natureza e a importância da obra ou da missão que lhe cumpre realizar. Se assim era João, o Batista, que devemos dizer de Jesus? ESPÍRITO PERFEITO, puro entre os mais puros que presidem, sob a sua direção, os destinos, o desenvolvimento e o progresso da Terra e de sua Humanidade, encaminhando-os sempre, Jesus, cuja perfeição se perde na noite da eternidade – Espírito Protetor e Supremo Governante do vosso planeta, vosso e nosso Mestre – operava não sob influência estranha, MAS POR SI MESMO. Poderíamos, pois, dizer que era impelido pelo Espírito, no sentido de que – permitindo-lhe sua elevação aproximar-se do CENTRO DA ONIPOTÊNCIA - ele recebia diretamente as inspirações de Deus.
GN, 07/02/1970

 SEXTA-FEIRA, 18/04/2012

 

JOÃO, O BATISTA – VI


P – Foi providencial a criação do Centro Espiritual Universalista. Julgamos acertada a afirmativa de que, no CEU da LBV, só se aceitam os ensinos de Jesus através do Espírito da Verdade. Estamos desiludidos de “mestres” e instrutores que só querem projeção, dinheiro e cartaz literário. Como explica o Espírito da Verdade estas palavras sobre João (v. 15): “Será cheio do Espírito Santo desde o seio materno”?
R – A sentença é do único Mestre do vosso planeta: “Quem não é por mim é contra mim. Quem comigo não junta, espalha”. O divisionismo é a grande chaga aberta pelos egoístas, infiltrados em todas as boas causas. Só o Novo Mandamento poderá unir os que realmente colocam o Cristo acima de seus melindres e vaidades pessoais. Todos terão de dar o testemunho do Batista: “Importa que eu desapareça, para que Ele apareça”. Por isso estava, antes de renascer, cheio do Espírito Santo. As vozes de além-túmulo já vos revelaram as angústias por que passa o Espírito que vai encarnar de novo, para suportar as provações que lhe são necessárias; quais as suas inquietações, quanto ao resultado dessas novas provas; qual a perturbação que isso lhe cause, perturbação que aumenta continuamente até ao instante do nascimento, e que vai mais longe, ainda que enfraquecendo durante o primeiro período da infância material. Já o sabeis: o Espírito, depois de haver expiado, na erraticidade, as faltas ou crimes cometidos, experimentando sofrimentos ou torturas morais adequados e proporcionais a esses crimes ou faltas, entra na fase da reparação. Escolhe, então, as provações que julga mais apropriadas ao seu adiantamento. Depois, entretanto, essas provações se lhe afiguram sempre terríveis. Tão fraco se sente, examinando o passado, que duvida de suas forças no futuro. Aí começa a perturbação, o estado da ansiedade, a princípio bem nítido, mas que depois perde em nitidez o que ganha em intensidade, à medida que no seio materno se forma o invólucro que lhe cumpre revestir e ao qual ele se acha ligado, desde o princípio da concepção, por um laço fluídico, uma espécie de cordão, que gradualmente se encurta, aproximando-o cada vez mais do seu cárcere. Consumado o nascimento, completa é a ligação entre o Espírito e o corpo, do qual aquele não pode mais separar-se. Principiam suas provações. Sofre logo o efeito da perturbação, que, entretanto, muda de caráter: já não é a angústia dos primeiros momentos, é o torpor produzido pela matéria, até que, desenvolvendo-se esta, lhe seja possível adquirir, pouco a pouco, relativa liberdade. Não suponhais, porém, que o mesmo aconteça com um Espírito elevado, que toma a veste carnal como se vestisse um uniforme, dentro do qual se achasse bem aparelhado, para prestar bons serviços à Pátria. É com alegria que esse recebe o amplexo da carne. E, mesmo no seio materno, enquanto não se apertaram inteiramente os laços que o prendem ao corpo, ele – sempre livre – apreciava a importância da obra que lhe foi confiada a extensão da confiança de que o Senhor, por essa forma, lhe dá prova, e daí tira motivo de grande júbilo. Não lhe sucede, desde a concepção, ficar subjugado pela carne: conserva, desde logo, certa independência. Sem sofrer as angústias que precedem a encarnação, sente apenas o entorpecimento que a matéria causa por ocasião do nascer, quando o corpo constringe completamente o Espírito, e que se prolonga até que com o desenvolvimento gradual da matéria aquele readquire sua liberdade. João era cheio do Espírito Santo desde o seio materno porque, sendo o seu Espírito elevadíssimo, atraia a si os que lhe eram iguais ou superiores, de mundos maiores, para assisti-lo na sua missão excepcional de Precursor do Cristo de Deus.
GN, 06/02/1970

QUINTA-FEIRA, 17/04/2012

JESUS, O CRISTO – V


P – Apreciamos bastante a explicação do Espírito da Verdade sobre a natureza do corpo de Jesus. Sinceramente, gostaríamos de que o CEU da LBV nos desse mais ensinamentos a respeito. É possível?

R – Tal pedido vem ao encontro do nosso desejo de libertar o povo pelo conhecimento da Verdade. É chegada a hora de unificar as Revelações Divinas, trazidas à Terra pelo Cristo, pelo poder da sua Boa Vontade. Ora, para conhecer essas Quatro Revelações, tende de partir do conhecimento do próprio Jesus.Por isso, insistimos: o que o homem considera uma derrogação das leis imutáveis da natureza não chega, mesmo, a ser uma deslocação das leis universais; ao contrário, É UMA APLICAÇÃO DESSAS LEIS.Não acrediteis seja impossível a produção, no vosso planeta, de efeitos semelhantes aos que são próprios dos planetas superiores, atendendo a que tais efeitos, todos subordinados aos mesmos princípios, se encontram modificados de acordo com a esfera onde se produzem. Certamente as encarnações fluídicas idênticas às que se verificam em mundos superiores, como Júpiter, seriam uma deslocação das leis estabelecidas, e nada há que jamais derrogue essas leis. Mas, uma tal encarnação modificada pela aplicação dos fluidos terrenos, se torna uma aproximação, um laço entre os dois graus da escala. Repetimos: não é derrogação, é uma adaptação. Entramos nessas minúcias para suprimir qualquer escrúpulo e afastar todas as duvidas. Não censuramos a desconfiança que possam inspirar estas palavras, tão nova para o homem: queremos, apenas tranqüilizar aqueles a quem elas possam inquietar. Assim, compreendei-o bem: houve modificação. Os fluidos, que servem para a encarnação nos mundos superiores e que VOS SÃO INVISÍVEIS, foram materializados, tornados opacos às vossas vistas, pela associação dos fluidos animalizados que vos cercam, isto é, dos vossos fluidos ambientes próprios à formação dos seres terrenos. Houve, portanto, APROPRIAÇÃO DOS FLUÍDOS SUPERIORES ao planeta inferior que ocupais. Que há nisto que possa causar estranheza, quando admitis os fatos de tangibilidade acidental, ocorridos em todas as épocas do vosso planeta, e que ainda se produzem aos vossos olhos com todas as aparências de forma corporal humana, e – em casos raros, mas comprovados – com as aparências de vida e de palavras humanas? Ora, se os Espíritos da vossa categoria podem operar esta combinação fluídica, onde a impossibilidade de ser ela realizada, com mais latitude, pela vontade poderosa de um Espírito Superior? Imaginais que sejamos sensíveis à duração do tempo, que com tanto esforço apreciais, ou que contamos as horas da Eternidade como contais os segundos da vossa existência? Por que a Jesus, Espírito Perfeito, que conhece na imensidade todos os fluidos, todas as suas combinações e transformações, todos os modos de emprega-los, todos os segredos da vida e da harmonia dos mundos, tanto nos mais elevados quanto nos inferiores como o vosso; que conhece a formação, a produção e a manifestação, a priori de todos os seres em todas as moradas do Pai, seria impossível materializar, pela associação e apropriação dos fluidos ambientes, que servem para a formação dos seres terrenos, os fluidos perispiríticos dos mundos superiores, e compor desse modo, para o desempenho da sua missão na Terra, UM CORPO FLUÍDICO TANGÍVEL, com as faculdades aparentes do homem, as fases aparentes do seu desenvolvimento? Sabei que este fato, único até hoje nos anais do vosso planeta, DE NOVO SE PRODUZIRÁ, QUANDO A HORA FOR CHEGADA!
GN, 16/02/1970

QUARTA-FEIRA, 16/04/2012

JESUS, O CRISTO – IV

 P – A revisão geral dos ensinamentos dos espíritos era uma necessidade inadiável para eliminar as infiltrações mediúnicas nos escritos de Kardec e Roustaing. Que diz o CEU sobre o corpo de Jesus?

R – Somente o Espírito Puro, não mais sujeito a encarnação alguma em qualquer planeta, por já haver atingido a perfeição sideral, dispõe de TODOS OS FLUIDOS; como possuidor que é de uma ciência completa, goza de inteira liberdade e independência; e tem a consciência exata da sua origem, seja qual for o perispírito que tome e assimile às regiões que deseje percorrer. Esse perispírito ou corpo fluídico, apropriado ao planeta, ele o toma, deixa e retoma, conservando-lhes os princípios constitutivos sempre prontos a se separarem ou reunirem, POR EFEITO DA SUA BOA VONTADE, segundo as condições e necessidades da missão superior que lhes caiba desempenhar. Lembrai-vos destas palavras de Jesus, aludindo, antes e depois do sacrifício do Gólgota, à sua missão terrena e a esse mesmo sacrifício, caracterizando o corpo que Ele revestia e que constituía sua vida aos olhos dos homens: “DEIXO A VIDA PARA A RETOMAR. NINGUÉM ME TIRA A VIDA; SOU EU QUE POR MIM MESMO A DEIXO. TENHO O PODER DE A DEIXAR E TENHO O PODER DE A RETOMAR” (João, X: 18). Jesus pôde, inicialmente, por ato exclusivo da sua Boa Vontade, atraindo a si os necessários fluidos ambientes, constituir o perispírito ou corpo fluídico tangível que vestiu, para surgir no vosso mundo sob o aspecto de uma criancinha. Maria também, antes da sua encarnação, por devotamento e por amor, pedira a graça de participar da Obra de Jesus, atraindo os fluidos necessários à formação daquele perispírito. Dessa maneira tinha de se verificar a sua cooperação, MAS DE FORMA PARA ELA INCONSCIENTE, porque o estado de encarnação humana a impedia de se lembrar. Assim, ao se aproximar o momento final da sua gravidez aos olhos dos homens, ela – inconscientemente, mas ardendo no desejo de cumprir a missão que o Senhor lhe revelara por intermédio do Anjo – estabeleceu pela emanação dos fluidos do seu perispírito uma irradiação apta a atrair os fluidos necessários a formação do corpo de Jesus. Nenhum efeito, entretanto, teria produzido a ação inconsciente da Virgem, sem a intervenção daquele que ia descer ao vosso mundo. Jesus constituiu, portanto, pela ação poderosa da sua Boa Vontade, o perispírito tangível, e quase material, tendo em vista o planeta em que habitais, um corpo relativamente semelhante ao vosso. Falando desse invólucro fluídico (a que chamamos para sermos compreendido pelo vosso entendimento humano) perispírito tangível, acrescentamos: e quase material. Sim, era quase material no sentido de que Jesus assimilara, para formá-lo, os fluidos ambientes que servem à formação dos vossos seres. Não esqueçais que o Espírito apropria seu perispírito às regiões que percorre; que a Terra é um dos mundos inferiores e, por conseguinte, os elementos de tangibilidade aí podem reunir-se tanto mais facilmente quanto mais poderosa seja a força desse Espírito. A CIÊNCIA HUMANA ACHA CÔMODO RIR, TODA VEZ QUE É INCAPAZ DE COMPREENDER. Sim, o perispírito do homem, sobretudo no estado de tangibilidade, é semi-material. Já encontrou a ciência, porventura, meios de comparar o ambiente que vos envolve com os dos outros planetas? Acaso já pode o sábio descer aos planetas inferiores, para sentir que o ar que os cerca o sufocaria pelo seu peso, lhe toldaria a vista pela sua espessura e lhe pareceria um véu estendido por sobre tudo o que em torno dele se encontrasse? Já subiu aos mundos dos superiores a fim de sentir a vertigem que lhe causaria a sutileza do ar? Já sentiu seus olhos se dilatarem, com o auxílio das camadas de ar superpostas e, varando distâncias para ele incomensuráveis, ir sua vista perceber objetos em dimensões tais que os vossos telescópios não conseguem divisar? Qual a razão dessas diferenças? É que as camadas de fluidos são apropriadas às vossas necessidades. Vós o sabeis e dizeis, mas não compreendeis as causas e não procurais compreender os efeitos. O perispírito humano, como perispírito tangível, com relação a vós, é semi-material, assim como o vapor é semi-líquido e a fumaça é semi-área. Relativamente à natureza que vos é peculiar, o corpo dos habitantes dos mundos superiores, bem como o perispírito humano do vosso planeta, É UM CORPO FLUÍDICO; mas, quando vos é dado vê-lo, tem toda a aparência de material. O corpo perispirítico de Jesus era mais material que o corpo perispirítico do Espírito Superior, não podendo, entretanto, ser estabelecida a respeito nenhuma comparação. MAIOR AINDA ERA A DIFERENÇA ENTRE ESSE CORPO DE JESUS E OS VOSSOS CORPOS DE LAMA. Aquele participava em grande escala do corpo do homem nos mundos superiores, pois se compunha dos mesmos elementos, mas já modificado, solidificado por meio dos fluidos humanos ou animalizados, de modo a se manter, segundo a Boa Vontade do Mestre e as necessidades da sua missão terrena, visível e tangível para os homens, como todas as humanas aparências corporais do vosso planeta. Que o homem não se insurja contra essa possibilidade, pelo fato de ainda não poder explicar UMA COMPOSIÇÃO QUE SE EFETUA FORA DAS LEIS MATERIAIS DA SUA NATUREZA. Não vos diremos: “Tudo é possível a Deus”, como os que, por essas palavras, procuram explicar o que não compreendem. Ao contrário, nós vos dizemos: O QUE O HOMEM, NA SUA IGNORÂNCIA, CONSIDERA UMA DERROGAÇÃO DAS LEIS IMUTÁVEIS NÃO É, SEQUER, UM DESLOCAMENTO DAS LEIS UNIVERSAIS: É, SIM, UMA APLICAÇÃO DELAS. Quando o sábio vencer as dificuldades que o impedem de conhecer o espaço, quando tiver chegado a decompor as camadas de ar superpostas nas alturas, quando compreender as PROPRIEDADES E EFEITOS DOS FLUÍDOS, o uso que deles pode fazer – então verá que O QUE HOJE PROVOCA A ZOMBARIA DA IGNORÂNCIA E DA INCREDULIDADE SE TORNARÁ UM FATO PATENTE, analisado, decomposto e comprovado pela ciência, ADMIRADA DE QUE TÃO PODEROSOS AGENTES NÃO TENHAM ESTADO SEMPRE SUBMETIDOS AO SEU IMPÉRIO, COMO SE ADMIRA DE NÃO TER EMPREGADO SEMPRE A ELETRICIDADE,CUJOS EFEITOS VISÍVEIS ADMITE, MAS CUJAS CAUSAS NÃO DETERMINOU.
GN, 15/02/1970

TERÇA-FEIRA, 15/04/2012

JESUS, O CRISTO – III


P – Ainda hoje, decorridos quase dois mil anos, é duro pregar aos homens as Verdades Divinas. Já dizia Jesus: “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Como poderão as criaturas entender a missão sublime de Jesus na Terra?

R – Infinita é a paciência do Bom Pastor. Ao viver pessoalmente entre vós, viu o Mestre que o valor espiritual do homem devia ser realçado. Seus deveres tinham de ser maiores. Durante todo o tempo da sua missão terrena, Jesus foi considerado como um homem igual aos outros, como um profeta encarnado na matéria humana, exatamente como os profetas da antiga lei. Os homens só o tomaram pelo próprio Deus depois do sacrifício do Gólgota, depois do seu reaparecimento chamado “ressurreição” e pela lembrança dos atos que praticara e que todos chamavam de “milagres”. Dar-lhes a conhecer os segredos do além seria atraí-los a um terreno perigoso. Ainda não estavam fortes para se preservarem do perigo das relações com o mundo invisível para receberem e aceitarem a Lei da Reencarnação, com seus princípios e suas conseqüências. Por tanto tempo tinham tremido sob o bastão de ferro de Moisés, na linha do olho por olho, dente por dente, que não entenderiam o Deus de Amor. Ou então, fiados no perdão eterno do Pai de infinita misericórdia, nenhum esforço tentariam mais no sentido do progresso. O Espírito Redentor, portanto, não lhes falaria aos sentidos. Profundamente materiais, eles precisavam da matéria idealizada, que os preparasse para a compreensão da vida espiritual. Entendidas estas palavras, já vos podemos falar: o tempo – cerca de vinte séculos – e as reencarnações sucessivas, trazendo consigo a expiação, a reparação, a depuração – vos prepararam para o entendimento das coisas espirituais. À matéria – a letra; à inteligência – o espírito. Chegaram os tempos de ser totalmente revelada a origem espiritual de Jesus. A letra já deu seus frutos, agora mata; soou a hora do espírito, que vivifica. O aparecimento de Jesus entre os homens não foi um fato aberrante das leis da natureza. Há, como sabeis, mundos inferiores e mundos superiores; mundos materiais e mundos fluídicos. Quanto mais o Espírito se depura, tanto mais se afasta dos instintos materiais. Quanto mais perto se encontra das encarnações primitivas, tanto mais se entrega às necessidades que o aproximam do animal. O mesmo se dá com todas as necessidades da existência material, que se diversificam e vão desaparecendo à medida que o Espírito se depura. À proporção que sobe na escala dos mundos, mais as leis da carne e, portanto, os meios de reprodução se aperfeiçoam e espiritualizam. A UNIÃO DA MATÉRIA PARA FORMAR A MATÉRIA é uma das condições inerentes à vossa inferioridade e só existe nos mundos materiais como a Terra. Já nos mundos superiores, suficientemente elevados, A VONTADE CONSTITUI A BASE DA LEI DE REPRODUÇÃO. A vontade é que a provoca, operando – sob a ação magnética – a reunião dos fluidos adequados no seio da família onde esta vontade se manifesta. Em tais mundos, o Espírito surge por ENCARNAÇÃO FLUÍDICA, isto é, por incorporação. Ao chegar ao planeta, encontra os fluidos necessários à sua incorporação e, por isso mesmo, a executa com o auxílio daqueles fluidos, na família que o vai receber e tutelar. A vontade (ou desejo dos pais) o chama, e essa mesma vontade exerce atração sobre os fluidos que, associando-se ao perispírito, e sendo por este assimilados, compõem – de acordo com as leis do vosso planeta – UM CORPO RELATIVAMENTE SEMELHANTE AO VOSSO. Os laços que ligam os pais aos filhos são mais fortes do que entre vós, e não são suscetíveis – como no vosso mundo – de se desfazerem ou afrouxarem, por isso que os pais e filhos compreendem toda a extensão deles. Nesses mundos elevados não há macho e fêmea, no sentido que dais a estas palavras. Os instintos experimentam algumas variações, mas nada tem de comum com os vossos sentidos materiais. É difícil (e mesmo inútil, agora) dar-vos explicações que não podereis apreender. Sabei, unicamente, que há diferença de sexos, sob o ponto de vista moral e fluídico. Essa diferença provém da que existe na natureza e na propriedade dos fluidos, assim como no emprego que se lhes dá, no estado de encarnação ou incorporação. Sabei, também, que o moral e o físico sempre estão ligados um ao outro em todas as esferas, e que os fluidos servem para exprimir os sentimentos e as faculdades do Espírito. Disso, tendes aí um exemplo, ainda que muito material: o Espírito que encarna sofre a influência da matéria. Que é a matéria? Fluidos espessados e solidificados, do mesmo modo que o gelo dos rios é uma concentração do leve vapor que deles se desprende sob a ação dos raios solares. Nos mundos superiores, o amor (que os homens tanto profanam) existe em grande desenvolvimento, mas sempre em condições de pureza. Quanto mais o Espírito se eleva, tanto mais viva se lhe desenha na memória a miragem do passado.
GN, 14/02/1970

 SEGUNDA-FEIRA, 14/04/2012

JESUS, O CRISTO – II

 P – Louvamos a franqueza com que o CEU declara: todos estes ensinamentos não são de homens, por mais célebres que sejam; são do próprio Jesus, através do seu porta-voz – o Espírito da Verdade! Agora, entendemos melhor o martírio inenarrável do Mestre, durante a sua missão na Terra. Por que o fizeram sofrer tanto?
                                                 
R – O homem é orgulhoso. A descida de um Espírito do Senhor não lhe teria bastado: tinha de ser um Deus! Não esqueçais que os judeus se achavam em contato direto com os romanos; que as idéias e costumes dos conquistadores se infiltram sempre no povo do país conquistado; que, assim, as idéias politeístas vieram a encontrar-se com o monoteísmo. A vida e os atos de Jesus; sua “morte” e sua “ressurreição”; os fatos que se seguiram; a interpretação humana dada às “suas palavras”; a divulgação feita pelos discípulos, uma vez terminada a missão, do que o Anjo (ou Espírito) anunciara à Virgem Maria e depois a José, acerca daquela concepção e daquela gravidez, obra do Espírito Santo, e como tal consideradas “sobrenaturais”, “miraculosas”, “divinas” – criaram para os judeus a necessidade de multiplicarem a divindade, tentando manter a unidade na pluralidade. E assim se explica a origem do que os homens chamaram “o dogma das três pessoas”. O materialismo esmagava o mundo com o seu peso carnal e o mundo perecia, porque toda a carne apodrece. Cumpria erguer o Espírito e dar-lhe a força de lutar contra a matéria. Para se conseguir tal objetivo era indispensável que o mundo tivesse diante dos olhos UM EXEMPLO IMATERIAL, imaterial sob o ponto de vista da divindade atribuída ao Cristo não durando a sua materialidade, para os homens mais que um tempo muito restrito e não passando de um meio de comunicação. Na apresentação deste exemplo em vosso mundo é que está, segundo as vistas humanas. O MILAGRE, porque – aos olhos dos homens – houve derrogação das leis estabelecidas. Aí não há porém, nenhum milagre: a vontade imutável de Deus não derroga NUNCA às leis naturais por Ele promulgadas desde de toda a eternidade. Como vereis pela explicação que vos daremos, na medida do que a vossa inteligência (obscurecida pela carne) pode receber e comportar, o que houve FOI APLICAÇÃO DAS LEIS QUE REGEM OS MUNDOS SUPERIORES E ADAPTAÇÃO DESSAS LEIS AOS VOSSOS FLUIDOS, isto é, do planeta que habitais. Maria era um Espírito Puro, que descera à Terra com a sagrada missão de cooperar com Jesus na obra da regeneração humana. Em comunhão com os Espíritos do Senhor, mas submetida à Lei da Reencarnação material, humana, tal qual a sofreis, a Virgem era médium vidente intuitivo e audiente, no sentido de ter consciência do ser que se lhe apresentava e da predição que lhe fazia. Sua inteligência entorpecida pelo invólucro material, não estava em estado de lembrar-se. É o que explica tenha feito sentir ao Anjo, ou Espírito, a impossibilidade de conceber durante a virgindade. Era preciso que, tanto quanto os homens, a Virgem desconhecesse a origem espiritual do Filho, que lhe era anunciado. A explicação que daremos da concepção, da gravidez e, portanto do parto de Maria como obra do Espírito Santo, vos fará compreender que não devendo conhecer aquela origem, ela de fato não a tenha conhecido e HAJA ACREDITADO NA SUA MATERNIDADE. Os judeus, de acordo com as suas tradições e as interpretações dadas ao Antigo Testamento, criam que o próprio Deus se comunicava diretamente com os homens; que o Espírito Santo era a inteligência mesma de Deus, a se manifestar por um ato qualquer. Isso explica a resposta do Anjo, ou Espírito, ao anunciar – primeiro a ela, depois a José – a concepção no seio de uma virgem, a gravidez e o parto, como obra do Espírito Santo. A resposta era adequada,  segundo a vontade do Senhor, ao estado geral das inteligências, de modo a poder ser escutada e compreendida, apropriada às necessidades da época, tendo em vista os acontecimentos que iam ocorrer, preparando a Humanidade para o que teria de saber mais tarde, mediante uma nova Revelação, quando fossem chegados os tempos em que a pudessem suportar. Ora, para os judeus que esperavam um chefe temporal, capaz de lhes reanimar a nacionalidade, de lhes reavivar as glória, de os constituir em povo livre, preciso era um chefe que, afastando-se do programa humano, lhes fizesse compreender NÃO SER SEU REINO DO PLANO TERRA. Na verdade, eles tinham a idéia fixa de oferecer um sacrifício ao Deus terrível que, segundo o seu modo de ver, se deleitava com o fumo dos holocaustos. E, para que o sacrifício fosse realmente grande, aqueles a quem era proibido sacrificar homens a Deus – SACRIFICARAM DEUS A SI MESMO!
GN, 13/02/1970

 DOMINGO, 13/05/2012

JESUS, O CRISTO – I

P – Não podia ser melhor, para o povo brasileiro, a idéia da explicação dos Evangelhos de Jesus, reunidos e harmonizados. Como interpreta o CEU da LBV a passagem de Lucas, 1: 26 a 38?

R – Eis a passagem evangélica:

26 – Estando Isabel no seu sexto mês de grávida, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré, 27 – a uma virgem, noiva de um varão chamado José, da casa de David, e essa virgem se chamava Maria. 28 – O Anjo, aproximando-se dela, disse-lhe: “Eu te saúdo, ó cheia de graça; o Senhor está contigo; és bendita entre as mulheres”. 29 – Ela, porém, ouvindo-o, perturbou-se, e consigo mesma pensava no significado daquela saudação. 30 – o Anjo lhe disse: “Maria, nada temas, porque estás em graça perante Deus. 31 – É assim que conceberás em teu seio, e que nascerá de ti, um filho ao qual darás o nome de Jesus. 32 – Ele será grande e será chamado o Filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de David seu Pai; Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob, 33 – e seu reino não terá fim”. 34 – Então, disse Maria ao Anjo: “Como será isso, se não conheço varão?” 35 – O Anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra, e por isso o santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus. 36 – Eis que tua parenta Isabel concebeu na velhice um filho, e está no sexto mês de gravidez, ela que era chamada estéril. 37 – É que, para o Senhor, nada é impossível”. 38 – Então disse Maria: “Aqui está a serva do Senhor; faça-se em mim conforme às tuas palavras”. E dela o Anjo se afastou.

O homem, desde que vive na terra, não tem ouvido em todos os tempos a mesma linguagem. Em cada época de transição, só lhe é dito e dado aquilo que ele pode compreender. A Humanidade tem de ser preparada para o que lhe cumpre saber. A cada idade sua é necessário que lhe fale a linguagem conveniente a fim de que ela possa entender e atender. Homens, não esqueçais que éreis criancinhas quando Jesus desceu à Terra, para vos traçar a obra de regeneração e lançar-lhes as bases; lembrai-vos de que ainda hoje, sois pouco mais que criancinhas! Curvai-vos diante da Sabedoria Infinita, que preside o vosso progresso e o dirige por intermédio do Cristo, vosso Mestre, Supremo Governante e Protetor do vosso planeta e da sua humanidade, dando-vos – pouco a pouco – a Luz e a Verdade, conduzindo-vos gradualmente para perfeição, através dos séculos! O aparecimento de Jesus, segundo o Anjo o anunciou à Virgem Maria, e depois a José, por efeito de uma concepção de um nascimento que os homens trataram de “sobrenaturais”, “miraculosos”, “divinos”, por obra do Espírito Santo, isto é, por um ato do próprio Deus (o Espírito Santo era, para os judeus – já o sabeis – Inteligência Divina a se manifestar por uma ação qualquer), TINHA DE PERMANECER, E PERMANECEU SECRETO, durante todo o tempo da sua missão terrena. Maria confiou a revelação aos discípulos preferidos do Mestre (preferidos, quer dizer: que o seguiam mais assiduamente com a Virtude, dos quais sabia ele poder contar quando fosse chegada a hora). Fiéis à inspiração de seus Guias, esses discípulos compreenderam que, divulgada, tal revelação acarretaria, da parte dos homens, a descrença na pureza de Maria e na origem de seu filho. Para espalha-la no seio das multidões, esperaram que, - com o completo desempenho da missão terrena de Jesus – o tempo tivesse amadurecido os frutos. Assim, só depois do sacrifício do Gólgota, do reaparecimento do Mestre, a chamada “ressurreição”, e do seu regresso à vida espiritual, fato que se chamou “ascensão”, se radicou a crença na divindade que lhe atribuíram. Nesses últimos tempos, seus discípulos deram fé a essa “divindade”, interpretando ao pé da letra as palavras meu pai, de que usava Jesus ao referir-se a Deus, e achando que só essa origem e sua vida sem mácula poderiam explicar os fatos surpreendentes chamados milagres, que lhes feriam continuamente os sentidos materiais. Durante sua missão terrena, e assim devia acontecer, Jesus foi considerado pelos homens como fruto de concepção física, material, como um homem igual aos outros, tendo Maria por mãe e José por pai. Para seus discípulos, e para a multidão que o acompanhava, era um profeta revestido da libré humana, como os profetas da lei antiga. Para os discípulos dos sacerdotes, para os escribas, os fariseus e seus adeptos era um impostor, porque Jesus – declarando-se O FILHO DE DEUS – atribuía a si mesmo a divindade, fazia-se passar pelo próprio Deus. Maria tinha de ser e foi aos olhos de todos a mãe de Jesus: primeiro, porque viam nele um homem como outro qualquer, de acordo com as leis materiais da concepção e do nascimento humanos, da reprodução do vosso planeta; em seguida, porque o julgavam encarnação de Deus no seio de uma virgem, mediante uma concepção, uma gravidez e, portanto, um nascimento que era obra do Espírito Santo. Compreendei bem a necessidade que então havia, de primeiro se materializarem todos os fatos, a fim torná-los acessíveis ao homem; a seguir, a necessidade – depois de vivida a missão terrena do Cristo – de se idealizar a matéria, dando-lhe uma origem divina, para que os homens se curvassem ao jugo, porque – uma vez aceita a divindade atribuída ao Mestre – sua missão também seria aceita e suas leis também obedecidas. Jesus, como Espírito, não seria compreendido; sua abnegação e suas dores morais não seriam apreciadas. Para que o homem entendesse o sofrimento, ERA PRECISO QUE ESSE SOFRIMENTO FOSSE FÍSICO. A carne tinha necessidade de um sofrimento de carne. Àqueles que vertiam o sangue dos touros e dos cordeiros era preciso que se apresentasse em SACRIFÍCIO DE CARNE E SANGUE. Os homens jamais compreenderiam o devotamento sem limites do Espírito Perfeito, descido à Terra para lhes trazer o exemplo da vida preparatória da Eternidade.
GN, 12/02/1970

SÁBADO, 12/05/2012

 JOÃO, O BATISTA – VIII


P – Estamos profundamente emocionados com as lições do CEU, sem nenhum sectarismo religioso. Somente a LBV pode unificar todas as Revelações do Cristo de Deus. Voltando à figura de João, o precursor de Jesus, temos outra pergunta: – A aparição do Anjo a Zacarias (v. 11) se produziu tal como os Hebreus a figuravam, com forma humana?
R – Sim, os Hebreus representavam os Anjos vestidos de branco e o semblante nimbado de raios luminosos, cujo o foco não percebiam e, por vezes, lhes punham asas, para que o povo entendesse que eles podiam percorrer o espaço. Quanto às aparições que se têm dado, em outras épocas e no seio de outros povos, todas se produziram sempre nas mesmas condições, isto é, o Espírito sempre tomou a aparência mais apropriada a ferir a imaginação do homem, ou a lhe trazer à lembrança aquela que ele desejaria ter diante dos olhos.

P – Qual o sentido destas palavras do Anjo, falando de si mesmo (v. 19): “Sou Gabriel, sempre presente diante de Deus”?
   R – Não deveis concluir, destas palavras, que esse Espírito estivesse continuamente diante de Deus, como qualquer ministro humano que aguarda as ordens do seu chefe. Sendo um Espírito elevado, um dos mensageiros do Senhor, estava por isso mesmo em relações permanentes com Ele. A inspiração divina lhe vinha como a do vosso Anjo da Guarda vos chega, levada em conta a diferença das naturezas espirituais e das relações que delas decorrem.

P – Por que meio se operou a mudez de Zacarias?
R – Pela ação fluídica, resultante da vontade do Anjo. Como vos explicaremos mais tarde, assim como existe um magnetismo humano, há também um magnetismo espiritual. Por efeito da ação espiritual imediata a língua de Zacarias foi carregada de fluídos, que a tornaram pesada, determinando uma espécie de paralisia aparente, da mesma forma que o magnetizador, quando quer imobilizar um dos membros do magnetizando, o torna extremamente pesado. O magnetismo, ainda muito imperfeito entre vós outros, é um derivado da nossa natureza: os vossos fluídos atuam mais ou menos, conforme a se acharem menos ou mais comprimidos ou desnaturados pela carne. No Espírito, porém, os fluídos são livres, e vos influenciam mais ou menos, conforme à vossa matéria, do mesmo modo que a influência do magnetizador se faz sentir mais ou menos, de acordo com o magnetizando, que pode ser mais ou menos lúcido, mais ou menos impressionável. Esta explicação pode bastar para todos os casos da categoria dos milagres: cabe a todos vós retirar daí a lição conveniente!

P – Em face do v. 25: – Porque Isabel se ocultou durante cinco meses após a concepção (v. 24), desde que, cessando a sua esterilidade, desaparecera o opróbrio que sobre ela pesava, segundo os preconceitos hebraicos?
R – Por ato de humildade, a fim de prolongar voluntariamente o opróbrio em que vivia.
GN, 08/02/1970
 

SEXTA-FEIRA, 11-05-2012

JOÃO, O BATISTA – VII


P – Damos graças a Deus pela pregação libertadora do CEU, em obediência à ordem do Mestre: “Ide e Pregai”. Só mesmo a Boa Vontade nos conduz ao Novo Mandamento pelo caminho da Verdade, que liberta o homem da ignorância espiritual e de todas as suas lamentáveis consequências. Como a LBV define o Espírito Santo?

R – Segundo o modo de ver dos tempos hebraicos e dos tempos evangélicos durante a permanência de Jesus entre vós, Espírito Santo era expressão familiar aos judeus, significando a manifestação mesma de Deus, por um ato qualquer, e a inspiração divina – o sopro do próprio Deus”. Para exprimir que João era inspirado por Deus, dizia-se que ele estava cheio do Espírito Santo, que o Espírito Santo estava nele, que era impelido pelo Espírito, que agia por um movimento do Espírito de Deus. O mesmo foi empregado com relação a Jesus. Era a expressão própria do tempo em que os homens não entendiam como Jesus – que supunham fosse homem igual aos demais e de cuja origem, essência e natureza nada sabiam – podia libertar-se tanto da fraqueza humana sem estar cheio do Espírito Santo, sem que o Espírito Santo estivesse nele, sem ser impelido pelo Espírito, isto é, sem ser inspirado por Deus do mesmo modo que os profetas. Conforme à concepção dos tempos seguintes à missão terrena de Jesus e à doutrina da Igreja de Roma, o Espírito Santo era uma parte individualizada do próprio Deus! Uma fração de Deus revestira a forma humana, para descer visivelmente aos terrícolas, sendo outra fração a inteligência ou inspiração divina, que se transmitia aos homens, capaz – se necessário fosse – de se materializar diante deles! No âmago dessas falsas interpretações, havia mistura de ideias hebraicas, de ideias politeístas, acidentalmente panteístas e confusa reminiscência de ideias espirituais, cujos traços a tradição conservara e das quais a imaginação do homem se apropriou – como sempre – adaptando-as às suas necessidades e conveniências. Somente a Terceira Revelação, trazida ao mundo pelos Espíritos do Senhor, veio revelar a Luz da Verdade, afirmando: o Espírito Santo, de modo geral, não era – e não é – um Espírito especial, mas uma designação figurada, que indicava – e indica – O CONJUNTO DOS ESPÍRITOS PUROS, DOS ESPÍRITOS SUPERIORES E DOS BONS ESPÍRITOS! É a Falange Sagrada, instrumento da ordem hierárquica da elevação moral e intelectual, ministra de Deus – uno, indivisível, eterno, infinito – que irradia por toda parte SEM JAMAIS SE FRACIONAR, e cujas vontades e inspirações só os Espíritos Puros recebem diretamente para as transmitir aos Espíritos Superiores, e por meio destes aos Bons Espíritos, que – através da escala espiritual – as fazem chegar até vós. É a Falange Sagrada que promove a execução de acordo com as leis gerais estabelecidas, imutáveis e eternas, das inspirações e vontades do Criador, nos planos físico, moral e intelectual, objetivando a organização, o funcionamento, a realização da vida e da harmonia universais; na imensidade dos mundos, mais ou menos materiais, mais ou menos fluídicos, de todo o Universo; na infinidade dos Espíritos, quer errantes, quer material ou fluidicamente encarnados, quer fluidicamente incorporados e investidos do livre arbítrio; na multiplicidade de todos os seres, em todos os reinos da Natureza! É a Falange Sagrada, verdadeira providência divina, executora – pelas vias hierárquicas de elevação moral e intelectual, na imensidade, nos mundos espirituais e em todos os planetas, inferiores e superiores – da justiça e da misericórdia infinita de Deus, Pai de todos e de tudo o que existe! Portanto, estar cheio do Espírito Santo, ser impelido pelo Espírito , agir por um movimento do Espírito de Deus era – e é – ser assistido, inspirado, guiado pelos Espíritos do Senhor, Espíritos estes que o reencarnado atrai a si, na conformidade da sua elevação moral e intelectual, de acordo com a natureza e a importância da obra ou da missão que lhe cumpre realizar. Se assim era João, o Batista, que devemos dizer de Jesus? ESPÍRITO PERFEITO, puro entre os mais puros que presidem, sob a sua direção, os destinos, o desenvolvimento e o progresso da Terra e de sua Humanidade, encaminhando-os sempre, Jesus, cuja perfeição se perde na noite da eternidade – Espírito Protetor e Supremo Governante do vosso planeta, vosso e nosso Mestre – operava não sob influência estranha, MAS POR SI MESMO. Poderíamos, pois, dizer que era impelido pelo Espírito, no sentido de que – permitindo-lhe sua elevação aproximar-se do CENTRO DA ONIPOTÊNCIA - ele recebia diretamente as inspirações de Deus.
GN,07/02/1970

QUINTA-FEIRA, 10-05-2012

JOÃO, O BATISTA – VI

 P – Foi providencial a criação do Centro Espiritual Universalista. Julgamos acertada a afirmativa de que, no CEU da LBV, só se aceitam os ensinos de Jesus através do Espírito da Verdade. Estamos desiludidos de “mestres” e instrutores que só querem projeção, dinheiro e cartaz literário. Como explica o Espírito da Verdade estas palavras sobre João (v. 15): “Será cheio do Espírito Santo desde o seio materno”?
R – A sentença é do único Mestre do vosso planeta: “Quem não é por mim é contra mim. Quem comigo não junta, espalha”. O divisionismo é a grande chaga aberta pelos egoístas, infiltrados em todas as boas causas. Só o Novo Mandamento poderá unir os que realmente colocam o Cristo acima de seus melindres e vaidades pessoais. Todos terão de dar o testemunho do Batista: “Importa que eu desapareça, para que Ele apareça”. Por isso estava, antes de renascer, cheio do Espírito Santo. As vozes de além-túmulo já vos revelaram as angústias por que passa o Espírito que vai encarnar de novo, para suportar as provações que lhe são necessárias; quais as suas inquietações, quanto ao resultado dessas novas provas; qual a perturbação que isso lhe cause, perturbação que aumenta continuamente até ao instante do nascimento, e que vai mais longe, ainda que enfraquecendo durante o primeiro período da infância material. Já o sabeis: o Espírito, depois de haver expiado, na erraticidade, as faltas ou crimes cometidos, experimentando sofrimentos ou torturas morais adequados e proporcionais a esses crimes ou faltas, entra na fase da reparação. Escolhe, então, as provações que julga mais apropriadas ao seu adiantamento. Depois, entretanto, essas provações se lhe afiguram sempre terríveis. Tão fraco se sente, examinando o passado, que duvida de suas forças no futuro. Aí começa a perturbação, o estado da ansiedade, a princípio bem nítido, mas que depois perde em nitidez o que ganha em intensidade, à medida que no seio materno se forma o invólucro que lhe cumpre revestir e ao qual ele se acha ligado, desde o princípio da concepção, por um laço fluídico, uma espécie de cordão, que gradualmente se encurta, aproximando-o cada vez mais do seu cárcere. Consumado o nascimento, completa é a ligação entre o Espírito e o corpo, do qual aquele não pode mais separar-se. Principiam suas provações. Sofre logo o efeito da perturbação, que, entretanto, muda de caráter: já não é a angústia dos primeiros momentos, é o torpor produzido pela matéria, até que, desenvolvendo-se esta, lhe seja possível adquirir, pouco a pouco, relativa liberdade. Não suponhais, porém, que o mesmo aconteça com um Espírito elevado, que toma a veste carnal como se vestisse um uniforme, dentro do qual se achasse bem aparelhado, para prestar bons serviços à Pátria. É com alegria que esse recebe o amplexo da carne. E, mesmo no seio materno, enquanto não se apertaram inteiramente os laços que o prendem ao corpo, ele – sempre livre – apreciava a importância da obra que lhe foi confiada a extensão da confiança de que o Senhor, por essa forma, lhe dá prova, e daí tira motivo de grande júbilo. Não lhe sucede, desde a concepção, ficar subjugado pela carne: conserva, desde logo, certa independência. Sem sofrer as angústias que precedem a encarnação, sente apenas o entorpecimento que a matéria causa por ocasião do nascer, quando o corpo constringe completamente o Espírito, e que se prolonga até que com o desenvolvimento gradual da matéria aquele readquire sua liberdade. João era cheio do Espírito Santo desde o seio materno porque, sendo o seu Espírito elevadíssimo, atraia a si os que lhe eram iguais ou superiores, de mundos maiores, para assisti-lo na sua missão excepcional de Precursor do Cristo de Deus.
GN, 06/02/1970


QUARTA-FEIRA, 09-05-2012

JOÃO, O BATISTA – V

P – O sistema de perguntas e respostas torna muito mais suaves as explicações do Espírito da Verdade. Quais o sentido e o alcance das palavras “é avisado o homem que se põe em guarda contra o desconhecido”?
R – É de bom aviso não abraçar cegamente qualquer idéia nova, não acolher como boas todas as máximas pregadas, com mais ou menos eloqüência. Deveis sondar, sempre, cada fato, cada idéia; procurar ver tudo, não com os olhos do corpo, mas com os olhos da alma, da inteligência; escutar, não com os ouvidos materiais, mas com os ouvidos espirituais. O homem deve raciocinar, estudar, apreender bem todas as coisas. Por isso vos dissemos que não foi por haver duvidado que Zacarias ficou mudo. Que pedia ele? Uma prova de que a aparição do Anjo não era um erro, uma alucinação do seu Espírito. Recebeu, pois, uma prova, não um castigo. Poderia Deus considerar crime a ignorância do homem?

P – Tendo em vista as palavras de Zacarias (v. 18): “De que modo me certificarei disso, sendo eu já velho e estando minha mulher em idade avançada?”, como deve ser entendida a fala do Anjo (vs. 19-20): “por não teres acreditado nas minhas palavras, que a seu tempo se cumprirão”?
R – Zacarias pediu, já o dissemos, simplesmente uma prova, sem prevenções de dúvida ou de negação. Pedir uma prova era não querer acreditar, unicamente pelas palavras ouvidas, que o fato ocorresse como lhe fora dito.

P – Sobre a afirmativa “Elias seria João, João fora Elias”, que devemos entender por isto: “palavras repetidas e confirmadas mais tarde pela opinião e pela voz públicas”?
R – João era considerado geralmente, pelos Hebreus, como sendo o profeta Elias que voltara. Precisamente porque a opinião geral via em João o reaparecimento de Elias, é que tantas perguntas lhes foram dirigidas sobre esse ponto, no curso da sua missão, repetindo mais tarde os discípulos a Jesus o que, a tal respeito, diziam os fariseus.

P – Diante das palavras “Elias seria João, João fora Elias”, será lícito dizer que as do versículo 17: “Ele irá à sua frente com o Espírito e a virtude de Elias” são a prova da reencarnação?
R – Sim, as palavras do Espírito, ou Anjo, tinham por sentido oculto, e único e verdadeiro, indicar que o Espírito do profeta Elias viria reencarnar no corpo daquele menino que ia nascer de Isabel e de Zacarias.

P – Esse sentido oculto só mais tarde seria explicado pela Terceira Revelação, destinada em explicar em Espírito e Verdade a Lei Natural da Reencarnação, em seu princípio e suas conseqüências?
R – Certamente, mas esse sentido oculto fora entrevisto desde a origem.

P – Na frase “Os Espíritos do Senhor vestem, muitas vezes – para reerguer a Humanidade – uma libré que aos olhos dos homens é tida por ínfima de acordo com seus preconceitos no tocante às condições sociais. É que o devotamento desses espíritos sabe ser eficaz sob todas as formas”, que sentido se deve atribuir a estas palavras: “Uma libré, que aos olhos dos homens, é tida por ínfima, de acordo com seus preconceitos no tocante às condições sociais”?
R – Falávamos de João. Pensai na condição humílima de Jesus, do ponto de vista do vosso mundo. Que categoria social ocupava ele? Qual a que ocupavam os Apóstolos, os zelosos e fiéis discípulos do Mestre? Homens, não observais ainda hoje, nas classes mais abjetas, segundo o vosso ponto de vista, exemplos de abnegação, de nobreza d’alma que o vosso orgulho desejaria ver somente nas classes elevadas da sociedade? No seio delas, entretanto, é que geralmente, para sua vergonha, menos se produzem esses exemplos.

P – Qual o sentido destas palavras (v. 15): “Ele não beberá vinho, nem bebida alguma espirituosa”?
R – Os homens consagrados ao serviço de Deus se obrigavam a uma existência especial. Entre os compromissos que assumiam, estava o da abstenção das bebidas espirituosas ou fermentadas. Os Hebreus ofereciam, muitas vezes, um filho ao Senhor, sobretudo se o tinham desejado durante muito tempo e quando se tratava do primogênito, exatamente como, entre vós, muitas mães oferecem seus filhos à Virgem Maria.
GN, 05/02/1970

TERÇA-FEIRA, 08-05-2012

JOÃO, O BATISTA – IV


P – Foram muito oportunas as lições do CEU, da LBV, sobre o “mistério da morte”, que para nós não tem, agora, mistério algum. Quais as instruções da LBV sobre “o mistério do nascimento”

R – Falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos: – Quanto ao nascimento nada há de fatal senão o tempo e as condições determinadas para que ele se dê, segundo as leis naturais e imutáveis que regulam a reprodução em vosso planeta. Mas o livre arbítrio do homem, ou da mulher, pelas resoluções assentadas antes da encarnação, pode obstar ao nascimento em absoluto, ou temporariamente: em absoluto – subtraindo-se à lei de reprodução pela escolha da prova de esterilidade durante a vida toda; temporariamente – escapando ao influxo dessa lei durante um período de tempo determinado, pelas resoluções anteriores à encarnação, caso este em que a cessação da esterilidade ficará dependendo de atos, ou circunstâncias, que se hão de verificar, como consequência daquelas resoluções do Espírito. De modo que, quando a mulher (até então estéril) se tornou, no modo de pensar dos homens, capaz de conceber por efeito do tratamento da ciência, o que se deu foi a ação dos atos ou circunstâncias que haviam de fazer cessar a sua condição de estéril, de acordo com as resoluções que seu Espírito fixara, antes de reencarnar, objetivando passar pela prova da esterilidade temporária. Com relação àquela em que o tratamento da ciência nenhum resultado produziu, o que se deu foi que o momento não chegou, ou porque a esterilidade deva ser uma condição de toda a sua existência, de acordo com as resoluções tomadas pelo seu Espírito antes de reencarnar; ou porque, devendo a esterilidade ter uma duração limitada, não se verificaram os atos ou circunstâncias que, ainda como resultado dessas deliberações, lhe haviam de ocasionar a cessação. A CIÊNCIA DE QUE DISPÕE A VOSSA HUMANIDADE MATERIAL NADA PODE PRODUZIR CONTRARIAMENTE ÀS LEIS DA NATUREZA, DA REENCARNAÇÃO, DA ESCOLHA E DURAÇÃO DAS PROVAS. Se o Espírito se submeteu, por provação, a uma esterilidade permanente. NADA será capaz de destruí-la. Se, porém, preferiu a alternativa – ou ficar estéril, ou tornar-se fecundo, de acordo com esta ou aquela circunstância, este ou aquele merecimento – então lhe será dado ver modificar-se o seu futuro humano. Figuremos um exemplo: certo Espírito negligenciou de seus deveres de chefe de família ou de mãe dedicada. Toma a firme resolução de reparar seus erros, mas não ousa entrar na esfera da família antes de estar seguro de ter a perseverança necessária; ou se condena a uma longa espera, que lhe torne ainda mais caro o nascimento do filho desejado. Dele, portanto, da sua resolução, dos seus progressos, depende seguir o caminho da constituição do lar. Só então lhe será possível empregar os meios capazes de determinarem a satisfação do seu desejo; só então poderá a ciência ajudá-lo na conquista do seu objetivo, uma vez que, sob as determinações que tomou antes de reencarnar, seus atos, ou uma circunstância, um acidente estranho (na aparência) à sua vontade, o colocam na hora propícia à cessação da esterilidade. Assim, em certos casos, o auxílio da ciência será eficaz, no sentido de concorrer para facilitar, no reencarnado, o desenvolvimento dos fluídos necessários à reprodução. MAS O CERTO É QUE, EM TAIS CASOS, A ESTERILIDADE CESSARIA SEM A INTERVENÇÃO DA CIÊNCIA. De sorte que os casos, nos quais a esterilidade tenha de cessar, constituem para ciência (cujo o auxílio não é indispensável, de modo algum) apenas motivo de estudo dos meios a empregar, com o fim de desenvolver os fluídos necessários à concepção. Não quer, isto dizer que deveis renunciar às pesquisas da ciência: ela é um dos meios de realização dos desígnios providenciais. À ciência compete, pelas suas investigações, levar o homem à descoberta de tudo quanto, até hoje, se considerou como mistério ou segredo da natureza. Assim é que muitos reencarnados se apresentam, na marcha do tempo e do progresso, sujeitos a provas que confirmam os resultados obtidos, as conquistas realizadas. Compreendei bem o nosso pensamento quanto ao mistério da fecundação humana: ele vos será brevemente explicado, mas só a poder de provações, de estudos, de perseverança, chegará o homem a ler corretamente no livro misterioso. Ora, é exatamente para facilitar as indagações, animar os investigadores, que muitos Espíritos reencarnam, trazendo por missão servir de objeto de estudos, ou de experimentações, se o preferis. Daí vem que, alguns resultados imprevistos, encorajando o homem a tentar pesquisas mais profundas, o levarão – seguindo a marcha progressiva do vosso planeta e da sua Humanidade no caminho da purificação – a compreender as combinações fluídicas que formam a matéria. Então ele saberá materializar os fluídos; mais prudente, porém, e mais humilde, não procurará animá-los, deixando ao Criador o cuidado de lhes enviar a centelha vivificadora. Não vos equivoqueis sobre o sentido destas palavras: não se vos diz que o homem, como o oleiro que manipula a argila, para fazer uma imagem que se lhe assemelha, manejará os fluídos para, à sua vontade, os condensar e formar corpos materiais idênticos aos vossos. O que se vos diz, apenas, é que ele saberá compreender, definir, atrair a si os fluídos, para atingir o resultado da formação dos corpos, como sucede em planetas mais adiantados que a Terra, onde os fluídos necessários são atraídos uns para os outros pela simples ação de um duplo e uniforme pensamento. Pois o mesmo acontecerá no vosso planeta, quando houver alcançado este grau de elevação.
GN, 04/02/1970

SEGUNDA-FEIRA, 07-05-2012

JOÃO, O BATISTA – III


P – Estamos maravilhados com as revelações do Espírito da Verdade, explicando a origem do Precursor de Jesus. E qual é, segundo a Doutrina do CEU, a missão de Zacarias?

R – Zacarias, inconscientemente, era médium, como agora compreendeis muito bem: vidente, intuitivo pela consciência que tinha de sua visão, e audiente. Assim se explica ter visto o Anjo, ou Espírito Superior, e lhe tenha falado. Foi condenado ao silêncio não pela dúvida, porquanto é avisado o homem que se põe em guarda contra o desconhecido, mas para que sua mudez corroborasse as predições que lhe vinham de ser feitas. Insistimos nas palavras do Anjo a Zacarias, a respeito de Elias, palavras essas repetidas e mais tarde confirmadas pela opinião e pela voz públicas: sim, Elias seria João, João fora Elias. Os Espíritos do Senhor vestem, muitas vezes, com o fim de reerguer a humanidade, uma libré que, aos olhos dos homens, é tida por ínfima, de acordo com os seus preconceitos no tocante às condições sociais. É que o devotamento desses Espíritos sabe ser eficaz sob todas as formas. São raras as manifestações dos grandes Espíritos, por meio de encarnações ou de aparições conformes ao grau de elevação que já atingiram e à natureza espiritual que lhes é própria; mas há épocas de transição em que elas são necessárias no vosso planeta, como também nos outros. Muitos destes, mais adiantados que a Terra, recebem por sua vez Espíritos ainda mais elevados, com a missão de reavivar as aspirações do Bem e da Justiça, sempre que se enfraquecem. Podeis reconhecer a origem do Espírito pelo seu presente, como reencarnado: “Mácula alguma se lhe notará na vida; o amor a Deus e ao próximo presidirá todos os seus atos e dominará todos os seus pensamentos. Sua infância será tranqüila, isenta dos maus pendores que geralmente se manifestam nas crianças, juventude laboriosa, sobrepujando todos os instintos materiais com o amor ao trabalho e ao progresso. Na virilidade, será irrepreensível, pois nenhum abuso, nenhum excesso a conspurcará. Na velhice, será respeitado, venerado, adorado, no sentido humano da vossa linguagem. Essa velhice será o reflexo de uma vida sem mancha aos olhos do Senhor. Nele, encontrarão indulgência todas as fraquezas; amparo, auxílio, proteção, todos os desfalecimentos. Esperará serenamente a libertação pela morte”. São os sinais que vos fazem conhecer que um Espírito Superior desceu ao vosso meio, para ativar e dar novo impulso ao progresso espiritual do vosso orbe.

P – Pretendeu-se, de modo absoluto, que a ciência pode, mediante um tratamento humano, por termo a esterilidade. Que diz, a respeito, o Espírito da Verdade?

R – Não vedes que muitos doentes morrem, apesar de tratados pela ciência médica, e que outros recobram a saúde? Por que isso? Por que para uns soou a hora, enquanto outros têm de prosseguir na sua jornada. O tratamento que, para os homens, fez com que a mulher (até então estéril) concebesse, não falhou em tantas outras? Por que? Porque a hora de uma chegou, ao passo que a outra deve continuar estéril – ou por toda vida, ou até que chegue a época, e se verifiquem as condições e as circunstâncias de que resulte a cessação da esterilidade. Não vejais, nestes dois pontos de vista, nenhuma fatalidade; não imagineis, sobre os fatos, nenhuma idéia de fatalismo, de predestinação, de escravidão moral: reportais-vos à escolha, que o Espírito faz da natureza e duração das provas. Aqui, temos de repetir, para vosso entendimento: no que se refere à morte, nada há de fatal, senão o natural limite por essas leis fixado como sendo o momento irrevogável do fim humano. Assim, o instante da morte é fatal no sentido de que o livre arbítrio não pode prolongar o curso da vida além desse limite, natural e imutável estabelecido para sua duração. Entretanto, o livre arbítrio do homem pode deter o curso da sua própria vida em certo ponto, entre o nascimento e aquele limite natural e imutável, QUE SÓ RARAMENTE É ATINGIDO. As resoluções tomadas pelo Espírito antes de reencarnar, quanto ao gênero das provações, à extensão e ao término delas, quanto à duração da existência e aos atos que praticará durante a encarnação, assim como o emprego, o uso ou abuso que ele faz da vida terrena, QUASE SEMPRE O IMPEDEM DE ATINGIR ESSE LIMITE. Dentro da latitude que lhe é concedida, pode o Espírito mover-se à vontade. E, da maneira por que usa o seu livre arbítrio, quer antes da encarnação (ao fazer a escolha das provas), quer no decurso da existência terrestre, depende o soar para ele, no fim de determinado tempo, a hora da morte, sob o império das leis naturais que regem a vida. Portanto, para o doente, que morre apesar do tratamento médico, o momento chegou: ou porque tenha atingido o limite natural e imutável, estabelecido para a duração do homem; ou porque tenha atingido o limite restrito que ele próprio traçou, usando de seu livre arbítrio, seja ao tomar suas resoluções antes de voltar à Terra, seja na utilização que fez da existência terrena, isto é, pelos atos que praticou durante a encarnação, ou pelo não preenchimento das condições necessárias ao prolongamento da vida do corpo até o término das suas provas. Tudo isso foi tratado no exame do Quinto Mandamento da Lei de Deus, mas deve ser profundamente meditado, porque a maioria pratica o suicídio lento, sem o saber.
GN, 03/02/1970

DOMINGO, 06-05-2012

JOÃO, O BATISTA – II

              
P – O Centro Espiritual Universalista, da Legião da Boa Vontade, está prestando um grande serviço ao povo, sedento das verdades eternas. Como o CEU explica a missão de Isabel?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Acontece com a fecundidade da mulher o que se dá com a fecundidade da planta. Os fluidos, que transportam o pólen para a flor, depositam o germe no seio materno. Mas assim como o pólen se perde no espaço, se não é chegada a hora da reprodução, também o germe humano se aniquila, sem produzir frutos. Não acrediteis que haja, para cada planta, para cada ser organizado, um Espírito especialmente incumbido de lhe comandar a reprodução. A ação espiritual existe, mas é geral, exercendo-se sobre a massa. Os fluidos que vos cercam são divididos conforme às necessidades – tanto da planta, presa ao solo, quanto do homem que procura elevar-se para o céu. O nascimento de cada novo ser se verifica a seu tempo, e só ao seu tempo. Quer com relação à planta, quer com relação aos animais, a formação dos corpos materiais e o nascimento se dão na hora certa, e obedecem às leis gerais. Ocorre o mesmo relativamente ao homem, com esta diferença: aí a formação do corpo e o nascimento são conseqüência de resoluções tomadas (antes da encarnação) pelo Espírito, cujo invólucro material terá de reproduzir ou não, ou reproduzir somente em certas épocas, de acordo com aquelas resoluções. Como sabeis, o Espírito escolhe suas provas. Não lhe cabe compor a matéria do corpo que há de revestir; mas, conforme as provações escolhidas, ele pede, antes de reencarnar, que esse corpo seja adequado às provas que lhe cumpre enfrentar. É, pois, o Espírito quem, pela ação da sua vontade, congrega os elementos necessários e repele os impróprios ao fim visado. Quem prepara esses elementos são os Espíritos prepostos à formação dos corpos em geral. Eles atraem as matérias animais, para as condensar e formar os corpos, desempenhando assim, segundo as leis gerais, o encargo que lhes toca na parte humana dos reencarnados, a fim de que esses corpos sejam apropriados ao gênero de provas que os Espíritos terão de suportar: daí as diferentes posições no seio da Humanidade. Ora, o Espírito que vai continuar as suas provas pede, antes de reencarnar, seja a fecundidade material, seja a esterilidade durante todo o tempo da existência, seja ainda a esterilidade ou a fecundidade temporárias, que cessem em épocas determinadas, de acordo com o gênero das provações escolhidas. Resulta que o Espírito, desde os primeiros momentos da encarnação, atrai ou repele os fluídos favoráveis à procriação. Daí os nascimentos inoportunos ou a ausência da concepção: em tais casos, a influência e a ação espirituais apenas se verificam como resultado do pedido do próprio Espírito, isto é, da sua vontade, no momento em que escolheu as provas. Os Espíritos prepostos à formação dos corpos, em geral, agem desde o primeiro momento, para determinar a fecundidade ou a esterilidade, congregando ou dispersando os fluídos necessários à fecundação, até aquele instante em que as condições do reencarnado devam mudar. Uma vez disposto e preparado o corpo para o gênero de provas escolhido, quer se trate de esterilidade, quer da fecundidade, antes que o ocupe o Espírito para quem ele foi formado, submetidos os fluídos respectivos à direção dos Espíritos prepostos, este se limitam a exercer a vigilância precisa para que a prova siga o seu curso, para que os acontecimentos se realizem convenientemente. Assim, o Espírito que escolheu a prova da esterilidade temporária, tomando o corpo com que a suportará, repele, durante certo tempo, os fluídos que servem à fecundidade e, terminado esse tempo, passa a atrair os mesmos fluídos, sempre sob a vigilância dos Espíritos prepostos. Agora, procurai refletir: Zacarias, marido de Isabel, no uso de seus direitos, rogara muitas vezes ao Senhor que o libertasse do opróbrio que pesava sobre o seu lar, concedendo-lhe um filho. Isabel, por seu lado, tinha pedido – dentro das linhas da missão que escolhera e para servir aos desígnios do Senhor – a esterilidade temporária. Daí vem que as condições humanas não se mostraram de molde a favorecer a maternidade, até ao momento em que aqueles desígnios se haviam de cumprir. Aos olhos dos homens, a súplica de Zacarias foi ouvida, pois se verificou o nascimento desejado; mas, do ponto de vista espiritual, o que se deu foi a cessação da prova da esterilidade. Tendo soado a hora da concepção e do nascimento, veio ao mundo aquele que seria o precursor de Jesus.
GN, 01/02/1970

SÁBADO, 05-05-2012

JOÃO, O BATISTA


P – Qual a interpretação que o CEU da LBV dá ao Evangelho de Jesus segundo Lucas, I: 5 a 25?

R – A mesma dos Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos. Vejamos esta passagem evangélica:

5 – Havia, sob o reinado de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias (a oitava das vinte e quatro que David sorteara para servirem no templo cada uma por sua vez); e sua mulher pertencia também à raça de Aarão e se chamava Isabel. 6 – Eram justos aos olhos de Deus e obedeciam a todos  mandamentos e ordens do Senhor, de modo irrepreensível. 7 – Não tinham filhos, por ser Isabel estéril e estarem ambos avançados em anos. 8 – Ora, desempenhando Zacarias suas funções sacerdotais perante Deus, na vez da sua turma, 9 – sucedeu que, tirada a sorte, conforme ao que era observado entre os sacerdotes, lhe tocou entrar no santuário do Senhor, para oferecer os perfumes, 10 – enquanto a multidão, do lado de fora, orava no momento de serem os perfumes oferecidos. 11 – Um Anjo do Senhor apareceu a Zacarias, conservando-se de pé, à direita do altar dos perfumes. 12 – Vendo-o,  Zacarias ficou todo perturbado e o pavor se apoderou dele. 13 – Mas o Anjo lhe disse: “não tenhas medo,  Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida e Isabel, tua esposa, terá um filho ao qual darás o nome de João. 14 – Exultarás com isso de alegria, e muitos se rejubilarão com o seu nascimento; 15 – pois ele será grande aos olhos do Senhor, não beberá vinho nem bebida alguma espirituosa, será cheio do Espírito Santo desde o seio materno; 16 – converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; 17 – e irá à sua frente , com o Espírito e a virtude de Elias, para atrair os corações dos pais aos filhos e os incrédulos à sabedoria dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito”.  18 – Zacarias disse ao Anjo: “Como me certificarei disso,  sendo já velho e estando minha mulher em idade avançada? 19 – O Anjo respondendo lhe disse: “Sou Gabriel,  sempre presente diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar esta boa nova.  20 – Vais ficar mudo, e não podereis falar,  até o dia em que estas coisas acontecerem, por não haveres acreditado nas minhas palavras, que a seu tempo se cumprirão”.  21 – O povo esperava Zacarias, e se admirava de que estivesse demorando tanto no templo.  22 – Mas, quando ele saiu sem poder falar, todos compreenderam que tivera uma visão no santuário, pois isso lhes dava a entender por sinais, e ficou mudo.  23 – Decorridos os dias do seu ministério sacerdotal, voltou para sua casa.  24 – Tempos depois,  Isabel,  sua mulher, concebeu.  E se ocultou durante cinco meses, dizendo:  25 – “Esta é a graça que o Senhor me fez, quando se dignou de me tirar do opróbrio diante dos homens”.

O nascimento de João, como filho de Isabel, tinha por fim impressionar, desde logo, o espírito público. Isabel era estéril, isto é, não havia concebido até então, e tal se dera por ser da sua missão servir aos desígnios do Senhor.  A esterilidade,  aqui, se deve entender no sentido de que Isabel, que ainda não chegara, em idade, aos limites extremos além dos quais cessa a fecundidade, segundo as leis naturais da reprodução em vosso planeta, estivera sem filho até aquele momento. É o que verificais, pelas palavras do Anjo à Virgem Maria (versículo 36), falando de Isabel: “ela é chamada estéril”.  De qualquer efeito, na humanidade, se deve procurar a causa nos antecedentes da vossa existência, visto que nenhum ato, praticado em precedente encarnação, deixa de ter conseqüência. O homem, como sabeis, nasce e morre muitas vezes, antes de chegar ao estado de perfeição,  no qual gozará, em toda plenitude, das faculdades espirituais, isto é, em que possuirá a Caridade e o Amor perfeitos, o conhecimento de Deus e de suas obras, o conhecimento da Verdade sem véu na ordem física (material e fluídica) e na ordem espiritual (moral e intelectual), pela ciência adquirida de tudo o que vive, existe e se move na imensidade da criação. Tal sucede quando o Espírito atingiu a culminância da perfeição sideral, e ainda lhe deixa aberto e por percorrer, do ponto de vista da ciência universal, o caminho do infinito. Cada uma das existências, que se sucedem, é solidária com aquela que a precedeu. E, se os atos não foram culposos, muitas vezes o Espírito – aceitando missão no vosso planeta – também aceita uma série de fatos que hão de acontecer,  apesar da repugnância que, à sua condição de reencarnado, devam causar e causem. Assim, Isabel – fazendo parte do grupo de Espíritos que pediram e obtiveram a missão de auxiliar Jesus na sua obra regeneradora – aceitara a condição de mulher, e mulher estéril, o que era tido por opróbrio entre os judeus, a fim de tornar MAIS RUIDOSO o nascimento de João. Assim, igualmente, Zacarias aceitara viver sem filhos: porque  a  libré da carne lhes tenha feito esquecer os compromissos tomados na vida espiritual, estes não se tornaram menos reais. E haviam de produzir as conseqüências inevitáveis.
GN, 31/01/1970

SEXTA-FEIRA, 04-05-2012

A LETRA MATA


P – Estamos radiantes com as lições do Centro Espiritual Universalista da LBV, preparatórias da UNIFICAÇÃO DAS QUATRO REVELAÇÕES DE JESUS. Qual o processo que o CEU adotará para análise da Segunda Revelação?

R – O Apóstolo Paulo deixou uma advertência que vos deve orientar: “A letra mata, o Espírito vivifica” (II aos Coríntios, III: 6). Antes, o Mestre de Paulo, e de todos os Apóstolos, declarou: “O Espírito é que vivifica; a carne de nada serve. As palavras que Eu vos digo são Espírito e vida” (Evangelho segundo João, VI: 64). Agora, damos início à Segunda Revelação, começando pelos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), reunidos e harmonizados, para facilitar o entendimento do povo, usando a linguagem mais simples do Unificador.

LUCAS, I: 1-4 – 1 – Tendo muitas pessoas empreendido escrever a história das coisas realizadas entre nós, 2 – de acordo com que nos transmitiram aqueles que, desde o princípio,  as viram com seus próprios olhos e foram os ministros da Palavra,  3 – pareceu-me, excelentíssimo Teófilo, conveniente, - depois de me  haver informado exatamente dessas coisas,  desde o seus início – narrar-te toda a série delas,  4 – para que conheças a verdade da doutrina em que foste instruído.

Os Evangelistas eram, sem o saberem, médiuns historiadores inspirados, mas dentro dos liames da humanidade, guardando, em face da aptidão carismática, a independência da natureza que lhes era peculiar. Assim, quando escreviam, captavam a intuição dos que os auxiliavam em suas narrativas. Escreviam, ou de acordo com o que tinham visto, ou com o que lhes fora revelado por aqueles que – como diz Lucas – viram com seus próprios olhos as coisas, desde o princípio, e foram os ministros da Palavra. Mas a intuição lhes vinha da Inspiração Divina, por intermédio de Espíritos Superiores,  que desempenhavam o papel de ministros de Deus, agindo sobre a natureza humana, livre e falível de cada um deles. O homem precisa compreender que, seja qual for o objetivo que se lhe dê por meta, forçoso é se humanizem os meios postos à sua disposição; por conseguinte, esses meios se tornam imperfeitos, PORQUE NADA HÁ DE IMPECÁVEL NAS OBRAS HUMANAS. A cada Evangelista cabia, no quadro geral, uma parte da narração. Os tradutores e interpretadores, freqüentemente, falsearam a intenção primitiva. As palavras dos Apóstolos passaram de boca em boca, durante muito tempo, antes que fossem escritas, o que deu causa, de certo modo, às diferenças que se notam nos Evangelhos. Levando em conta o que, nas relações mediúnicas,  há de particularmente humano, e por isso capaz de embaraçá-las, tereis desvendado o segredo dessas diferenças, aliás POUCO IMPORTANTES EM SI MESMAS. Não podendo deixar de ser assim, os Evangelistas – em certos casos que vos serão assinalados – ficavam privados da inspiração, entregues ao próprio critério em alguns pontos da narrativa, oriundos da voz pública, até que o ESPÍRITO DA VERDADE VIESSE EXPLICÁ-LOS E TORNÁ-LOS COMPREENSÍVEIS. As divergências apontadas servem, exatamente,  para atestar a autenticidade dos Evangelhos. Se os Evangelhos tivessem sido falsificados, não somente pela errônea interpretação dos tradutores, nada seria mais fácil que pô-los de acordo todos quatro. As divergências, repetimos, DEVEM SER CONSIDERADAS COMO A CARACTERÍSTICA DA VERACIDADE DELES. Visto que sempre há erro em tudo o que é humano, as diferenças nos Evangelhos são devidas à condição humana dos narradores, que conservavam a independência da natureza que lhes era particular,  ainda quando sob a inspiração que os auxiliava. Mas essas disparidades não atingem, absolutamente, nem a base nem os elementos da REVELAÇÃO MESSIÂNICA, isto é:  nem a origem, senão divina no sentido próprio da palavra, ao menos perfeitamente pura e imaculada do Cristo; nem sua missão de AMOR AINDA INCOMPREENDIDO que é a do Novo Mandamento;  nem a Doutrina que pregou, Doutrina que não é sua, mas do Pai que o enviou;  nem as verdades eternas que trouxe;  nem suas predições e promessas; nem o modo velado pela letra, da revelação que o Anjo (ou Espírito Superior) fez a Maria e José, do seu aparecimento e da sua passagem pela Terra;  nem sua vida humilde, pura, irrepreensível, quer do ponto de vista humano, quer do ponto de vista espiritual;  nem os fatos chamados milagres, operados por ele durante a sua permanência entre os homens; nem sua “morte” infamant: nem o desaparecimento do seu corpo de dentro do sepulcro,  não obstante estar selada a pedra que o fechava; nem sua “ressurreição”,  nem suas aparições às mulheres e aos discípulos; nem sua volta definitiva à natureza espiritual que lhe era própria, na época denominada “ascensão”.  Sendo assim fiéis, cada um dentro do seu quadro, os Evangelhos se explicam e se completam mutuamente, formando o conjunto da obra da REVELAÇÃO MESSIÂNICA. Não vos agarreis às contradições de palavras ou diferenças de minúcias, todas secundárias, sem nenhum valor, e que não afetam a mensagem do Mestre. Olhai com mais amplitude para a tarefa que vos foi confiada: revelar os “mistérios”, que darão a conhecer aos povos, em Espírito e Verdade, quem é o Filho e prepará-los para saber quem é o Pai. Tendes de patentear aos olhos de todos a Verdade, tal como precisa ser vista e admirada, mas nos seus fatos principais, não em particularidades sem importância alguma. O tempo corre, vossas horas estão contadas, não as desperdiceis em tardanças inúteis. Ocupai-vos com os fatos graves, que possam alterar a fé ou que tenham sido adulterados pela tradição. Passai, sem vos deterdes, pelas críticas baseadas em minudências, dignas de prender somente a atenção das crianças ou adultos pueris, evitando controvérsias que não vos edificam. Não confundais nunca, nos Evangelhos, as palavras ditas pelo Mestre, os atos por ele praticados, as revelações e os acontecimentos reais, com o que, em tais narrativas, reflete e reproduz, como havia de suceder, as impressões, opiniões e interpretações dos homens da época, feitas de acordo com seus preconceitos, ou com as tradições relativas a essas palavras, a esses atos, revelações e os acontecimentos, à natureza e ao caráter que revestiam. Reuni e harmonizai os versículos que, nos Evangelhos segundo Mateus, Marcos e Lucas, se correspondem, a fim de, submetendo a um só comentário os Sinóticos, evitardes as repetições. Os Evangelhos são um conjunto de fatos ocorridos, ligados entre si, sem estarem sujeito a uma ordem cronológica. Ao comentardes separadamente o Evangelho segundo João,  ainda para evitar repetições, vos reportareis as explicações necessárias que já tiverdes recebido, com relação aos pontos correspondentes, nos três primeiros. A este respeito, todavia, seguireis a direção que vos dermos, e fareis sob os nossos olhos a classificação.
GN, 30/01/1970

QUINTA-FEIRA, 03-05-2012

REENCARNAÇÃO

P – Hoje, em nosso posto familiar que é a Igreja de Deus em Casa, o irmão católico não entendeu o que chama de “teoria da reencarnação”. Qual, a respeito, a orientação do CEU da LBV?
R – Não se trata de teoria, mas de uma Lei, atestada pelo fato de poder o Espírito habitar, sucessivamente, muitos corpos.

P – Por que devemos crer na Lei da Reencarnação?
R – Porque somente ela explica as diferenças materiais, morais e intelectuais que se notam entre os homens. Não é criação do Espiritismo: é mais antiga que o planeta que habitais.

P – Quais as diferenças materiais?
R – As de fortuna, saúde, conformação física e tantas outras.

P – Quais as diferenças morais?
R – A variedade dos caracteres humanos, em escala impressionante.

P – Quais as diferenças intelectuais?
R – Os diversos graus de inteligência, que se patenteiam logo na infância. E mais tarde vos falaremos das DIFERENÇAS ESPIRITUAIS.

P – É um fato provado a reencarnação?
R – Sim, pelas aptidões inatas dos homens e pelas Revelações dos Espíritos. Nos tempos mais remotos, os maiores homens a professavam, convictamente. O Decálogo já a incluía, como demonstramos.

P – Jesus também a professou?
R – Sim, em vários pontos dos Evangelhos, como iremos demonstrar examinando toda a Segunda Revelação: Mateus, Marcos, Lucas e João.

P – O Espírito encarna sempre em condições mais felizes que as anteriores?
R – É o que geralmente acontece, mas o contrário também se pode dar.

P – Qual a razão disso?
R – É que, quando o Espírito conhece as causas da situação em que se encontra e o que deve fazer, para sair dela, pede a prova em que melhor possa expiar e reparar suas faltas.

P – Como se explica o fato, tantas vezes observado, da manifestação de grandes talentos em criança?
R – Pelas aptidões inatas, de suas vidas anteriores.

P – Que devemos entender por aptidões inatas?
R – A recordação dos seus conhecimentos de encarnações precedentes. Eis alguns casos: Jesus, aos doze anos ensinando os doutores; Mozart, aos sete, compondo música; Pascal, ensinando matemática aos doze; Mondex, que aos sete não encontrava problema que o embaraçasse; Van de Keerckover, pintor aos dez; Inaudi, hábil calculador aos oito; e tantos, tantos mais.

P – Podemos atribuir também a essa causa a precocidade de certos criminosos?
R – Claro que sim. O criminoso é um espírito imperfeito que se desviou do bom caminho.

P – Os selvagens são seres como nós?
R – Sim: são Espíritos que progrediram pouco, por terem menos encarnações.

P – Qual a necessidade de renascermos muitas vezes?
R – A do nosso aperfeiçoamento, a fim de nos tornarmos dignos da felicidade que nos está reservada por Deus.

P – Onde reencarnam os Espíritos?
R – Na Terra e nos outros mundos, a que chamais planetas e estrelas.

P – É a Terra comparável aos outros planetas?
R – A Terra é um dos menores planetas do Sistema Solar: Urano é 74 vezes maior que ela; Netuno – 100 vezes maior; Saturno – 864; Júpiter – 1.300 vezes maior que a Terra. Este último não está sujeito às vicissitudes das estações nem às bruscas alternativas da temperatura: é favorecido por uma primavera constante, isto é, sem frio nem calor.

P – Que são as estrelas?
R – Sóis, como aquele que é o CENTRO do vosso sistema planetário. Se alguns deles (não obstante serem milhões de vezes maiores do que a Terra) vos parecem pequenos, é porque estão a imensa distâncias do vosso mundo.

P – Para que foram criados esses mundos?
R – Deus não criou nada inútil. Esses mundos são habitados por seres que nem sempre podem ser vistos ou fotografados.

P – É infinito o espaço?
R – Sem dúvida. Se lhe supuserdes um limite, que haverá além dele?

P – Existe o vácuo absoluto?
R – Não: o próprio espaço é ocupado pela substância que a ciência denomina éter.

P – Que é que constitui o Universo?
R – O Universo compreende a infinidade dos mundos que povoam o espaço infinito; todos os seres classificados pelo homem como animados e inanimados; todos os astros; todos os fluidos e todos os seres espirituais.

P – Como se formam os mundos?
R – Pela condensação da matéria disseminada no espaço ou matéria cósmica.

P – Também os mundos desaparecem?
R – Com o tempo, tudo se transforma no Universo, a fim de se cumprir a Lei do Progresso.

P – A constituição física é a mesma em todos os mundos?
R – Não. Às vezes, eles diferem em tudo, e o mesmo acontece com os seres que os habitam.
GN, 29/01/1970

 QUARTA-FEIRA, 02-05-2012

 CIÊNCIA DO CRISTIANISMO

 P – Como Legionário da Boa Vontade, sabemos que a grandeza da LBV reside no seu descortino fraternal, anti-sectária, na vivência maravilhosa do Novo Mandamento de Jesus. Qual a posição do CEU diante do Espiritismo?
R – De absoluto respeito à Terceira Revelação, sem a qual seria impossível a explicação do Apocalipse. À codificação de Allan Kardec deve a Humanidade o caminho da sua libertação espiritual. O Espiritismo é a CIÊNCIA DO CRISTIANISMO DO CRISTO, o Cristianismo que só se revelou com “O Livro dos Espíritos”, em 1857. A Verdadeira Era Cristã teve início com as obras do codificador.

P – Há vantagem em praticar o Espiritismo?
R – Sim, depois do estudo profundo que impõe a dignidade das coisas sérias. A maioria, infelizmente, não estuda, e daí resultam os fatos que lamentamos.

P – Como se deve praticá-lo?
R – Após o conhecimento perfeito da Terceira Revelação, o mais seguro desenvolvimento das mediunidades. Depois, sim, participar de reuniões sérias, com uma pontualidade LEGIONÁRIA, pois os Guias não têm tempo a perder nem abençoam frivolidades. Sua missão é a Caridade do AMAI-VOS, instruindo os Espíritos inferiores, ajudando os sofredores que se querem libertar da ignorância espiritual, enfim – reeducando a todos no CRISTIANISMO DO NOVO MANDAMENTO, que é a religião de Deus.

P – Como se pode abusar do Espiritismo?
R – Fazendo evocações com finalidade puramente diversionista; recebendo e valorizando comunicações pueris; evocando Espíritos para receber uma paga dos que desejam ouvi-los. Esse é o baixo Espiritismo a que aludem os representantes da treva internacional, e que só aproveita aos que desejam renome e projeção em rádio, jornal e televisão.

P – Corre perigo quem recebe comunicações estando sozinho?
R – Sem dúvida. Os médiuns que as recebem, nessas ocasiões, acabam sempre obsessos, no fim de pouco tempo. Contam-se nos dedos os que, como João, na Ilha de Patmos, podem trabalhar em solidão total.

P – Pode-se assistir as sessões com toda espécie de gente?
R – Não: somente com pessoas sérias, aquelas que se reúnem com o pensamento em Deus, e por isso têm a assistência real dos Guias.

P – Todos devem procurar desenvolver suas mediunidades?
R – Todos são, mais ou menos, médiuns. Assim, convém que desenvolvam os seus dons, QUANDO ORIENTADOS por quem os possa orientar, dentro da Lei de Deus. Só então serão úteis aos semelhantes, aos bons Espíritos e a si mesmos.

P – É permitido ao médium recusar os seus serviços?
R – Se assumiu o compromisso de fazer Caridade, não se justifica a recusa. A mediunidade é instrumento de redenção do seu portador, que não deve perder as ocasiões de estar em dia com a Lei, resgatando todos os seus débitos de vidas passadas.

P – Quais as condições imprescindíveis a uma sessão espiritual?
R – O recolhimento, a interiorização, a prece profunda, a paz de consciência e o desejo de fazer somente o Bem.

P – Podem os Espíritos ter influência sobre nós, quando nos achamos fora das sessões?
R – Sim, essa influência, desconhecida para a maioria, não deixa de ser real e muito importante. Daí a recomendação do Mestre: ORAI E VIGIAI.

P – Como se exerce tal influência sobre as pessoas?
R – Os Espíritos agem sobre o seu pensamento sem que elas o percebam. Atuam, muitas vezes, MATERIALMENTE, pelo emprego do fluído, como faz o magnetizador.

P – Essa influência é sempre boa?
R – Depende do sentimento do Espírito: se ele é bom, sua influência é salutar; se é mau, sua influência e perniciosa. Convém pois, chamar a si os bons Espíritos, que afastam os maus, imediatamente, QUANDO HÁ MERECIMENTO.

P – Como permite Deus – que é infinitamente bom – que os Espíritos maus nos venham induzir ao mal ou fazer-nos sofrer?
R – Para vos experimentar. Por que permite Deus que o homem mau arraste outros à prática do crime? O caso é idêntico. Lembrai-vos: Os Espíritos maus não podem fazer mau algum aos que têm a assistência dos Espíritos bons.

P – Mas os Bons Espíritos estarão dispostos, sempre, a nos proteger?
R – Sim, se o chamardes sempre. Deus destinou a cada um de vós um Protetor, Guia, ou Anjo da Guarda.

P – Basta oração para afastar os Espíritos perversos?
R – Certamente não: É preciso praticar sempre o Bem.

P – Que é obsessão?
R – A união de um Espírito mau a uma pessoa, com o fim de atormentá-la e fazê-la praticar atos ridículos ou nefastos. Nessas condições, tal pessoa fica reduzida ao estado de demência.

P – Os médiuns podem estar expostos à obsessão?
R – Sim, quando não estudam, não levam a sério a sua responsabilidade e aceitam tudo o que dizem os maus Espíritos, através de falsos médiuns, que às vezes, falam por si mesmo, sem espírito algum.

P – Como fazer cessar a obsessão?
R – Pela união permanente com Deus, pela prece e pela pratica incessante da Caridade, que não se limita à distribuição de donativos em dinheiro. Caridade é AMOR para com todos, principalmente para com os inimigos.
GN, 28/01/1970

TERÇA-FEIRA, 01-05-2012

 OS DONS DE DEUS

 P – Apreciamos muito a referência às mediunidades, ou carismas, com que o Pai distingue tantos de seus filhos na Terra. Não é uma coisa maravilhosa possuir esses dons de Deus?
R – Nem sempre: a maioria dos casos, essas mediunidades, ou carismas são dolorosas provações para Espíritos culpados, como ensina o CEU.

P – Todos podem ser médiuns?
R – Sim, exercitando-se pacientemente, durante um tempo mais ou menos longo, DEPOIS DO ESTUDO DA VERDADEIRA DOUTRINA CRISTÃ.

P – A mediunidade é útil à pessoa que a possui?
R – Sim, e não somente a ela, mas a todos aqueles aos quais os ensinos dos Espíritos Superiores podem inspirar pensamentos salutares e generosos sentimentos.

P – Todos os Espíritos podem comunicar-se?
R – Sim, quando Deus o permite.

P – E por que Deus concede essa permissão aos Espíritos maus?
R – Para servirem de lição aos homens, mostrando-lhes a que triste estado os maus se acham reduzidos no outro mundo; e também para que, por vossas preces e instruções, eles adquiram bons sentimentos e se regenerem.

P – Como podemos saber que um Espírito é bom?
R – Pelas suas comunicações, que não podem deixar de ser moralmente elevadas. Sua linguagem nunca será lisonjeira ou frívola, seja para si próprio, seja para aqueles a quem se dirige.

P – Como devemos tratar os Espíritos maus, atrasados, imperfeitos?
R – Deveis instruí-los, moralizá-los, reeducá-los, orando sempre por eles: quando se apresentam zombeteiros, são mais infelizes.

P – Quais são as principais mediunidades?
R – A tiptológica, a sematológica, a psicográfica, a auditiva, a de vidência, a de sonambulismo, a de materializações, que exigem um preparo espiritual impecável.

P – Como entender bem essas mediunidades?
R – O médium tiptológico recebe as comunicações dos Espíritos provocando pancadas, mais ou menos fortes, nos objetos materiais que os cercam; o médium sematológico recebe manifestações através de sinais combinados com antecedência, como o movimento de móveis em sentido determinado; o psicógrafo – por escrito; o auditivo – ouvindo-lhes a voz; o vidente – vendo seus perispíritos, que tomam a forma que tiveram na vida terrena; o sonâmbulo – prestando-lhe seu corpo, do qual o Espírito se apossa momentaneamente, servindo-se dele como se fosse seu próprio corpo; o de materializações – cedendo os seus fluídos animalizados para que, combinados com os que se encontram no espaço, o Espírito apresente uma forma visível e tangível para todos.

P – Quais são os melhores médiuns?
R – Os que recebem as melhores comunicações.

P – Como devem proceder os médiuns?
R – Não devem esquecer, em momento algum, que sua faculdade – mediunidade ou carisma – lhes pode ser retirada se dela abusarem, seja para satisfação da curiosidade vã, ou para outro qualquer fim, sem utilidade para a instrução, a verdadeira educação e o progresso de todos.

P – Será coisa nova a mediunidade?
R – Ela nasceu com as primeiras criaturas. Foi praticada, sempre, em todos os tempos. Entre os hebreus, por exemplo, o abuso chegou a tal ponto que Moisés proibiu a sua prática.

P – Podeis citar algumas provas da antiguidade dos médiuns?
R – Sócrates afirmava que era inspirado por um Espírito familiar. A Bíblia encerra inúmeros casos, da Gênesis ao Apocalipse. Falaremos de todos eles na explicação das Revelações do Cristo de Deus.
GN, 27/01/1970

SEGUNDA-FEIRA, 30-04-2012

PRIMEIRO: ESTUDAR!


P – Hoje, graças às instruções do Centro Espiritual Universalista da LBV, compreendemos o perigo das sessões sem um preparo conveniente. Não é esta a orientação do CEU?
R – Claro que é. Ninguém deve participar daquilo que não conhece a fundo. Assim se explica a disciplina da LBV: primeiro – estudar! E meditar muito, orando e vigiando, para não se deixar iludir por encarnados e desencarnados. Os levianos acabam obsidiados, SEMPRE!

P – Que devemos entender por ANJO DA GUARDA?
R – Um Espírito de ordem elevada, que vos assiste durante a vossa permanência no mundo, e que vos aconselha sempre por intermédio da vossa consciência.
                          
P – Os Espíritos podem aliviar o mal de alguém e atrair para ele a prosperidade?
R – As Leis Divinas são imutáveis, e todos têm de submeter-se a elas. Mas, não obstante isso, os bons Espíritos podem ajudar-vos a ter paciência, muita resignação, para suportardes os males que vos devem conduzir ao Bem. Esta é a melhor prosperidade.

P – Os Espíritos têm outra preocupação que não seja a de melhorarem individualmente?
R – A vida espiritual é uma ocupação constante, perseverante, permanente. E nada tem de penosa para os Espíritos bons.

P – Em que consiste a felicidade dos Espíritos bons?
R – Eles não têm ódio, inveja, ambição ou qualquer das paixões que fazem desgraçados os homens. O amor que os liga é, para eles, origem da suprema felicidade: são felizes pelo Bem que praticam.

P – Em que consiste os sofrimentos dos Espíritos inferiores?
R – Em invejarem as pessoas que têm tudo o que lhes falta para serem “felizes”, e não quererem trabalhar para consegui-lo. Daí o ódio, o desespero, a ansiedade em que vivem, como joguetes da ignorância espiritual.

P – Quais os maiores sofrimentos que os Espíritos podem experimentar?
R – Todos os que decorrem da ignorância da Lei de Deus: a doença, o egoísmo, o orgulho, a inveja, a cólera e tantos mais. Entretanto, o maior castigo que eles podem sofrer é a crença de estarem condenados para sempre.

P – De onde procede a idéia cruel do fogo eterno?
R – Do total desconhecimento da Justiça de Deus. A doutrina do inferno, como tantas outras, é uma imagem tomada pela realidade. Mas só atemoriza os que não conhecem o Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento.

P – Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade dos justos?
R – Sim, e isso aumenta o seu suplício, que não deixa de parecer o fogo do inferno.

P – Pode ser eterna a duração dos sofrimentos?
R – Não, porque – como o CEU explica sempre – Deus não criou seres consagrados “eternamente” ao mal. Cedo ou tarde, neles desperta a necessidade irresistível de saírem do seu estado de inferioridade, para serem felizes. Para tanto, só há um caminho: a prática do Bem.

P – Pode o Espírito, separado do seu corpo, comunicar-se conosco?
R – Pode, sim, e o faz muitas vezes, sem que saibais entender o que ele quer comunicar.

P – E como poderemos saber?
R – Por intermédio dos médiuns, pessoas aptas (graças ao seu desenvolvimento) a receber as comunicações dos Espíritos, pela escrita, pela audição, pela vidência ou qualquer outro meio. Mas é necessário conhecer a Doutrina de Jesus, através de todas as suas Revelações, para distinguir entre médiuns verdadeiros e falsos médiuns.
GN, 25/01/1970

 DOMINGO, 29-04-2012

O LONGO APRENDIZADO


P – Estamos gostando muito das lições simples, e ao mesmo tempo tão profundas, do CEU. De que modo se instruem os Espíritos?
R – Estudando o seu passado e buscando, sempre, novos meios de se elevarem no progresso infinito.
                
P – Os Espíritos conservam as paixões que tinham na Terra?
R – Os inferiores, sim. Mas os Espíritos adiantados, quando largam o invólucro material, conservam apenas as boas inclinações, esquecendo todo o mal.

P – Os Espíritos necessitam de luz para ver?
R – Só os que ainda se encontram envoltos nas trevas da ignorância. Os que se libertaram do mau procedimento, graças ao conhecimento da Verdade, não precisam de luz exterior para ver, pois têm em si mesmos a sua própria luz.

P – As faculdades de ouvir e ver residem em todo o ser espiritual?
R – Sim, todas as percepções são atributos dos Espíritos e fazem parte do seu próprio ser.

P – O poder e a consideração, de que goza no mundo, dão ao homem alguma superioridade no outro mundo?
R – No mundo dos Espíritos só se reconhece a superioridade intelectual, moral e espiritual.

P – Qual é natureza das relações entre Espíritos bons e os maus?
R – Os bons procuram combater as más inclinações dos maus, a fim de os ajudar a progredir. Os maus, pelo contrário, procuram induzir ao mal os que ainda são inocentes.

P – Os Espíritos antipáticos chegarão a ser simpáticos?
R – Evidente. Todos serão simpáticos, à medida que pratiquem o Bem, de reencarnação em reencarnação.

P – O Espírito pode recordar-se das suas existências passadas?
R – Sim, se ele desejar, da mesma forma que um viajante relembra as peripécias de sua viajem.

P – O corpo é um obstáculo à livre manifestação das faculdades do Espírito?
R – Sim, do mesmo modo que um vidro opaco se opõe à livre emissão da luz.

P – Depois da morte, os Espíritos conservam o Amor à pátria?
R – Sim, mas de outro modo: para eles, a Pátria é o Universo, sem ódios nem guerras.

P – Os Espíritos continuam sensíveis à recordação daqueles a quem amaram na Terra?
R – Muito, e essa recordação aumenta sua felicidade, se já são felizes; ou lhe serve de alívio, se ainda são desgraçados.

P – Os Espíritos são sensíveis às honras que se fazem aos seus despojos materiais?
R – Sim, quando conservam as preocupações materiais; não, quando já compreendem a inutilidade dessas coisas.


P – O Espírito, que se considera bastante infeliz, pode prolongar indefinidamente esse estado?
R – Não, pois o progresso é uma necessidade que, cedo ou tarde, é sentida pelo Espírito. Todos devem progredir, eis o destino.

P – Os Espíritos participam de nossas desgraças e se afligem com os males que nos afligem?
R – Os Espíritos bons participam de vossas alegrias e se afligem quando, não suportais com resignação o que chamais de males: eles vêem que, dessa forma, não podereis melhorar, tal como o enfermo que recusa os remédios que o podem curar. Eles se afligem pelo vosso egoísmo, porque é daí que se originam todos os males.

GN, 24/01/1970

SÁBADO, 28-04-2012

DEUS É ESPÍRITO


P – A religião humana habituou-nos, desde crianças, ao Deus antropomorfo, de longas barbas brancas. Como o CEU da LBV corrige isso?
R – O Centro Espiritual Universalista corrige isso com a pregação lógica e irrefutável da Verdade. Jesus ensinou: “Deus é Espírito”, isto é, não tem corpo. Portanto, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus pelo Espírito, jamais pelo corpo.

P – Os Espíritos Superiores vêm aos mundos inferiores?
R – Descem a eles a todo o momento, para ajudá-los a progredir, intelectual, moral e espiritualmente. O maior exemplo é o do próprio Cristo.

P – Os Espíritos experimentam as mesmas necessidades e sofrimentos físicos das criaturas humanas?
R – Os Espíritos conhecem muito bem todos esses sofrimentos e necessidades, porque passaram por eles. Mas agora não os sentem da mesma forma que vós, pois não possuem corpo material.

P – Os Espíritos sentem cansaço?
R – Não, pois carecem de órgãos cujas forças precisem ser reparadas.

P – Há um número determinado dos graus de perfeição entre os Espíritos?
R – É ilimitado, porque o progresso é infinito.

P – Qual é o caráter dos Espíritos imperfeitos?
R – Predomínio da matéria sobre a Alma; egoísmo, orgulho, propensão ao mal e às más paixões – tudo isso produto da ignorância espiritual; trazem a intuição de Deus, que é a do Bem, mas o orgulho faz que o neguem.



P – Qual o caráter dos Espíritos elevados?
R – Nenhuma influência da matéria; superioridade intelectual, moral e espiritual. Esses não têm mais provas e privações a sofrer. Mas progredirão sempre, na marcha para Deus.

P – Há Espíritos que foram criados bons e outros maus?
R – Todos os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Não há protegidos, preferidos ou privilegiados: todos são iguais perante a Lei de Deus.

P – Então não existe o Demônio, ou Satanás, no sentido que a Igreja dá aos seus fiéis?
R – Não, porque se existisse seria obra de Deus, e Deus não teria procedido com justiça e bondade, criando seres consagrados eternamente ao mal. Todos os Espíritos têm, forçosamente, de atingir a perfeição, eis a Lei do Criador.

P – Os Espíritos podem retroceder?
R – Não, eles podem permanecer estacionários, mas não retrocedem nunca.

P – Deus não poderia evitar aos Espíritos as provas e os sofrimentos?
R – Sem luta, onde estaria o mérito? A verdadeira felicidade é originada de todas essas lutas, de todos esses sofrimentos. Sem isso, tal felicidade não seria merecida.

P – Todos os Espíritos passam pelo mal, antes de atingirem a perfeição?

R – Pelo mal, não. Só o fazem os que abusam do seu livre-arbítrio, infringindo a Lei de Deus.

GN, 23/01/1970


SEXTA-FEIRA, 27-04-2012

LBV É SIMPLIFICAÇÃO


P – Temos lido autores eruditos, que fazem livros difíceis de entender. Exemplo: a distinção entre Alma e Espírito. Qual a orientação do CEU a respeito?
R – A maioria é assim mesmo. Esses autores querem impressionar o público, deslumbrar os leitores com seus conhecimentos. Não pensam, nem de leve, na salvação de tantos que se desviaram do caminho de Deus. Essa diferença entre Espírito e Alma não traz nenhum proveito ao povo, na sua ânsia de entender as Revelações de Jesus. Para os positivistas, a alma está na cabeça do homem, e se reduz às dezoito funções simples do cérebro. Para nós, entretanto, essas faculdades só funcionam quando o Espírito anima o corpo humano, principalmente a cabeça.

P – Para o CEU, quantos princípios há no homem?
R – Três, a saber: 1- O corpo, análogo aos dos animais e animado por um princípio vital; 2 – A Alma, ser imortal ou Espírito encarnado no corpo; 3 – O perispírito, laço intermediário que liga a Alma ao corpo, espécie de invólucro semi-material.

P – Que é Alma?
R – O Espírito que encarnou (ou reencarnou).

P – As Almas e os Espíritos são a mesma coisa?
R – Sim, porque – antes de se unir ao corpo – a Alma era um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível.

P – Que vem a ser a Alma, depois da morte do corpo?
R – Torna-se Espírito.

P – A Alma conserva sua individualidade depois da morte?
R – Sim, e não a perde nunca.

P – Como é que a Alma pode manifestar sua individualidade no mundo dos Espíritos?
R – Por meio do seu perispírito, corpo fluídico, o qual se modifica de acordo com o seu progresso.

P – Que é que a Alma sente no momento da morte?
R – Conforme tiver sido a sua vida, assim ela experimenta uma sensação agradável ou desagradável. Quanto mais pura ela for, tanto melhor compreende a futilidade dos gozos que deixou na Terra.

P – Que sensação tem a Alma, quando se reconhece no mundo espiritual?
R – Depende: se ela praticou o mal, sente-se envergonhada de o ter feito; se praticou o Bem, sente-se aliviada, tranqüila e feliz.

P – É dolorosa a separação entre o corpo e a Alma?
R – Não: a Alma sente, apenas, uma perturbação que desaparece pouco a pouco.

P – Todas as almas experimentam essa perturbação, com a mesma duração e intensidade?
R – Isso depende do seu adiantamento. A Alma, quando já está purificada, se reconhece quase imediatamente, ao passo que as outras conservam, às vezes por muito tempo, a impressão da matéria.

P – O conhecimento do Espiritismo, tal como foi codificado por Allan Kardec, diminui o tempo dessa perturbação?
R – Sim, e muito: depois do estudo da Terceira Revelação, o Espírito compreende com antecedência o seu estado. Mas isso não o exime do sofrimento que ele possa merecer. A prática do Bem, produzindo a consciência limpa, influi mais que qualquer conhecimento sobre o estado espiritual.
               
P – Limitam-se os pais a dar aos filhos um corpo material, ou também lhe transmitem uma parte de sua Alma?
R – Os pais lhes dão somente o corpo, pois a Alma é indivisível. A prova disso está em que pais analfabetos produzem filhos geniais, enquanto filhos boçais são gerados por pais de talento.

P – Como podemos definir as Almas ou Espíritos?
R – São os seres inteligentes da Criação Divina, os quais promovem o movimento fora do mundo material.

P – Os Espíritos ocupam uma região determinada, circunscrita no espaço?
R – Eles estão em toda parte. Mas nem todos podem ir aonde querem, pois há regiões vedadas aos menos adiantados.

P – Empregam os Espíritos algum tempo em percorrer o espaço?
R – Sim, mas isso é rápido como o pensamento, pois a vontade de um Espírito exerce mais poder sobre o seu corpo fluídico, ou perispírito, do que podia exercer sobre um corpo denso e grosseiro, quando encarnado.

P – A matéria serve de obstáculos aos Espíritos?
R – Não, porque tudo é penetrado por eles: o ar, a terra, a água, e até mesmo o fogo, assim como o cristal é penetrável aos raios solares.
GN, 22/01/1970


QUINTA-FEIRA, 26-04-2012

O SOL E O CEU


P – Sempre admiramos na Legião da Boa Vontade seu caráter anti-sectário. Recebemos com imensa alegria a criação do Centro Espiritual Universalista. Mas a palavra CENTRO não poderá dar idéia de alguma “tendência” religiosa?
R – O CEU é tão anti-sectário quanto a LBV. Mas sua grande missão é unificar as Quatro Revelações, CENTRALIZANDO todos os ensinamentos esparsos do Espírito da Verdade. O SOL não é o centro do vosso sistema planetário? Pois o CEU é o centro do vosso sistema religioso. Qualquer dicionário define: CENTRO – Ponto situado no interior de uma esfera e eqüidistante de todos os pontos da circunferência; ponto para onde as coisas convergem. Que todos sejam UM, na esfera terrestre – eis a palavra de ordem do Cristo de Deus, repleta de misericórdia.


P – Que é misericórdia?
R – É a virtude que consiste na compaixão, na piedade pelos sofrimentos humanos, principalmente nesta Era Apocalíptica final.


P – Como praticar a misericórdia?
R – Vivendo o Novo Mandamento de Jesus, com o esquecimento e o perdão das ofensas, próprios das almas grandes que já estão FORA DO ALCANCE DO MAL. Com que direito pedireis a Deus o perdão das vossas faltas, se não tiverdes antes perdoado as ofensas dos vossos inimigos? Meditais: perdoar é transferir a Deus o julgamento dos ofensores.

P – Que é virtude?
R – Na sua elevada significação, virtude é o conjunto de todas as qualidades essenciais ao homem de Bem. Ser bom, trabalhador, caridoso, sóbrio, humilde – são qualidades do homem virtuoso.

P – Que é paciência?
R – É a resignação, a submissão a todos os sofrimentos, tanto morais quanto físicos. Não há dor sem causa justa. O que chamais de MAL reverte sempre em vosso benefício, dentro da Lei Divina.

P – Que é probidade?
R – Probidade é honradez, e faz parte da justiça. O homem probo deve ter um caráter retilíneo, pureza e integridade em todos os seus atos. Amará a eqüidade, a decência, e jamais se apossará do que não lhe pertence por direito divino.

P – Que é indulgência?
R – É o legítimo sentimento fraternal, que faz esquecer as ofensas e defeitos do próximo. A indulgência – sempre conciliadora – é boa conselheira em todas as circunstâncias da vida.

P – Até onde podemos e devemos entender o perdão?
R – Até onde Jesus o definiu: quando perdoardes ao vosso próximo, não vos deveis contentar em correr o véu do esquecimento sobre as suas faltas, mas tereis de fazer tudo o que puderdes em seu benefício. Se, depois de tudo isso, ele permanecer como o filho da perdição, entregai-o à sua própria sorte, determinada pelo seu livre-arbítrio. A Lei de Deus o julgará.

P – Quais são os principais males do homem?
R – O egoísmo, o orgulho, a inveja, a cólera e a avareza são mais cruéis do que a fome e a sede. A cólera arrasta o homem ao desvario, compromete a sua saúde e, às vezes, sua vida. O egoísmo é o maior obstáculo à felicidade dos povos, pois dele se originam todas as misérias da guerra. Avareza, negação da Caridade exclui o exercício de grande número de virtudes, porque acorrenta a alma aos bens terrestres. A inveja produz o pesar e o desgosto pela felicidade alheia, roendo as próprias entranhas do invejoso. O orgulho é a causa das grandes ambições e dissidências entre os homens e os povos. Para todos esses males só há um remédio: alfabetização espiritual, como a definiu a LBV na sua Cruzada de Reeducação Geral. Só a Verdade vos libertará – repete o Cristo.

P – Que devemos pensar do jogo?
R – É uma paixão funesta, que pode arrastar o homem ao suicídio e fazer que ele se converta num dos seres mais egoístas do mundo. O jogador se transforma num joguete dos espíritos maus, que o reduzem à condição de parasito social, alérgico a todos os sentimentos nobres. Já obsidiado na sua fome insaciável de ouro, chega ao ponto de sacrificar a sua família e, se ocupa lugar elevado diante dos homens, também sacrificará todos os seus dependentes à sua loucura.

P – E que devemos pensar do fumo e da bebida?
R – São elementos de destruição da saúde. O verdadeiro cristão não se deixa escravizar por nenhum vicio: domina todos eles, porque lhe cumpre conservar o corpo até ao final da sua missão na Terra.

P – Quando desencarna, que leva o rico para o outro mundo?R – Nada. Apenas a lembrança do Bem e do Mal que praticou
GN, 21/01/1970

QUARTA-FEIRA, 25-04-2012

A OBRA DA UNIFICAÇÃO


P – Pelo o que nos foi dado observar na Primeira Revelação do CEU – a significação do Decálogo na íntegra, de acordo com o original bíblico – a LBV prestará ao Brasil, e a toda Humanidade, um serviço de grandeza inapreciável. Quando sairá em livro a UNIFICAÇÃO DAS QUATRO REVELAÇÕES?
R – Diz o Espírito da Verdade que serão vários livros, porque o CEU reunirá neles todos os ensinos dos Guias Superiores. Por isso é que a Obra não terá autores humanos: a Gloriosa Falange está procedendo à REVISÃO GERAL dos trabalhos realmente ditados por eles, expurgando-os de suas “infiltrações mediúnicas”. Portanto, ninguém pode julgar o todo por qualquer das partes: Moisés, os Evangelistas e os Apóstolos AINDA TÊM MUITO A REVELAR À HUMANIDADE.
                                                   
P – O homem tem direito a dispor de sua vida?
R – Não. O suicídio é transgressão da Lei de Deus; é a maior crueldade que o homem pode cometer contra si mesmo. O suicídio nasce do erro, alimenta-se da covardia e não a extingue. Covardia, egoísmo, orgulho, ceticismo, e principalmente ignorância das Leis Divinas – eis as causas do suicídio.

P – E quando o suicídio tem por objetivo evitar o aparecimento de uma ação má?
R – O suicídio não esconde as culpas de ninguém. E, pelo contrário, neste caso há duas faltas, em vez de uma. Quem teve coragem para fazer o mal deve tê-la, também, para enfrentar as conseqüências.

P – Que devemos pensar daquele que se suicida para alcançar mais depressa outra vida melhor?
R – Somente pela prática do Bem pode o homem alcançar vida melhor. O suicida tem de começar tudo de novo.

P – Não é meritório o sacrifício da vida quando o fim dele é salvar a outrem ou ser útil ao semelhante?
R – Conforme à intenção real, diante de Deus, isso pode ser sublime. Só é perdoável o sacrifício da vida quando não é movido pelo egoísmo ou pelo orgulho: isto só mesmo Deus pode saber.

P – Qual o sentimento que, no instante da morte, prevalece na maioria dos homens: a dúvida, o temor ou a esperança?
R – Nos endurecidos – a dúvida; nos culpados – o temor; nos homens de bem – a esperança.

P – Depois da morte, as penas e os gozos da alma têm alguma coisa de material?
R – Não podem ser materiais porque a alma não é matéria. Essas penas e esses gozos, entretanto, são mil vezes mais sensíveis do que aqueles que se poderiam experimentar no mundo, pois no estado espiritual a alma é muito mais impressionável, visto não estar com suas sensações embotadas pela matéria.

P – O que é Espírito?
R – O princípio inteligente do Universo.

P – E qual a definição da matéria?
R – A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce a sua atividade.

P – Há, então, dois elementos gerais do Universo – a matéria e o Espírito?
R – Sim, e acima de tudo – DEUS. Mas, ao elemento material se tem de juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, grosseira demais para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.

P – Que se deve pensar do homem que, sem fazer o mal, também não se esforça por sacudir o julgo da matéria?
R – Permanece estacionado, e assim prolonga os sofrimentos da expiação.

P – Sempre reconhece as suas faltas, depois da morte, o homem perverso, que não as reconheceu durante a vida terrestre?
R – Claro que sim. E, então sente todo o mal que fez ou de que se tornou causa involuntária.

P – Basta o arrependimento sincero, durante a vida, para apagar nossas faltas e Deus nos perdoar?
R – O arrependimento prepara a melhora do Espírito, mas não revoga a Lei de Deus: é preciso expiar todas as faltas cometidas.

P – E as faltas podem ser redimidas?
R – Sem dúvida, pela reparação. Mas o homem não se redime com algumas privações pueris nem com donativos depois de sua morte, quando já não precisa mais deles. A perda de um dedo no trabalho resgata mais dívidas que o cilício, durante anos seguidos, sem outro fim que o da própria conveniência, pois não beneficia a ninguém. Só com o Bem é que se pode reparar o mal.
GN, 20/01/1970


TERÇA-FEIRA, 24-04-2012

O CÉU E O INFERNO

 P – Estamos ouvindo com atenção os programas radiofônicos da LBV, exatamente para assimilar os ensinamentos do CEU. Já estivemos pensando nas obras que seriam editadas com a matéria que a LBV irradiou, durante mais de trinta anos. Que diz?
R – Tudo tem sua hora, de acordo com os desígnios do Mestre. Tudo aquilo foi, apenas, a preparação do que hoje pode ser escrito. Foi necessário, em todos esses anos, usar de uma linguagem que TODOS pudessem entender, a fala do improviso para o “homem do povo”. Agora, o Espírito da Verdade já tem ambiente para a sua comunicação final.

P – Existem o inferno e o paraíso, tais como a religião humana os representa e localiza?
R – Não existe uma determinação absoluta dos lugares de castigo e de recompensa, a não ser na imaginação dos que se encontram fora da realidade espiritual. As almas estão disseminadas por todo o Universo.

P – Em que sentido devemos compreender a palavra céu?
R – Deveis considerar como céu o espaço universal, os planetas, as estrelas, todos os mundos superiores, onde as almas elevadas desfrutam a felicidade, sem as tribulações da vida material, as angústias inerentes à inferioridade. A Terra é um dos mundos de expiação; as almas que o habitam têm de lutar contra as suas próprias perversidades e contra a inclemência da natureza – trabalho muito penoso, mas que serve para desenvolver as faculdades da inteligência e as qualidades do coração. Por esse modo, Deus faz que o castigo reverta em benefício do próprio Espírito.

P – Que se deve entender por purgatório?
R – É a expiação. A Terra é, para os culpados, um verdadeiro purgatório, onde eles resgatam seus débitos diante da Lei.

P – Que devemos compreender por alma penada?
R – Todo Espírito errante que sofre, incerto do seu futuro, é uma alma penada.

P – A benção e a maldição podem atrair o Bem e o mal sobre aqueles a quem são endereçadas?
R – A Divina Providência jamais deixou de ser justiceira: a benção somente pode alcançar aquele que se tornou digno dela; a maldição, também, só tem efeito contra aquele que se revelou malvado.

P – Por que Jesus expulsou os vendilhões do templo?
R – Para condenar o tráfico das coisas santas, sob qualquer disfarce com que se apresente. Deus não vende a sua benção, nem o seu perdão, nem a entrada no céu; portanto, o homem (sacerdote ou leigo) não tem direito a receber paga das orações que faz em intenção de outrem.

P – Que se deve pensar do dogma “fora da Igreja não há salvação”?
R – Esse dogma, exclusivista e absolutista, em vez de unir os homens, os divide; em vez de despertar o amor entre irmãos, sanciona e mantém o ódio entre os sectários das religiões, que se consideram reciprocamente “malditos” na eternidade, mesmo sendo parentes ou amigos no mundo. Ora, o denominador comum de todas as crenças, religiosas ou filosóficas, é o Novo Mandamento de Jesus: é a Caridade, é o Amor, é a Fraternidade, é a Liberdade, é a Igualdade. Preferimos universalizar a Verdade, proclamando: FORA DO NOVO MANDAMENTO NÃO HÁ SALVAÇÃO. E assim devolvemos ao Cristo o que é do Cristo.

P – Quais as conseqüências que produz o arrependimento, no estado espiritual?
R – O desejo de reparar as faltas cometidas contra o próximo, na vida terrena; pedido de uma nova encarnação, com esse fim.


P – A paternidade pode ser considerada missão?
R – Sem dúvida. É, ao mesmo tempo, responsabilidade muito grande que se toma para o futuro, pois os filhos são colocados sob a tutela dos pais para que estes os guiem no caminho do Bem.

P – Por que é que os homens mais inteligentes são, às vezes, ateus ou viciosos?
R – O Espírito pode ser adiantado num sentido (intelectual), e não em outro (moral). Mas, como todos têm de progredir, intelectual e moralmente, com o tempo eles encontrarão a chave do equilíbrio.

P – Por que são materialistas tantos homens de ciência?
R – Porque julgam saber tudo, e não admitem que coisa alguma seja superior ao seu entendimento. Sua própria ciência os torna presunçosos, e esquecem que ela ridicularizou, em outros tempos, Colombo, Newton, Franklin e Jenner, como o fez neste século com os adeptos e pioneiros do hipnotismo. Que motivo há para estranhar que neguem a existência de Deus e da alma? Mas não há orgulho que não tenha fim.
GN, 18/01/1970


SEGUNDA-FEIRA, 23-04-2012

O AMOR UNIVERSAL


P – Observamos que a Revelação do Novo Mandamento aclara, de modo extraordinário, o entendimento das Sagradas Escrituras. Como o CEU da LBV define a Caridade, como a entendia Jesus?
R – Sem o Novo Mandamento não teriam mais sentido as Escrituras, na Era Apocalíptica. Ele é TODA A CARIDADE, porque é o Amor Universal acima de todas as concepções mesquinhas, dos homens e credos sectarizados. Não é só benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições humanas e perdão das ofensas. É como afirma o próprio Cristo: “Ninguém tem maior amor do que este – DAR A SUA PRÓPRIA VIDA PELOS AMIGOS E PELOS INIMIGOS”. Esta é a significação real do seu “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”; esta é a Caridade autêntica do Novo Mandamento, como Quarta e Última revelação deste fim de ciclo. Aprimora e supera os dois grandes mandamentos da Lei de Moisés: “Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo”. Por isso concluiu Jesus: QUEM CUMPRE O MEU MANDAMENTO NÃO MORRERÁ MAIS – JÁ PASSOU DA MORTE PARA A VIDA.

P – Como devemos considerar a esmola?
R – O verdadeiro cristão, que vive a Caridade do Novo Mandamento, vai ao encontro dos caídos na desgraça, sem esperar que lhe estendam a mão. E o faz no cumprimento de um dever, sem esperar recompensa, como ensinou o Mestre: “Que a mão esquerda ignore o que dá a direita”. Basta que Deus saiba.

P – É natural o direito de possuir bens de fortuna?
R – Sim, quando isso é feito dentro da Lei Divina, em benefício da Humanidade. Deus Todo-Poderoso tem todos os bens, todas as fortunas do Universo, e distribui tudo com TODOS OS SEUS FILHOS. A estes cabe compreender.

P – Qual é o caráter da propriedade legítima?
R – Só a legítima propriedade que se adquire pela inteligência e pelo trabalho, sem prejuízo de outrem.

P – À parte certos defeitos e vícios, qual o sinal mais característico da imperfeição do homem?
R – O apego extremado às coisas materiais, causado pelo egoísmo sem limites, pelo interesse pessoal exclusivista, tal é a marca da inferioridade do homem.

P – Encontra-se em grau de adiantamento quem faz o bem pelo prazer de amar a Deus e ao próximo, desinteressadamente?
R – Sim, é bem mais evoluído que aquele que faz o bem calculado, não por impulso natural do coração.

P – Há culpabilidade em estudar e criticar os defeitos alheios?
R – Se isso é feito com o objetivo de humilhar a sagrada pessoa humana, há muita culpabilidade. Mas, se isso visa a que outros não caiam nos mesmos erros, pode ser útil. É preciso, porém, muito cuidado, como adverte o Senhor: “Não julgueis, para não serdes julgados”. Só mesmo Deus pode julgar a cada um de seus filhos.

P – Pode o homem, pelos seus esforços, vencer suas más inclinações?
R – Sem dúvida, o homem que se dispõe a isso, é sempre ajudado pelos bons Espíritos. Geralmente, o que lhe falta é Boa Vontade.

P – Entre os defeitos, ou imperfeições da alma, qual o que pode ser considerado principal?
R – O egoísmo, a marca inconfundível da ignorância espiritual. Do egoísmo é que provém todos os males. Estudando as imperfeições em geral, vemos que – no fundo de todas elas – reside o egoísmo, sempre incompatível com a Justiça, o Amor e a Caridade.

P – Qual o meio de destruir o egoísmo?
R – O egoísmo diminui com o esclarecimento espiritual, com o predomínio da vida moral sobre a vida material. E desaparecerá com o conhecimento, que o Espírito da Verdade traz, sobre o estado futuro, real, da criatura humana depois da morte, sem as fantasias, ou ficções alegóricas, da falsa religião. Desde que sejam bem compreendidas, as Quatro Revelações solucionam os problemas humanos e sociais, fazendo com que o personalismo desapareça na grandeza do conjunto.

P – Quais são as verdadeiras características do homem de Bem?
R – O verdadeiro homem de bem é o que – com Boa Vontade – pratica as leis divinas, vivendo o Novo Mandamento de Jesus. É aquele que, interrogando sua consciência, sente-se desobrigado das más ações, tais como ter violado a Lei de Deus, ter procedido mal, ter deixado de fazer todo o bem possível, ter dado motivo a que se queixem dele e, enfim, ter deixado de fazer aos outros tudo o que desejaria que lhe fizessem.
GN, 17/01/1970


DOMINGO, 22-04-2012

BÍBLIA, BOA VONTADE, NOVO MANDAMENTO


P – Temos observado a síntese admirável da LBV: “A Bíblia por princípio, a Boa Vontade por base, o Novo Mandamento por fim”. Como o CEU explica isso ao povo?
R – O Positivismo prestou grandes serviços à Humanidade, principalmente no campo espiritual. Contemporâneos, Kardec, Comte e Roustaing ensinaram aos povos a examinar cientificamente as religiões. A Lei dos Três Estados ainda hoje faz sentir os seus efeitos, abalando os alicerces das crenças meramente humanas, sem nenhum amparo nas Leis Naturais. O lema positivista permanece, com um sentido altamente espiritual: O Amor por princípio, a Ordem por base, o Progresso por fim. Ora, toda a Doutrina do Amor está contida nas Sagradas Escrituras, Velho e Novo Testamentos da Bíblia; Ordem, neste planeta, só a conseguem os povos e nações pela prática irrecusável da Boa Vontade; Progresso, evidentemente, significa a felicidade de todos os homens, e isto se concretiza no Amor Universal, o Novo Mandamento do Cristo de Deus. Daí a síntese da LBV, abençoada pelo Espírito da Verdade: A BÍBLIA POR PRINCÍPIO, A BOA VONTADE POR BASE, O NOVO MANDAMENTO POR FIM.

P – Pode o homem gozar, neste mundo a felicidade perfeita?
R – Infelizmente, não. Mas depende do homem amenizar os seus males, ser tão feliz quanto possível, num plano de expiações como a Terra. Na maioria esmagadora dos casos, o homem é o causador da sua própria desgraça; mas, praticando o Bem, evita muitos males e proporciona a si mesmo a PAZ prometida aos Homens de Boa Vontade, ainda nesta existência grosseira. Se quereis ser felizes, sede bons, fazendo os outros felizes – eis a regra geral para todos. Se sofrerdes, mesmo cumprindo os vossos deveres, lembrai-vos do que Jesus sofreu por todos vós. Por tudo isso, deveis saber confiar e esperar, porque Deus vos dará o galardão da Vida Eterna.

P – Existe medida comum de felicidade para todos os homens?
R – Sim: na vida material, a posse do necessário; na vida moral, a consciência limpa; na vida espiritual, a certeza do futuro feliz.

P – Por que, em toda a Humanidade, as classes que sofrem são mais numerosas do que as felizes?
R – Não vos enganeis: ninguém é completamente feliz. Muita gente vos parece feliz; mas essa “felicidade” encobre grandes sofrimentos, que estais longe de compreender. Recordai que a dor é condição da Terra, lugar de expiação dos Espíritos atrasados, e aguardai mais um pouco: já se aproxima a grande separação do trigo e do joio, de ovelhas e bodes. É a Lei em marcha, dando a cada um de acordo com suas obras.

P – De onde provém, em tantas pessoas, o medo da morte?
R – Não há motivo para se temer a morte. Entretanto, isso também é conseqüência do temor do inferno, que lhes incutiram, desde a infância, os inquisidores da religião. Essas pessoas, quando chegam à idade da razão, não podem admitir tal inferno, e se tornam atéias ou materialistas: julgam, assim, que nada existe fora da vida presente. Mas àquele que for justo, diante de Deus, a morte não inspira medo algum, pois sua fé o induz a ter certeza do futuro: a Caridade que praticou, na vivência permanente do Novo Mandamento, lhe assegura que, na verdadeira vida – a espiritual – não achará ninguém cuja presença deva temer.

P – Que devemos pensar do homem carnal ou materialista?
R – Esse infeliz, totalmente apegado à vida corporal, só encontra penas e gozos materiais no mundo. Sua ambição consiste em satisfazer TODOS os seus desejos, dentro do sadismo e do masoquismo em que vive, completamente alucinado. Sua alma, constantemente preocupada, afetada pelas vicissitudes da vida, está numa contínua ansiedade, num perpétuo tormento. A morte o horroriza, porque duvida de seu futuro e deixa na Terra todos os seus gozos e esperanças. É a desgraça maior.

P – De onde provém o desgosto da vida, que se apodera de certos indivíduos, sem motivos reais?
R – Da falta de fé no futuro, porque não sabem o que fazem no mundo: nem por que nasceram, nem por que vivem, nem por que morrerão. Gente assim, habituada à ociosidade, prova que “cérebro desocupado é oficina de Satanás”: esse desgosto da vida já é o inferno interior.

P – Que é o materialismo?
R – É a conseqüência dos erros e crueldades da falsa religião. Como revide, tornou-se o materialismo a bandeira dos desiludidos e desesperados. A doutrina materialista é, agora, a sanção do egoísmo, a negação da Caridade, a justificação do suicídio e de todas as formas do homicídio. Só a Verdade do Cristianismo Real, o Cristianismo do Cristo, poderá salvar os materialistas na Era do Apocalipse.
GN, 16/01/1979

 SÁBADO, 21-04-2012

RENOVAR OU MORRER

      
P – Sabemos que Jesus lhe deu as mediunidades necessárias à obra de UNIFICAÇÃO DAS QUATRO REVELAÇÕES. Do contrário, o senhor não poderia localizar as “infiltrações mediúnicas” nas obras de Kardec e Roustaing. Estamos certos?
R – Sim, o que prova que sou mero instrumento nas santas mãos do Senhor. É preciso, em obras importantes do Espírito da Verdade, eliminar o personalismo, a vaidade, o orgulho, o egoísmo e, principalmente, o sectarismo dos homens. Esta é a condição fundamental, imposta pelo Espírito Santo. As forças divinas não têm tempo a perder com os “mestres” humanos, culpados de tanta confusão, em detrimento do plano restaurador da Verdade. Agora, mais do que nunca, o Cristo faz valer sua Boa Vontade, advertindo: RENOVAR OU MORRER. É o lema do Centro Espiritual Universalista, o CEU da LBV.

P – Hoje compreendemos o caráter anti-sectário da Legião da Boa Vontade. Se o Presidente da LBV pertencesse a qualquer das crenças religiosas, existentes no mundo, não poderia ser escolhido para a Obra de Unificação Final do Ciclo. Não é assim?
R – Evidentemente. Tenho de me colocar na posição de Jesus, diante de todos os credos humanos. Amando a todos, sim, mas colocando o Cristo acima deles, acima de todos os “iluminados”, neste mundo que ainda é o GRANDE MANICÔMIO. É melhor, portanto, marchar sempre com o Espírito da Verdade.

P – A vida social é uma das Leis Naturais?
R – Sem dúvida: todos os homens devem contribuir para o progresso, ajudando-se mutuamente pela prática do Novo Mandamento.

P – O progresso moral segue o progresso intelectual?
R – Sim, é a sua conseqüência; mas nem sempre o segue imediatamente.

P – Como pode o progresso intelectual conduzir ao progresso moral?
R – Desde que o homem compreenda o Bem e o mal, pode então escolher. O desenvolvimento do livre arbítrio segue o da inteligência e aumenta a responsabilidade das suas ações.

P – Pode o homem deter a marcha do progresso?
R – Não, porque a ninguém é dado a neutralizar uma lei de Deus. Mas o homem pode, como instrumento das forças do mal, colocar sérios obstáculos na marcha. Daí a necessidade da oração e da vigilância, como no caso da LBV.

P – Não parece, às vezes, que o homem retrocede, em vez de se adiantar, pelo menos sob o ponto de vista moral?
R – O homem progride sempre, mesmo sem o querer, pois cada dia ele compreende melhor o mal, e a todo instante é levado a reformar as suas leis. É essa compreensão que lhe mostra a necessidade das reformas, inspiradas pelo bem comum.

P – Os homens são todos iguais perante Deus?
R – Sem nenhuma dúvida. Todos têm um mesmo princípio e um mesmo destino final. As Leis de Deus são iguais para todos, sem qualquer exceção.

P – Por que Deus não deu as mesmas aptidões a todos os homens?
R – O Pai deu iguais aptidões a todos os seus filhos, mas cada um deles tem vivido mais ou menos tempo, conforme a soma de suas encarnações. A diferença provém, portanto, do seu grau de experiência e da vontade resultante do livre arbítrio de cada um. É por isso que os mais adiantados têm maiores aptidões do que os outros.

P – Será possível, como quer o materialismo, estabelecer a igualdade absoluta das riquezas?
R – Não, porque se opõem a isso as Leis Divinas, que regulam todos os destinos humanos, com uma perfeição que excede a todo entendimento. Os homens passam por todas as provas, necessárias ao seu aperfeiçoamento, na pobreza ou na riqueza, na inteligência ou na ignorância, na fealdade ou na beleza. Cada um vai colher exatamente o que semeou.

P – Que devemos pensar ao que acreditam ser esse o remédio para os males da sociedade humana?
R – Esses estão iludidos pelas quimeras de Satanás, que é a ignorância gerando o mal em todas as suas manifestações. NINGUÉM PODE IGUALAR OS DESIGUAIS. O remédio perfeito é o conhecimento da Verdade nas Quatro Revelações do Cristo de Deus.

P – O homem e a mulher são iguais diante de Deus e têm os mesmos direitos?
R – Sem dúvida alguma, porque Deus a ambos deu inteligência, para distinguir o Bem do mal, e a faculdade de progredir.

P – Qual a razão da inferioridade da mulher em certos povos?
R – O império injusto e cruel que o homem exerce sobre ela, resultado das instituições sociais geradas pelo abuso dos fortes contra os fracos. Já foi pior, será cada vez melhor para a mulher, dentro da Lei do Progresso.

P – Com que fim é a mulher, em geral, mais débil fisicamente do que o homem?
R – Para que ela possa exercer outra espécie de trabalhos, mais leves e delicados. Ao homem, geralmente, cabem os trabalhos mais rudes.

P – A debilidade física da mulher não a coloca, naturalmente, sob a dependência do homem?
R – Sim. Mas, se a natureza dotou o homem com mais força, é para que ele proteja a mulher, não para que a escravize.

P – As funções a que está destinada a mulher, para com seus filhos, têm tanta importância quanto as que estão reservadas ao homem?
R – São muito mais importantes: a mulher é quem dá aos filhos as primeiras noções da vida?

P – Deve a legislação, para ser justa, consagrar igualdade de direitos e funções à mulher e ao homem?
R – De direitos, sim; de funções, não. Cada qual deve ter as ocupações que lhe são próprias, segundo as suas aptidões. A emancipação da mulher assinala o progresso social; sua escravização denuncia lamentável atraso.
GN, 15/01/1970

SEXTA-FEIRA,20-04-2012

ESPÍRITO E VIDA


P – A LBV – principalmente agora com o CEU – já poderia ter editado em livros sua vasta produção, de cunho espiritual tão elevado. Por que não o fez?
R – Porque não autorizei tais edições. Não era chegada a hora. Doravante, sim, pode a LBV pensar no assunto, selecionando O QUE SEJA DIGNO da aprovação de Jesus, em benefício do Brasil e do Mundo. As palavras do Mestre, como ele mesmo afirmou, são Espírito e Vida. Assim as da LBV: depois de vinte anos de lutas, num trabalho de pioneirismo indiscutível, pôde finalmente abrir as portas do CEU, iniciando a gigantesca obra da UNIFICAÇÃO DAS QUATRO REVELAÇÕES DO CRISTO DE DEUS. Estas palavras terão de correr o mundo, nesta Era Apocalíptica, porque são Espírito e Vida, para todo o sempre. A HORA CHEGOU, diz o Espírito da Verdade.

P – O homem tem o direito de cercear a liberdade de consciência?
R – Jamais. Toda coação, nesse sentido, é crime contra a Lei de Deus. Assim, também, o homem não tem o direito de impedir as manifestações do pensamento, desde que visem ao bem de todos: liberdade com responsabilidade, direitos com deveres.

P – É respeitável toda e qualquer crença, embora reconhecidamente falsa?
R – Sim, quando é sincera e conduz à prática do Bem, pois vários são os graus de evolução espiritual. As crenças condenáveis são as que conduzem ao mal. Só o conhecimento da Verdade Total pode e sabe distinguir entre o falso e o correto, o certo e o errado, em todas as crenças de homem ou verdade de cada um.

P – Somos responsáveis por escandalizar, sem motivo, os crentes que não pensam como nós?
R – Sim, porque isso é atentar contra a liberdade de consciência e faltar à Caridade, ensinada e exemplificada pelo Mestre e Senhor.


P – Pelo respeito à liberdade de consciência, devemos permitir que se propaguem doutrinas perniciosas?
R – Nada acontece por acaso. Tais doutrinas cairão por si mesmas, como a casa edificada sobre a areia.

P – Sem atentar contra à liberdade de consciência, podemos atrair ao caminho da Verdade aqueles que se acham desviados por falsos princípios?
R – Podeis e deveis. Isso, porém, deve ser feito de acordo com o exemplo de Jesus, isto é, com Boa Vontade, nunca pela força, que é pior do que a crença daqueles a quem se procura salvar. Se é permitido impor alguma coisa, é o Bem, é a Fraternidade, em suma – o Amor do Novo Mandamento, pela convicção, NUNCA PELA VIOLÊNCIA.

P – Visto julgar-se cada religião A ÚNICA EXPRESSÃO DA VERDADE, como se pode distinguir a que tem o direito de se apresentar como tal?
R – O Cristo ensinou o melhor processo: Conhecereis a árvore pelos seus frutos. A melhor religião (ou doutrina) é a que faz MAIS HOMENS DE BEM, sinceros e não hipócritas. Isto é: a que vive o Novo Mandamento de Jesus, a Lei do Amor e da Caridade; em toda sua extensão, em sua aplicação mais elevada. Toda doutrina que produzir, em suas conseqüências, a desunião, o ódio fratricida, estabelecendo demarcação entre os homens, não pode deixar de ser falsa e perniciosa. É doutrina de homens e maus Espíritos: NÃO É DE JESUS, NÃO É DE DEUS.

P – De onde nasce o desejo de perpetuar com monumentos fúnebres a memória dos seres que abandonaram a Terra?
R – É o último ato do orgulho humano, gerado pelas convenções sociais. Não se deve, porém, atribuir aos que partiram essa responsabilidade: pode ser iniciativa dos parentes, que se querem vangloriar ainda na morte. Nem sempre se fazem tais demonstrações por consideração ao morto: elas também se dão por amor próprio, por alarde das riquezas dos que ficam. Poderão esses belos monumentos salvar do esquecimento aqueles que foram inúteis na Terra?

P – Devemos, então, reprovar de modo absoluto a pompa dos funerais?
R – Não, pois isso se torna justo e exemplar, desde que seja feito em memória de um homem de bem, que haja dedicado sua vida ao progresso e à felicidade das criaturas humanas.

P – Qual é a base da justiça fundada na Lei Natural ou Lei Divina?
R – Para os cristãos, o Novo Mandamento. Para todos os outros, a Regra Áurea: “Fazei aos homens, o que quereis que eles vos façam”.

P – Impõe-lhe obrigações particulares a necessidade, que o homem tem, de viver em sociedade?
R – Evidente. A primeira de todas é respeitar os direitos de seus semelhantes. Quem respeitar esses direitos será sempre justo.

P – Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
R – O direito à vida.
GN, 14/01/1970

QUINTA-FEIRA,19-04-2012  

LIÇÕES DO EVANGELHO

P – Estamos apreciando, com muita alegria, os ensinos do Evangelho “trocados em miúdos”, para nos facilitar o entendimento perfeito da Segunda Revelação. Esse trabalho do CEU da LBV não pode continuar?
R – Sim, porque nosso objetivo é simplificar tudo o que ponha ao alcance das multidões os ensinamentos do Espírito da Verdade. A unificação das Quatro Revelações é a última palavra de Jesus para salvação da Humanidade.
                                                                            
P – O trabalho é uma lei de Deus?
R – Sem dúvida, porque é uma necessidade das mais importantes.

P – Devemos considerar como TRABALHO somente as ocupações materiais?
R – Toda ocupação útil é trabalho, não só no campo material. O Espírito também trabalha, e o próprio Deus não pára de trabalhar.

P – Para que foi imposto ao homem o trabalho?
R – O trabalho é o meio de aperfeiçoar a inteligência do homem; assim, ele assegura seu progresso, bem-estar e felicidade. Se não fosse o trabalho, o homem não sairia nunca da sua infância intelectual.

P – Nos mundos mais adiantados, o Espírito está sujeito à mesma necessidade do trabalho?
R – Em todas as “moradas da casa do Pai” ninguém permanece inativo e inútil. A ociosidade seria suplício em vez de benefício.

P – Está livre da Lei do Trabalho quem possui fortuna suficiente para garantir no mundo a sua existência?
R – Do trabalho material, sim; mas nunca da obrigação de se fazer útil, segundo os seus recursos, ou de aperfeiçoar a sua inteligência e a dos outros. Tudo isso é trabalho, e tanto maior é esse dever quanto mais tempo e recurso o homem tiver. É a Lei Divina: mais se pedirá a quem mais se deu.


P – Que devemos pensar dos que usam sua autoridade para impor trabalho excessivo aos seus inferiores?
R – Esses pagarão por suas más ações, porque infringem a Lei de Deus.

P – O homem tem direito ao descanso na sua velhice?
R – Sim, cada um está obrigado ao trabalho material até onde chegam as suas forças.

P – Que recurso tem o ancião que precisa de trabalhar para viver e não pode fazê-lo?
R – O recurso é que o forte, então, trabalhe para o fraco. Na falta da família, a sociedade tem o dever de socorrê-lo. Esta é a Lei da Caridade, ensinada nos Evangelhos pelo Cristo de Deus.

P – Por que o CEU da LBV não divulga, também, os ensinamentos dos preceptores espirituais de todas as religiões e filosofias?
R – A LBV, a serviço de Jesus, já o fez em mais de trinta anos ininterruptos. Agora, os tempos chegaram. A Humanidade já entrou na curva final do Apocalipse. Não há mais tempo nem ocasião para torneios verbais ou culturais, alimentados por esses preceptores ou “mestres” famintos de projeção pessoal. Sim, nesta hora, TUDO VOLTA AO CRISTO, PORQUE É DO CRISTO.

P – O matrimônio, isto é, a união permanente de dois seres, é contrário à lei natural?
R – Ao contrário: o casamento representa um progresso da sociedade humana.

P – Qual das duas está mais de acordo com a lei natural: a monogamia ou a poligamia?
R – A monogamia, porque o matrimônio deve estar fundado no amor espiritual, no afeto real e permanente, SEM NENHUMA SENSUALIDADE. Não existe amor na poligamia e, por isso mesmo, ela desaparecerá, brevemente, da face da Terra.

P – O celibato voluntário é meritório, diante de Deus?
R – Não. Os que vivem assim, por egoísmo ou motivos correlatos, enganam a si mesmos e a todo mundo. Raríssimas exceções aconteceram na História da Humanidade. Esse “voluntário celibato” se diz inspirado em Jesus, que – para servir a Deus – não se casou. Erro grave, porque o Cristo não tinha corpo material.

P – Tem algum mérito a vida de mortificações ascéticas?
R – Não, pois não aproveita a ninguém. Se aproveitar a quem a pratica, e si impedir de fazer o bem a outrem, ela é ainda uma das formas do egoísmo.

P – Quando a reclusão e as provações penosas têm por objetivo uma expiação, há nelas algum mérito?
R – A melhor expiação é resgatar o mal que se fez com o bem que se pode fazer. Essas “privações penosas” resultam numa forma de suicídio lento, condenado pela Lei de Deus.

P – Que devemos pensar da mutilação do corpo, da autoflagelação dos que, assim, pretendem ganhar o Reino do Céu?
R – Loucura autorizada pelos ignorantes da Lei de Deus. Tudo quanto for inútil não terá mérito, jamais. Para dominar a matéria carnal basta praticar, somente, a Lei Divina que é a Caridade, combatendo sempre toda ideia de mutilação, todas as flagelações imagináveis.

P – É racional a abstenção de certos alimentos, prescritas em certos povos por seitas religiosas ou filosóficas?
R – Não, porque tudo o que puder alimentar o homem, e não for em prejuízo de sua saúde, é permitido na Lei de Deus.


P – É meritória a abstenção do alimento animal, ou de qualquer outra espécie, quando o fazemos por expiação?
R – Sim, quando vos privais dele em BENEFÍCIO DE OUTREM.

P – Com que fim Deus dotou os seres com do instinto de conservação?
R – Com o fim de poderem evoluir, pois a vida é necessária ao aperfeiçoamento espiritual de todos.

P – Todos os homens têm, igualmente, o direito de usar os bens da Terra?
R – Sem dúvida, pois esse direito é consequente da necessidade de viver. Deus não impõe um dever sem dar, primeiro, aos homens os meios de cumpri-lo.

P – Que devemos julgar do homem que busca nos excessos de toda espécie um requinte aos seus gozos?
R – Quem age assim se torna inferior ao bruto, pois não sabe restringir a satisfação das suas NECESSIDADES REAIS. Quanto maiores forem os seus excessos carnais – sob o julgo da natureza animal – maiores serão os seus tormentos físicos e espirituais. Todos esses excessos acabam na loucura, por obsessão e possessão.

P – Qual a grande utilidade do CEU para os estudiosos do espiritualismo?
R – Como os seus ensinos são, exclusivamente, do Espírito da Verdade, a utilidade maior é a correção das infiltrações mediúnicas observadas em Kardec, Roustaing e outros grandes pioneiros da UNIFICAÇÃO DE TODAS AS REVELAÇÕES DO CRISTO DE DEUS.
GN, 13/01/1970



QUARTA-FEIRA,18-04-2012       

EVANGELHO ETERNO

P – Agradecemos a Deus os ensinamentos preciosos do Centro Espiritual Universalista da LBV. O CEU veio na hora certa, para restaurar toda a Verdade, acima de todos os sectarismos que desgraçam a Humanidade. Não é um verdadeiro plano de governo para todos os povos da Terra?
R – Sim, por que em breve todos os povos e nações serão governados pelo Cristo, através do seu Evangelho Eterno. Só se pode governar com a Verdade, dentro das Leis Divinas, perfeitas e imutáveis. O Governo da Verdade colocará o Brasil na vanguarda do mundo. Queira Deus que todos os brasileiros mereçam tamanha graça.

P – Que devem fazer as religiões, em nossa Pátria, em prol da união de todos pelo bem de todos?
R – O mesmo que fez João, o Batista, precursor da primeira vinda do Salvador: “Cumpre que eu desapareça, para que ELE apareça”. Eis porque não tem autor, ou autores humanos, a UNIFICAÇÃO DAS QUATRO REVELAÇÕES. O autor é Jesus, porque Jesus é o UNIFICADOR.

P – Que devemos pensar de quem amontoa bens materiais para conseguir o supérfluo, em prejuízo dos que carecem do necessário?
R – Esse infeliz egoísta não cumpre a Lei de Deus, e terá que responder pelas privações que fizer outrem sofrer. O homem sábio, na Era do Apocalipse, transforma o dinheiro da iniqüidade em dinheiro da salvação.

P – É censurável o desejo que o homem tem de conseguir seu bem-estar?
R – Não, pois é um desejo normal da criatura em busca do progresso. O abuso disso é que constitui o mal.
P – Se a morte deve conduzir-nos a uma vida melhor, qual a razão por que o homem lhe tem instintivo horror?
R – Deus pôs no homem o instinto de conservação para que o sustentasse nas provas; sem isso, ele se descuidaria da vida. O instinto de conservação faz que o homem viva todos os dias da sua existência, para poder cumprir sua missão, integralmente.

P – Que devemos pensar da destruição que excede os limites da necessidade, tal a que se faz pela caça, e cujo o fim é destruir sem nenhuma utilidade?
R – Trata-se de flagrante transgressão da Lei Divina. Torna-se ainda mais condenável a destruição que é feita com requintes de crueldade. Os destruidores dessa espécie também serão destruídos, dentro da Lei de Causa e Efeito.

P – Qual a explicação das grandes calamidades que sacodem o mundo?
R – Os Espíritos do Senhor sabem praticar a justiça perfeita, dando a cada um de acordo com suas obras, nada menos, nada mais. A semeadura foi livre, a colheita é obrigatória. Assim, as grandes calamidades fazem que a Humanidade se adiante com mais rapidez, porque – resultando dessas catástrofes a regeneração moral dos seres humanos – eles adquirem, em nova existência, um grau mais elevado de progresso.

P – Mas será justo que, nessas calamidades, sucumba o homem bom ao mesmo tempo que o mal, sem distinção alguma?
R – Tanto faz morrer numa calamidade como por outra causa qualquer, QUANDO A HORA É CHEGADA. A única diferença que há, neste caso, é a de morrer maior número de pessoas; mas, acaso, podereis saber se o que hoje é um homem de bem não teria sido o culpado de ontem?

P – Qual a causa que induz o homem à guerra?
R – A ignorância das Leis Naturais, que são as Leis de Deus. Toda guerra é produto do predomínio da natureza animal sobre a espiritual. Entre os povos bárbaros não se conhece outro direito que não seja o do mais forte. E povos bárbaros são todos aqueles que ignoram as Quatro Revelações do Cristo, por mais civilizados que se proclamem.

P – A guerra desaparecerá algum dia da face da terra?
R – Sim, depois do próximo e último Armagedon do Apocalipse de Jesus. Então, sim, todos os homens compreenderão o que é a justiça e saberão VIVER O NOVO MANDAMENTO,  sob um novo céu e numa nova terra regida pelo Amor Universal. Os povos serão UM POVO SÓ, integrado na majestade do Rei de todos os reis, Senhor de todos os senhores.

P – Que se deve pensar dos que provocam a guerra em seu próprio benefício?
R – Os provocadores de guerras, como os vendedores de armamentos, são verdadeiros culpados e, como tais, terão de suportar muitas existências de expiação dos crimes que mandam cometer, para satisfazerem unicamente à sua ambição.

P – O soldado que mata, na guerra, é culpado?
R – Não, se ele é coagido a isso pelas leis vigentes no mundo de César. Mas ele se torna culpado desde que pratique, sem necessidade, atos de crueldade comprovada.

P – É crime o homicídio?
R – Sim, e muito grande, pois quem tira a vida a alguém corta uma existência de expiação ou missão, cujo o fio somente a Deus é lícito cortar.

P – Podemos considerar o duelo como manifestação de legítima defesa?
R – Não. O duelo é um crime, um costume de bárbaros, ignorantes da Lei de Deus.

P – Mas como se deve analisar o que, em duelo, se chama “ponto de honra”?
R – Esse ponto de honra é produto de dois grandes males da sociedade: vaidade e orgulho. Honra é algo muito diferente: só a possuem aqueles que vivem de acordo com a Lei de Deus.
P – Não haverá, porém casos em que a honra, achando-se realmente ofendida, será um ato de covardia não aceitar o duelo?
R – Cada século e cada povo, com seus usos e costumes, têm modos diversos de encarar as coisas. Quando os homens conhecerem a Lei de Deus e viverem de acordo com a Moral Cristã – a verdadeira Moral do CRISTIANISMO DO CRISTO – compreenderão que a honra está acima das paixões humanas. Os fatos não se alteram pela morte do “ofensor”. Diante da Lei Divina, há mais grandeza em perdoar uma ofensa do que em castigá-la com um crime. Incidem no mesmo erro os maridos que matam suas esposas, sob o pretexto de lavarem sua honra com sangue. A proteção de Deus está sobre aqueles que têm sua honra inacessível às ofensas dos alienados mentais – os ignorantes da Lei do retorno. Os homens que fazem o mal receberão de volta o seu próprio mal. Tende pena deles.

P – A pena de morte desaparecerá, algum dia, da legislação humana?
R – Sem dúvida nenhuma. E sua próxima supressão marcará um grande progresso para toda a Humanidade.

P – E que devemos pensar da pena de morte imposta em nome de Deus?
R – Os que agiram assim – e ainda hoje, por outros meios – estão muito longe de conhecer a Lei de Deus, eles que se dizem representantes de Deus. Seus crimes monstruosos estão registrados no Livro da Vida. Podeis imaginar o que aguarda esses loucos? Orai por eles, orai por eles.
GN, 11/01/1970

TERÇA-FEIRA,17-04-2012

MORAL CRISTÃ

P – Como o CEU da LBV explica os fundamentos da Moral Cristã à luz do Novo Mandamento?
R – Moral é a ciência que vos ensina a bem viver e– com a luz do Novo Mandamento – a distinguir o Bem do mal. Não há Moral Cristã fora do CRISTIANISMO DO CRISTO, o Cristianismo genuíno, autêntico, eterno, que é o do Novo Mandamento, a única solução para todos os problemas que afligem a Humanidade. Esta é a Moral Cristã da RELIGIÃO DE DEUS, a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV: fala o Espírito da Verdade.

P – Qual o tipo mais perfeito que pode servir ao homem como guia e modelo?
R – O tipo da perfeição moral, a que pode e deve aspirar o homem, é Jesus, o Cristo, o Ser mais puro que já desceu ao vosso planeta.
                                        
P – Como podemos distinguir o Bem do mal?
R – O Bem é tudo o que está de acordo com a Lei de Deus, a Primeira Revelação. O mal é, exatamente, o contrário.

P – O homem tem, por si mesmo, os meios de distinguir o Bem do mal? Sujeito, como está, ao erro, não poderá ele equivocar-se, isto é, julgar fazer o Bem quando, na realidade, faz o mal?
R – Conhecendo as Quatro Revelações do Cristo de Deus, nunca poderá equivocar-se. Pelo conhecimento da Verdade, ele se libertará do fanatismo, do sectarismo, do farisaísmo – de todas as ciladas do Anti-Cristo. Para não errar, recorde o homem a lição do Mestre Jesus: “Não façais aos outros o que não quereis que eles vos façam. Fazei-lhes tudo o que quereis que eles vos façam”. É a Regra Áurea.

P – Quais são os maiores inimigos do homem?
R – O homem, pelo seu orgulho, vaidade, egoísmo, inveja – produtos da ignorância espiritual – é o verdugo de si mesmo. O mesmo se aplica às religiões exclusivistas, que se julgam senhoras de Deus, das almas, dos infernos e dos céus criados pela sua megalomania. É por isso que não terá autor, ou autores, a Doutrina do CEU, com a Unificação das Quatro Revelações. A Doutrina do Novo Mandamento é do Espírito da Verdade; portanto, do próprio Jesus.

P – Como poderemos saber que somos culpados de uma falta?
R – Quando sabemos melhor o que fazemos. O mal, do mesmo modo que o Bem, age de tal forma que nem sempre se pode apreciar a extensão dos seus efeitos. Não é possível beneficiar, ou prejudicar alguém, sem que geralmente se beneficie ou prejudique a várias pessoas ao mesmo tempo. Só o perfeito conhecimento da Verdade vos libertará de todas as dúvidas, como afirmou Jesus: Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.

P – Deus precisa ocupar-se de cada um dos nossos atos, para nos castigar ou recompensar?
R – Não. Deus tem leis imutáveis, que regulam todas as nossas ações, DE UMA SÓ VEZ.

P – É também culpado aquele que não faz o mal, mas participa dele pelo pensamento?
R – É como se fosse. Por isso mesmo, participará das suas consequências.


P – O desejo do mal é tão repreensível quanto o próprio mal?
R – Conforme: há virtude em resistir voluntariamente ao mal cujo desejo se sente, e sobretudo quando há possibilidade de realizá-lo. Entretanto, é condenado o desejo do mal quando se deixa de executá-lo unicamente por falta de ocasião.

P – É bastante deixarmos de fazer o mal, para assegurarmos a nossa felicidade futura?
R – Para conseguir a felicidade futura, necessário vos é fazer todo o bem, dentro do possível, pois cada um será responsável não só pelo mal que houver feito, mas igualmente pelo Bem que, podendo fazer, não fez.

P – Haverá pessoas cuja posição as impossibilite de fazer o bem?
R – Todos podem fazer o bem, e somente aos egoístas falta ocasião para isso. Fazer o bem não consiste somente em dar dinheiro, mas também em ser útil de qualquer modo.

P – Haverá diferentes graus no mérito do Bem?
R – O mérito está no sacrifício, e deixa de existir quando o Bem nada custa ou é feito sem trabalho. Tem mais mérito o pobre, que dá metade do seu pão, do que o rico, que dá o supérfluo. Jesus demonstrou esta verdade quando se referiu ao óbolo da viúva.

P – Onde está contida toda a Lei Divina com referência ao Amor?
R – No Velho Testamento, nas leis de Moisés: “Amar a Deus e amar ao próximo”. Mas onde está contida toda a Lei Divina, com referência ao Amor, é no Novo Mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Na verdade, como declarou o Cristo, ninguém tem maior Amor do que este: dar a própria vida pelos seus amigos. O Novo Mandamento encerra todos os deveres dos homens entre si. Mas não só dos homens: das religiões, das filosofias, das ideologias, de todos os povos e nações da Terra. Para fazer uma ideia da importância do Novo Mandamento, necessário se torna que o homem atente para esta declaração de Jesus: Quem cumpre o meu Mandamento não morrerá mais – já passou da morte para a vida.
GN, 10/01/1970

SEGUNDA-FEIRA, 16-04-2012

 DOUTRINA DO NOVO MANDAMENTO - III

P – Por que Deus é imutável?
R – Porque, se estivesse sujeito a mudanças, ou variações, as leis que regem o Universo não teriam estabilidade alguma.

P – Por que é todo poderoso?
R – Porque, sendo único e eterno, é o autor de tudo o que existe.

P – Por que é soberanamente justo e bom?
R – Por causa da sua infinita perfeição, na justiça e na bondade.

P – Deus tem a forma humana que aparece nas figuras da Igreja?
R – Esse deus antropomorfo, criado pela religião idólatra e que é figurado com uma longa barba branca, prova o atraso das religiões antirreencarnacionistas. Ora, se Deus tivesse forma humana estaria limitado e, por conseguinte, circunscrito, deixando de ser onipotente, onisciente e onipresente.

P – Deus, então, não tem matéria?
R – Se Deus fosse matéria, deixaria de ser imutável na sua perfeição, pois estaria sujeito às transformações materiais. DEUS É ESPÍRITO: sua natureza difere de tudo o que chamais matéria.

P – Como Deus criou o homem à sua imagem e semelhança?
R – Pelo Espírito, porque Deus não tem corpo.

P – Deus governa o Universo?
R – Sim, por força da sua Boa Vontade, como o homem governa o seu corpo.

P – Deus cria sem cessar?
R – Sim, de toda a eternidade. Até vossa razão se nega a aceitar Deus inativo, pois o Cristo ensinou: “O Pai trabalha sem cessar”. Se assim não fosse, Deus não seria imutável, pois se teria manifestado de modos diversos, primeiro em ação, depois em inatividade.

P – Todos chegarão a ver o Senhor Deus?
R – Sim, quando chegarem à perfeição, depois de vencerem todas as provas, pela fé, pelas obras, pela graça, pela paciência, pela perseverança. Lembrai-vos das palavras de Jesus: “Aquele que perseverar até ao fim será salvo”. Até lá, sempre haverá um abismo entre a parte e o todo, entre o relativo e o absoluto, entre a criatura e o Criador.

P – Todos nós temos o dever de amar a Deus?
R – Sim, porque Deus é nosso Pai e nos criou para a felicidade eterna.

P – De que modo devemos adorar o Pai?
R – O Cristo ensina: “Deus é Espírito, e importa que aqueles que o adoram o adorem em Espírito e Verdade”. No vosso lar, elevai-lhe o pensamento por meio da prece, tendo plena confiança em sua bondade e em sua justiça. Adorais o Senhor amando e respeitando vossos pais; amando o próximo, isto é, socorrendo-o em suas necessidades, perdoando-lhe as ofensas, fazendo-lhe todo o bem possível; cumprindo, enfim, todos os deveres que vos impões a Moral Cristã, não do cristianismo dos homens, mas do CRISTIANISMO DO CRISTO, que é o do Novo Mandamento.

P – Quando é realmente útil a prece?
R – Quando é sincera, quando sai do coração. É ineficaz quando pronunciada somente pelos lábios.

P – Por quem devemos orar?
R – Por vós mesmos, por vossos pais e irmãos, parentes e amigos, por todos os que sofrem e, portanto, por vossos inimigos.

P – Qual o objetivo da oração?
R – Suplicar a Deus a força e o valor necessários para melhorar todos nós, homens ou Espíritos, suportando com paciência e resignação as provas e tribulações da marcha para Deus.
 GN, 09/01/1970 


DOMINGO, 15-04-2012

DOUTRINA DO NOVO MANDAMENTO - II

      
P – A LBV anunciou, pelo rádio e pela imprensa, que daria aos filiados do CEU a Doutrina do Novo Mandamento. Em que consiste esta Doutrina?
R – Na unificação das Quatro Revelações do Cristo de Deus. Mas é preciso considerar a advertência do Unificador: nesta Obra Final do Ciclo, Jesus permanece acima de todos os homens e de todas as religiões por eles criadas. O verdadeiro autor e inspirador destas lições é um só: o Espírito da Verdade, que é o porta-voz do Cristo. E é por isso que a Legião da Boa Vontade unifica as Quatro Revelações, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento.

P – Qual o significado do Novo Mandamento de Jesus?
R – É a revelação final e total do Cristo, chave de toda a Bíblia Sagrada, da Gênese ao Apocalipse. Na RELIGIÃO DE DEUS, que é o Amor Universal, acima de todos os sectarismos e divisões das crenças forjadas pelos homens, todas as criaturas são naturalmente cristãs, e todas as religiões são, por conseqüência, evidentemente cristãs. Aqueles, cujo grau de entendimento não alcança esta verdade, ainda estão espiritualmente mortos; por isto dizemos que o Novo Mandamento é, também, a chave da vida e a chave da morte. Só o Novo Mandamento permite aos homens entender que DEUS É AMOR, e nada existe fora deste Amor.

P – Quem é Deus?
R – É a suprema inteligência do Universo, a causa primária de todas as coisas.
                                                                                                                  
P – Onde encontrar a prova da existência de Deus?
R – No axioma que se aplica às ciências: NÃO HÁ EFEITO SEM CAUSA. Buscando a causa de tudo o que não é obra humana, chegareis a Deus.

P – Quais são os atributos de Deus?
R – Deus é eterno, único, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.

P – Por que é eterno?
R – Se houvesse tido princípio, Deus teria saído do nada, o que é absurdo. Deus é eterno porque não tem causa ou origem, como todos os seres criados.

P – Por que Deus é único?
R – Se existissem outros deuses, com o mesmo poder, não teríamos harmonia de vista nem segurança na direção do Universo.
GN, 08/01/1970

SÁBADO, 14-04-2012

DOUTRINA DO NOVO MANDAMENTO - I   

P – Chegarão os homens a conquistar, um dia, a felicidade?
R – Sem dúvida, porque Deus não nos criou para permanecermos eternamente no mal e, por conseguinte, no sofrimento, que é criação dos próprios homens, ao transgredirem a Lei de Deus. Se assim não fosse, Deus seria inferior ao próprio homem.

P – Assim sendo, Deus perdoa todo mal?
R – Se entendeis por perdão os meios que Deus vos oferece, para reparardes vossas faltas, sim. Não se deve esperar de Deus a graça para alguns, mas sim a justiça para todos: SOMOS TODOS IGUAIS DIANTE DA LEI DIVINA.

P – De que modo se reparam as faltas cometidas?
R – Praticando o Bem, incessantemente. Não há outro meio.

P – Deus atende a quem ora com fé?
R – A oração não altera o cumprimento das Leis de Deus. Mas serve para vos fortalecer em vossos sofrimentos.

P – É conveniente orar muito?
R – O essencial não é orar muito, mas orar bem.

P – Que devemos julgar das orações pagas?
R – Disse Jesus: “Não recebais paga das vossas preces; não façais como os escribas que, a pretexto de LONGAS ORAÇÕES, devoram as casas das viúvas”.

P – Onde se deve orar?
R – Jesus também disse: “Quando orardes, entrai no vosso quarto e, fechada a porta, falai com Deus em segredo, e Deus, que vê tudo em segredo, vos recompensará. Mas não faleis muito, como os gentios, pois eles pensam que, por muito falar, serão ouvidos”. A verdadeira prece reside no coração que vive o Novo Mandamento do Cristo.

P – A oração torna o homem melhor?
R – Sim, porque aquele que ora, com fé e confiança, fica mais forte contra as tentações do mal. A prece é sempre proveitosa, quando feita com pureza.

P – Poderemos suplicar a Deus que perdoe nossas faltas?
R – A prece não elimina as faltas, mas conduz às boas ações, QUE SÃO A MELHOR PRECE. Lembrai-vos de que os atos valem sempre mais do que as palavras.

P – É útil orar pelos finados?
R – Sim. A prece não modifica os desígnios da Divina Providência, que são justos e sábios. Mas sempre alivia e consola os Espíritos em cuja intenção é feita.

P – Que se deve entender das palavras do Cristo: “Há muitas moradas na casa de meu Pai”?
R – Que a casa de Deus é o Universo; as diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito.

P – Qual é a categoria dos mundos?
R – A escala dos mundos é infinita. Entretanto, todos eles podem ser classificados assim: MUNDOS PRIMITIVOS, onde o Espírito faz as suas primeiras encarnações; MUNDOS DE PROVAS E EXPIAÇÕES, como a Terra que habitais, onde dominam o mal e os sofrimentos morais e físicos; MUNDOS DE REGENERAÇÃO, onde os Espíritos adquirem novas forças e descansam da fadiga de suas lutas; MUNDOS FELIZES, onde predomina o Bem sobre o mal; MUNDOS CELESTES OU DIVINOS, onde impera somente o Bem e não se conhecem sofrimentos físicos nem morais. É o Céu.
GN, 07/01/1970

SEXTA-FEIRA, 13-04-2012

JESUS, O CRISTO DE DEUS


P – Diz a Igreja de Roma que Jesus é Deus. Qual a orientação do CEU da LBV?

R – É exatamente a mesma do Espírito da Verdade: – Uns veem em Jesus, ao mesmo tempo, um homem igual a eles no concernente ao envoltório corporal, isto é, revestido de um corpo material, humano, sujeito à morte como qualquer homem do vosso planeta, concebido e gerado no ventre da Virgem Maria, e O PRÓPRIO DEUS “milagrosamente” encarnado no seio de uma virgem, mercê de concepção e geração por obra do Espírito Santo e, EM RAZÃO DISSO MESMO, como consequência de gravidez e parto por obra do Espírito Santo. Esses veem, em Jesus, um Homem-Deus, atribuindo-lhe a divindade, com a declaração de ser ele Deus mesmo, feito homem, mortal como eles próprios, realmente morto no Gólgota, e ressuscitado graças a ter o Espírito novamente entrado num cadáver humano. Outros veem, em Jesus, apenas um homem carnal como eles, um homem do planeta Terra, fruto da obra humana de José e Maria, realmente morto no Gólgota e não ressuscitado. Eis, na era cristã, sob o véu da letra, as duas crenças humanas que sobreviveram a todas as hipóteses, a todos os sistemas, a todas as interpretações, a todas as controvérsias e contradições humanas, e que separam e dividem – em meio à multidão dos que duvidam e pesquisam – aqueles a quem se chama cristãos ortodoxos e os denominados livres-pensadores. O que assim é, como tudo o que foi e teve curso, desde o aparecimento de Jesus no mundo, havia de o ser diante e depois das revelações hebraica e messiânica, sob o império da letra – a título transitório – com o fim de preparar e conduzir os homens ao advento do Espírito. Com efeito, as revelações hebraica e messiânica, obra da vontade divina para o progresso da Humanidade, devem ser explicadas segundo o espírito que vivifica, pois não há nada oculto que não seja descoberto, e jamais rejeitadas, porque a letra – que deu os frutos que devia dar – agora mata. Para o desenvolvimento do Espírito, para a marcha gradativa da Humanidade na via do progresso físico, intelectual e também moral, tudo tem, de acordo com a presciência de Deus, sua razão de ser nas revelações sucessivas e ascensionais. Essas revelações sempre se conformam na medida do que o homem pode compreender sob a influência do meio, preconceitos e tradições, com o nível das inteligências e necessidades de cada época, sendo ministradas a princípio – durante a longa infância da Humanidade – sob a capa do mistério, sob o véu da letra, e depois – nos tempos precursores da sua virilidade – segundo o espírito, isto é, EM ESPÍRITO E VERDADE. Tudo, de há muitos séculos, fora preparado para esse objetivo, mediante a era e a revelação hebraica, como também pelos Espíritos em missão entre os gentios, ou seja, para a vinda de Jesus ao planeta e o desempenho da sua missão terrena. A revelação hebraica anunciara a vinda do Messias sob duplo aspecto do ponto de vista de sua origem e de sua natureza: a princípio, dando-lhe origem e natureza humanas, devendo ele ser póstero de Abraão, pertencer à casa de David; depois, intencionalmente, apresentando-o sob a dúvida, o impreciso, a obscuridade e o véu da letra, com origem e natureza extra-humanas, estranhas às leis de reprodução da Terra, devendo ser concebido e gerado por uma virgem, milagrosamente, com um caráter divino; deveriam os homens cognominá-lo, “Emmanuel”, isto é, DEUS CONOSCO. De acordo com as interpretações dadas às profecias, segundo a letra, os judeus aguardavam o Messias predito e promedito, filho de David, tendo-o por um libertador material, chamado a lhes proporcionar a reconquista de sua independência e de sua nacionalidade, e mais ainda – a expansão do seu domínio e do seu império sobre todos os povos e nações do mundo. Mas a verdade começaria a surgir após o desempenho da missão terrena de Jesus. Antes de findo o primeiro século da era nova, aberta pelo Cristo, o Apóstolo Mateus, Marcos (discípulo do Apóstolo Pedro), Lucas (discípulo do Apóstolo Paulo) e o Apóstolo João, que haviam reencarnado em missão para esse propósito, já tinham escrito os Quatro Evangelhos, sob a influência e inspiração dos Espíritos do Senhor – cada qual em seu gênero e no tempo em que suas palavras deveriam sucessivamente manifestar-se, considerados o nível das inteligências, necessidades e aspirações da época. Os Evangelhos eram destinados a, reciprocamente, explicar-se e completar-se. E chamados pela vontade de Deus, a conservar e transmitir às gerações futuras, sem interrupção, a grande obra da Revelação Messiânica: eram o código da renovação do mundo, monumento imperecível que, em seu caráter de OBRA DA VERDADE, realizada pela vontade divina, deveria com o passar dos tempos ver cair-lhes aos pés tudo quanto, apócrifo ou falso, se havia de produzir ou ser fruto dos erros humanos; obra que viria a ser a fonte e a regra da fé, a princípio sob o véu da letra, mas depois, sob o reinado do Espírito, à luz do Novo Mandamento, na era nova do CRISTIANISMO DO CRISTO. Agora, o mundo inteiro pode compreender que Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou fosse Deus. Todas as suas palavras, intencionalmente veladas pela letra, ou mesmo não veladas, dispostas a servir à sua época e a preparar o futuro, a constituir – pelo espírito que vivifica – base da vindoura revelação, por ele predita e prometida, do Espírito da Verdade, protestam contra a divindade que lhe atribui a casta sacerdotal organizada. Jesus não é Deus, porque DEUS É UM SÓ, porque não há outro Deus senão o Pai, que é o único e verdadeiro Deus – eterno, imutável, infinito, que cria (não, porém, pela divisão de sua essência), Criador incriado, de quem TUDO E TODOS recebem o ser. E Jesus não foi um homem carnal como iremos provar na explicação dos Evangelhos harmonizados e unificados pela vontade de Deus.
GN, 06/01/1970

QUINTA-FEIRA, 12-04-2012


SEGUNDA REVELAÇÃO

P – Compreendi, sem nenhuma dificuldade, a Primeira Revelação explicada pelo CEU da LBV. Realmente, a unificação das Quatro Revelações do Cristo de Deus é trabalho original, único na História, destinado a revolucionar o mundo inteiro. Já que a LBV inicia a Segunda Revelação, pergunto: o catolicismo está certo quando ensina que Deus e Jesus são a mesma pessoa?

R – Como já foi explicado, todos os ensinamentos do Centro Espiritual Universalista, da Legião da Boa Vontade, são do Espírito da Verdade, à luz do Novo Mandamento. Sem a Quarta Revelação, antecipando o fim dos tempos, seria impossível a UNIFICAÇÃO, CONCRETIZADA PELA LBV, colocando o Brasil na vanguarda do mundo. Iniciando agora a Segunda Revelação, O Unificador adverte: nesta Obra Final do Ciclo, o Cristo permanece ACIMA DE TODOS OS HOMENS, por mais iluminados e celebrados que sejam, e de todas as religiões e filosofias por eles criadas. Aqui se fundem todos os ensinos de origem divina, de que se apossaram os chefes ou líderes, espirituais ou religiosos, de todos os povos e nações da Terra. Ao Cristo o que é do Cristo, a César somente o que é de César: quer dizer, o CEU apresenta à Humanidade o verdadeiro CRISTIANISMO DO CRISTO, que é o Cristianismo do Novo Mandamento. Damos a palavra, portanto, ao Espírito da Verdade, que explicará tudo o que é necessário saber antes de dar a todos a explicação dos Quatro Evangelhos de Nosso Senhor e Mestre Jesus. Na realidade, O UNIFICADOR É O PRÓPRIO CRISTO, através dos Espíritos que, em seu nome, governam este planeta. Preliminarmente, a distinção entre o Pai e o Filho: - Disse Jesus: “A Vida Eterna é esta – que conheçam a ti, o único e verdadeiro Deus, e a Jesus, o Cristo, que enviaste” (Evangelho segundo João, XVII: 3). Com esta sentença, o próprio Cristo deu o testemunho da UNIDADE INDIVISÍVEL DE DEUS. Na chamada era pagã, que se perde na noite dos tempos, e quando se iniciou a era hebraica, as relações ocultas ou patentes entre “vivos e mortos” ou encarnados e desencarnados, como entre protegidos e protetores, haviam preparado e mesmo começado a OBRA DA VIDA ETERNA, trazendo ao homem o conhecimento de Deus, Criador Incriado e Soberano Senhor do Universo. A comunicação do mundo espiritual com o mundo corpóreo, sendo uma das Leis da Natureza, é, por isso mesmo, lei eterna. Foi essa comunicação, antes da idéia da Unidade Divina, que estabeleceu naturalmente as relações, ocultas ou manifestas, de todas as categorias de espíritos – bons ou maus – com as criaturas humanas; e foi esse intercâmbio, nessas relações permanentes, que deu origem ao politeísmo. Apesar de tudo, em todos os povos, através de todos os cultos, se conservava o conceito da Unidade Divina, que entre os iniciados dominava todas as “divindades” cultuadas ou adoradas pelas massas. Em verdade, só as multidões se achavam transviadas: a ambição e o abuso do poder, temporal e espiritual, tinham interesse em mantê-las na ignorância, para mais facilmente subjugá-las. E mantiveram o vulgo assim, ainda por muito tempo, entre os “gentios”, pois - 400 anos antes de aparecer o Cristo na Terra – condenaram Sócrates à morte pela cicuta. Mas, voltando à era hebraica, os Espíritos do Senhor abriram os caminhos da Primeira Revelação: já escolhido para a obra de preparação do advento da era cristã, partiu do Egito o povo hebreu, que também se encontrava sob a influência das crenças pagãs, embora tenha sido o que mais se aproximou do monoteísmo saneador. Eis por que foi posto sob o comando de Moisés, para a era preparatória, que devia cumprir-se pela série dos profetas até à vinda do predito e prometido Messias, o Cristo de Deus. E, por isso, atendendo à necessidade de sempre ligar o presente ao passado, a fim de desenvolver, explicar e depurar as crenças, a revelação hebraica, proclamando afinal o monoteísmo, chamando a Deus O ETERNO, ÚNICO ETERNO, o intitulou DEUS dos deuses, e acrescentou: “DEUS tomou assento na assembléia dos deuses e, assentado entre eles, julga os deuses: EU disse que vos sois deuses, e TODOS vós sois filhos do Altíssimo”. Destarte, Moisés preparou o conhecimento de Deus – Deus único, o Criador da terra e do céu, o Criador incriado, Criador de tudo o que é, no infinito e na eternidade, com esta voz imensa: “EU, O ETERNO, ÚNICO ETERNO, SOU AQUELE QUE É”. Em face da obra realizada, já na época em que apareceu no mundo (não só no seio do povo hebreu pela revelação mosaica, mas também pelos Espíritos em missão entre os gentios), Jesus proferiu esta sentença eterna, para levar a Humanidade ao conhecimento perfeito do Pai: “DEUS É ESPÍRITO”. Verdade Destinada a destruir, a respeito do Eterno, toda idéia de corporeidade, ela preparou ainda mais o conhecimento de Deus, mediante a compreensão do que é O ESPÍRITO para o homem. Estabeleceu a distinção, que era mister fosse feita e compreendida, entre o circunscrito e o irrestrito, o finito e o infinito, a criatura e o Criador. Para escoimar de erros as crenças da era cristã, formadas sobre o império da letra, e que haviam alterado, falseado e desnaturado a obra da Revelação Messiânica, e também para explicar e desenvolver essa obra, expungindo os erros das interpretações, preceitos e dogmas forjados pelos homens, o Apóstolo Paulo escreveu, inspirado pelo Espírito Santo: “Não há outro Deus senão só um. Pois ainda que houvesse os que se chamam deuses, quer na terra, quer no céu, para nós, contudo, há um só DEUS, O PAI, de quem são todas as coisas e para quem nós existimos. Um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, e por todos, e em todos. Tudo está nele, tudo vem dele, tudo existe por ele. Nele temos a vida, o movimento, o ser. Só ele possui a imortalidade, e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu e nem pode ver, e que é a honra e o poder na Eternidade: Deus de glória, O PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, que dá aos Homens de Boa Vontade o espírito de sabedoria para o conhecer”. O Espírito da Verdade confirma a diferença entre Pai e o Filho, entre Deus e Jesus, cumprindo as ordens do próprio Cristo.
GN, 04/01/1970

QUARTA-FEIRA, 11-04-2012

DEUS E O UNIVERSO


 P – O CEU da LBV afirma que o homem é uma parte do Ser dividido ao infinito, para o efeito de elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade. Como entender estas palavras?

R – Explicam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: - Mal compreendidas, elas dariam motivo a falsas interpretações nas idéias do panteísmo, idéias positivamente errôneas. Neste particular, tudo vos será aclarado quando falarmos de Deus e da origem da essência espiritual; do espírito (a origem da alma) e suas fases, destinos ou fins; da origem dos mundos; de todas as criações de ordem material, fluídica e espiritual. Deus, o Criador incriado, é pessoal e distinto da criação e da criatura, como a causa é pessoal e distinta do efeito que ela produz ou gera; como o infinito é pessoal e distinto do finito; como a eternidade é pessoal e distinta do tempo, na duração que ela produz ou gera, relativamente à criação. Deus, o Criador incriado, é pessoal e distinto das criaturas, que são dele, nele e por ele mas não ELE; o homem é, portanto, uma parte do Ser dividido ao infinito, para o efeito de elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade. Deus, o Eterno, sem princípio nem fim, inteligência, pensamento, fluído, habita (no dizer do Apóstolo Paulo) uma luz inacessível, e possui – ele só – a imortalidade. O fluido universal, que dele parte, é – por suas quintessências mediante todas as combinações, modificações ou transformações por que ele o faz passar – o instrumento, o meio de que se serve para realizar, no infinito e na eternidade, pela ação de sua vontade onipotente, todas as criações materiais, fluídicas e espirituais; a criação de todos os mundos, de todos os seres em todos os reinos da natureza; a criação de tudo o que vive, de tudo o que se move, de tudo o que é. Isso vos mostra o Espírito na origem de sua formação, como essência espiritual saindo do Todo Universal, isto é, do conjunto dos fluídos espalhados no espaço e que são a fonte de tudo o que existe, quer no estado espiritual, quer no estado fluídico e também no estado material; como essência espiritual formada da quintessência desses fluidos, pela Vontade do Onipotente, SÓ E ÚNICA ESSÊNCIA DE VIDA NO INFINITO E NA ETERNIDADE. É ele quem anima essa quintessência dos fluidos para lhe dar o ser, para – mediante uma combinação sutil, cujo o poder somente se encontra nas irradiações divinas – fazer dela os princípios primitivos do Espírito em germe e destinados à sua formação. Neste sentido é que as essências espirituais são parte do Ser dividido ao infinito, para o efeito de se elevarem do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, individualizadas e imortalizadas. Aí resplandece a grande Lei de Atração Magnética, Lei cuja ação se exerce por intermédio dos fluídos magnéticos, que nos envolvem como se formássemos UM ÚNICO SER ajudando-nos a subir até Deus pela conjugação das nossas forças. É a grande Lei da Atração Magnética ligando, no universo infinito, todos os mundos, unindo todos os Espíritos, encarnados ou não, todas as criaturas oriundas de Deus, o Criador incriado, imutável, eterno, infinito como o Todo Universal de que fazemos parte, e que se acha perpetuamente submetido ao seu comando. Tudo e todos têm dele, nele e por Ele o ser, presos pelos laços da solidariedade e da unidade. Portanto, a Humanidade inteira deve considerar-se uma única individualidade, um corpo imenso que, em cada indivíduo, tem um membro ligado ao todo. Eis porque tudo tende à harmonia humana, preparando o momento de poder elevar-se à harmonia celeste. Assim, amar ao próximo como a si mesmo é conseqüência do amor de Deus. Jesus proclama o AMOR como o caminho único para a perfeição e, portanto, para a vida eterna. É a essência imortal do seu Novo Mandamento, conclui o CEU da LBV, sintetizando a Primeira Revelação.
GN,02/01/1970

TERÇA-FEIRA, 10-04-2012

ASSASSÍNIO E SUICÍDIO


P – Ainda em relação ao Quinto Mandamento, no que tange ao prolongamento da vida, como explica o CEU da LBV, o assassínio e o suicídio?

R – Novamente com a palavra os Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – No caso de assassínio, o assassino não é instrumento cego da Providência Divina quando, em determinado tempo, põe termo à prova de alguém que se destinara a essa expiação. Assim procedendo, usou do seu livre arbítrio. O assassínio é conseqüência do livre arbítrio de um e da escolha das provas, das expiações, feitas pelo outro que, aplicando a si mesmo a pena de talião, buscou morrer – ou de morte violenta, mas sem determinar em que época nem em que gênero seria a morte, ou, então, de uma forma precisa: perecer assassinado. No primeiro caso, se o assassino usa do livre arbítrio para domar suas paixões e perdoa àquele que ia ser sua vítima, outra circunstância a este se apresentará, pondo fim às suas provas. Estas se cumprirão, assim, conforme as resoluções que seu Espírito escolheu, antes de reencarnar. No segundo caso, se o assassino procede da mesma forma, os acontecimentos da vida aproximarão o que devia sofrer a prova (de morrer assassinado) do outro em que os maus pendores predominam, para que se dê o que tem que se dar. O assassino e a vítima, uma vez reencarnados, não se lembram da escolha que fizeram, um – da prova que terá de sair vencedor ou vencido, e que constitui, para ele, a luta contra uma tendência sobre a qual lhe cumpre triunfar; o outro – da expiação por que deve passar, como meio de preparação e depuração. Assim, não é por impulso próprio que a vítima caminha para o local do matador. Entretanto, algumas vezes, ela prepara, inconscientemente, o caminho que a conduz até lá, ou para lá é guiada pelos Espíritos prepostos, sempre a vigiar o cumprimento das provas. Compreendei bem o sentido destas últimas palavras: os guias não dirigem os atos do assassino: dirigem o Espírito daquele que deve sofrer a expiação, dirigem os acontecimentos que o conduzirão ao caminho, seja da prova, seja da expiação. Não deduzais daí que à vítima o guia ou protetor dê por inspiração no momento em que ela desperta, a lembrança da resolução que seu Espírito haja tomado enquanto esteve desprendido, durante o sono: a de se colocar no rumo das circunstâncias que tenham de levá-la ao cumprimento da expiação escolhida. Não: isso seria um suplício moral infligido ao reencarnado, e a Divina Providência é sempre piedosa para com seus filhos. Mas o próprio reencarnado ao despertar, conserva uma impressão vaga, que se torna a determinante da sua vontade, dos seus atos. Se a hora fixada pelas resoluções na Espiritualidade, quanto à época da morte, não chegou e permanece irrevogável – por estar aquele que se acha submetida à expiação cumprindo as obrigações de que há de resultar a duração de seu corpo até ao fim das suas provas – os Espíritos prepostos a velar pelo cumprimento destas, as expiações, preparam e põem ao alcance dele os meios próprios a subtraí-lo ao assassínio. E ele se salvará, qualquer que seja o perigo que o ameace. No caso em que, praticando – pelo uso que faz da sua existência – atos que constituam infração das obrigações que lhe era necessário cumprir, para que o corpo lhe durasse até ao fim de suas provas (infração, portanto, das suas resoluções na Espiritualidade), o homem detém o curso dessas mesmas provas, ele apressa o instante da sua morte! Soa-lhe, então, a hora de partir, porque, usando e abusando do seu livre arbítrio, pôs fim a duração de seu corpo precipitando os meios pelos quais chegue esse fim. E que, procedendo daquela forma, ele atraiu fluídos cuja ação, de conformidade com as imutáveis leis naturais que os regem, prepara e executa a destruição do corpo, a ruptura do laço que a este liga o Espírito – o cordão fluídico, a mola, o instrumento, o meio de que depende a vida. E, ao mesmo tempo que atraía aqueles fluidos, ele repelia os apropriados à conservação do seu corpo. Quanto ao homem que se deixa arrastar ao suicídio, é certo que ele usa do seu livre arbítrio, quer quando atenta, de qualquer modo, contra a vida, quer quando afasta a arma que dirigia contra si mesmo, ou renuncia ao projeto de matar-se e ao gênero de morte que escolhera. Se, porém, a hora que ele – ao tomar suas resoluções na Espiritualidade – fixou para morrer é e se conserva irrevogável, por terem sido, de sua parte, cumpridas todas as obrigações que lhe importava cumprir, para que seu corpo durasse até ao término de suas provas, os Espíritos prepostos (a velar pelo cumprimento destas) prepararão, e lhe porão ao alcance os meios adequados a se subtrair à morte. O suicídio abortará, ele será salvo! Não concluais daí que o homem possa seguir, impunemente, o seu pendor para o suicídio e a ele ceder atentando contra a própria vida porque, de um lado, O SUICÍDIO É CRIME PERANTE DEUS e, de outro, o homem não sabe se chegou, ou não, a hora da sua partida. A duração da existência é limitada, mas o livre arbítrio do homem pode fazê-lo sucumbir ao mau pensamento de interromper ele mesmo o curso da sua vida, ou levá-lo a dominar este arrastamento culposo. Aquele que se suicidou, como o que morreu assassinado ou de qualquer outra forma, sempre morreria, mas de maneira diversa, de modo natural, desde que houvesse chegado para ele a hora de partir: quer por haver atingido o limite natural marcado para o fim da vida humana que segue o seu curso regular; quer por haverem suas provas atingido o termo que ele lhes fixou, ao tomar suas resoluções espirituais; quer, finalmente, por ter, pelos seus atos, infringido as obrigações que precisava cumprir a fim de fazer que seu corpo durasse até o termo daquelas provas. Cedendo ao arrastamento que lhe cumpria combater, o gênero de morte, a que sucumbiu, resultou da sua escolha, mas ele partiu porque chegou a hora de partir. Se tivesse combatido os pendores que o impeliam a se matar, sairia vencedor da prova, não se veria condenado a recomeçar nas mesmas condições. O sentimento, que induz o homem a suicidar-se, não lhe nasce no íntimo instantaneamente. É um germe que se desenvolve devido à tendência constitutiva de uma prova em que ele precisa triunfar. Se, em vez de combater essa tendência, o homem se lhe entrega, morre culpado: faliu. Se, em vez de se lhe entregar, investe contra a idéia de destruir a vida que Deus lhe confiou, a hora da libertação, quando soar, o encontrará isento da mancha de uma ação má, como também dos maus pensamentos que a teriam causado. Combatendo as tendências que o impelem à destruição de si mesmo, evitando as causas que poderiam levá-lo a tal ato de desespero, o suicida não cometeria esse crime. É evidente que o homem pode evitá-lo porque lhe é possível, pela força da sua vontade sustentada na fé, repelir todas as tentações. Por isso aquele que escolheu, como prova, resistir a tentação do suicídio, pode sair vencedor na luta. A bondade de Deus lhe faculta os meios; cabe-lhe alcançar a vitória porquanto – nas provas em que o homem, para purificar o seu Espírito no cadinho da reencarnação, é chamado a vencer suas tendências – Deus lhe deixa a liberdade de escolher entre o Bem e o Mal. Assim, há sempre luta, com possibilidades de derrota ou de triunfo. Na prova do suicídio, quer triunfe, quer sucumba, morre sempre no tempo preciso. Mas Deus, por efeito da sua presciência, vê se o homem vencerá ou sucumbirá. De qualquer forma sempre lhe respeita a inviolabilidade do livre arbítrio. É o que vos temos a dizer sobre o instante da morte, o qual, se fosse fatal, como falsamente muitos o consideram, de modo absoluto e em todos os casos, seria um atentado ao livre arbítrio do homem, arrastando-o, inevitavelmente, ao fatalismo irresponsável.
GN, 01/01/1970


 SEGUNDA-FEIRA, 09-04-2012

A VIDA E A MORTE


P – Como o CEU da LBV explica as palavras acrescentadas por Moisés ao Quinto Mandamento?

R – Comentando a Primeira Revelação, ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: – Este acréscimo teve por fim levar à obediência, e ao respeito à Lei de Deus, um povo dominado pelo egoísmo e pelo interesse imediato. Daí suas palavras, que seguem o Honra a teu pai e tua mãe: “para que teus dias sejam prolongados na Terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Já explicamos: viver bem, e viver longo tempo, constituía para os hebreus a primeira e única preocupação. Mas, na Terra que habitais, enquanto a ocupardes pela encarnação (ou reencarnação), os seus e os vossos dias não podem ser prolongados. Sob certos pontos de vista, a morte é determinada. Credes, porém, fracas e finitas criaturas, que aquele que se move no infinito e abrange com o seu olhar as plêiades inumeráveis de estrelas, de mundos que ele projetou na imensidade, mede o tempo com os vossos compassos? Tudo é detido em sua marcha, tudo tem determinada a sua duração, ao simples olhar daquele que é o Infinito. Mas a barreira que se ergue diante de vós, não é determinada como o interpretais. A duração da vida se regula pelo princípio que liga o Espírito ao corpo. O cordão fluídico é a mola que põe em movimento o mecanismo corporal. Determinada é a duração desta mola, mas dentro de uma amplitude que não podeis compreender, que não se mede pelos minutos da vossa pêndula. Extensão mais ou menos longa, que é dada de acordo com a maneira por que fizerdes uso dela. É como um pedaço de borracha que se pode esticar até certo ponto, conforme a maior ou menor força, a maior ou menor destreza que se empregue. Embora seja difícil fazer-vos entender esta apreciação, vamos dar o sentido e o alcance do que acabamos de afirmar. A duração do homem tem um limite natural, determinado, no curso regular da existência, pelas leis imutáveis (porque perfeitas) da natureza, pela ação e aplicação dessas leis, de conformidade com os meios e os climas, por isso que os fluídos, que servem para formação dos seres humanos, estão relacionados com os climas sobre os quais eles atuam. E a matéria está em relação adequada com eles, porquanto, segundo a Lei da Harmonia Universal, TUDO É DETERMINADO. Aí, nesse limite natural, é que está o momento irrevogável do fim humano, fim contra o qual o livre arbítrio do homem nada pode, no sentido de prolongar, além dele, a duração do corpo. Eis qual é, em sua verdadeira significação, o instante fatal da morte. Neste sentido é que os dias da criatura não podem ser prolongados: eles não podem ir além daquele limite natural. Mas o livre arbítrio do homem pode, seja por meio de suas resoluções espirituais, a saber, pelas determinações que toma como Espírito, ANTES DE REENCARNAR, seja pelo o uso que faz da sua existência como reencarnado, interromper o curso desta em determinado tempo, entre o instante do seu nascimento e aquele natural limite, que é a hora fatal do fim humano. Neste caso, pelas suas resoluções espirituais, tendo marcado o término da prova, portanto a duração de sua existência terrena, o Espírito fica impedido de atingir o termo geral desta – o seu limite natural. O corpo, então sob a vigilância e a direção dos Espíritos prepostos à tarefa de velar pelo cumprimento das provas, se forma em condições de durar o tempo predeterminado, cabendo, porém, repetimos, ao Espírito reencarnado cumprir todas as obrigações de que dependa a duração dele, até ao fim das provas a que serve de instrumento. Cumpridas que sejam todas essas obrigações, o instante da morte é irrevogável, porém não fatal, no verdadeiro sentido desta palavra, visto ser o resultado do uso que, do seu livre arbítrio, fez o Espírito antes de reencarnar. Todavia, pode o homem, pelo exercício desse mesmo livre arbítrio, pelo abuso que dele faça, pela maneira por que conduza a sua existência, deter o curso desta antes do tempo marcado pelas suas resoluções espirituais, isto é, pelas determinações que tomou, como Espírito, antes de reencarnar. Assim é que o doente usa o livre arbítrio, tanto quanto cuida do seu corpo, para torná-lo capaz de levar a cabo as provas que seu Espírito escolheu, como quando apressa a sua morte, quer descuidando dele (o que muito se aproxima do suicídio), quer praticando abusos e excessos, desde que tudo isso constitua infração das obrigações que lhe caiba cumprir, para fazê-lo durar até ao fim das provas que escolheu. O tempo não é, pois, limitado segundo o vosso ponto de vista, se bem que o seja em relação ao infinito e às leis que regem o Universo. Sim, o instante da morte é fatal (no verdadeiro sentido da palavra), porque a vida corpórea não pode ultrapassar o limite determinado. Não, o instante da morte não é fatal, relativamente à duração da vossa existência restrita, porque o limite natural, no curso regular da vida terrena, só raramente é atingido, pela razão de que as vossas resoluções espirituais, ou os vossos atos, umas e outros conseqüências do vosso livre arbítrio, impedem que o atinjais. Quando para o homem é chegada a hora de partir, nada pode eximi-lo da partida. E isto se verifica desde que essa hora chegue, ou porque o limite natural tenha sido alcançado, ou por efeito de suas resoluções espirituais, ou em conseqüência de atos seus que, dada a maneira porque haja conduzido a sua existência, constituíram infração das obrigações que ele tinha necessidade de cumprir, para que seu corpo chegasse ao termo das provas. Dentro dessa latitude, que vos é concedida, podeis usar do vosso livre arbítrio que, não sendo assim, não passaria de uma palavra oca, e infalivelmente traria, a todo aquele que raciocina, a idéia de fatalismo, de automatismo, de escravidão moral e espiritual. Há, porém, uma distinção a estabelecer, quanto à duração da vossa existência, restringida, com relação ao limite natural, pelas vossas resoluções espirituais, ou por vossos atos que, conforme o emprego que dais à vida corporal, constituem infração das obrigações que tendes de cumprir, para que vosso organismo dure até o término das provas. De acordo com o que já vos dissemos, para a criatura (homem ou mulher) que cumpriu, que cumpre todas as obrigações, e que – pelas suas determinações espirituais – escolheu uma duração restrita para a sua existência, o instante da morte é e permanece irrevogável. Nesse caso, qualquer que seja o perigo que o ameace, o homem não morrerá se sua hora não tiver chegado. Qualquer que seja a situação em que se ache, os meios apropriados a salvá-lo serão preparados e colocados ao seu alcance, pelos Espíritos prepostos ao encargo de vigiar o cumprimento das provas e expiações. Se, ao contrário, a hora chegou, ele morrerá. Deste fato vós tendes milhares de exemplos: quantas e quantas vezes, no mesmo lugar, uns morrem e outros se salvam? E são casos de naufrágio, de incêndio, de desmoronamentos, de quedas, como vereis na explicação dos Evangelhos de Jesus.
GN, 31/12/1969

DOMINGO, 08-04-2012

UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR

P – Qual a religião que se enquadra na profecia de Jesus? Qual a Igreja que representa um só rebanho para um só Pastor, que é o Cristo?

R – Só mesmo a LBV responde a ambas as perguntas, porque ela é o CAMPO NEUTRO anunciado por Allan Kardec. Como gostava de dizer Leopoldo Machado (o Legionário nº 2, espírita entre os que mais o foram), VAMOS LOGICAR: qual a religião de Deus? Deus é católico apostólico romano? Deus é protestante? Deus é espírita? Deus é judeu? Deus é mulçumano? Evidentemente, Deus não pertence a nenhuma religião, a nenhuma igreja particular; todas elas, sim, pertencem a Deus, que não prefere uma em detrimento das outras. A LBV explica: há tantas religiões ou Igrejas quantos são os graus evolutivos das criaturas humanas, determinados pelas suas reencarnações. Claro que a Lei da Reencarnação é tão antiga quanto as criaturas de Deus. Doutrinas anteriores ao Espiritismo são reencarnacionistas, como observou Papus, ou seja, o Dr. Gerard Encausse, doutor em Cabala, médico-chefe do Laboratório do Hospital Charité, de Paris, diretor da revista “L’Initiation”, membro fundador do Grupo Independente de Estudos Esotéricos, da Ordem Martinista, da Ordem Cabalista Rosa Cruz, etc. Escreveu ele: “... Com efeito, a Reencarnação foi ensinada como um mistério esotérico em todas as iniciações da Antiguidade. Eis uma passagem dos ensinos egípcios 3.000 antes da vinda de Jesus, sobre a Reencarnação: antes de nascer, a criança viveu; a morte nada termina. A vida é uma volta; ela passa semelhante ao dia solar que recomeça (Fontane, Egyptes, 424)”. Portanto, é uma infantilidade cada religião se proclamar o rebanho único. As boas ovelhas estão em todos os rebanhos, como revelou a Proclamação do Novo Mandamento, feita em Campinas pela LBV, no dia 7 de setembro de 1959. Como adverte o Apocalipse, só haverá uma religião,  que  será A RELIGIÃO: o Cristianismo do Cristo, o Cristianismo do Novo Mandamento, o Amor Universal. E em verdade, ela já está no meio de vós: é a RELIGIÃO DE DEUS!
GN, 30/12/1969
            

AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

P – Jesus destacou a importância especial dos mandamentos da Lei de Moisés para os hebreus: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” – respectivamente, Deuteronômio, capítulo VI, versículos 4-5, e Levítico, XIX: 18. Por que, então, não foram ambos incluídos nos Dez Mandamentos da Lei de Deus?

R – Porque o Cristo, ao confiar o Decálogo a Moisés, sabia que os hebreus não estavam preparados para vivê-los: eles só entendiam o “olho por olho, dente por dente”, dadas as condições do seu pouco adiantamento espiritual; preferiu que esses mandamentos figurassem entre as leis civis e religiosas de Moisés, até que, indo pessoalmente aos homens, Jesus pudesse dizer: “Toda a lei e os profetas se acham contidos nestes dois mandamentos” (Evangelho segundo Mateus, XXII: 40). E, pouco depois, concluir: “Eu vos dou o Novo Mandamento: amai-vos uns aos outros. Assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Evangelho segundo João, XIII: 34). Só mesmo o Cristo poderia dar este Novo Mandamento, que substitui todo o Decálogo, de acordo com a Quarta e Última Revelação confiada à LBV. Na verdade, quem for capaz de viver o Novo Mandamento, como Jesus o viveu, cumprirá facilmente os Mandamentos da Lei de Deus. Por isso escrevem os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – Amar a Deus é render homenagem ao princípio do amor, à causa da vida. Criatura ínfima, que pode o homem (ou o Espírito que anima essa forma grosseira) fazer, como testemunho de reconhecimento ao Onipotente, por todos os tesouros que lhe pôs nas mãos, a fim de que deles se utilizem incessantemente? AMAR, porque o amor inspira a submissão, a gratidão e o respeito; porque o amor é o laço – o único – a ligar a criatura ao Criador. E esse amor deve manifestar-se de todos os modos, porque representa a criação inteira. Para amar a Deus, deve o homem limpar seu coração, seu Espírito e seu corpo de todas as nódoas, pois o amor induz à aproximação e tudo o que é impuro não pode aproximar-se de Deus. Deve limpar o corpo porque este é o instrumento com que o Espírito, reencarnado, cumpre suas provas e depura o coração na sua marcha ascensional, através do progresso físico, e por conseqüência o do envoltório corporal, liberta-o da liga impura da matéria cada vez mais, no curso das vidas sucessivas. Para amar a Deus, tem o homem trabalhar continuamente por elevar a sua inteligência, alargar os seus conhecimentos, dilatar sua ciência, porque a ignorância não pode aproximar-se da Onisciência, e tudo o que é AMOR tende a se unir. Amar a Deus é fundir-se na Humanidade, é absorver-se no amor fraternal, por isso que todo homem, como todas as criaturas do Senhor, provém do mesmo princípio, tende ao mesmo fim, é uma parte do Ser dividido ao infinito, para elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade.
GN, 28/12/1969


SEXTA,06-04-2012

DÉCIMO MANDAMENTO


P – Como interpreta o CEU da LBV o Décimo Mandamento da Lei de Deus?

R – O CEU estabelece a diferença entre a Lei de Deus, confiada por Jesus ao legislador hebreu, e a lei (ou as leis) de Moisés. Porque a LBV não admite as alterações introduzidas no Decálogo Divino pela Besta do Apocalipse. Os Dez Mandamentos são aqueles que se encontram nos livros de Moisés: Êxodo, XX: 2 a 17, e Deuteronômio, V: 6 a 21, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Não fazem parte do Decálogo estes mandamentos dados por Moisés ao seu povo: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Deuteronômio, VI: 5), e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico, XIX: 18). À lei de Moises é que se refere o Evangelho segundo Mateus, XXII: 34 a 40, nestes termos: “Entretanto, os fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da lei (de Moisés), para tentá-lo, perguntou-lhe: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?” Respondeu-lhe Jesus: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Destes dois mandamentos dependem toda a lei (de Moisés) e os profetas”. Assim já se podia entender o Décimo Mandamento da Lei de Deus: “Não cobiçarás a casa de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que seja de teu próximo”. Ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – Este Mandamento revela ao homem que não basta evitar qualquer ação má; cumpre-lhe vencer o mau pensamento, porque para Deus, em muitas circunstâncias, vale tanto quanto o próprio ato. Efetivamente, o homem que concebe um mau desígnio, mas não o pode executar, seja por temor das leis, seja porque o impeçam os acontecimentos, não é tão culpado quanto aquele que consegue executá-lo? Faltou-lhe a ocasião – eis tudo. Homens, limpai os sepulcros de vossos corações; purificai os vossos pensamentos; que nenhum deles seja de ordem a vos fazer corar diante de vossos irmãos, pois o que não ousais confessar a homens falíveis, como vós, está exposto aos olhos do Supremo Juiz, que lê claramente no mais recôndito de vossas almas!
GN, 26/12/1968

QUinta.05-04-2012

NONO MANDAMENTO


P – Qual a explicação do CEU da LBV para o Nono Mandamento da Lei de Deus?

R – Falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” – Não é o que entra no homem que o contamina ou macula. O que entra pela boca, e vai ao estômago, desce aos intestinos e é lançado fora. O que contamina o homem é o que lhe sobe do coração à boca; são as palavras que levam o mal ao próximo e desafiam a justiça de Deus. A verdade, em toda sua magnitude, deve inspirar as palavras daquele que ama a Deus e procura caminhar pelo reto pensamento. Como ensina o Mestre, todos darão contas das palavras ociosas, ou envenenadas, que proferem. Este Mandamento, apropriado a uma época em que – pelo testemunho de um só homem – um outro podia, em certos casos, ser condenado à morte, se estende avolumando-se de novos princípios, a todos os séculos, até ao fim dos tempos. No período da era hebraica, de que falamos, quando este Mandamento apareceu, bastava que um homem acusasse a outro de blasfemo, ou pecador, para que o acusado sofresse a pena de lapidação. E essas tradições, esses costumes dos hebreus, por longos séculos, e sob diversos aspectos e pontos de vista diferentes, deixaram traços que ainda se notam nas vossas legislações humanas: civis, políticas e religiosas. Não levantar falso testemunho é, em toda ocasião, em todo lugar, em todos os casos, render homenagem à Verdade. É desfraldar, sem vexame nem vacilação, o estandarte da Justiça. É não temer altear o facho de luz e destruir o alqueire que a cobre, para fazê-la brilhar aos olhos de todos. É relembrar as palavras de Jesus: fazei aos homens o que quereis que eles vos façam, porque o mal volta sempre a quem o faz. Não pronunciar falso testemunho é marchar, sempre, de acordo com a própria consciência. É testemunhar o Cristo diante dos homens, sejam quais forem as conseqüências, porque o Bem nunca será vencido pelo mal.
GN, 25/12/1969

              quarta, 04-04-2012

              OITAVO MANDAMENTO

 P – Como o Centro Espiritual Universalista encara o Oitavo Mandamento da Lei de Deus?

R – Mais uma vez, o CEU adverte que não admite ensinamentos de homens, ou de religiões forjadas pelos homens: devolve ao Cristo o que é do Cristo, expurgando sua Doutrina de todos os preceitos enxertados pelos modernos fariseus, que se intitulam representantes de Deus. Neste planeta, em todas as épocas da Humanidade, um só é O REPRESENTANTE DE DEUS – O Cristo. Todos os profetas, e patriarcas, e apóstolos, e evangelistas foram meros instrumentos do Mestre, O ÚNICO E INSUBSTITUÍVEL MESTRE que a Terra possui. E todos os reveladores só aparecem graças à Caridade daquele que é o Salvador dos terrícolas. No CEU, a LBV une os estafetas do Chefe Planetário, reúne os ensinos que deu aos homens por meio deles, unifica os Evangelhos e o Apocalipse na verdadeira e eterna Doutrina do Novo Mandamento – o Cristianismo do Cristo, jamais o cristianismo caricato dos homens. Falam, agora, os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés, a quem o Cristo confiou a Lei de Deus: “Não furtarás” – O egoísmo e a inveja são inimigos ocultos, que todo homem traz dentro de si. Dois inimigos perigosíssimos, que o levam a apoderar-se de tudo o que lhe desperta a ambição – quer material ou fisicamente, quer intelectual ou moralmente. Dois sentimentos satânicos, verdadeiramente possessores, que o excitam a empregar a força ou a astúcia para conseguir o que deseja, usando todos os meios para atingir os seus fins. Impor ao homem respeito à propriedade de outrem, qualquer que ela seja, é forçá-lo a domar esses princípios de todos os males, conduzindo-o à obediência às leis do trabalho, do amor, da caridade e da justiça, banindo de sua alma o egoísmo e a inveja, filhos da ignorância, da pior de todas as ignorâncias – a ignorância da Lei Divina. Só o conhecimento da Verdade dará forças ao homem para vencer a preguiça, a doença, a miséria, os desregramentos, os desvios, todos os excessos do Espírito e da carne, o instinto ou a vontade do roubo de qualquer natureza, tanto do ponto de vista das pessoas quanto das propriedades de ordem material, intelectual ou moral. Ninguém pode nem deve ambicionar O QUE NÃO LHE PERTENCE POR DIREITO DIVINO – tal o objetivo deste Mandamento.
GN, 24/12/1969

TERÇA, 03-04-2012

SÉTIMO MANDAMENTO

P – Qual a explicação integral do Sétimo Mandamento, no CEU da LBV?

R – É a do Espírito da Verdade, aclarando e unificando as Quatro Revelações de Jesus. Falam, pois, os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: “Não cometerás adultério” – A natureza material do homem o impele para a lubricidade. Nada lhe refreia os desejos, desde que se entregue aos instintos animais. E sabeis que esses instintos dominavam naquela época. Não vedes que, ainda hoje, eles arrastam muitos de vossos irmãos a vergonhosos transviamentos? Os laços que prendem, um ao outro, os Espíritos do homem e da mulher, e que os induzem a perpetuar a espécie, têm origem nobre e pura, de onde a materialidade da encarnação os desviou, mas à qual terão de voltar. A proibição de cometer adultério devia bastar, para conter os excessos. Mas, ainda aí, a interpretação obedeceu às necessidades da época: o homem e a mulher casados se cometiam adultério, eram punidos, ele com a pecha de infame, ela com a pena de morte. Ora, este Mandamento, segundo o espírito, jamais segundo a letra, se estende a toda quebra da união sagrada. Compreende todos os arrastamentos carnais, sejam quais forem, e que rebaixam a Humanidade ao nível dos instintos do bruto. Não vos dizemos – “Deus criou um homem e uma mulher, a fim de provar que uma só existência eles deviam ter”: esse era o lado moral, o fim moral que, sob o véu da letra, Moisés adotara, colocando-se no ponto de vista dos hebreus. Nós vos dizemos o seguinte: os Espíritos se grupam por atração de simpatia. Cada Espírito escolhe o companheiro, ou a companheira, com quem passará o tempo da sua provação. Os Espíritos encarnam, nascem, geralmente em condições que lhes permitam reunir-se. Os que são reciprocamente simpáticos se encontram destinados à união. Entretanto, as disposições materiais de um ou de outro, como encarnados, podem quebrar acidentalmente a harmonia e lhes retardar a união, quer nos limites da encarnação presente, quer até outra encarnação. Assim é que um Espírito se vê repelido, desprezado ou abandonado por outro que lhe é simpático e o chama, isto é, para o qual ele se sente atraído, mas que se deixou seduzir – ou pelos desregramentos carnais, ou pelo orgulho, ou pela ambição, ou pelo amor do ouro. Quando Espíritos simpáticos um ao outro chegam a unir-se na Terra, de acordo com a escolha – feita por eles mesmos, antes de reencarnarem – nada mais haverá que os separe, que rompa os laços dessa união, porque ela se realizou por efeito de idênticas tendências para o Bem. Estes não precisam mais de um Mandamento que lhes diga: “Não cometereis adultério”. Mas, uma vez reencarnados, se eles descuram dos compromissos assumidos na Espiritualidade, compromissos cuja lembrança perderam (se bem que um secreto instinto do coração os relembre) e dos quais a influência da matéria os afasta; se esses Espíritos, homens e mulheres, não procuram na união conjugal mais que uma satisfação passageira, mais que uma combinação matemática ou social, um jogo de interesses ou de orgulho – então os apetites materiais quebram os laços de simpatia espiritual. Neste caso, uma afeição pura não move os corações, os homens e as mulheres procuram compensações na variedade e no mau proceder. A esses diz o Mandamento: “Não cometerás adultério, porquanto, se a ti mesmo impuseste carregar uma pesada cadeia, tens de sofrer todas as conseqüências; tens de, pelo respeito que deves a esse compromisso irrefletido, atenuar a falta que praticaste, contraindo-o, tens de vencer os teus instintos sensuais; tens de dominar a carne e fazer ressurgir a simpatia que deverá reinar, entre o teu Espírito e o da companheira que escolheste, quando começar o dia da liberdade pela volta de ambos à vida espiritual”. Algumas vezes, a união é imposta ao encarnado pela influência e autoridade dos pais, movidos pelo interesse ou pelo orgulho. Tal união constitui, para o que a sofre, uma provação por ele escolhida e que será temporária ou durará toda a vida terrena. No primeiro caso, terá por efeito apenas retardar, no curso da sua encarnação atual, a união simpática por ele escolhida, antes desta; no segundo caso, o efeito será adiar essa união para uma encarnação posterior. E tanto para esse, como para o que se uniu fugindo às suas provas, o Mandamento emprega a mesma linguagem de que usa para com o que, livre e voluntária, mas irrefletidamente, assumiu um compromisso, desviando-se do caminho que devia seguir. Outras vezes, também, certos Espíritos, desejosos de vencer a antipatia que sentem um pelo outro, embora nem sempre seja recíproca, escolhem como provação unir-se humanamente. Ainda a esses o Mandamento diz: “Não cometereis adultério”. Completando nossas observações sobre este ponto, repetimos: destinam-se os Espíritos à união. Antes de reencarnarem, escolhem os que lhes sejam companheiros, a fim de, juntos, passarem o tempo da provação, auxiliando-se mutuamente, ressalvada a possibilidade de uns ou outros fugirem ao cumprimento de suas resoluções na Espiritualidade. Mas, quer isto se dê, quer não, a escolha – seja conforme ou contrária as resoluções espirituais – jamais será fruto do que chamais “O acaso”, e sim o resultado da direção impressa às provas. Dessa direção depende ser o Espírito desviado de sua rota, ou livre e voluntariamente, ou porque sofra a imposição de uma vontade. Feita a escolha, e dado que um dos Espíritos ou ambos se afastem do caminho certo, pode acontecer – ou que venham a encontrar-se, ao cabo de certo tempo, na presente encarnação, na qual os reconduzirá um ao outro a mesma simpatia; ou, então, se o caso resultar de antipatia, a intenção de – por prova – viverem unidos. A escolha, reiteradamente feita, acabará por torná-los capazes de vencer a prova: finalmente, não separa o homem o que Deus uniu, isto é, o Amor triunfou. Quanto ao celibato, para uns é prova; para outros desvios. Os que, por prova, se destinam ao celibato, não escolheram companheira para a vida ou, pelo menos (dizemo-lo para não deixar margem a falsas interpretações), não determinaram que se verificasse sua união terrena com outro Espírito. Para explicar todos os casos em que o celibato constitui transviamento, teríamos de descer a muitos pormenores. Basta esclarecer que há celibatários – por egoísmo, por lubricidade, por indiferença, por avareza e por quietismo, doutrina que, assente numa falsa idéia da Espiritualidade, faz consistir a perfeição cristã na inação da alma, em negligenciar as obras exteriores. Há, ainda, o celibato por voto decorrente da condição imposta a todo aquele, homem ou mulher, que se propõe entrar para as ordens monásticas e religiosas. A imposição desse compromisso nasceu de uma falsa interpretação, e de uma aplicação também falsa, das palavras de Jesus: “Há os que se fizeram eunucos pelo Reino dos Céus; aquele que puder compreender isto, que o compreenda”. Palavras que a Igreja Romana não soube nem pôde compreender. O que, a esse respeito, ocorreu, sob o império do véu da letra, postos de parte todos os abusos e desvios, teve a sua razão de ser, mas tem de cessar, e cessará na era do CRISTIANISMO DO CRISTO.
GN, 23/12/1969

 segunda, O2-04-2012

SEXTO MANDAMENTO


P – Como o CEU da LBV explica, em toda a sua profundidade, o Sexto Mandamento?

R – A LBV não admite, no Centro Espiritual Universalista, ensinamentos de mestres ou instrutores humanos. Toda a Doutrina do Novo Mandamento é do Cristo, através das Sagradas Escrituras, e dos Espíritos-Guias da Humanidade. Assim, mais uma vez, falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés, sobre a Primeira Revelação: Os Dez Mandamentos da Lei de Deus. Hoje, o Sexto MandamentoNão Matarás. Não corte aquele, que nada pode criar, o fio da existência das criaturas do Eterno, Deus Todo-Poderoso. Não deixe o homem que em seu coração se desenvolva o instinto destruidor, pois está longe de saber que responsabilidade assume. Este Mandamento, muito vago em seu enunciado, tem um alcance muito maior do que supondes, e ultrapassa de muito os limites do vosso ser. Em cada uma das fases do seu passado, a Humanidade o interpretou segundo as suas necessidades. Agora, já o pode entender de maneira a lhe ampliar a inteligência e conseqüente aplicação. Nos tempos antigos, o “não matarás” significava para os hebreus: “Não derramarás, sem motivo, o sangue de teu irmão”. Mas a pena de morte vigorava para o menor delito, e o sangue das vítimas oferecidas em holocausto corria incessantemente, sobre o altar e, tanto quanto os animais, não eram poupados os escravos. Mais tarde, a pena de morte se tornou menos aplicada. Só o era àquele cujo crime se tinha por bem comprovado. Os próprios animais passaram a ser, em parte, menos sacrificados, quando nada, nas cerimônias do culto. Entretanto, as guerras, a vingança e a crueldade continuaram – como continuam – a derramar sangue por todos os lados. Hoje, os que ouvem a nossa voz, mesmo aqueles que não a compreendem ou a consideram mentirosa, já se levantam contra a aplicação da pena de morte ao criminoso; lutam pelo momento em que não mais se alinhem homens diante de outros homens, para descarregarem, uns contra os outros, seus mortíferos projéteis; e alguns – os que nos atendem, em nome de Jesus – poupam a vida de todas essas criaturas fracas, que Deus lhe pôs no caminho, a fim de despertar a Caridade em seus corações e lhes fazer compreender a solidariedade universal. Mas, nos matadouros, o sangue ainda corre e, aos magotes, sob os golpes do cutelo assassino, caem as vítimas necessárias à alimentação humana. Brevemente, porém, o sangue deixará de ser derramado na Terra: depois do próximo e último Armagedon, o homem não matará, nunca mais. Amará e protegerá o fraco, quer seja este também um homem, quer seja um animal confiado à sua guarda. Compreenderá o Novo Mandamento do Cristo de Deus – A Lei do Amor – e saberá elevar-se acima das necessidades da carne, as quais ainda precisa satisfazer, porque correspondem à organização atual da máquina, mas que diminuirão gradativamente, à medida que o Espírito crescer em sabedoria e ciência, porque, de par com esse crescimento, também gradualmente se modificará o organismo humano. O progresso físico marcha e se desenvolve, paralelamente ao progresso intelectual, moral e espiritual, com os quais guarda relação. As consciências esclarecidas já se levantam, pedindo a abolição da pena de morte. São esforços generosos, no mundo inteiro. Ainda não chegou, porém, o momento: é preciso que se esclareçam as classes inferiores (não inferiores do ponto de vista das condições sociais, mas do adiantamento espiritual). Cabe a todos vós, homens e mulheres libertos da ignorância, com os vossos ensinos e com os vossos exemplos, apressar-lhe o advento realmente glorioso.
GN, 21/12/1969


 DOMINGO, O1-04-2012

QUINTO MANDAMENTO

 P – Como o CEU da LBV explica o Quinto Mandamento da Lei de Deus?

R – Compreenda os Mandamentos do Senhor, em toda a sua grandeza, aquele que quiser obedecer-lhes. Honra a teu pai e tua mãe, porque estes são os chefes que o Senhor te dá, os guias encarnados que prepôs à tua guarda. Mas os que se encarregam da tua educação, que te desenvolve a inteligência, que vigiam a tua adolescência, não são também teu pai e tua mãe – espirituais? E, por vezes, não fazem mais do que o pai e a mãe segundo a carne, que esquecem seus sagrados deveres e deixam o filho, que o Senhor lhes confiou, entregue aos seus maus pendores, quando não chegam até a fazê-lo ceder às inclinações más que neles predominam, dando-lhe o exemplo do orgulho e do egoísmo, da luxúria, dos vícios e paixões inferiores que degradam a Humanidade e levam o Espírito à perdição, fazendo-o falir nas suas provas? O chefe de Estado, o juiz que governa com sabedoria e faz justiça a todos, que dispensa sua solicitude até ao mais ínfimo dos seus administradores, não é um pai a quem deves honrar, pois governa uma grande família? E, falando assim, nossas palavras se estendem a todo aquele que, como superior, qualquer que seja a sua condição, cumpre santamente suas obrigações para com os seus subordinados. A lei do amor e do respeito deve abranger todas as classes e posições sociais. É a cadeia que liga, uns aos outros, todos os membros da família universal. “A fim de que teus dias sejam prolongados na terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Estas palavras, aditadas à Lei, constituem acréscimo feito por Moisés ao Quinto Mandamento, tendo ainda por fim levar a obediência, ao respeito à Lei, homens dominados unicamente pelo egoísmo e pelo instinto do presente. Bem viver, e viver longo tempo, constituía para tais homens a primeira e única preocupação. Pelo ponto sensível, portanto, se impunha prendê-los, e Moisés bem o percebeu. Mas deveis tomar a palavra terra em acepção simbólica, para compreender como a vossa vida poderá prolongar-se na morada que o Senhor vos reservou, no sentido de que mais cedo a ela podereis chegar, cumprindo melhor os vossos deveres. Quer dizer: a morada dos homens e mulheres de merecimento são as esferas superiores, que eles atingem à medida que se elevam, e mais cedo chegarão quanto mais esforços fizerem por se aperfeiçoar. “Honra a teu pai e tua mãe, e teus dias serão prolongados na terra que o Senhor te dará”. Mas, compreendei, essa terra não é o solo que pisam os vossos pés. As dificuldades que surgiram na interpretação dos Mandamentos nasceram de não terem querido (ou não terem sabido) os interpretadores distinguir, do princípio exarado na Lei, as adições feitas à Lei; não souberam separar o que veio de Deus do que veio do homem, por intermédio dos Espíritos, com objetivo humano e transitório. O que, na Lei, vem de Deus é imutável, não podem os homens alterar; o que veio por aquela inspiração espiritual foi o meio de que Moisés se valeu para – atendendo ao presente, segundo a letra, e preparando o futuro, segundo o espírito – auxiliar o progresso humano, de acordo com as necessidades da época.
GN,20/12/1969


SÁBADO, 31-03-2012


QUARTO MANDAMENTO


P – Qual o verdadeiro significado do Quarto Mandamento da Lei de Deus, alterado pela ICAR?

R – O Centro Espiritual Universalista só admite ensinamentos do Cristo, através de seus emissários legítimos. Esta obra de unificação do CEU da LBV não é contra ninguém, mas a favor de todos, com a restauração da Verdade. Ouçamos, portanto, a palavra dos Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: “Lembra-te do dia de sábado para o santificares. Trabalharás seis dias e farás a tua obra, mas o sétimo dia é o dia de descanso, consagrado ao Eterno, o Senhor teu Deus. Não farás coisa alguma nesse dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu hóspede, o estrangeiro que estiver dentro dos muros de tuas cidades”. Este Mandamento, que se transformou numa lei civil de finalidade humanitária, foi imposto aos hebreus para lhes frear o pendor ao abuso do poder. A Lei do Trabalho é indispensável à Humanidade: é pelo trabalho que ela progride, que adquire ou repara. Mas o repouso não é menos indispensável, tanto ao corpo quanto ao Espírito. Dizer aos homens – “dai tempo ao vosso corpo de refazer as suas forças; dai ensejo ao vosso Espírito de se libertar dos cuidados da matéria, a fim de que possa elevar-se ao seu Criador e afastar-se do mundo que o retém cativo, para se alcandorar, por meio da esperança e da meditação, às elevadas esferas que o aguardam” – não teria bastado. Este Mandamento veio trazer um sentimento profundo de filantropia, que os homens não souberam apreciar. Os povos antigos, afeitos aos abusos da força, tinham – todos eles – escravos encarregados de trabalhos rudes, acima da sua capacidade normal. Era preciso assegurar a esses servos um repouso necessário, tornando isto uma obrigação para os seus senhores. Os animais, votados ao desprezo, porque tidos como carentes de almas, de inteligência, considerados como coisas, incapazes da sensação da dor, teriam sidos levados, sem este Mandamento, à extrema fadiga pelo excesso de trabalho; as raças se teriam esgotado; as mais úteis ao homem desapareceriam da face da terra, por efeito da degenerescência. Quanto ao estrangeiro que, considerado hóspede, devia ser respeitado, se este Mandamento não o protegesse – certamente seria oprimido no sábado, por todos os trabalhos de que cumpria se abstivessem os fiéis. Violada estaria a hospitalidade, lei santa que os antigos geralmente respeitavam. Observai que em todos os cultos, agora, existe esta salvaguarda da saúde pelo repouso. Mas nós vos dizemos, irmãos: trabalhai, trabalhai com zelo e coragem, mas nunca ultrapasseis os limites das vossas forças. E, sobretudo, jamais sobrecarregueis de trabalho os vossos inferiores. Os hebreus levavam tão longe a observância do sábado, que a própria terra repousava, não no sétimo dia, mas no sétimo ano. Este método, que parecerá infantil aos modernos agricultores, tinha a sua razão de ser. Sendo menos numerosos os homens, menos as necessidades, possível dar-se à terra o luxo de um repouso que lhe permitia readquirir forças naturalmente, sem os recursos aos artifícios - como adubos em geral – cujo abuso gera muitas das enfermidades de que padeceis, sem lhe descobrirdes as verdadeiras causas. Os rebanhos encontravam pastagens nas terras que repousavam, e a presença deles, ali, bastava para restituir ao solo os sais necessários à reprodução dos vegetais. Voltando ao sábado, meditemos na sentença de Jesus: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Ponde-a em prática, em Espírito e Verdade, porque o Cristo não revogou o sábado: condenou a dureza dos que, zelosos do seu cumprimento, impediam nesse dia até a prática do Bem e da Caridade, como tantas vezes referem os Evangelhos. Em seguida a este Mandamento, no original se lê: “Porquanto o Eterno, o Senhor Deus, fez em seis dias os céus, a terra e o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia. Eis porque o Senhor abençoou o dia do repouso e o santificou”. Há nestas palavras um comentário acrescentado à Lei de Deus por Moisés, a fim de lhe dar mais força e valor aos olhos dos homens. Elas resumem as explicações que ele deu aos hebreus, para que compreendessem a necessidade do descanso que se lhe prescrevia: tão necessário era o repouso que até mesmo Deus o impusera a si mesmo. Falando a homens pouco adiantados, Moisés usava da linguagem que lhe era possível compreender. E ele próprio, conquanto versado nas ciências e mistérios egípcios, não possuía, como encarnado, os conhecimentos que depois o trabalho dos séculos desenvolveu. Quanto à Criação, ele a dividiu em seis épocas e não dias; e o fez, não por efeito de pesquisas científicas, mas sempre com o objetivo de gravar, no coração dos hebreus, o respeito definitivo à Lei de Deus. Este Mandamento, reclamado pelas necessidades da sagrada pessoa humana, impunha o repouso septenário em favor dos fracos; e Moisés obrigou os fortes a se lhe submeterem. Perguntais: - É impossível toda explicação de sábios e sacerdotes, no sentido de conciliares o texto relativo às seis épocas (ou dias) com os dados atuais da ciência humana? Sim, para eles é impossível, porque a própria ciência não tem sobre isso a última palavra. Os cataclismos, que causaram as transformações do vosso planeta, a ciência ainda não os pode calcular, tanto mais quando, tendo sido parciais, muitas vezes fizeram passar de uma parte para outra os elementos de produção. E ainda não chegastes ao termo deles: muitos cataclismos, parciais a princípio, depois gerais, virão a produzir-se, derrocando o estado atual, para destruir o princípio material e levar o vosso planeta ao ponto de partida, isto é, ao estado fluídico, mas agora ao estado em que os fluídos estarão expurgados de todas as moléculas materiais.
GN, 19/12/1969


SEXTA, 30-03-2012

TERCEIRO MANDAMENTO



P – Qual a explicação que o Centro Espiritual Universalista apresenta para o Terceiro Mandamento da Lei de Deus?

R – Eis o que dizem os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: “Não tomarás em vão o nome do Eterno, do Senhor teu Deus; porque o Eterno, o Senhor, não terá por inocente aquele que em vão houver tomado o seu nome”. Este Mandamento tem sido geralmente afastado de seu objetivo. Ele se liga aos dois primeiros, dos quais é corolário. Não devendo perder de vista a unidade de Deus, não devendo prosternar-se diante de nenhuma imagem para adorá-la, também não deve o homem dar o título de Deus, nem atribuir o seu poder, a nenhuma criatura, a nenhuma imitação abençoada, santificada ou entronizada por sacerdotes idólatras. Por extensão, não deve tampouco usar mal do nome do Senhor, desde que esse nome lhe desperta um pensamento sério. Igualmente, se não ainda mais, com referência ao Criador de todos os seres e de todas as coisas, é que se entende a recomendação de Jesus aos homens, para que de nenhuma forma jurassem: nem pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra, que é o escabelo de seus pés (linguagem apropriada ao tempo). Cuidai, pois, de suprimir da vossa linguagem esses juramentos feitos “diante de Deus, à face do Céu”, ou qualquer outra expressão leviana, porque todas quase sempre ocultam, mesmo àquele que as emprega, a ínfima confiança que nelas deposita. Esforçai-vos por encaminhar sempre vosso pensamento ao Senhor, quando invocardes o seu nome. Constitui abuso fazê-lo em circunstâncias culposas ou triviais. A invocação do nome de Deus, feita com o coração cheio de sinceridade, atrai o amparo dos Espíritos Superiores que o pai de família investiu no governo de seus filhos, e que lhes transmitem suas vontades, até que – pela purificação e pelo progresso – a inteligência se lhes ache bastante desenvolvida, para não mais precisarem de intermediários.
GN, 18/12/1969

QUinta, 29-03-2012

SEGUNDO MANDAMENTO


P – Qual a explicação que o Centro Espiritual Universalista (CEU da LBV) dá ao Segundo Mandamento da Lei de Deus?

R – O CEU não deu, não dá nem dará nenhuma orientação baseada em religiões criadas pelos homens. Por isso é que afirmou André Luiz: “Jesus segue na vanguarda do nosso movimento”. Estamos, como toda a Humanidade, desiludidos de “mestres” e chefes religiosos, por mais inspirados que sejam. O CEU está diretamente subordinado ao Espírito da Proclamação de 7 de setembro de 1959, quando determinou, por inspiração divina: “A Religião do Novo Mandamento, cuja orientação universal pertence a Deus, ao Cristo e ao Espírito Santo, pode ser explicada, mas nunca regulamentada ou administrada por seres humanos”. Assim, para explicar as Quatro Revelações, da Gênese ao Apocalipse, damos sempre a palavra ao Espírito da Verdade. Eis a sua explicação do Segundo Mandamento: “Não farás imagens esculpidas das coisas que estão em cima, nos céus; nem embaixo, sobre a terra; nem nas águas, sob a terra. Não te prostrarás diante delas, não as adorarás nem as servirás, porque eu sou o Eterno, teu Deus, o Deus zeloso que puno a iniqüidade dos pais nos filhos na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e que uso de misericórdia na sucessão de mil gerações com os que me amam e guardam os meus mandamentos”. A unidade de Deus, sendo o princípio fundamental da fé, teve de ser resguardada pelos teólogos. Nossas palavras remontam até à origem da crença: todos os que se achavam à frente do culto a possuíam firme, embora espalhassem outra entre o povo. A idéia da UNIDADE DE DEUS se perpetuou em todas as idades, no seio de todos os povos, ainda que sem o caráter de generalidade. Quer dizer: embora não fosse geral, era partilhada pelos espíritos intelectualmente mais adiantados (se bem que menos virtuosos), que governavam os povos, quer como sacerdotes, que como filósofos ou sábios. A proibição de fazerem imitações das coisas criadas não significa, para os homens, a obrigação de se privarem de tais reproduções: proibiu-se-lhes, apenas, que se prostrassem diante delas e as servissem, a fim de que a unidade do princípio criador fosse mantida sempre. Mas os homens, materiais por natureza, tinham necessidade de representações também materiais para alimentarem sua fé. Daí a adoração, o culto prestado a representações sem nenhuma importância, isto é, simulacros colocados nos templos como ornatos. Transportai-vos ao Templo de Salomão e, nos quatro cantos do altar, vereis anjos de asas espalmadas, outros voltados para o Oriente, outros para o Ocidente. A representação artística e simbólica não era interdita: era-o, apenas, o culto voltado a essas representações. Aqui, entre parênteses, uma nota do Unificador: esta é a explicação da alínea e do Artigo 2º dos Estatutos da LBV – “edificar o TEMPLO DA BOA VONTADE com os símbolos de todas as religiões e filosofias, para demonstrar como se UNIFICAM todas as crenças no Novo Mandamento de Jesus”. Moisés lembrou aos hebreus o poder de Deus, apresentando-o como forte e cioso, isto é, sem admitir a partilha de seus direitos e com a força de os fazer respeitar, mas sem ferir o inocente para punir o culpado até a terceira e a quarta gerações, nem concedendo graça aos culpados através de mil gerações, por favor a um justo que houvesse servido de tronco a essa posteridade. Fraqueza da inteligência humana! Essa punição e essa misericórdia, verdadeiras monstruosidades se entendidas segundo a letra, são – segundo o espírito – a expressão sublime da justiça e, ao mesmo tempo, da bondade infinita de Deus. A explicação e a justificativa de compreender-se aquela sentença desse duplo ponto de vista, vós as encontrais na Lei da Reencarnação, que mostra o castigo a cair sempre, de geração em geração, sobre o Espírito culpado, e a misericórdia de Deus sempre a descer, através das gerações, sobre o Espírito que se depura e progride para o Bem. Os Espíritos geralmente se agregam, formando categorias de seres similares. Ora, compreende-se que esposos culpados atraiam para o seu lar Espíritos pouco adiantados, dispostos a seguir o caminho que eles trilham; do mesmo modo, os que observam a Lei de Deus, e cuja posteridade há de ser cada vez mais virtuosa, atraem, de geração em geração, Espíritos cada vez mais adiantados. Vimos de dizer: “Compreende-se que esposos culpados atraiam para o seu lar Espíritos pouco adiantados, dispostos a seguir o caminho que eles trilham”. Efetivamente, isso é bem compreensível. Antes de tudo, sabeis haver Espíritos que, pouco desejosos de progredir, procuram os laços de simpatia (seja esta oriunda do Bem, seja do mal) que já os prenderam; e outros que, embora impulsionados pelo desejo de progredir, escolhem meios cujas influências perniciosas não podem vencer. Neste último caso, o Espírito é prevenido dos perigos que correrá, uma vez reencarnado, e da queda, quase inevitável, que daí lhe resultará. Se persiste, é por sua livre vontade. Compreendei, de conformidade com esses princípios, a progressão do castigo e da misericórdia. O castigo se verifica na terceira e na quarta gerações porque, pouco a pouco, o Espírito se depura, ou por efeito da encarnação de outros no meio que ele tem preferido, ou por efeito das provações pelas quais aí passa, repetidamente. Desde que um começo de melhora se faz sentir nele, o Espírito entra no rumo do progresso, atrai a si companheiros também mais adiantados e, através de mil gerações, ou muito mais, se vai mostrando cada vez melhor, até atingir, finalmente, a perfeição. Outra nota do Unificador: como se vê logo na Primeira Revelação, dada pelo Cristo a Moisés, a Reencarnação já aparece como a chave de todos os problemas humanos e sociais. É a prova de que todas as religiões anti-reencarnacionistas estão fora da Lei. Nenhuma culpa cabe, portanto, ao codificador do Espiritismo.
GN, 17/12/1969

quaRTA, 28-03-2012

PRIMEIRO MANDAMENTO

P – Como o CEU da LBV explica o Primeiro Mandamento da Lei de Deus?
                R – Antes de tudo, vamos concentrar toda a nossa atenção nos Dez Mandamentos que Moisés recebeu do Cristo: 1- Não terás outros deuses diante de mim. 2 – Não farás imagens esculpidas das coisas que estão em cima, nos céus; nem embaixo, sobre a terra; nem nas águas, sob a terra. Não te prostrarás diante delas, não as adorarás nem as servirás, porque eu sou o Eterno, teu Deus, Deus zeloso que puno a iniquidade dos pais nos filhos na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e que uso de misericórdia na sucessão de mil gerações com os que me amam e guardam os meus mandamentos. 3 – Não tomarás em vão o nome do Eterno, do Senhor teu Deus; porque o Eterno, o Senhor, não terá por inocente aquele que em vão houver tomado o seu nome. 4 – Lembra-te do dia de sábado para o santificares. Trabalharás seis dias e farás a tua obra, mas o sétimo dia é o dia de descanso, consagrado ao Eterno, ao Senhor teu Deus. Não farás obra alguma nesse dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu hóspede, o estrangeiro que estiver dentro dos muros de tuas cidades. 5 – Honra a teu pai e tua mãe. 6 – Não matarás. 7 – Não cometerás adultério. 8 – Não furtarás. 9 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 10 – Não cobiçarás a casa de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que seja de teu próximo. Esta é a Lei de Deus, que se caracteriza pela sua imutabilidade por ser perfeita e eterna, para todos os povos e nações da Terra. A ninguém é dado alterar o Decálogo Divino, como fez a Igreja de Roma, porque o próprio Jesus declarou: “Não vim revogar a Lei de Deus”. Essa loucura da ICAR já está enquadrada no Primeiro Mandamento, que taxativamente ordena: Não terás outros deuses diante de mim. Porque o Senhor Todo-Poderoso é o Deus só e único, o Criador incriado que não tem princípio nem terá fim, aquele que é, aquele de quem, por quem e em quem TUDO É. Portanto, não desvie o homem do seu Criador o pensamento, para concentrá-lo na criatura (mesmo quando se intitula vigário de Deus) e lhe render culto e homenagem devidos tão somente ao Senhor, não porque Ele seja um Deus vingativo, mas porque o homem é um espírito fraco, que facilmente se afasta do caminho certo e penosamente volta a este. É a explicação dos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés.
GN, 16/12/1969


 TERÇA,  27-03-2012

OS 10 MANDAMENTOS


P – O Centro Espiritual Universalista (CEU da LBV) adota os Dez Mandamentos, exatamente como se acham no Pentateuco de Moisés, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Como a LBV interpreta o Decálogo, a chamada Lei de Deus?

R – A LBV não segue as religiões criadas pelos homens. Portanto, vamos dar a palavra aos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: Deus não se comunica diretamente com os homens. Entretanto, segundo o modo de ver dos hebreus, era o próprio Deus quem falava a Moisés e era preciso que assim fosse. Espírito elevado, em relação ao povo que dirigia; médium, em certas circunstâncias, vidente, audiente, ou inspirado, e também de efeitos físicos, de acordo com os casos e necessidades da sua missão, Moisés viu-se obrigado a cercar-se de todo mistério e pompas que os impressionassem, para dar força e valor aos Mandamentos que impunha aos hebreus, para lhes gravar na memória e no coração as ordenações e os estatutos que lhes eram indispensáveis naquela época; obrigado a empregar fórmulas capazes de lhes infundir respeito. Seu Espírito revestiu as três personalidades terrenas conhecidas pelos nomes de Moisés, Elias e João, filho de Zacarias e Isabel, e desempenhou as três missões correspondentes a essas individualidades. Vamos, agora, explicar-vos o Decálogo em Espírito e Verdade. Vamos dar uma explicação não restrita aos hebreus e aos chamados “cristãos”, mas geral, passível de aplicar-se a todos os povos e a todas as épocas. Diz a Escritura: “Então, fez Deus que se ouvissem estas palavras: Eu sou o Senhor teu Deus que te salvou do Egito da casa da servidão”. Deus, o Criador de tudo o que é, tirou do nada o Espírito (explicaremos, a seguir, o sentido que deveis atribuir a essas palavras tomada à linguagem humana), para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. Foi por sua vontade onipotente que o homem saiu das faixas da matéria, para ensaiar seus primeiros passos na senda espiritual. Foi o Senhor quem lhe mostrou o caminho que o salva da escravidão do pecado, iluminando-o com o facho da Verdade. Falando do Espírito, dissemos que Deus o tirou do nada, para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. O nada, na acepção humana em que empregais esse termo, não existe, é coisa sem sentido, do ponto de vista correlativo de Deus e da Criação. O nada, para o Espírito, é a inconsciência do ser. Assim, o princípio espiritual contido nos minerais e nos vegetais está no nada, com relação ao seu ser. O nada da matéria propriamente dita é a volatilização dos princípios materiais, que devem aglomerar-se para constituir – quer os corpos, quer os planetas. É assim que foi explicado haver Deus feito sair do nada, do caos, o mundo que habitais; foi porque Ele constituiu em um corpo as moléculas esparsas na imensidade. Povos da Terra, levantai os olhos! A “coluna luminosa” que vos há de guiar para fora da servidão, que vos há de conduzir à Pátria da Liberdade, ainda se move à vossa frente. O Espírito da Verdade acendeu o farol em que devem concentrar-se os vossos olhares. Caminhai, caminhai sem descanso, pois tendes de chegar à Terra Prometida, onde correm o leite e o mel da palavra de paz e de amor a Deus.
GN, 14/12/1969


           SEGUNDA,  26-03-2012

             AS 4 REVELAÇÕES

 P – A Legião da Boa Vontade inaugurou o Centro Espiritual Universalista (CEU) no XIII Congresso, anunciando a Doutrina do Novo Mandamento com a unificação de todas as Revelações de Jesus. Quais são essas Revelações?
 R – A Primeira Revelação de Jesus veio por intermédio de Moisés: é a Lei de Deus nos Dez Mandamentos, o Decálogo Real como exatamente se encontra no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, isto é, sem as alterações introduzidas pela religião humana. A Segunda Revelação é o Cristianismo, que Jesus nos veio trazer pessoalmente, advertindo: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o poderíeis entender agora; quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda Verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido de mim e vos anunciará todas as coisas que hão de vir; ele me glorificará, porque há de receber do que é meu para trazê-lo a todos vós”. Estas palavras do Cristo estão no Evangelho segundo João, XVI: 12-13-14, e são completadas por estas outras desse mesmo Evangelho, XIV: 24-25-26: “Quem não me ama não guarda as minhas palavras (e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou). Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. Aqui está a prova de que não há uma só Revelação, mas Revelações Progressivas, que vêm de acordo com a evolução da Humanidade até ao final do Ciclo. A Terceira Revelação é a dos Espíritos, cujos instrumentos pioneiros, no Século XIX, foram Kardec e Roustaing. Finalmente, a Quarta e Última Revelação de Jesus é a do Novo Mandamento, unificando todas as Revelações e incluindo a do Apocalipse, que também é do Cristo através de João, o Evangelista. Só agora a Humanidade terá a RELIGIÃO DE DEUS, o verdadeiro Cristianismo do Cristo que é o do Novo Mandamento; somente agora se manifesta o Espírito da Verdade com a Revelação Total e Final, acima de todos os sectarismos estratificados – religiosos, científicos e filosóficos. E a pedra de toque é exatamente o Apocalipse de Jesus, que nos desvenda o que vai acontecer até ao final dos tempos. A LBV iniciou, portanto, no XIII Congresso dos Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus, seu grande trabalho UNIFICADOR, de acordo com a Proclamação do Novo Mandamento: a Igreja do Legionário é a sua própria casa, e cada Legionário é o Templo do Deus Vivo. Anuncia, por isso mesmo, a próxima volta de Jesus, com a formação de Um só Rebanho para um só Pastor pela reunião efetiva de todas as boas ovelhas, até agora aparentemente separadas, distribuídas por todos os rebanhos. Esclarece, ainda, que todas as religiões são evidentemente cristãs, mesmo aquelas que assim não se consideram por se encontrarem nos diversos graus da evolução espiritual. Mas a razão é simples: todas as criaturas são naturalmente cristãs, queiram ou não queiram, saibam ou não saibam, até mesmo as que se dizem materialistas, demonstrando ignorar a verdade da formação da Terra pelo Cristo de Deus, como se lê no capítulo primeiro do Evangelho de Jesus segundo João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; o Mundo foi feito por Ele, tudo foi feito por Ele e nada do que se fez foi feito sem Ele”. Para esta missão, sem paralelo na História, é que veio o Centro Espiritual Universalista, o CEU da LBV.
 GN, 13/12/1969



DOMINGO- 25-03-2012

A DOUTRINA DO CEU

P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?

R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os ensinamentos de Jesus, em Espírito e Verdade, mas à luz do Novo Mandamento. Nenhum sectarismo, nenhum ecletismo, nenhum hibridismo – porque a Verdade não é híbrida, não é eclética, não é sectária. A Legião da Boa Vontade publica toda Doutrina do CEU – exatamente a Doutrina do Cristo de Deus, acima de todas as perversidades geradas pelas religiões humanas, diletas filhas do Anti-Cristo. Cada integrante do CEU, como autêntico Legionário da Boa Vontade, terá de fazer suas estas palavras do Apóstolo Paulo: “Porventura procuro eu o favor dos homens ou o de Deus? Procuro eu agradar aos homens? Se agradasse a homens, não seria servo de Cristo Jesus. Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi nem o aprendi de homem algum” (Gálatas, capítulo primeiro, versículos 10 a 12). A LBV unificará, portanto, todas as Revelações Progressivas de Jesus, a partir do Decálogo, restaurando a Verdade Divina deturpada pelos os que se dizem representantes de Deus. O CEU confirma que só o Cristo pode ensinar alguma coisa à Humanidade. Não se baseia em doutrinas de homens, por mais ilustres que sejam. É a grande devolução iniciada em 1948 pela LBV: ao Cristo o que é do Cristo. Os reveladores foram meros instrumentos do Redentor, na obra sublime de salvação de TODAS AS CRIATURAS. Como todos podem perceber, esta é a Revelação Total do Chefe Planetário, precedendo sua volta, por Ele mesmo anunciada no seu Evangelho e no seu Apocalipse. É fácil prever a difusão de tal obra no mundo inteiro, especialmente agora, nesta Era Apocalíptica. Os tempos chegaram, e é preciso dar à Humanidade a Luz Eterna do Cristo Universal. Todos os Legionários serão mobilizados para esse trabalho, que provará ser o Brasil o Coração do Mundo, a Pátria do Evangelho, a Pátria de todas as pátrias porque é a PÁTRIA DO NOVO MANDAMENTO. Esta é a verdade: espiritualmente, o Brasil já está na vanguarda do Mundo.
 GN,  12/12/1969.

ASSASSÍNIO E SUICÍDIO

P – Ainda em relação ao Quinto Mandamento, no que tange ao prolongamento da vida, como explica o CEU da LBV, o assassínio e o suicídio?

R – Novamente com a palavra os Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – No caso de assassínio, o assassino não é instrumento cego da Providência Divina quando, em determinado tempo, põe termo à prova de alguém que se destinara a essa expiação. Assim procedendo, usou do seu livre arbítrio. O assassínio é conseqüência do livre arbítrio de um e da escolha das provas, das expiações, feitas pelo outro que, aplicando a si mesmo a pena de talião, buscou morrer – ou de morte violenta, mas sem determinar em que época nem em que gênero seria a morte, ou, então, de uma forma precisa: perecer assassinado. No primeiro caso, se o assassino usa do livre arbítrio para domar suas paixões e perdoa àquele que ia ser sua vítima, outra circunstância a este se apresentará, pondo fim às suas provas. Estas se cumprirão, assim, conforme as resoluções que seu Espírito escolheu, antes de reencarnar. No segundo caso, se o assassino procede da mesma forma, os acontecimentos da vida aproximarão o que devia sofrer a prova (de morrer assassinado) do outro em que os maus pendores predominam, para que se dê o que tem que se dar. O assassino e a vítima, uma vez reencarnados, não se lembram da escolha que fizeram, um – da prova que terá de sair vencedor ou vencido, e que constitui, para ele, a luta contra uma tendência sobre a qual lhe cumpre triunfar; o outro – da expiação por que deve passar, como meio de preparação e depuração. Assim, não é por impulso próprio que a vítima caminha para o local do matador. Entretanto, algumas vezes, ela prepara, inconscientemente, o caminho que a conduz até lá, ou para lá é guiada pelos Espíritos prepostos, sempre a vigiar o cumprimento das provas. Compreendei bem o sentido destas últimas palavras: os guias não dirigem os atos do assassino: dirigem o Espírito daquele que deve sofrer a expiação, dirigem os acontecimentos que o conduzirão ao caminho, seja da prova, seja da expiação. Não deduzais daí que à vítima o guia ou protetor dê por inspiração no momento em que ela desperta, a lembrança da resolução que seu Espírito haja tomado enquanto esteve desprendido, durante o sono: a de se colocar no rumo das circunstâncias que tenham de levá-la ao cumprimento da expiação escolhida. Não: isso seria um suplício moral infligido ao reencarnado, e a Divina Providência é sempre piedosa para com seus filhos. Mas o próprio reencarnado ao despertar, conserva uma impressão vaga, que se torna a determinante da sua vontade, dos seus atos. Se a hora fixada pelas resoluções na Espiritualidade, quanto à época da morte, não chegou e permanece irrevogável – por estar aquele que se acha submetida à expiação cumprindo as obrigações de que há de resultar a duração de seu corpo até ao fim das suas provas – os Espíritos prepostos a velar pelo cumprimento destas, as expiações, preparam e põem ao alcance dele os meios próprios a subtraí-lo ao assassínio. E ele se salvará, qualquer que seja o perigo que o ameace. No caso em que, praticando – pelo uso que faz da sua existência – atos que constituam infração das obrigações que lhe era necessário cumprir, para que o corpo lhe durasse até ao fim de suas provas (infração, portanto, das suas resoluções na Espiritualidade), o homem detém o curso dessas mesmas provas, ele apressa o instante da sua morte!Soa-lhe, então, a hora de partir, porque, usando e abusando do seu livre arbítrio, pôs fim a duração de seu corpo precipitando os meios pelos quais chegue esse fim. E que, procedendo daquela forma, ele atraiu fluídos cuja ação, de conformidade com as imutáveis leis naturais que os regem, prepara e executa a destruição do corpo, a ruptura do laço que a este liga o Espírito – o cordão fluídico, a mola, o instrumento, o meio de que depende a vida. E, ao mesmo tempo que atraía aqueles fluidos, ele repelia os apropriados à conservação do seu corpo. Quanto ao homem que se deixa arrastar ao suicídio, é certo que ele usa do seu livre arbítrio, quer quando atenta, de qualquer modo, contra a vida, quer quando afasta a arma que dirigia contra si mesmo, ou renuncia ao projeto de matar-se e ao gênero de morte que escolhera. Se, porém, a hora que ele – ao tomar suas resoluções na Espiritualidade – fixou para morrer é e se conserva irrevogável, por terem sido, de sua parte, cumpridas todas as obrigações que lhe importava cumprir, para que seu corpo durasse até ao término de suas provas, os Espíritos prepostos (a velar pelo cumprimento destas) prepararão, e lhe porão ao alcance os meios adequados a se subtrair à morte. O suicídio abortará, ele será salvo! Não concluais daí que o homem possa seguir, impunemente, o seu pendor para o suicídio e a ele ceder atentando contra a própria vida porque, de um lado, O SUICÍDIO É CRIME PERANTE DEUS e, de outro, o homem não sabe se chegou, ou não, a hora da sua partida. A duração da existência é limitada, mas o livre arbítrio do homem pode fazê-lo sucumbir ao mau pensamento de interromper ele mesmo o curso da sua vida, ou levá-lo a dominar este arrastamento culposo. Aquele que se suicidou, como o que morreu assassinado ou de qualquer outra forma, sempre morreria, mas de maneira diversa, de modo natural, desde que houvesse chegado para ele a hora de partir: quer por haver atingido o limite natural marcado para o fim da vida humana que segue o seu curso regular; quer por haverem suas provas atingido o termo que ele lhes fixou, ao tomar suas resoluções espirituais; quer, finalmente, por ter, pelos seus atos, infringido as obrigações que precisava cumprir a fim de fazer que seu corpo durasse até o termo daquelas provas. Cedendo ao arrastamento que lhe cumpria combater, o gênero de morte, a que sucumbiu, resultou da sua escolha, mas ele partiu porque chegou a hora de partir. Se tivesse combatido os pendores que o impeliam a se matar, sairia vencedor da prova, não se veria condenado a recomeçar nas mesmas condições. O sentimento, que induz o homem a suicidar-se, não lhe nasce no íntimo instantaneamente. É um germe que se desenvolve devido à tendência constitutiva de uma prova em que ele precisa triunfar. Se, em vez de combater essa tendência, o homem se lhe entrega, morre culpado: faliu. Se, em vez de se lhe entregar, investe contra a idéia de destruir a vida que Deus lhe confiou, a hora da libertação, quando soar, o encontrará isento da mancha de uma ação má, como também dos maus pensamentos que a teriam causado. Combatendo as tendências que o impelem à destruição de si mesmo, evitando as causas que poderiam levá-lo a tal ato de desespero, o suicida não cometeria esse crime. É evidente que o homem pode evitá-lo porque lhe é possível, pela força da sua vontade sustentada na fé, repelir todas as tentações. Por isso aquele que escolheu, como prova, resistir a tentação do suicídio, pode sair vencedor na luta. A bondade de Deus lhe faculta os meios; cabe-lhe alcançar a vitória porquanto – nas provas em que o homem, para purificar o seu Espírito no cadinho da reencarnação, é chamado a vencer suas tendências – Deus lhe deixa a liberdade de escolher entre o Bem e o Mal. Assim, há sempre luta, com possibilidades de derrota ou de triunfo. Na prova do suicídio, quer triunfe, quer sucumba, morre sempre no tempo preciso. Mas Deus, por efeito da sua presciência, vê se o homem vencerá ou sucumbirá. De qualquer forma sempre lhe respeita a inviolabilidade do livre arbítrio. É o que vos temos a dizer sobre o instante da morte, o qual, se fosse fatal, como falsamente muitos o consideram, de modo absoluto e em todos os casos, seria um atentado ao livre arbítrio do homem, arrastando-o, inevitavelmente, ao fatalismo irresponsável.
Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 01/01/1970.

VEJA TAMBÉM:
» QUINTO MANDAMENTO


QUARTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2009

A VIDA E A MORTE

P – Como o CEU da LBV explica as palavras acrescentadas por Moisés ao Quinto Mandamento?

R – Comentando a Primeira Revelação, ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: – Este acréscimo teve por fim levar à obediência, e ao respeito à Lei de Deus, um povo dominado pelo egoísmo e pelo interesse imediato. Daí suas palavras, que seguem o Honra a teu pai e tua mãe: “para que teus dias sejam prolongados na Terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Já explicamos: viver bem, e viver longo tempo, constituía para os hebreus a primeira e única preocupação. Mas, na Terra que habitais, enquanto a ocupardes pela encarnação (ou reencarnação), os seus e os vossos dias não podem ser prolongados. Sob certos pontos de vista, a morte é determinada. Credes, porém, fracas e finitas criaturas, que aquele que se move no infinito e abrange com o seu olhar as plêiades inumeráveis de estrelas, de mundos que ele projetou na imensidade, mede o tempo com os vossos compassos? Tudo é detido em sua marcha, tudo tem determinada a sua duração, ao simples olhar daquele que é o Infinito. Mas a barreira que se ergue diante de vós, não é determinada como o interpretais. A duração da vida se regula pelo princípio que liga o Espírito ao corpo. O cordão fluídico é a mola que põe em movimento o mecanismo corporal. Determinada é a duração desta mola, mas dentro de uma amplitude que não podeis compreender, que não se mede pelos minutos da vossa pêndula. Extensão mais ou menos longa, que é dada de acordo com a maneira por que fizerdes uso dela. É como um pedaço de borracha que se pode esticar até certo ponto, conforme a maior ou menor força, a maior ou menor destreza que se empregue. Embora seja difícil fazer-vos entender esta apreciação, vamos dar o sentido e o alcance do que acabamos de afirmar. A duração do homem tem um limite natural, determinado, no curso regular da existência, pelas leis imutáveis (porque perfeitas) da natureza, pela ação e aplicação dessas leis, de conformidade com os meios e os climas, por isso que os fluídos, que servem para formação dos seres humanos, estão relacionados com os climas sobre os quais eles atuam. E a matéria está em relação adequada com eles, porquanto, segundo a Lei da Harmonia Universal, TUDO É DETERMINADO. Aí, nesse limite natural, é que está o momento irrevogável do fim humano, fim contra o qual o livre arbítrio do homem nada pode, no sentido de prolongar, além dele, a duração do corpo. Eis qual é, em sua verdadeira significação, o instante fatal da morte. Neste sentido é que os dias da criatura não podem ser prolongados: eles não podem ir além daquele limite natural. Mas o livre arbítrio do homem pode, seja por meio de suas resoluções espirituais, a saber, pelas determinações que toma como Espírito, ANTES DE REENCARNAR, seja pelo o uso que faz da sua existência como reencarnado, interromper o curso desta em determinado tempo, entre o instante do seu nascimento e aquele natural limite, que é a hora fatal do fim humano. Neste caso, pelas suas resoluções espirituais, tendo marcado o término da prova, portanto a duração de sua existência terrena, o Espírito fica impedido de atingir o termo geral desta – o seu limite natural. O corpo, então sob a vigilância e a direção dos Espíritos prepostos à tarefa de velar pelo cumprimento das provas, se forma em condições de durar o tempo predeterminado, cabendo, porém, repetimos, ao Espírito reencarnado cumprir todas as obrigações de que dependa a duração dele, até ao fim das provas a que serve de instrumento. Cumpridas que sejam todas essas obrigações, o instante da morte é irrevogável, porém não fatal, no verdadeiro sentido desta palavra, visto ser o resultado do uso que, do seu livre arbítrio, fez o Espírito antes de reencarnar. Todavia, pode o homem, pelo exercício desse mesmo livre arbítrio, pelo abuso que dele faça, pela maneira por que conduza a sua existência, deter o curso desta antes do tempo marcado pelas suas resoluções espirituais, isto é, pelas determinações que tomou, como Espírito, antes de reencarnar. Assim é que o doente usa o livre arbítrio, tanto quanto cuida do seu corpo, para torná-lo capaz de levar a cabo as provas que seu Espírito escolheu, como quandoapressa a sua morte, quer descuidando dele (o que muito se aproxima do suicídio), quer praticando abusos e excessos, desde que tudo isso constitua infração das obrigações que lhe caiba cumprir, para fazê-lo durar até ao fim das provas que escolheu. O tempo não é, pois, limitado segundo o vosso ponto de vista, se bem que o seja em relação ao infinito e às leis que regem o Universo. Sim, o instante da morte é fatal (no verdadeiro sentido da palavra), porque a vida corpórea não pode ultrapassar o limite determinado. Não, o instante da morte não é fatal, relativamente à duração da vossa existência restrita, porque o limite natural, no curso regular da vida terrena, só raramente é atingido, pela razão de que as vossas resoluções espirituais, ou os vossos atos, umas e outros conseqüências do vosso livre arbítrio, impedem que o atinjais. Quando para o homem é chegada a hora de partir, nada pode eximi-lo da partida. E isto se verifica desde que essa hora chegue, ou porque o limite natural tenha sido alcançado, ou por efeito de suas resoluções espirituais, ou em conseqüência de atos seus que, dada a maneira porque haja conduzido a sua existência, constituíram infração das obrigações que ele tinha necessidade de cumprir, para que seu corpo chegasse ao termo das provas. Dentro dessa latitude, que vos é concedida, podeis usar do vosso livre arbítrio que, não sendo assim, não passaria de uma palavra oca, e infalivelmente traria, a todo aquele que raciocina, a idéia de fatalismo, de automatismo, de escravidão moral e espiritual. Há, porém, uma distinção a estabelecer, quanto à duração da vossa existência, restringida, com relação ao limite natural, pelas vossas resoluções espirituais, ou por vossos atos que, conforme o emprego que dais à vida corporal, constituem infração das obrigações que tendes de cumprir, para que vosso organismo dure até o término das provas. De acordo com o que já vos dissemos, para a criatura (homem ou mulher) que cumpriu, que cumpre todas as obrigações, e que – pelas suas determinações espirituais – escolheu uma duração restrita para a sua existência, o instante da morte é e permanece irrevogável. Nesse caso, qualquer que seja o perigo que o ameace, o homem não morrerá se sua hora não tiver chegado. Qualquer que seja a situação em que se ache, os meios apropriados a salvá-lo serão preparados e colocados ao seu alcance, pelos Espíritos prepostos ao encargo de vigiar o cumprimento das provas e expiações. Se, ao contrário, a hora chegou, ele morrerá. Deste fato vós tendes milhares de exemplos: quantas e quantas vezes, no mesmo lugar, uns morrem e outros se salvam? E são casos de naufrágio, de incêndio, de desmoronamentos, de quedas, como vereis na explicação dos Evangelhos de Jesus.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 31/12/1969.


VEJA TAMBÉM:» QUINTO MANDAMENTO

QUARTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2009


UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR

P – Qual a religião que se enquadra na profecia de Jesus? Qual a Igreja que representa um só rebanho para um só Pastor, que é o Cristo?

R – Só mesmo a LBV responde a ambas perguntas porque ela é o CAMPO NEUTRO anunciado por Allan Kardec. Como gostava de dizer Leopoldo Machado, VAMOS LOGICAR: qual a religião de Deus? Deus é católico apostólico romano? Deus é protestante? Deus é espírita? Deus é judeu? Deus é mulçumano? Evidentemente, Deus não pertence a nenhuma religião, a nenhuma igreja particular; todas elas, sim, pertencem a Deus, que não prefere uma em detrimento das outras. Há tantas religiões ou Igrejas quantos são os graus evolutivos das criaturas humanas, determinados pelas suas reencarnações. Claro que a Lei da Reencarnação é tão antiga quanto as criaturas de Deus. Doutrinas anteriores ao Espiritismo são reencarnacionistas, como observou Papus, ou seja, o Dr. Gerard Encausse, doutor em Cabala, médico-chefe do Laboratório do Hospital Charité, de Paris, diretor da revista “L’Initiation”, membro fundador do Grupo Independente de Estudos Esotéricos, da Ordem Martinista, da Ordem Cabalista Rosa Cruz, etc. Escreveu ele: “... Com efeito, a Reencarnação foi ensinada como um mistério esotérico em todas as iniciações da Antiguidade. Eis uma passagem dos ensinos egípcios 3.000 antes da vinda de Jesus, sobre a Reencarnação: antes de nascer, a criança viveu; a morte nada termina. A vida é uma volta; ela passa semelhante ao dia solar que recomeça (Fontane, Egyptes, 424)”. Portanto, é uma infantilidade cada religião se proclamar o rebanho único. As boas ovelhas estão em todos os rebanhos, como revelou a Proclamação do Novo Mandamento. Adverte o Apocalipse, só haverá uma religião, que será A RELIGIÃO: o Cristianismo do Cristo, o Cristianismo do Novo Mandamento, o Amor Universal. E em verdade, ela já está no meio de vós: é a RELIGIÃO DE DEUS!

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 30/12/1969.

QUINTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2009


AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

P – Jesus destacou a importância especial dos mandamentos da Lei de Moisés para os hebreus: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” – respectivamente, Deuteronômio, capítulo VI, versículos 4-5, e Levítico, XIX: 18. Por que, então, não foram ambos incluídos nos Dez Mandamentos da Lei de Deus?

R – Porque o Cristo, ao confiar o Decálogo a Moisés, sabia que os hebreus não estavam preparados para vivê-los: eles só entendiam o “olho por olho, dente por dente”, dadas as condições do seu pouco adiantamento espiritual; preferiu que esses mandamentos figurassem entre as leis civis e religiosas de Moisés, até que, indo pessoalmente aos homens, Jesus pudesse dizer: “Toda a lei e os profetas se acham contidos nestes dois mandamentos” (Evangelho segundo Mateus, XXII: 40). E, pouco depois, concluir: “Eu vos dou o Novo Mandamento: amai-vos uns aos outros. Assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Evangelho segundo João, XIII: 34). Só mesmo o Cristo poderia dar este Novo Mandamento, que substitui todo o Decálogo, de acordo com a Quarta e Última Revelação confiada à LBV. Na verdade, quem for capaz de viver o Novo Mandamento, como Jesus o viveu, cumprirá facilmente os Mandamentos da Lei de Deus. Por isso escrevem os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – Amar a Deus é render homenagem ao princípio do amor, à causa da vida. Criatura ínfima, que pode o homem (ou o Espírito que anima essa forma grosseira) fazer, como testemunho de reconhecimento ao Onipotente, por todos os tesouros que lhe pôs nas mãos, a fim de que deles se utilizem incessantemente? AMAR, porque o amor inspira a submissão, a gratidão e o respeito; porque o amor é o laço – o único – a ligar a criatura ao Criador. E esse amor deve manifestar-se de todos os modos, porque representa a criação inteira. Para amar a Deus, deve o homem limpar seu coração, seu Espírito e seu corpo de todas as nódoas, pois o amor induz à aproximação e tudo o que é impuro não pode aproximar-se de Deus. Deve limpar o corpo porque este é o instrumento com que o Espírito, reencarnado, cumpre suas provas e depura o coração na sua marcha ascensional, através do progresso físico, e por conseqüência o do envoltório corporal, liberta-o da liga impura da matéria cada vez mais, no curso das vidas sucessivas. Para amar a Deus, tem o homem trabalhar continuamente por elevar a sua inteligência, alargar os seus conhecimentos, dilatar sua ciência, porque a ignorância não pode aproximar-se da Onisciência, e tudo o que é AMOR tende a se unir. Amar a Deus é fundir-se na Humanidade, é absorver-se no amor fraternal, por isso que todo homem, como todas as criaturas do Senhor, provém do mesmo princípio, tende ao mesmo fim, é uma parte do Ser dividido ao infinito, para elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 28/12/1969.

QUINTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2009


DÉCIMO MANDAMENTO

P – Como o Centro Espiritual Universalista interpreta o Décimo Mandamento da Lei de Deus?

R – O Centro Espiritual Universalista estabelece a diferença entre a Lei de Deus, confiada por Jesus ao legislador hebreu, e a lei (ou as leis) de Moisés. Porque o CEU não admite as alterações introduzidas no Decálogo Divino pelos homens. Os Dez Mandamentos são aqueles que se encontram nos livros de Moisés: Êxodo, XX: 2 a 17, e Deuteronômio, V: 6 a 21, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Não fazem parte do Decálogo estes mandamentos dados por Moisés ao seu povo: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Deuteronômio, VI: 5), e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico, XIX: 18). À lei de Moises é que se refere o Evangelho segundo Mateus, XXII: 34 a 40, nestes termos: “Entretanto, os fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da lei (de Moisés), para tentá-lo, perguntou-lhe: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?” Respondeu-lhe Jesus: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Destes dois mandamentos dependem toda a lei (de Moisés) e os profetas”. Assim já se podia entender o Décimo Mandamento da Lei de Deus: “Não cobiçarás a casa de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que seja de teu próximo”. Ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – Este Mandamento revela ao homem que não basta evitar qualquer ação má; cumpre-lhe vencer o mau pensamento, porque para Deus, em muitas circunstâncias, vale tanto quanto o próprio ato. Efetivamente, o homem que concebe um mau desígnio, mas não o pode executar, seja por temor das leis, seja porque o impeçam os acontecimentos, não é tão culpado quanto aquele que consegue executá-lo? Faltou-lhe a ocasião – eis tudo. Homens, limpai os sepulcros de vossos corações; purificai os vossos pensamentos; que nenhum deles seja de ordem a vos fazer corar diante de vossos irmãos, pois o que não ousais confessar a homens falíveis, como vós, está exposto aos olhos do Supremo Juiz, que lê claramente no mais recôndito de vossas almas!

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 26/12/1969.


VEJA TAMBÉM:» AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

QUINTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2009


NONO MANDAMENTO

P – Qual a explicação do Centro Espiritual Universalista para o Nono Mandamento da Lei de Deus?

R – Falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: – “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” – Não é o que entra no homem que o contamina ou macula. O que entra pela boca, e vai ao estômago, desce aos intestinos e é lançado fora. O que contamina o homem é o que lhe sobe do coração à boca; são as palavras que levam o mal ao próximo e desafiam a justiça de Deus. A verdade, em toda sua magnitude, deve inspirar as palavras daquele que ama a Deus e procura caminhar pelo reto pensamento. Como ensina o Mestre, todos darão contas das palavras ociosas, ou envenenadas, que proferem. Este Mandamento, apropriado a uma época em que – pelo testemunho de um só homem – um outro podia, em certos casos, ser condenado à morte, se estende avolumando-se de novos princípios, a todos os séculos, até ao fim dos tempos. No período da era hebraica, de que falamos, quando este Mandamento apareceu, bastava que um homem acusasse a outro de blasfemo, ou pecador, para que o acusado sofresse a pena de lapidação. E essas tradições, esses costumes dos hebreus, por longos séculos, e sob diversos aspectos e pontos de vista diferentes, deixaram traços que ainda se notam nas vossas legislações humanas: civis, políticas e religiosas. Não levantar falso testemunho é, em toda ocasião, em todo lugar, em todos os casos, render homenagem à Verdade. É desfraldar, sem vexame nem vacilação, o estandarte da Justiça. É não temer altear o facho de luz e destruir o alqueire que a cobre, para fazê-la brilhar aos olhos de todos. É relembrar as palavras de Jesus: fazei aos homens o que quereis que eles vos façam, porque o mal volta sempre a quem o faz. Não pronunciar falso testemunho é marchar, sempre, de acordo com a própria consciência. É testemunhar o Cristo diante dos homens, sejam quais forem as conseqüências, porque o Bem nunca será vencido pelo mal.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 25/12/1969.

QUINTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2009


OITAVO MANDAMENTO

P – Como o Centro Espiritual Universalista encara o Oitavo Mandamento da Lei de Deus?

R – Mais uma vez, o CEU adverte que não admite ensinamentos de homens, ou de religiões forjadas pelos homens: devolve ao Cristo o que é do Cristo, expurgando sua Doutrina de todos os preceitos enxertados pelos modernos fariseus, que se intitulam representantes de Deus. Neste planeta, em todas as épocas da Humanidade, um só é O REPRESENTANTE DE DEUS – O Cristo. Todos os profetas, e patriarcas, e apóstolos, e evangelistas foram meros instrumentos do Mestre, O ÚNICO E INSUBSTITUÍVEL MESTRE que a Terra possui. E todos os reveladores só aparecem graças à Caridade daquele que é o Salvador dos terrícolas. O CEU une os estafetas do Chefe Planetário, reúne os ensinos que deu aos homens por meio deles, unifica os Evangelhos e o Apocalipse na verdadeira e eterna Doutrina do Novo Mandamento – o Cristianismo do Cristo, jamais o cristianismo caricato dos homens. Falam, agora, os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés, a quem o Cristo confiou a Lei de Deus: “Não furtarás” – O egoísmo e a inveja são inimigos ocultos, que todo homem traz dentro de si. Dois inimigos perigosíssimos, que o levam a apoderar-se de tudo o que lhe desperta a ambição – quer material ou fisicamente, quer intelectual ou moralmente[1]. Dois sentimentos satânicos, verdadeiramente possessores, que o excitam a empregar a força ou a astúcia para conseguir o que deseja, usando todos os meios para atingir os seus fins. Impor ao homem respeito à propriedade de outrem, qualquer que ela seja, é forçá-lo a domar esses princípios de todos os males, conduzindo-o à obediência às leis do trabalho, do amor, da caridade e da justiça, banindo de sua alma o egoísmo e a inveja, filhos da ignorância, da pior de todas as ignorâncias – a ignorância da Lei Divina. Só o conhecimento da Verdade dará forças ao homem para vencer a preguiça, a doença, a miséria, os desregramentos, os desvios, todos os excessos do Espírito e da carne, o instinto ou a vontade do roubo de qualquer natureza, tanto do ponto de vista das pessoas quanto das propriedades de ordem material, intelectual ou moral. Ninguém pode nem deve ambicionar O QUE NÃO LHE PERTENCE POR DIREITO DIVINO – tal o objetivo deste Mandamento.
Alziro Zarur. Doutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 24/12/1969.

___________________

[1] Epístola de São Tiago Apóstolo, cap. 5, vs. 1 a 3: "Atendei agora, ricos, chorai lamentando por causa das vossas desventuras, que virão contra vós. Chorai porque vossas riquezas estão corruptas e vossas roupagens comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata foram gastos pela ferrugem. E sua ferrugem há de ser um testemunho contra vós mesmos, e há de devorar come fogo as vossas carnes. Tesouros acumulastes NOS ÚLTIMOS DIAS" – Eis aí o quadro real do nosso tempo: uma luta desenfreada pelo vil metal, pela conquista do dinheiro da iniqüidade. Subir pelo poder do ouro, enriquecer de qualquer modo, vencer de qualquer jeito! (Alziro Zarur. Mensagem de Jesus Para os Sobrevivente. 8ª Chave Bíblica da Volta de Jesus)

QUINTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2009


SÉTIMO MANDAMENTO

P – Qual a explicação integral do Sétimo Mandamento, no Centro Espiritual Universalista?

R – É a do Espírito da Verdade, aclarando e unificando as Quatro Revelações de Jesus. Falam, pois, os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: “Não cometerás adultério” – A natureza material do homem o impele para a lubricidade. Nada lhe refreia os desejos, desde que se entregue aos instintos animais. E sabeis que esses instintos dominavam naquela época. Não vedes que, ainda hoje, eles arrastam muitos de vossos irmãos a vergonhosos transviamentos? Os laços que prendem, um ao outro, os Espíritos do homem e da mulher, e que os induzem a perpetuar a espécie, têm origem nobre e pura, de onde a materialidade da encarnação os desviou, mas à qual terão de voltar. A proibição de cometer adultério devia bastar, para conter os excessos. Mas, ainda aí, a interpretação obedeceu às necessidades da época: o homem e a mulher casados, se cometiam adultério, eram punidos, ele com a pecha de infame, ela com a pena de morte. Ora, este Mandamento, segundo o espírito, jamais segundo a letra, se estende a toda quebra da união sagrada. Compreende todos os arrastamentos carnais, sejam quais forem, e que rebaixam a Humanidade ao nível dos instintos do bruto. Não vos dizemos – “Deus criou um homem e uma mulher, a fim de provar que uma só existência eles deviam ter”: esse era o lado moral, o fim moral que, sob o véu da letra, Moisés adotara, colocando-se no ponto de vista dos hebreus. Nós vos dizemos o seguinte: os Espíritos se grupam por atração de simpatia. Cada Espírito escolhe o companheiro, ou a companheira, com quem passará o tempo da sua provação. Os Espíritos encarnam, nascem, geralmente em condições que lhes permitam reunir-se. Os que são reciprocamente simpáticos se encontram destinados à união. Entretanto, as disposições materiais de um ou de outro, como encarnados, podem quebrar acidentalmente a harmonia e lhes retardar a união, quer nos limites da encarnação presente, quer até outra encarnação. Assim é que um Espírito se vê repelido, desprezado ou abandonado por outro que lhe é simpático e o chama, isto é, para o qual ele se sente atraído, mas que se deixou seduzir – ou pelos desregramentos carnais, ou pelo orgulho, ou pela ambição, ou pelo amor do ouro. Quando Espíritos simpáticos um ao outro chegam a unir-se na Terra, de acordo com a escolha – feita por eles mesmos, antes de reencarnarem – nada mais haverá que os separe, que rompa os laços dessa união, porque ela se realizou por efeito de idênticas tendências para o Bem. Estes não precisam mais de um Mandamento que lhes diga: “Não cometereis adultério”. Mas, uma vez reencarnados, se eles descuram dos compromissos assumidos na Espiritualidade, compromissos cuja lembrança perderam (se bem que um secreto instinto do coração os relembre) e dos quais a influência da matéria os afasta; se esses Espíritos, homens e mulheres, não procuram na união conjugal mais que uma satisfação passageira, mais que uma combinação matemática ou social, um jogo de interesses ou de orgulho – então os apetites materiais quebram os laços de simpatia espiritual. Neste caso, uma afeição pura não move os corações, os homens e as mulheres procuram compensações na variedade e no mau proceder. A esses diz o Mandamento: “Não cometerás adultério, porquanto, se a ti mesmo impuseste carregar uma pesada cadeia, tens de sofrer todas as conseqüências; tens de, pelo respeito que deves a esse compromisso irrefletido, atenuar a falta que praticaste, contraindo-o, tens de vencer os teus instintos sensuais; tens de dominar a carne e fazer ressurgir a simpatia que deverá reinar, entre o teu Espírito e o da companheira que escolheste, quando começar o dia da liberdade pela volta de ambos à vida espiritual”. Algumas vezes, a união é imposta ao encarnado pela influência e autoridade dos pais, movidos pelo interesse ou pelo orgulho. Tal união constitui, para o que a sofre, uma provação por ele escolhida e que será temporária ou durará toda a vida terrena. No primeiro caso, terá por efeito apenas retardar, no curso da sua encarnação atual, a união simpática por ele escolhida, antes desta; no segundo caso, o efeito será adiar essa união para uma encarnação posterior. E tanto para esse, como para o que se uniu fugindo às suas provas, o Mandamento emprega a mesma linguagem de que usa para com o que, livre e voluntária, mas irrefletidamente, assumiu um compromisso, desviando-se do caminho que devia seguir. Outras vezes, também, certos Espíritos, desejosos de vencer a antipatia que sentem um pelo outro, embora nem sempre seja recíproca, escolhem como provação unir-se humanamente. Ainda a esses o Mandamento diz: “Não cometereis adultério”. Completando nossas observações sobre este ponto, repetimos: destinam-se os Espíritos à união. Antes de reencarnarem, escolhem os que lhes sejam companheiros, a fim de, juntos, passarem o tempo da provação, auxiliando-se mutuamente, ressalvada a possibilidade de uns ou outros fugirem ao cumprimento de suas resoluções na Espiritualidade. Mas, quer isto se dê, quer não, A ESCOLHA – SEJA CONFORME OU CONTRÁRIA AS RESOLUÇÕES ESPIRITUAIS – JAMAIS SERÁ FRUTO DO QUE CHAMAIS “O ACASO”, e sim o resultado da direção impressa às provas. Dessa direção depende ser o Espírito desviado de sua rota, ou livre e voluntariamente, ou porque sofra a imposição de uma vontade. Feita a escolha, e dado que um dos Espíritos ou ambos se afastem do caminho certo, pode acontecer – ou que venham a encontrar-se, ao cabo de certo tempo, na presente encarnação, na qual os reconduzirá um ao outro a mesma simpatia; ou, então, se o caso resultar de antipatia, a intenção de – por prova – viverem unidos. A escolha, reiteradamente feita, acabará por torná-los capazes de vencer a prova: finalmente, não separa o homem o que Deus uniu, isto é, o Amor triunfou. Quanto ao celibato, para uns é prova; para outros desvios. Os que, por prova, se destinam ao celibato, não escolheram companheira para a vida ou, pelo menos (dizemo-lo para não deixar margem a falsas interpretações), não determinaram que se verificasse sua união terrena com outro Espírito. Para explicar todos os casos em que o celibato constitui transviamento, teríamos de descer a muitos pormenores. Basta esclarecer que há celibatários – por egoísmo, por lubricidade, por indiferença, por avareza e por quietismo, doutrina que, assente numa falsa idéia da Espiritualidade, faz consistir a perfeição cristã nainação da alma, em negligenciar as obras exteriores. Há, ainda, o celibato por voto decorrente da condição imposta a todo aquele, homem ou mulher, que se propõe entrar para as ordens monásticas e religiosas. A imposição desse compromisso nasceu de uma falsa interpretação, e de uma aplicação também falsa, das palavras de Jesus: “Há os que se fizeram eunucos pelo Reino dos Céus; aquele que puder compreender isto, que o compreenda”. Palavras que a Igreja Romana não soube nem pôde compreender. O que, a esse respeito, ocorreu, sob o império do véu da letra, postos de parte todos os abusos e desvios, teve a sua razão de ser, mas tem de cessar, e cessará na era do CRISTIANISMO DO CRISTO.
Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 23/12/1969.

QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009


SEXTO MANDAMENTO

P – Como o Centro Espiritual Universalista explica, em toda a sua profundidade, o Sexto Mandamento?

R – O CEU não admite ensinamentos de mestres ou instrutores humanos. Toda a Doutrina do Novo Mandamento é do Cristo, através das Sagradas Escrituras, e dos Espíritos-Guias da Humanidade. Assim, mais uma vez, falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés, sobre a Primeira Revelação: Os Dez Mandamentos da Lei de Deus. Hoje, o Sexto Mandamento – Não Matarás. Não corte aquele, que nada pode criar, o fio da existência das criaturas do Eterno, Deus Todo-Poderoso. Não deixe o homem que em seu coração se desenvolva o instinto destruidor, pois está longe de saber que responsabilidade assume. Este Mandamento, muito vago em seu enunciado, tem um alcance muito maior do que supondes, e ultrapassa de muito os limites do vosso ser. Em cada uma das fases do seu passado, a Humanidade o interpretou segundo as suas necessidades. Agora, já o pode entender de maneira a lhe ampliar a inteligência e conseqüente aplicação. Nos tempos antigos, o “não matarás” significava para os hebreus: “Não derramarás, sem motivo, o sangue de teu irmão”. Mas a pena de morte vigorava para o menor delito, e o sangue das vítimas oferecidas em holocausto corria incessantemente, sobre o altar e, tanto quanto os animais, não eram poupados os escravos. Mais tarde, a pena de morte se tornou menos aplicada. Só o era àquele cujo crime se tinha por bem comprovado. Os próprios animais passaram a ser, em parte, menos sacrificados, quando nada, nas cerimônias do culto. Entretanto, as guerras, a vingança e a crueldade continuaram – como continuam – a derramar sangue por todos os lados. Hoje, os que ouvem a nossa voz, mesmo aqueles que não a compreendem ou a consideram mentirosa, já se levantam contra a aplicação da pena de morte ao criminoso; lutam pelo momento em que não mais se alinhem homens diante de outros homens, para descarregarem, uns contra os outros, seus mortíferos projéteis; e alguns – os que nos atendem, em nome de Jesus – poupam a vida de todas essas criaturas fracas, que Deus lhe pôs no caminho, a fim de despertar a Caridade em seus corações e lhes fazer compreender a solidariedade universal. Mas, nos matadouros, o sangue ainda corre e, aos magotes, sob os golpes do cutelo assassino, caem as vítimas necessárias à alimentação humana. Brevemente, porém, o sangue deixará de ser derramado na Terra:depois do próximo e último Armagedon, o homem não matará, nunca mais. Amará e protegerá o fraco, quer seja este também um homem, quer seja um animal confiado à sua guarda. Compreenderá o Novo Mandamento do Cristo de Deus – A Lei do Amor – e saberá elevar-se acima das necessidades da carne, as quais ainda precisa satisfazer, porque correspondem à organização atual da máquina, mas que diminuirão gradativamente, à medida que o Espírito crescer em sabedoria e ciência, porque, de par com esse crescimento, também gradualmente se modificará o organismo humano. O progresso físico marcha e se desenvolve, paralelamente ao progresso intelectual, moral e espiritual, com os quais guarda relação. As consciências esclarecidas já se levantam, pedindo a abolição da pena de morte. São esforços generosos, no mundo inteiro. Ainda não chegou, porém, o momento: é preciso que se esclareçam as classes inferiores (não inferiores do ponto de vista das condições sociais, mas do adiantamento espiritual). Cabe a todos vós, homens e mulheres libertos da ignorância, com os vossos ensinos e com os vossos exemplos, apressar-lhe o advento realmente glorioso.
Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 21/12/1969.

QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009


QUINTO MANDAMENTO

P – Como o Centro Espiritual Universalista explica o Quinto Mandamento da Lei de Deus?

R – Compreenda os Mandamentos do Senhor, em toda a sua grandeza, aquele que quiser obedecer-lhes. Honra a teu pai e tua mãe, porque estes são os chefes que o Senhor te dá, os guias encarnados que prepôs à tua guarda. Mas os que se encarregam da tua educação, que te desenvolve a inteligência, que vigiam a tua adolescência, não são também teu pai e tua mãe – espirituais? E, por vezes, não fazem mais do que o pai e a mãe segundo a carne, que esquecem seus sagrados deveres e deixam o filho, que o Senhor lhes confiou, entregue aos seus maus pendores, quando não chegam até a fazê-lo ceder às inclinações más que neles predominam, dando-lhe o exemplo do orgulho e do egoísmo, da luxúria, dos vícios e paixões inferiores que degradam a Humanidade e levam o Espírito à perdição, fazendo-o falir nas suas provas? O chefe de Estado, o juiz que governa com sabedoria e faz justiça a todos, que dispensa sua solicitude até ao mais ínfimo dos seus administradores, não é um pai a quem deves honrar, pois governa uma grande família? E, falando assim, nossas palavras se estendem a todo aquele que, como superior, qualquer que seja a sua condição, cumpre santamente suas obrigações para com os seus subordinados. A lei do amor e do respeito deve abranger todas as classes e posições sociais. É a cadeia que liga, uns aos outros, todos os membros da família universal. “A fim de que teus dias sejam prolongados na terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Estas palavras, aditadas à Lei, constituem acréscimo feito por Moisés ao Quinto Mandamento[1], tendo ainda por fim levar a obediência, ao respeito à Lei, homens dominados unicamente pelo egoísmo e pelo instinto do presente. Bem viver, e viver longo tempo, constituía para tais homens a primeira e única preocupação. Pelo ponto sensível, portanto, se impunha prendê-los, e Moisés bem o percebeu. Mas deveis tomar a palavra terra em acepção simbólica, para compreender como a vossa vida poderá prolongar-se na morada que o Senhor vos reservou, no sentido de que mais cedo a ela podereis chegar, cumprindo melhor os vossos deveres. Quer dizer: a morada dos homens e mulheres de merecimento são as esferas superiores, que eles atingem à medida que se elevam, e mais cedo chegarão quanto mais esforços fizerem por se aperfeiçoar. “Honra a teu pai e tua mãe, e teus dias serão prolongados na terra que o Senhor te dará”. Mas, compreendei, essa terra não é o solo que pisam os vossos pés. As dificuldades que surgiram na interpretação dos Mandamentos nasceram de não terem querido (ou não terem sabido) os interpretadores distinguir, do princípio exarado na Lei, as adições feitas à Lei; não souberam separar o que veio de Deus do que veio do homem, por intermédio dos Espíritos, com objetivo humano e transitório. O que, na Lei, vem de Deus é imutável, não podem os homens alterar; o que veio por aquela inspiração espiritual foi o meio de que Moisés se valeu para – atendendo ao presente, segundo a letra, e preparando o futuro, segundo o espírito – auxiliar o progresso humano, de acordo com as necessidades da época.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 20/12/1969.

VEJA TAMBÉM:

QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009


QUARTO MANDAMENTO

P – Qual o verdadeiro significado do Quarto Mandamento da Lei de Deus,alterado pela ICAR?

R – O Centro Espiritual Universalista só admite ensinamentos do Cristo, através de seus emissários legítimos. Esta obra de unificação do CEU não é contra ninguém, mas a favor de todos, com a restauração da Verdade. Ouçamos, portanto, a palavra dos Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: “Lembra-te do dia de sábado para o santificares. Trabalharás seis dias e farás a tua obra, mas o sétimo dia é o dia de descanso, consagrado ao Eterno, o Senhor teu Deus. Não farás coisa alguma nesse dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu hóspede, o estrangeiro que estiver dentro dos muros de tuas cidades”. Este Mandamento, que se transformou numa lei civil de finalidade humanitária, foi imposto aos hebreus para lhes frear o pendor ao abuso do poder. A Lei do Trabalho é indispensável à Humanidade: é pelo trabalho que ela progride, que adquire ou repara. Mas o repouso não é menos indispensável, tanto ao corpo quanto ao Espírito. Dizer aos homens – “dai tempo ao vosso corpo de refazer as suas forças; dai ensejo ao vosso Espírito de se libertar dos cuidados da matéria, a fim de que possa elevar-se ao seu Criador e afastar-se do mundo que o retém cativo, para se alcandorar, por meio da esperança e da meditação, às elevadas esferas que o aguardam” – não teria bastado. Este Mandamento veio trazer um sentimento profundo de filantropia, que os homens não souberam apreciar. Os povos antigos, afeitos aos abusos da força, tinham – todos eles – escravos encarregados de trabalhos rudes, acima da sua capacidade normal. Era preciso assegurar a esses servos um repouso necessário, tornando isto uma obrigação para os seus senhores. Os animais, votados ao desprezo, porque tidos como carentes de almas, de inteligência, considerados como coisas, incapazes da sensação da dor, teriam sidos levados, sem este Mandamento, à extrema fadiga pelo excesso de trabalho; as raças se teriam esgotado; as mais úteis ao homem desapareceriam da face da terra, por efeito da degenerescência. Quanto ao estrangeiro que, considerado hóspede, devia ser respeitado, se este Mandamento não o protegesse – certamente seria oprimido no sábado, por todos os trabalhos de que cumpria se abstivessem os fiéis. Violada estaria a hospitalidade, lei santa que os antigos geralmente respeitavam. Observai que em todos os cultos, agora, existe esta salvaguarda da saúde pelo repouso. Mas nós vos dizemos, irmãos: trabalhai, trabalhai com zelo e coragem, mas nunca ultrapasseis os limites das vossas forças. E, sobretudo, jamais sobrecarregueis de trabalho os vossos inferiores. Os hebreus levavam tão longe a observância do sábado, que a própria terra repousava, não no sétimo dia, mas no sétimo ano. Este método, que parecerá infantil aos modernos agricultores, tinha a sua razão de ser. Sendo menos numerosos os homens, menos as necessidades, possível dar-se à terra o luxo de um repouso que lhe permitia readquirir forças naturalmente, sem os recursos aos artifícios – como adubos em geral – cujo abuso gera muitas das enfermidades de que padeceis, sem lhe descobrirdes as verdadeiras causas. Os rebanhos encontravam pastagens nas terras que repousavam, e a presença deles, ali, bastava para restituir ao solo os sais necessários à reprodução dos vegetais. Voltando ao sábado, meditemos na sentença de Jesus: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Ponde-a em prática, em Espírito e Verdade, porque o Cristo não revogou o sábado: condenou a dureza dos que, zelosos do seu cumprimento, impediam nesse dia até a prática do Bem e da Caridade, como tantas vezes referem os Evangelhos. Em seguida a este Mandamento, no original se lê: “Porquanto o Eterno, o Senhor Deus, fez em seis dias os céus, a terra e o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia. Eis porque o Senhor abençoou o dia do repouso e o santificou”. Há nestas palavras um comentário acrescentado à Lei de Deus por Moisés, a fim de lhe dar mais força e valor aos olhos dos homens. Elas resumem as explicações que ele deu aos hebreus, para que compreendessem a necessidade do descanso que se lhe prescrevia: tão necessário era o repouso que até mesmo Deus o impusera a si mesmo. Falando a homens pouco adiantados, Moisés usava da linguagem que lhe era possível compreender. E ele próprio, conquanto versado nas ciências e mistérios egípcios, não possuía, como encarnado, os conhecimentos que depois o trabalho dos séculos desenvolveu. Quanto à Criação, ele a dividiu em seis épocas e não dias; e o fez, não por efeito de pesquisas científicas, mas sempre com o objetivo de gravar, no coração dos hebreus, o respeito definitivo à Lei de Deus. Este Mandamento, reclamado pelas necessidades da sagrada pessoa humana, impunha o repouso septenário em favor dos fracos; e Moisés obrigou os fortes a se lhe submeterem. Perguntais: – É impossível toda explicação de sábios e sacerdotes, no sentido de conciliares o texto relativo às seis épocas (ou dias) com os dados atuais da ciência humana? Sim, para eles é impossível, porque a própria ciência não tem sobre isso a última palavra. Os cataclismos, que causaram as transformações do vosso planeta, a ciência ainda não os pode calcular, tanto mais quando, tendo sido parciais, muitas vezes fizeram passar de uma parte para outra os elementos de produção. E ainda não chegastes ao termo deles: muitos cataclismos, parciais a princípio, depois gerais, virão a produzir-se, derrocando o estado atual, para destruir o princípio material e levar o vosso planeta ao ponto de partida, isto é, ao estado fluídico, mas agora ao estado em que os fluídos estarão expurgados de todas as moléculas materiais.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 19/12/1969.

QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009


TERCEIRO MANDAMENTO

P – Qual a explicação que o Centro Espiritual Universalista apresenta para o Terceiro Mandamento da Lei de Deus?

R – Eis o que dizem os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: “Não tomarás em vão o nome do Eterno, do Senhor teu Deus; porque o Eterno, o Senhor, não terá por inocente aquele que em vão houver tomado o seu nome”. Este Mandamento tem sido geralmente afastado de seu objetivo. Ele se liga aos dois primeiros, dos quais é corolário. Não devendo perder de vista a unidade de Deus, não devendo prosternar-se diante de nenhuma imagem para adorá-la, também não deve o homem dar o título de Deus, nem atribuir o seu poder, a nenhuma criatura, a nenhuma imitação abençoada, santificada ou entronizada por sacerdotes idólatras. Por extensão, não deve tampouco usar mal do nome do Senhor, desde que esse nome lhe desperta um pensamento sério. Igualmente, se não ainda mais, com referência ao Criador de todos os seres e de todas as coisas, é que se entende a recomendação de Jesus aos homens, para que de nenhuma forma jurassem: nem pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra, que é o escabelo de seus pés (linguagem apropriada ao tempo). Cuidai, pois, de suprimir da vossa linguagem esses juramentos feitos “diante de Deus, à face do Céu”, ou qualquer outra expressão leviana, porque todas quase sempre ocultam, mesmo àquele que as emprega, a ínfima confiança que nelas deposita. Esforçai-vos por encaminhar sempre vosso pensamento ao Senhor, quando invocardes o seu nome. Constitui abuso fazê-lo em circunstâncias culposas ou triviais. A invocação do nome de Deus, feita com o coração cheio de sinceridade, atrai o amparo dos Espíritos Superiores que o pai de família investiu no governo de seus filhos, e que lhes transmitem suas vontades, até que – pela purificação e pelo progresso – a inteligência se lhes ache bastante desenvolvida, para não mais precisarem de intermediários.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 18/12/1969.

QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009


SEGUNDO MANDAMENTO

P – Qual a explicação que o Centro Espiritual Universalista (CEU da LBV) dá ao Segundo Mandamento da Lei de Deus?

R – O CEU não deu, não dá nem dará nenhuma orientação baseada em religiões criadas pelos homens. Por isso é que afirmou André Luiz: “Jesus segue na vanguarda do nosso movimento”. Estamos, como toda a Humanidade, desiludidos de “mestres” e chefes religiosos, por mais inspirados que sejam. O CEU está diretamente subordinado ao Espírito da Proclamação de 7 de setembro de 1959, quando determinou, por inspiração divina: “A RELIGIÃO DO NOVO MANDAMENTO, CUJA ORIENTAÇÃO UNIVERSAL PERTENCE A DEUS, AO CRISTO E AO ESPÍRITO SANTO, PODE SER EXPLICADA, MAS NUNCA REGULAMENTADA OU ADMINISTRADA POR SERES HUMANOS”. Assim, para explicar as Quatro Revelações, da Gênese ao Apocalipse, damos sempre a palavra ao Espírito da Verdade. Eis a sua explicação do Segundo Mandamento: “Não farás imagens esculpidas das coisas que estão em cima, nos céus; nem embaixo, sobre a terra; nem nas águas, sob a terra. Não te prostrarás diante delas, não as adorarás nem as servirás, porque eu sou o Eterno, teu Deus, o Deus zeloso que puno a iniquidade dos pais nos filhos na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e que uso de misericórdia na sucessão de mil gerações com os que me amam e guardam os meus mandamentos”. A unidade de Deus, sendo o princípio fundamental da fé, teve de ser resguardada pelos teólogos. Nossas palavras remontam até à origem da crença: todos os que se achavam à frente do culto a possuíam firme, embora espalhassem outra entre o povo. A idéia da UNIDADE DE DEUS se perpetuou em todas as idades, no seio de todos os povos, ainda que sem o caráter de generalidade. Quer dizer: embora não fosse geral, era partilhada pelos espíritos intelectualmente mais adiantados (se bem que menos virtuosos), que governavam os povos, quer como sacerdotes, quer como filósofos ou sábios. A proibição de fazerem imitações das coisas criadas não significa, para os homens, a obrigação de se privarem de tais reproduções: proibiu-se-lhes, apenas, que se prostrassem diante delas e as servissem, a fim de que a unidade do princípio criador fosse mantida sempre. Mas os homens, materiais por natureza, tinham necessidade de representações também materiais para alimentarem sua fé. Daí a adoração, o culto prestado a representações sem nenhuma importância, isto é, simulacros colocados nos templos como ornatos. Transportai-vos ao Templo de Salomão e, nos quatro cantos do altar, vereis anjos de asas espalmadas, outros voltados para o Oriente, outros para o Ocidente. A representação artística e simbólica não era interdita: era-o, apenas, o culto voltado a essas representações. Aqui, entre parenteses, uma nota do Unificador: esta é a explicação da alínea e do Artigo 2º dos Estatutos da LBV - "edificar o TEMPLO DA BOA VONTADE com os símbolos de todas as religiões e filosofias, para demonstrar como se UNIFICAM todas as crenças no Novo Mandamento de Jesus". Moisés lembrou aos hebreus o poder de Deus, apresentando-o como forte e cioso, isto é, sem admitir a partilha de seus direitos e com a força de os fazer respeitar, mas sem ferir o inocente para punir o culpado até a terceira e a quarta gerações, nem concedendo graça aos culpados através de mil gerações, por favor a um justo que houvesse servido de tronco a essa posteridade. Fraqueza da inteligência humana! Essa punição e essa misericórdia, verdadeiras monstruosidades se entendidas segundo a letra, são – segundo o espírito – a expressão sublime da justiça e, ao mesmo tempo, da bondade infinita de Deus. A explicação e a justificativa de compreender-se aquela sentença desse duplo ponto de vista, vós as encontrais na Lei da Reencarnação, que mostra o castigo a cair sempre, de geração em geração, sobre o Espírito culpado, e a misericórdia de Deus sempre a descer, através das gerações, sobre o Espírito que se depura e progride para o Bem. Os Espíritos geralmente se agregam, formando categorias de seres similares. Ora, compreende-se que esposos culpados atraiam para o seu lar Espíritos pouco adiantados, dispostos a seguir o caminho que eles trilham; do mesmo modo, os que observam a Lei de Deus, e cuja posteridade há de ser cada vez mais virtuosa, atraem, de geração em geração, Espíritos cada vez mais adiantados. Vimos de dizer: “Compreende-se que esposos culpados atraiam para o seu lar Espíritos pouco adiantados, dispostos a seguir o caminho que eles trilham”. Efetivamente, isso é bem compreensível. Antes de tudo, sabeis haver Espíritos que, pouco desejosos de progredir, procuram os laços de simpatia (seja esta oriunda do Bem, seja do mal) que já os prenderam; e outros que, embora impulsionados pelo desejo de progredir, escolhem meios cujas influências perniciosas não podem vencer. Neste último caso, o Espírito é prevenido dos perigos que correrá, uma vez reencarnado, e da queda, quase inevitável, que daí lhe resultará. Se persiste, é por sua livre vontade. Compreendei, de conformidade com esses princípios, a progressão do castigo e da misericórdia. O castigo se verifica na terceira e na quarta gerações porque, pouco a pouco, o Espírito se depura, ou por efeito da encarnação de outros no meio que ele tem preferido, ou por efeito das provações pelas quais aí passa, repetidamente. Desde que um começo de melhora se faz sentir nele, o Espírito entra no rumo do progresso, atrai a si companheiros também mais adiantados e, através de mil gerações, ou muito mais, se vai mostrando cada vez melhor, até atingir, finalmente, a perfeição. Outra nota do Unificador: como se vê logo na Primeira Revelação, dada pelo Cristo a Moisés, a Reencarnação já aparece como a chave de todos os problemas humanos e sociais. É a prova de que todas as religiões anti-reencarnacionistas estão fora da Lei. Nenhuma culpa cabe, portanto, ao codificador do Espiritismo.

Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 17/12/1969.

QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009


PRIMEIRO MANDAMENTO

P – Como o Centro Espiritual Universalista explica o Primeiro Mandamento da Lei de Deus?

R – Antes de tudo, vamos concentrar toda a nossa atenção nos Dez Mandamentos que Moisés recebeu do Cristo: 1- Não terás outros deuses diante de mim. 2 – Não farás imagens esculpidas das coisas que estão em cima, nos céus; nem embaixo, sobre a terra; nem nas águas, sob a terra. Não te prostrarás diante delas, não as adorarás nem as servirás, porque eu sou o Eterno, teu Deus, Deus zeloso que puno a iniquidade dos pais nos filhos na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e que uso de misericórdia na sucessão de mil gerações com os que me amam e guardam os meus mandamentos. 3 – Não tomarás em vão o nome do Eterno, do Senhor teu Deus; porque o Eterno, o Senhor, não terá por inocente aquele que em vão houver tomado o seu nome. 4 – Lembra-te do dia de sábado para o santificares. Trabalharás seis dias e farás a tua obra, mas o sétimo dia é o dia de descanso, consagrado ao Eterno, ao Senhor teu Deus. Não farás obra alguma nesse dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu hóspede, o estrangeiro que estiver dentro dos muros de tuas cidades. 5 – Honra a teu pai e tua mãe. 6 – Não matarás. 7 – Não cometerás adultério. 8 – Não furtarás. 9 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 10 – Não cobiçarás a casa de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que seja de teu próximo. Esta é a Lei de Deus, que se caracteriza pela sua imutabilidade por ser perfeita e eterna, para todos os povos e nações da Terra. A ninguém é dado alterar o Decálogo Divino, como fez a Igreja de Roma, porque o próprio Jesus declarou: “Não vim revogar a Lei de Deus”. Essa loucura da ICAR já está enquadrada no Primeiro Mandamento, que taxativamente ordena: Não terás outros deuses diante de mim. Porque o Senhor Todo-Poderoso é o Deus só e único, o Criador incriado que não tem princípio nem terá fim, aquele que é, aquele de quem, por quem e em quem TUDO É. Portanto, não desvie o homem do seu Criador o pensamento, para concentrá-lo na criatura (mesmo quando se intitula vigário de Deus) e lhe render culto e homenagem devidos tão somente ao Senhor, não porque Ele seja um Deus vingativo, mas porque o homem é um espírito fraco, que facilmente se afasta do caminho certo e penosamente volta a este. É a explicação dos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés.


Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 16/12/1969.

SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2009


OS DEZ MANDAMENTOS

P – O Centro Espiritual Universalista adota os Dez Mandamentos, exatamente como se acham no Pentateuco de Moisés, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Como o CEU interpreta o Decálogo, a chamada Lei de Deus?

R – O CEU não segue as religiões criadas pelos homens. Portanto, vamos dar a palavra aos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: Deus não se comunica diretamente com os homens. Entretanto, segundo o modo de ver dos hebreus, era o próprio Deus quem falava a Moisés e era preciso que assim fosse. Espírito elevado, em relação ao povo que dirigia; médium, em certas circunstâncias, vidente, audiente, ou inspirado, e também de efeitos físicos, de acordo com os casos e necessidades da sua missão, Moisés viu-se obrigado a cercar-se de todo mistério e pompas que os impressionassem, para dar força e valor aos Mandamentos que impunha aos hebreus, para lhes gravar na memória e no coração as ordenações e os estatutos que lhes eram indispensáveis naquela época; obrigado a empregar fórmulas capazes de lhes infundir respeito. Seu Espírito revestiu as três personalidades terrenas conhecidas pelos nomes de Moisés, Elias e João, filho de Zacarias e Isabel, e desempenhou as três missões correspondentes a essas individualidades.

Vamos, agora, explicar-vos o Decálogo em Espírito e Verdade. Vamos dar uma explicação não restrita aos hebreus e aos chamados “cristãos”, mas geral, passível de aplicar-se a todos os povos e a todas as épocas. Diz a Escritura: “Então, fez Deus que se ouvissem estas palavras: Eu sou o Senhor teu Deus que te salvou do Egito da casa da servidão”. Deus, o Criador de tudo o que é, tirou do nada o Espírito (explicaremos, a seguir, o sentido que deveis atribuir a essa palavra tomada à linguagem humana), para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. Foi por sua vontade onipotente que o homem saiu das faixas da matéria, para ensaiar seus primeiros passos na senda espiritual. Foi o Senhor quem lhe mostrou o caminho que o salva da escravidão do pecado, iluminando-o com o facho da Verdade. Falando do Espírito, dissemos que Deus o tirou do nada, para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. O nada, na acepção humana em que empregais esse termo, não existe, é coisa sem sentido, do ponto de vista correlativo de Deus e da Criação.nada, para o Espírito, é a inconsciência do ser. Assim, o princípio espiritual contido nos minerais e nos vegetais está no nada, com relação ao seu ser. nada da matéria propriamente dita é a volatilização dos princípios materiais, que devem aglomerar-se para constituir – quer os corpos, quer os planetas. É assim que foi explicado haver Deus feito sair do nada, do caos, o mundo que habitais; foi porque Ele constituiu em um corpo as moléculas esparsas na imensidade.

Povos da Terra, levantai os olhos! A “coluna luminosa” que vos há de guiar para fora da servidão, que vos há de conduzir à Pátria da Liberdade, ainda se move à vossa frente. O Espírito da Verdade acendeu o farol em que devem concentrar-se os vossos olhares. Caminhai, caminhai sem descanso, pois tendes de chegar à Terra Prometida, onde correm o leite e o mel da palavra de paz e de amor a Deus!


Alziro ZarurDoutrina do CEU. Jornal Gazeta de Notícias (RJ), 14/12/1969.

SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2009


AS QUATRO REVELAÇÕES DE JESUS

A Primeira Revelação de Jesus veio por intermédio de Moisés: é a Lei de Deus nos Dez Mandamentos, o DECÁLOGO REAL como exatamente se encontra no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, isto é, semas alterações introduzidas pela religião humana. A Segunda Revelação é o Cristianismo, que Jesus nos veio trazer pessoalmente, advertindo: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o poderíeis entender agora; quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a TODA VERDADE, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido de mim e vos anunciará todas as coisas que hão de vir; ele me glorificará, porque há de receber do que é meu para trazê-lo a todos vós”. Estas palavras do Cristo estão no Evangelho segundo João, XVI: 12-13-14, e são completadas por estas outras desse mesmo Evangelho, XIV: 24-25-26: “Quem não me ama não guarda as minhas palavras (e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou). Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. Aqui está a prova de que não há uma só Revelação, mas Revelações Progressivas, que vêm de acordo com a evolução da Humanidade até ao final do Ciclo. A Terceira Revelação é a dos Espíritos, cujos instrumentos pioneiros, no Século XIX, foram Kardec e Roustaing. Finalmente, a Quarta e Última Revelação de Jesus é a do Novo Mandamento, unificando todas as Revelações e incluindo a do Apocalipse, que também é do Cristo através de João, o Evangelista. Só agora a Humanidade terá a RELIGIÃO DE DEUS, o verdadeiro CRISTIANISMO DO CRISTO QUE É O DO NOVO MANDAMENTO; somente agora se manifestará o Espírito da Verdade com a REVELAÇÃO TOTAL E FINAL, acima de todos os sectarismos estratificados – religiosos, científicos e filosóficos. E a pedra de toque é exatamente oAPOCALIPSE DE JESUS, que nos desvenda o que vai acontecer até ao final dos tempos. O Paráclito inicia, portanto, o grande trabalho UNIFICADOR, de acordo com a Proclamação do Novo Mandamento: a Igreja do Cristão do Novo Mandamento é a sua própria casa, e cada um passa a ser o Templo do Deus Vivo. Anuncia, por isso mesmo, a próxima volta de Jesus, com a formação de UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR pela reunião efetiva de todas as boas ovelhas, até agora aparentemente separadas, distribuídas por todos os rebanhos. Esclarece, ainda, queTODAS AS RELIGIÕES SÃO EVIDENTEMENTE CRISTÃS, mesmo aquelas que assim não se consideram por se encontrarem nos diversos graus de evolução espiritual. Mas a razão é simples: TODAS AS CRIATURAS SÃO NATURALMENTE CRISTÃS, queiram ou não queiram, saibam ou não saibam, até mesmo as que se dizem materialistas, demonstrando ignorar a verdade da formação da Terra pelo Cristo de Deus, como se lê no capítulo primeiro do Evangelho de Jesus segundo João: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; o Mundo foi feito por Ele, tudo foi feito por Ele e nada do que se fez foi feito sem Ele – Cristo Jesus”. Para esta missão, sem paralelo na História, é que veio o Centro Espiritual Universalista.
Alziro Zarur.

DOMINGO, 12 DE ABRIL DE 2009


A MISSÃO DO CEU (CENTRO ESPIRITUAL UNIVERSALISTA)

Como Alziro Zarur definiu o Centro Espiritual Universalista (CEU), proclamado por ele em 1969.

A missão do CEU é unificar, neste final de ciclo, todas
 as Revelações de Jesusem Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento. É o CAMPO NEUTRO DO CRISTO sem nenhum sectarismo, nenhum ecletismo, nenhum sincretismo, nenhum hibridismo, porque a Verdade não é híbrida, não é sincrética, não é eclética, não é sectária. A DOUTRINA DO CEU É O CRISTIANISMO DO NOVO MANDAMENTO, QUE CONSIDERA CRISTÃ A TODA A HUMANIDADE TERRESTRE. É a Doutrina do Cristo de Deus, acima de todas as perversidades geradas pelas religiões humanas, diletas filhas do Anti-Cristo. Em suma, a Doutrina do CEU é a restauração total do CRISTIANISMO DO CRISTO, sem as divisões e guerras dos que falam em Seu Nome. Por não ser Doutrina de homens, o CEU LIBERTA A PALAVRA DE DEUS das infiltrações da ignorância humana, geradoras dos indefensáveis conflitos religiosos, pois DEUS É UM SÓ E AS REVELAÇÕES LHE PERTENCEM. Sua Doutrina de EVANGELIZAÇÃO e APOCALIPTIZAÇÃO dos povos demonstra que há um Planejamento Divino que, neste final de ciclo, dará “a cada um de acordo com as suas obras”, homem, povo e nação – provando que é IMPRESCINDÍVEL à sobrevivência da Humanidade o CONHECIMENTO DO EVANGELHO E DO APOCALIPSE à Luz do Novo Mandamento, a RELIGIÃO DIVINA, pelos políticos, religiosos, filósofos e cientistas, porque POLÍTICA, RELIGIÃO, FILOSOFIA E CIÊNCIA SÃO QUATRO ASPECTOS DA MESMA VERDADE, QUE É DEUS. Esta Obra, por isso mesmo, só poderia ser realizada pelo Espírito da Verdade, que não se submete aos caprichos humanos, individuais ou coletivos. Disse Jesus: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles” (Mateus, 18: 20). O CEU é, espiritualmente, a reunião de todos aqueles (encarnados ou não) para o trabalho, em nome de Jesus e sob a égide do Novo Mandamento do Cristo Planetário, em prol de um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz – aí está o CEU sob a presidência de Jesus. Cada integrante autêntico do CEU faz suas as palavras do Apóstolo Paulo: "Porventura procuro eu o favor dos homens, ou o de Deus? Procuro eu agradar aos homens? Se agradasse a homens, não seria servo de Cristo Jesus. Mas eu vos faço saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque não o recebi nem o aprendi de homem algum" (Epístola aos Gaiatas, I: 10-12). Portanto, o CEU unificará somente as Revelações Progressivas de Jesus, a partir do Decálogo, restaurando a Verdade Divina deturpada pelos que se dizem representantes de Deus. Só o Cristo de Deus pode ensinar alguma coisa à Civilização Terráquea, porque ELE É O ÚNICO MESTRE DA HUMANIDADE. FIQUE, POIS, BEM CLARO QUE O CEU NÃO SE BASEIA EM DOUTRINAS DE HOMENS – ESTÁ ACIMA DELAS –, POR MAIS ILUSTRES QUE SEJAM. É A GRANDE DEVOLUÇÃO: AO CRISTO O QUE É DO CRISTO. Os reveladores são meros instrumentos do Redentor, na Obra sublime de Salvação de todas as criaturas. Como todos podem perceber, esta é, da Gênese ao Apocalipse, A REVELAÇÃO TOTAL (E ÚNICA) DO CHEFE SUPREMO DA TERRA. E será a CHAMADA GERAL E FINAL, ANTES DO FIM DOS TEMPOS, precedendo a volta triunfal do Cristo de Deus, por Ele mesmo anunciada no Seu Evangelho e no Seu Apocalipse. É fácil prever a difusão de tal obra no mundo inteiro, especialmente agora, nesta Era Apocalíptica. Os tempos chegaram, e é preciso dar à Humanidade a Luz Eterna do Cristo Universal. Todos os soldados do Cristo de Deus serão mobilizados para esse trabalho, que provará ser o Brasil o Coração do Mundo, a Pátria do Evangelho, a Pátria de todas as pátrias porque é a PÁTRIA DO NOVO MANDAMENTO. Esta é a verdade: espiritualmente, o Brasil já está na vanguarda do Mundo. Aí sim, nosso planeta não será mais reino de Lúcifer, que já está desesperado, sabendo que lhe resta pouco tempo. Depois, Satanás em pranto, derrotado e arrependido, iniciará o seu longo calvário, nos planos inferiores, nos milênios sem fim. Deus é tão bom que nem mesmo Satanás se perderá no seu inferno.
Alziro Zarur.

DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2008


DOUTRINA DO CEU:
AS TRÊS MISSÕES DO CRISTO

P – Os incrédulos ouvem a pregação do nosso Posto Familiar, mas fazem perguntas assim: “– De que valeu a vinda de Jesus a este mundo ? E qual a finalidade da sua volta?” Que diz a isso o Espírito da Verdade?

R – O Cristo se manifestará a todos os homens, quando for chegada à hora. ESPIRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA, CUJA FORMAÇÃO PRESIDIU, ENCARREGADO DO VOSSO PROGRESSO E DE VOS LEVAR A PERFEIÇÃO, ELE RECEBEU DO PAI – NOSSO DEUS E VOSSO DEUS – TRÊS MISSÕES IMPORTANTES. As duas primeiras consistiram em preparar, entre os homens, a realização do progresso físico do vosso planeta; do progresso físico moral e intelectual da Humanidade terrestre e da regeneração humana. A terceira consiste em LEVAR A EFEITO A REALIZAÇÃO TOTAL DAQUELA OBRA CONDUZINDO-VOS A PERFEIÇÃO PROFETIZADA. A primeira missão ele a cumpriu estando pessoalmente entre vós e continuou a cumpri-la no estado de Espírito invisível aos homens, com o concurso do Espírito Santo, isto é, dos Espíritos Puros, dos Espíritos Superiores e dos Bons Espíritos, os quais – sempre sob a sua direção – trabalham na sua Obra. A segunda missão é a Era Nova do Espírito da Verdade, que vem – por intermédio dos messias, isto é, dos enviados especiais e dos missionários, errantes e encarnados – conduzir progressivamente as gerações humanas à Verdade, ensinar-lhes todas as coisas e anunciar-lhes AQUELAS QUE HÃO DE VIR. A terceira missão ele a virá cumprir no “fim dos tempos”, como ESPIRITO DA VERDADE TOTAL, trazendo o complemento do Evangelho que é o seu Apocalipse, sem véu. ENTÃO, O CRISTO SE MANIFESTARA AOS HOMENS EM TODO O SEU PODER, EM TODA A MAJESTADE DA SUA PUREZA PERFEITA E IMACULADA, CERCADO DOS ESPÍRITO PUROS, DOS ESPÍRITOS SUPERIORES E DOS BONS ESPÍRITOS, QUE VOS TERÃO PREPARADO E LEVADO AQUELES TEMPOS, EM QUE SEREIS, DO MESMO PASSO, CAPAZES E DIGNOS DE RECEBER O MESTRE E SUPORTAR TODA A VERDADE SEM VÉU. Sim, tudo se cumprirá. Jesus preparou a infância; hoje prepara e desenvolve a inteligência da idade madura. Dentro em pouco, virá colher os frutos de seus trabalhos e receber aqueles, de seus discípulos, que hajam aproveitado os seus ensinamentos. Ninguém se engane a respeito do sentido destas palavras “dentro em pouco”, nem, do sentido das palavras “breve”, “depressa” e outras do próprio Cristo, quando na terra falava do futuro, da aproximação dos tempos, Ele não conta, e vós bem o sabeis, OS ANOS E OS SÉCULOS NA ETERNIDADE COMO CONTAIS OS MINUTOS E AS HORAS, OS DIAS E OS ANOS DA VOSSA EXISTÊNCIA TERRENA.

[ALZIRO ZARUR. Doutrina do CEUGazeta de Notícias, 13/09/1970]

DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2008


DOUTRINA DO CEU:
A VOLTA DE JESUS
P – Disse o Mestre aos seus discípulos: “Não tereis percorrido todas as cidades de Israel antes que volte o Cristo”. Como o Espírito da Verdade explica essas palavras ?

R – Temos de reunir estas passagens dos Evangelhos: Mateus, X: 23-27 e Lucas XII: 1-3 e VI: 39-40.

MATEUS: 23 – Quando, pois, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: não tereis percorrido todas as cidades de Israel antes que venha o Filho do Homem. 24 – O discípulo não está acima do Mestre, nem o servo acima do Senhor. 25 – Basta ao discípulo ser como o mestre e ao servo como o senhor. Se ao pai de família chamaram Belzebu, quando mais aos seus domésticos! 26 – Não os temais, porém, porque nada há oculto que não venha a ser revelado e nada secreto que não venha a ser conhecido. 27 – O que vos digo nas trevas dizei-o às claras; o que escutais no ouvido pregai-o sobre os telhados.

LUCAS: 1 – Tendo-se reunido grande multidão em torno de Jesus, de tal modo que uns aos outros se apertavam, entrou ele a dizer aos seus discípulos: guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 – porquanto nada há de oculto que não venha a ser conhecido, 3 – Assim o que dissestes nas trevas será ouvido às claras, e o que houverdes dito ao ouvido dentro dos aposentos, será pregado de sobre os telhados. 39 – Também lhes propôs esta comparação: pode, acaso , um cego guiar outro cego ? Não cairão ambos no fosso? 40 – O discípulo não está acima do seu mestre ; mas todo discípulo perfeito se for como o seu mestre .


As palavras de Jesus se aplicam principalmente, no tocante às perseguições físicas, aos apóstolos e aos seus seguidores até a época do ADVENTO DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E LIVRE EXAME DAS ESCRITURAS SAGRADAS, em que já seria respeitada a vida dos homens. Aplicavam-se especialmente, atenta a profecia da volta do Mestre, aos tempos – marcados pelo Senhor – que se seguiram á Revelação do Espírito da Verdade, da qual vos é portadoraA ERA NOVA DO CRISTIANISMO DO CRISTO, APLICANDO-SE IGUALMENTE A NOVA MISSÃO DOS APÓSTOLOS E SEUS SEGUIDORES, MISSÃO QUE VAI PRECEDER A SEGUNDA VISITA DO CRISTO, POR ELE MESMO PREDITA QUANDO DESEMPENHAVA A SUA MISSÃO TERRENA. Sob todos os aspectos, elas se referem á época em que eram ditas e ao futuro, em todos os séculos. Portanto, deveis imitar aquele que vos conduz . O amo não é mais do que o servo quando o servo se coloca a altura do amo (altura moral, bem entendido). Procedei. pois, como o vosso Mestre: Praticai a Moral que ele vivia, dentro do seu Novo Mandamento, e atingireis a felicidade eterna. “Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra”. Com relação a todos vós, chamados a propagar a fé e espalhar a Nova Revelação no seio dos povos civilizados (os quais, portanto, não têm e não terão que temer e sofrer se não às perseguições morais), aquelas palavras significam: NÃO DESANIMEIS DIANTE DOS OBSTÁCULOS E, SE TIVERDES DE ENFRENTAR ESPÍRITOS ENDURECIDOS E REBELDES, DEIXAI-OS POR ALGUM TEMPO E IDE A OUTROS, A FIM DE OS ENCAMINHARDES AO SALVADOR. “Em verdade vos digo: não tereis percorrido todas as cidades de Israel antes que volte o Cristo”. AS CIDADES DE ISRAEL SÃO, SOB O VÉU DA ALEGORIA, TODAS AS NAÇÕES DA TERRA, do mesmo modo que a geração a qual Jesus se dirigia é a geração de Espíritos que purificados com o auxilio do tempo das expiações e reencarnações sucessivas, executarão, NAS ÉPOCAS PREDITAS, AS COISAS ANUNCIADAS.


[ALZIRO ZARUR. Doutrina do CEUGazeta de Notícias, 12/09/1970]

TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2008



O PRECURSOR DE JESUS
Esclarece o Espírito da Verdade:

A MISSÃO DO PRECURSOR DE JESUS 
P – As palavras de Jesus sobre a figura de João, o Batista, são realmente consagradoras. Qual, segundo o Cristo de Deus, a missão do Precursor, na análise do Espírito da Verdade?

R – Antes vamos harmonizar: MATEUS, XI: 7-15, LUCAS, VII: 24-30, e XVI: 16.

MATEUS: 7 – Logo que eles se foram embora, começou Jesus a falar de João, dirigindo-se ao povo nestes termos: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 – Que é que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Na casa dos reis é que vivem os que se vestem assim. 9 – Que é que, então, fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais que profeta; 10 – porquanto dele é que está escrito: Eis que envio na tua frente o meu anjo, que vai preparar-te o caminho. 11 – Em verdade vos digo: nenhum dos nascidos de ventre de mulher é maior do que João Batista, mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 12 – Desde os dias de João até o presente, o reino dos céus sofre violência e os violentos os arrebatam; 13 – pois, até João, todos os profetas e a lei profetizaram; e, 14 – se quereis saber, ele á Elias que há de vir. 15 – Ouça quem tiver ouvidos de ouvir.”

LUCAS: 24 – Logo que foram os mensageiros de João, entrou Jesus a falar dele à multidão, dizendo: “Que é que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25 – Pergunto: que é que fostes ver? Um homem trajando roupas finas? Na casa dos reis é que se encontram os que se vestem magnificamente, e vivem nas suas delícias. 26 – Que é, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, certamente, e eu vos digo: mais do que profeta. 27 – Porque de João é que está escrito: Eis que, na tua frente, envio meu anjo, para te preparar o caminho adiante de ti. 28 – E por isso eu vos digo que, dentre os nascidos de mulher, nenhum ainda houve maior do que o Batista; mas aquele que for o menor no Reino de Deus é maior do que ele.” 29 – Todo o povo, e os publicanos que o ouviram, se submeteram aos desígnios de Deus recebendo o batismo de João. 30 – Mas os escribas e os doutores da lei desprezaram os desígnios de Deus para com eles, não se fazendo batizar por João. XVI: 16 – A lei e os profetas duraram até João, desde então, o Reino de Deus é pregado aos homens e cada um lhe faz violência.

Falando de João nesses termos, Jesus dava testemunho da missão que o Precursor viera desempenhar, assim como anunciava A NOVA E FUTURA MISSÃO QUE ELE DESEMPENHARÁ, e lançava a pedra fundamental em que assentaria o edifício da regeneração da Humanidade. A época do aparecimento de Jesus na Terra, sob a forma corporal humana, vos é indicada como sendo a base do progresso que nas idéias se havia de produzir. E elas se elevaram, lentamente, é verdade, mas o bastante para se despojarem do envoltório material que as constringia. E tendem a elevar-se, cada vez mais, para às regiões espirituais. O ACABAMENTO DESSA GRANDE EMPRESA, A CONTINUAÇÃO DA OBRA DE JESUS, EIS A TAREFA QUE NÓS DESEMPENHAMOS, SOB AS VISTAS E A DIREÇÃO DO MESTRE.Referindo-se ao Precursor, disse Jesus à multidão: “Fostes ver um profeta? Sim, e mais do que profeta, porque dele é que está escrito:"ENVIO À TUA FRENTE O MEU ANJO, PARA TE PREPARAR O CAMINHO.” Jesus se exprimiu assim porque João, Espírito adiantado, já atingira um grau de elevação mais alto que os dos profetas. Contai os séculos de trabalho e de saber, decorridos depois da existência de Elias, e entendereis que, comparando os profetas, nas diversas épocas em que apareceram, COM ELIAS REENCARNANDO COMO PRECURSOR DO CRISTO, Jesus mostrava a longa trilha de progresso que fora percorrida. Hoje,ELIAS, É MUITO MAIS AINDA QUE O ELIAS DOS HEBREUS. Ao cumprir sua derradeira missão, encerrando sua passagem pela Terra, maior ainda será, não sob o aspecto da austeridade dos costumes e do Espírito, mas sob o aspecto do poder e da ciência. NADA HÁ IMUTÁVEL NA CRIAÇÃO: O PROGRESSO MORAL SÓ PODE PARAR NO SEIO DE DEUS. Ele prossegue sempre, até ao instante em que atinge, aos pés do Eterno, os últimos limites da perfeição moral. QUANTO AO PROGRESSO EM CIÊNCIA UNIVERSAL, ESTE É INDEFINIDO: PARA O ESPÍRITO QUE SE TORNOU PERFEITO, VEM ELE DIRETAMENTE DE DEUS A QUEM, TODAVIA, O ESPÍRITO JAMAIS SE PODERÁ IGUALAR.
JOÃO ESPÍRITO E JOÃO HOMEM
P – No ponto em estudo, Jesus afirma: “Em verdade vos digo que nenhum dos nascidos de ventre de mulher foi maior do que João Batista; entretanto, o menor no Reino do Céu é maior do que ele”. Como o Espírito da Verdade explica esta assertiva do Mestre?

R – Falando desse modo, Jesus procurava impressionar fortemente os homens atrasados a quem se dirigia. Apresentando-lhes João, que tão grande era na Terra, como inferior ao que fosse o menor no Reino dos Céus, intentava desenvolver naqueles homens a aspiração por esse reino e o desejo de alcançá-lo, ouvindo e guardando as palavras do Precursor e as suas próprias palavras, seguindo os caminhos que ambos traçaram: A DIFERENÇA ESTABELECIDA POR JESUS ENTRE JOÃO HOMEM E JOÃO ESPÍRITO DIZIA RESPEITO AOS ENTRAVES DA MATÉRIA. Por mais elevado que seja, o Espírito sofre sempre a influência do corpo que o constrange. Mas, por isso mesmo, o Senhor não se serve de uma só medida, como faz a Humanidade, para julgar dos atos de seus filhos. Quantas vezes o homem anatematiza seu irmão, por faltas derivadas da organização da máquina, E FECHA OS OLHOS ÀS FALTAS GRAVES PROVENIENTES DE DESVIOS DO ESPÍRITO. João humanizado era naturalmente menor do que João Espírito. E Jesus, comparando-o ao menor no Reino dos Céus, queria que o homem compreendesse aDIFERENÇA QUE EXISTE ENTRE O ESPÍRITO LIVRE DE ENTRAVES E O ESPÍRITO APRISIONADO NO CORPO. ALÉM DISSO, AFIRMAVA INDIRETAMENTE (SOB O VÉU QUE SÓ A NOVA REVELAÇÃO PODERIA LEVANTAR) SER SUPERIOR A JOÃO, PORQUE ELE – JESUS – NÃO NASCERÁ DE VENTRE DE MULHER. E isso constitui a prova definitiva do que ensinamos a respeito da origem do Cristo e da virgindade de Maria Santíssima.

ELIAS DE NOVO NA TERRA

P - Já sabemos que João era o “Elias que há de vir”, conforme às Sagradas Escrituras. Mas que diz o Espírito da Verdade sobre a “futura missão” de Elias?

R – Disse o Mestre: “Se quiserdes compreender, João é o Elias que há de vir”. E concluiu, dizendo: “Ouçam os que têm ouvidos de ouvir”, Ele o fez para chamar a atenção, tanto dos homens daquele tempo como dos homens do futuro, para as palavras que acabava de proferir, AS QUAIS ENCERRAVAM UM SENTIDO OCULTO, pois o Elias que havia de vir já viera. Sabeis que Jesus tinha a presciência do futuro: TODOS OS SÉCULOS VINDOUROS SE LHE PATENTEAVAM AOS OLHOS. Essas palavras, portanto, devem hoje prender-vos a atenção, tal como sucedeu na época em que foram ditas: CUMPRE QUE CONCLUAM A OBRA TODOS AQUELES QUE A COMEÇARAM. Assim, não acrediteis que, terminada a sua missão terrena, como Precursor do Cristo, João tenha deixado de trabalhar pelo progresso da Terra. Na condição de Espírito, ele continuou a cumprir sua missão. Neste momento, quando se prepara a volta de Jesus ao vosso mundo, escutai a palavra de Elias, que novamente clama aos povos, dizendo: “Arrependei-vos! Aproxima-se a hora do julgamento, e a morte pode surpreender-vos e entregar os Espíritos culpados à expiação na erraticidade e, depois, as penas e angústias da reencarnação! Não vem longe o instante em que a Terra passará pelo cadinho da depuração, em que OS MAUS SERÃO SEPARADOS DOS BONS; O INSTANTE EM QUE OS ESPÍRITOS CULPADOS E REBELDES, VOLUNTARIAMENTE CEGOS, SERÃO DEPORTADOS PARA OS MUNDOS INFERIORES, ONDE TERÃO DE EXPIAR A SUA REBELDIA DURANTE LONGOS SÉCULOS! ORAI E VIGIAI, PARA NÃO SERDES SURPREENDIDOS; PURIFICAI-VOS PORQUE, EMBORA USURPADORES DESEJEM PENETRAR NA MORADA CELESTE, SÓ OS ELEITOS ALI RECEBIDOS. E TODOS VÓS SOIS DESTINADOS A FIGURAR ENTRE OS ELEITOS, OS QUE TAL SE TORNAREM PELO SEU MERECIMENTO!” Ouçam os que tem ouvidos de ouvir: Moisés – Elias – João, o Precursor, revive no meio de vós. Sua presença assinala imenso progresso, tanto no terreno espiritual quanto no moral e intelectual-científico. Sua missão é a doAMOR UNIVERSAL, CONSEQUÊNCIA DO NOVO MANDAMENTO QUE O CRISTO VOS LEGOU, HÁ QUASE DOIS MIL ANOS. Os tempos chegaram, com as clarinadas imortais do Apocalipse! Breve, também tereis na Terra os casos de aparição IDÊNTICOS AO DA APARIÇÃO DE JESUS, ISTO É, POR INCORPORAÇÃO PURAMENTE PERISPIRÍTICA, MEDIANTE O REVESTIMENTO DE UM PERISPÍRITO TANGÍVEL COM A APARÊNCIA DO CORPO HUMANO! COMO VOS DIZ A PALAVRA DE DEUS: O CRISTO VOLTARÁ COM OS SEUS ANJOS!


ALZIRO ZARUR: A VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO

Que valor tem UM HOMEM DE DEUS? Os jornais, as revistas, as emissoras de rádio e televisão, em sua quase totalidade, dão mais destaque aos políticos, aos filósofos, aos cientistas e... aos gênios do esporte. O pobre HOMEM DE DEUS está desacreditado, dizem os doutores das comunicações. Que é, para eles, afinal, o HOMEM DE DEUS? "O padre chato, o pastor truculento, o espírita nefelibata, o umbandista carnavalesco, o rabino convencional": É o que eles dizem. E, no entanto, JESUS declarou que João, o Batista, era O MAIOR DOS NASCIDOS DE VENTRE DE MULHER. Só não foi maior que o MESTRE, porque JESUS não nasceu de mulher (e, por isso, dizemos Virgem Maria). Mas vamos pensar um pouco: O Precursor não era cientista, não era filósofo, não era político. Nem era sacerdote de nenhuma religião. Como, então, podia ser o maior dos homens do planeta? A AFIRMAÇÃO DO CRISTO LIQUIDA TODOS OS ARGUMENTOS DAS RELIGIÕES ANTI-REENCARNACIONISTAS. O batizador João era simplesmente Moisés, o Homem que foi, ao mesmo tempo, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário do povo hebreu. Por isso, concluiu o CRISTO: "João é mais do que Profeta". Ora, só entende a multiplicidade dos Ciclos Espirituais quem compreende a necessidade das múltiplas vidas humanas, para o aperfeiçoamento do Espírito. Eis um trecho da palestra que um teosofista, o Comandante Strauss, proferiu na Cruzada de Religiões Irmanadas: "... Se não admitirmos a reencarnação, jamais poderemos compreender o que se passa. Mas é preciso, também, ter uma noção mais clara da reencarnação. O que reencama não é a pessoa: é o EGO SUPERIOR. Pode-se fazer uma comparação com um ator e os papéis que ele representa. Quando o ator, hoje, representa Hamlet, por exemplo, ele se lembra de que, antes, representou Fausto. Mas o Hamlet da peça ignora a existência do Fausto. A experiência adquirida num papel permite ao ator melhorar sua representação no papel seguinte. Por esta forma simplista, pode-se ter uma idéia de como, de uma para outra reencarnação do mesmo EGO, se propagam os resultados das experiências, MAS NÃO A LEMBRANÇA DESSAS EXPERIÊNCIAS: como quem estuda piano esquece os exercícios, mas fica com a técnica adquirida por meio deles, assim nós, com o desenvolvimento ou os defeitos provenientes de encarnações anteriores do nosso EGO, mas sem a lembrança dos acontecimentos das vidas anteriores. Quando, porém, pelo exercício espiritual, expandimos a consciência do EGO, podemos ter a noção simultânea de todas as encarnações. Estando identificado com a consciência central, tem a soma total dos conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores. Os seres que atingem esse desenvolvimento não devem mais reencarnar na superfície da Terra, pois nada mais têm a aprender aqui. Quem consegue isto torna-se um Iluminado, adquire o direito de dizer EU SOU QUEM SOU.” Quem foi que disse que me conhece? Certamente foi alguém que também não se conhece...
Alziro Zarur