Doutrina do CEU II - Continuação






SEXTA-FEIRA, 02/11/1970

O PODER E A AUTORIDADE

P – Destacamos, do ponto em estudo, estes versículos: Mateus, 1 – “E Jesus deu aos doze Apóstolos poder sobre os Espíritos impuros, para os expulsarem, e o de curar todos os males e enfermidades”; Marcos, 15 – “E lhes deu o poder de poder de curar as doenças e de expulsar os demônios”; Lucas, 1 – “Jesus, tendo reunido seus doze Apóstolos, lhes deu poder e autoridade sobre todos os demônios e o poder de curar as enfermidades”. Ainda este versículo 8 de Mateus: “Curai os doentes , ressuscitai os mortos , limpai os leprosos , expulsai os demônios”. Ao Espírito da Verdade perguntamos: qual (despojado da letra o Espírito imortal) a significação dessas palavras do Cristo de Deus?
                                                  
R – Os Apóstolos aprovados eram Espíritos evoluídos , encarnados em missão, e que aceitaram as condições rigorosas da primeira fase de suas existências humanas, FASE QUE LHES PRECEDEU A VOCAÇÃO, A FIM DE CONCORREREM PARA A OBRA DE REDENÇÃO DA HUMANIDADE. Em seus trabalhos tiveram o auxilio dos Espíritos Superiores, que os acompanharam sempre, neutralizando neles a influencia da carne sobre o Espírito , adicionando-lhes às faculdades aquelas de que dispunham . DESSE CONCURSO RESULTARAM AS GRANDES COISAS QUE OS APÓSTOLOS REALIZARAM, depois da ascensão de Jesus. Eles aceitaram aquela existência humana , cuja primeira parte devia transcorrer em condições tão humildes quanto vulgares, para melhor fazerem sentir a transformação do portageiro, do pescador ignorante empregador inspirado, manejador de todos os idiomas , capaz de operar “milagres” à vista das multidões maravilhadas . Assim, Jesus deu aos Apóstolos poder e autoridade sobre todos os maus espíritos , o poder de curar todos os males e enfermidades, de restituir a saúde aos doentes, de ressuscitar os mortos , de purificar os leprosos , de expulsar os demônios (obsessores) - dando-lhes a assistência, o apoio e o concurso dos Espíritos Superiores, sustentados estes Pelos Espíritos Puros, que tem PODER IMEDIATO sobre todos os Espíritos maus, bem como o de curar todas as enfermidades e RESSUSCITAR OS MORTOS SEGUNDO O ENTENDER DOS HOMENS. Os Apóstolos - já o sabeis - eram médiuns , quer dizer: intermediários dos Espíritos Superiores que os assistiam, junto aos homens . Com o auxilio das faculdades mediúnicas , sob a ação e a influência medianímicas , é que eles falavam e operavam, contribuindo para a Obra de Regeneração Humana. Para expulsarem os maus Espíritos, isto é, PARA LIBERTAREM OS HOMENS DA SUBJUGAÇAO, TANTO CORPORAL QUANTO CORPORAL E ESPIRITUAL OU MORAL, ORDENAVAM AOS OBSESSORES QUE SE AFASTASSEM DA VÍTIMA , EMPREGANDO AS MESMAS PALAVRAS DE QUE USAVA O MESTRE: “SAÍ DESSE HOMEM!” E os obsessores se afastavam no mesmo instante, por ato da vontade dos Espíritos Superiores. Para restituir a saúde aos doentes , limpar os leprosos, curar todos os males e enfermidades, impunham as mãos e ungiam com óleo os enfermos, operando pela própria vontade e pela ação magnética humana. Ao mesmo tempo, os Espíritos Superiores, associando sua vontade à deles POR MEIO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL, escolhiam, e lhes punham ao alcance, os flúidos apropriados aos efeitos, aos resultados que tinham de ser obtidos, á cura que se havia de operar. Entendei: UNGIAM COM ÓLEO MUITOS DOENTES APENAS PARA TORNAR A AÇÃO QUE EXERCIAM MAIS COMPREENSÍVEL AOS HOMENS. NENHUMA NECESSIDADE TINHAM, PARA OBTEREM A CURA, DE RECORRER A ÊSSES MEIOS MATERIAIS, EXTERNOS , PORQUANTO A MÃO DO MAGNETIZADOR HUMANO OU A VONTADE DO CRISTO TERIAM ENVIADO, SEM ISSO AO ORGANISMO DOENTE OS FLÚIDOS DE QUE SE ACHAVA CARREGADO O ÓLEO .Aplicando o das oliveiras, usavam dos meios postos a seu alcance, a fim de mostrarem que tudo pode servir para a execução dos desígnios de Deus, quando se tem a fé inabalável. Quanto às palavras “RESSUSCITAI OS MORTOS”, tratai de compreendê-las em Espírito e Verdade. As Leis Naturais, que Deus estabeleceu desde toda a eternidade, são IMUTÁVEIS, e a vontade – também imutável – do Criador NÃO AS DERROGA NUNCA, NEM JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO, ISTO É, AO CADÁVER. Jesus precisava, para o bom êxito de sua missão terrena, para que ela produzisse os devidos frutos naquele momento e no futuro, impressionar fortemente a imaginação dos homens atrasados da época, apropriando, ao mesmo tempo, a linguagem às crenças e aos preconceitos dos hebreus. Precisava preparar as gerações que teriam de receber, nos tempos determinados pelo Senhor e quando o indispensável progresso estivesse realizado, a Nova Revelação que fora predita e vos é trazida hoje pelo Espírito da Verdade. O estado cataléptico, reconhecido mais tarde, era quase ignorado dos antigos que, solícitos em afastar de si os focos de infecção. QUEIMAVAM SEUS “MORTOS” OU OS ENCERRAVAM EM TÚMULOS. LOGO QUE SE APRESENTAVAM SINAIS INDICADORES (PARA ELES) DA CESSAÇÃO DA VIDA ! Muitas expiações, pelo fogo ou pela fome, assim se verificaram naquelas épocas em que a ignorância dos homens servia para que muitos pagassem crimes cometidos em existências anteriores. Dissemos que os antigos quase ignoravam o estado cataléptico, porque somente alguns homens – mais adiantados – tinham dele noção: esta era, porem, muito vaga, porque não há compreendiam, nem espiritual nem cientificamente. Os Apóstolos, os discípulos, a multidão em volta, a turba dos escribas, dos fariseus e dos sacerdotes O DESCONHECIAM COMPLETAMENTE. Os Evangelistas, médiuns historiadores inspirados, reproduziram (debaixo da influencia e da inspiração mediúnicas) tal qual Jesus as pronunciara, estas palavras: “Ide...e ressuscitai os mortos”. Empregaram as expressões de que dispunham para relatar os fatos, mas SEM POSSUIREM O SEGREDO DO PENSAMENTO QUE JESUS OCULTAVA SOB AQUELAS PALAVRAS, AS QUAIS – PARA ELES COMO PARA OS OUTROS HOMENS – FICAVAM SUJEITAS ÀS INTERPRETAÇÕES HUMANAS. Já o dissemos e insistimos : todas as ressurreições de pessoas consideradas mortas pelos homens - tanto no Velho quanto no Novo Testamento da Bíblia Sagrada – não foram mais que a suspensão do estado cataléptico. Todos os indivíduos tidos por mortos estavam nesse estado, não se havendo produzido neles o rompimento do laço que prende o Espírito ao corpo. Considerados por todos como mortos, mortos teriam eles ficado , realmente, sem o socorro dos Espíritos Puros e dos Espíritos Superiores, os quais – com a sua vontade poderosa  e com o seu poder magnético – assistiam tanto os Profetas (que, inconsciente desse concurso, atribuíram à ressurreição do “morto” a uma ação direta de Deus) quanto os Apóstolos  (que, também inconscientes dessa presença, atribuíram todas as “ressurreições” à ação direta do próprio Jesus . Mas – quer com relação aos Profetas , quer com relação aos Apóstolos – os Espíritos Puros e os Espíritos Superiores agiam sob a direção do Cristo , pois, como sabeis e jamais podereis perder de vista, Jesus é O PROTETOR E GOVERNANTE SUPREMO DO VOSSO PLANETA. PRESIDIU A SUA FORMAÇÃO E, DESDE ESSES TEMPOS IMEMORIAIS, O DIRIGE, COMO TAMBEM A HUMANIDADE TERRESTRE, QUE SERÁ POR ELE CONDUZIDA A PERFEIÇÃO.
GN, 03/11/1970


QUINTA-FEIRA, 01/11/1970


IDE E PREGAI

P – Desejamos saber o que significam duas passagens do capitulo em estudo: “Não procureis os gentios e não entreis nas cidades dos  samaritanos; ide, antes em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel”. Principalmente esta: “Ide e pregai, dizendo: o reino de Deus está próximo!” Quais o sentido e o alcance de tais palavras de Jesus, segundo o Espírito da Verdade?

R – Quanto a primeira, Jesus queria – antes de tudo – ensinar o apoio aos parentes, aos olhos dos homens os laços da fraternidade, da família e da pátria. Igualmente, queria evitar se agitassem desde logo os preconceitos dos judeus, que se julgavam OS UNICOS APTOS A RECEBER OS BENEFÍCIOS DE DEUS. Esses gritariam: “Sacrilégio!” se vissem os discípulos do Cristo falando de arrependimento e pregando a Palavra do Senhor aos que eles, os hebreus, consideravam excluídos pelo próprio Deus da parte da herança que lhes devia tocar. Assim, a pregação aos gentios se faria mais tarde, a tempo e hora. Os samaritanos, como sabeis, formavam seita dissidente do hebraísmo. E gentios eram TODOS OS QUE NÃO PROFESSAVAM A FÉ DOS JUDEUS. Quanto a segunda entendei: o Reino de Deus está próximo todas as vezes que o homem aceita os meios de chegar a esse reino. O Cristo ensinava aos homens as virtudes humanas, que lhes poderiam abreviar a serie das provações terrenas. Portanto, O REINO DE DEUS ESTAVA PRÓXIMO PARA OS QUE LHE SEGUIAM OS ENSINAMENTOS. Ainda hoje, hoje mais do que então, Jesus – por nosso intermédio - diz aos verdadeiros cristãos: - O Reino de Deus está próximo porque não mais se vos apontam CAMINHOS INDIRETOS para chegardes lá. Não vos podeis mais extraviar, tomando FALSA DIREÇÃO. Servindo-se dos ESPÍRITOS DO SENHOR, que vos trazem a Nova Revelação. Ele vos mostra a estrada reta e continua em que todos vos deveis entrar. Ele vos assinala previamente ,apontando-os com o dedo mediante esta Revelação, os obstáculos que vos detiveram os passos até agora, e diz: - EVITAI-OS! EU VOS ESTENDO AS MÃOS PARA VOS AJUDAR A TRANSPÔ-LOS! E vos mostra os sítios de repouso, onde podereis readquirir  as forças gastas na jornada: a prece, o amor e a fé, praticados sinceramente e não apenas com os lábios. Mostra-vos a verdade, a vos clarear o caminho com o seu facho divino, caído o véu que, por tanto tempo, vos impedia de ver essa claridade libertadora do Evangelho, que restitui a vista aos cegos. Mostra-vos a esperança, a vos estender a mão e vos conduzindo ao lugar em que descansareis. E vos mostra o amor poderoso do vosso Deus, abrindo-vos as portas do santuário, pensando-vos as chagas, curando-vos as feridas; o amor que, no limiar da morada celeste, vos diz: VINDE TODOS VÓS, QUE CHAMEI DOS QUATRO CANTOS DO MUNDO E REPOUSAI DE TODAS AS VOSSAS DORES! Não vos equivoqueis quanto ao sentido destas palavras figuradas que acabamos de vos dirigir, e que a vossa inteligência pode facilmente compreender. O LUGAR EM QUE DESCANSAREIS é o espaço infinito, onde os Espíritos bem-aventurados gozam, numa eterna atividade, da alegria dos eleitos, QUE TODOS OS HOMENS SÃO CHAMADOS A GOZAR E DA QUAL TODOS GOZARÃO. Esse repouso, ou descanso, exprime a calma do Espírito que chegou ao termo de suas provações, mediante a comparação com um viajante extenuado, que alcançou o lugar em que repousará, depois da fadiga da marcha e dos rigores do sol. Mas, bem o sabeis, tanto para o Espírito que chegou ao fim de suas provações, como para aquele que percorre o caminho delas, O TRABALHO E NÃO A INÉRCIA NUMA CONTEMPLAÇÃO ETERNA, CONSTITUI A LEI IMUTÁVEL, DENTRO DA ETERNIDADE, NA CONDIÇÃO DE OBREIRO E SERVO DO PAI QUE TRABALHA SEMPRE, QUE CRIOU, CRIA E CRIARÁ INCESSANTEMENTE! Todavia, para o Espírito que chegou ao fim de suas provações, o trabalho não é o que é para vós. Ele encontra no trabalho uma alegria imensa, complemento da que lhe está prometida. O trabalho, para nós, é MIL VEZES MAIS SUAVE DO QUE, PARA VÓS, O REPOUSO INDOLENTE DA EXISTÊNCIA TERRESTRE.
GN, 02/09/1970
            

QUARTA-FEIRA, 31/10/1970

LIGAR E DESLIGAR

P – Disse o Espírito da Verdade: “Jesus atuava humanamente sobre a imaginação humana de seus discípulos e figuradamente aludia à missão de todos os que, como os apóstolos, seriam destacados para levar, de porta em porta, a Palavra de Deus”. Quais o sentido e o alcance destas palavras, referentes aos discípulos: “para os convencer de que por toda parte os acompanhava o Mestre, LIGANDO O QUE ELES LIGASSEM E DESLIGANDO O QUE ELES DESLIGASSEM”? E destas outras, referentes a todos os que viviam a Moral que pregavam. “Esses se punham e se põem nas condições de ligar e desligar, na terra como no céu”?

R – Os verdadeiros sucessores dos Apóstolos de Jesus podiam alcançar os mesmos privilégios, COM A CONDIÇÃO DE ADQUIRIREM E MANTEREM A MESMA PUREZA, ASSIM É QUE AQUELES DENTRE VÓS QUE TENTAREM, COM TODAS AS SUAS FORÇAS, ELEVAR-SE AO SENHOR, PODEM LIGAR E DESLIGAR NA TERRA, CERTOS DE QUE LIGARAM E DESLIGARAM, IGUALMENTE, NO CÉU. Mas a acepção verdadeira, na qual a vossa humanidade deve entender essa faculdade, é a seguinte: o homem não pode traçar a linha de conduta que o Senhor haja de seguir, nem, portanto, lhe ditar suas maneiras de ver. O Espírito encarnado, porem, tendo atingido certo grau de elevação, pode e deve compreender, de antemão, as vontades do Supremo Juiz. Eis por que, pelos atos humanos, o mesmo Espírito se encontra em estado de sentir, dentro de si mesmo, a sentença que será proferida e, pela sinceridade do arrependimento, a indulgência com que o Juiz sentenciará. Tal o sentido em que deveis entender aquelas palavras, que o orgulho humano falseou, fazendo-as exprimir um ato arbitrário (arrogando-se o poder de absorver ou condenar, concedendo ou recusando a absolvição, de perdoar ou não os pecados, não como simples declaração MAS COMO SENTENÇA PROFERIDA EM JULGAMENTO); um tráfico vergonhoso,  pela venda de indulgências, e não uma faculdade altíssima, de cujo uso aquele que tais palavras abusaram SENTIAM BEM, E SENTEM HOJE MAIS DO QUE NUNCA, SER INCAPAZES. Servindo-nos dos termos ligar e desligar, empregamos as expressões que as Escrituras adota, e que explicaremos de modo especial, quando chegar à ocasião. Os discípulos fieis de Jesus eram Espíritos elevados, que não se deixavam dominar pelo sentimento da animosidade pessoal e que, com segurança, julgavam do Espírito e não do homem, visto que se achavam em condições de apreciar (pela inspiração que recebiam sob a influencia e a ação espirituais) o valor daqueles a quem se dirigiam. Se, portanto, encontravam Espíritos retos e humildes, eles os abençoavam, exortando-os a seguir a trilha do único Mestre; e Jesus lhes aprovava o proceder. Se, ao contrario, se viam diante de Espíritos atrasados, cujas provas longe estavam de chegar a seu termo, rebeldes ao que eles pregavam, sacudiam contra esses a poeira que traziam nos pés, isto é, se afastavam, porque OS ESPÍRITOS DE ORDEM SUPERIOR NÃO SE JUNTAM AOS ESPÍRITOS CULPADOS E SOBRE ESTES DEIXAVA O SENHOR CAIR O PESO DA EXPIAÇÃO, POR MAIS DOLOROSA QUE TIVESSE DE SER; E AI ESTÃO OS FRUTOS DO ERRO DA IGREJA, APOIANDO-SE NAS PALAVRAS QUE JESUS DIRIGIA A ESPÍRITOS EM MISSÃO NA TERRA, ELA ACREDITOU PODER APOSSAR-SE DA HERANÇA DE INFALIBILIDADE QUE, NOS APÓSTOLOS APROVADOS, O ESPÍRITO SANTO VIERA SELAR, isto é, da infalibilidade que, por ordem do Senhor, lhes vinha da assistência, da inspiração, do amparo, da proteção, do concurso permanente dos Espíritos Superiores, esquecendo-se, entretanto, de chamar a si a herança de santidade, de virtudes e de elevação moral por eles deixada. Pretendeu ela, portanto, fazer uso de armas que, era incapaz manejar;: ter em suas mãos – vazias da pureza das mãos dos Apóstolos fieis. E MUITAS VEZES MANCHADAS, A CHAVE DA MORADA DE TODA A PUREZA. Assim repeliu os eleitos e acolheu os repelidos. Voluntariamente cega, mergulhou cada vez mais nas trevas que o orgulho e confiança em si mesma geraram. Ela despertará, porém, neste final de ciclo: a trombeta do Juízo Final vai retumbar para ela nos quatro cantos do mundo. Os Anjos do Senhor aparecerão em sua gloria, não do modo por que ela o diz, nas suas errôneas interpretações, mas da gloria da pureza. E os discípulos fiéis do Cristo, reencarnados para acabarem a obra que começaram, VIRÃO AGORA LIGAR E RELIGAR NA TERRA, E O SENHOR LIGARÁ E DESLIGARÁ NO CÉU, POIS DELES É TAL MISSÃO. E O JULGAMENTO NÃO SE ACHARÁ INQUINADO DE NULIDADE! Coragem, pois, filhos da nossa Igreja – A IGREJA DO SENHOR – porque breve esta o tempo em que o Mestre e os discípulos aparecerão de novo entre vós vossos olhos desvendados verão O JUSTO nas nuvens do céu, em que ao Anjos (isto é, os Espíritos purificados) descerão à terra, para vos estenderem seus braços fraternais. Entoai cantos de alegria, rejubilai, rejubilai, porque essa hora já se aproxima!
GN, 01/09/1970





TERÇA-FEIRA, 3010/1970

A MISSÃO DOS APÓSTOLOS

P – Depois de quase dois mil anos, nem todos entendem as instruções dadas por Jesus aos seus Apóstolos. Como o Espírito da Verdade analisa o assunto?

R – Harmonizemos Mateus, X: 1 e 5-15; Marcos, III: 15 e VI: 7-13 e Lucas, IX: 1-6.

MATEUS: 1 – Tendo reunido os doze apóstolos, Jesus lhes deu poder sobre os Espíritos impuros, a fim de os expulsarem, e o de curar todas as doenças e enfermidades. 5 – E enviou os doze, depois de lhes dar as instruções seguintes: “Não procureis os gentios e não entreis nas cidades dos samaritanos; 6 – Ide, antes, em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 – Ide e pregai, dizendo: o reino dos céus está próximo; 8 – curai os doentes, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios, daí de graça o que de graça recebeis. 9 – Não tenhais ouro, nem prata, nem qualquer moeda nos vossos cintos, 10 – nem alforge para viagem, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão: porquanto o obreiro é digno de que o sustentem. 11 – Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, perguntai onde há um justo e permanecei em sua casa até que partais de novo. 12 – Ao penetrardes na casa saudai-a, dizendo: que a paz esteja nesta casa. 13 – Se a casa for digna disso, vossa paz descerá sobre ela; e, se não for, vossa paz voltará para vós. 14 – Quando alguém não vos quiser receber e não vos escutar as palavras, ao sairdes da casa ou da cidade onde tal se deu, sacudi o pó dos vossos pés. 15 – Em verdade vos digo: no dia do juízo, menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
                                 

MARCOS: 15 do III – E Jesus lhes deu o poder de expulsar os demônios. VI: 7 – Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os Espíritos imundos. 8 - Recomendou-lhes que levassem consigo apenas o bordão; que não levassem nem alforge, nem pão, nem dinheiro nos cintos; 9 – que calçassem unicamente suas sandálias, mas não cuidassem de ter duas túnicas. 10 – E lhes dizia: na casa, em que entrardes, permanecei até partirdes de novo. 11 – Quando encontrardes pessoas que não vos queiram receber nem escutar, sacudi, ao vos retirardes, a poeira dos vossos pés, dando assim testemunho contra elas. 12 – Tendo partido, os apóstolos pregavam aos povos que fizessem penitência; 13 – expulsavam muitos demônios e ungiam com óleo muitos doentes, curando-os.

LUCAS: 1 – Jesus, tendo reunido os doze apóstolos, lhes deu poder e autoridade sobre todos os demônios e o poder de curar enfermidades. 2 – E mandou que fossem pregar o reino de Deus e curar os doentes. 3 – E lhes disse: não leveis em viagem nem bordão, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. 4 – Na casa em que entrardes ficai, e dela não saiais. 5 – E, quando encontrardes pessoas que não vos queiram receber, sacudi, ao deixar-lhes a cidade até o pó dos vossos pés, para que isso constitua um testemunho contra elas. 6 – Os apóstolos partiram e foram de aldeia em aldeia, evangelizando e curando os enfermos por toda parte.

- Jesus mandou que os apóstolos pregassem, primeiro, aos da sua nação “humana”, para que mais se apertassem os laços da fraternidade, da família e da pátria. Proibiu-lhes se munissem do que quer que fosse, a fim de que eles compreendessem bem que, missionários do Senhor, deviam tudo esperar dele no tocante às coisas da vida E NENHUMA IMPORTÂNCIA DAR AO BEM-ESTAR MATERIAL. Recomendou-lhes que abençoassem os lugares onde encontrassem boa acolhida e que sacudissem a poeira dos pés onde os repelissem para os convencer de que por toda parte os acompanhava o Mestre, ligando o que eles (não os seus pretensos sucessores) ligassem e desligando o que eles desligassem. Jesus atuava humanamente sobre a imaginação humana de seus discípulos quando, ao pronunciar palavras positivas, se dirigia àqueles a quem falava. Ao mesmo tempo, aludia figuradamente à missão de todos os que, como os Apóstolos, seriam destacados para levar, de porta em porta, a Palavra de Deus. Dizemos figuradamente porque ELE TAMBÉM SE DIRIGIA ÀS GERAÇÕES FUTURAS, QUE VIRIAM COLOCAR-SE NAS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS À EXECUÇÃO DESSA OBRA. MAS, SE O PREFERIS, PODEIS USAR O TERMO “PROFETICAMENTE”, SE BEM QUE AQUELA PROMESSA DEVERIA CUMPRIR-SE EM TODOS OS SÉCULOS. Se é certo que tem havido pastores infiéis ou falsos profetas, não menos certo é que sempre houve, também, guardas severos de seus rebanhos, praticantes da Moral que pregavam de coração limpo, não unicamente com os lábios. ESSES, SIM, É QUE SE PUNHAM E SE PÕEM NAS CONDIÇÕES DE LIGAR E DESLIGAR, NA TERRA COMO NO CÉU. VÓS OS CONHECEIS PELA VIVÊNCIA PERMANENTE DO NOVO MANDAMENTO DO CRISTO DE DEUS. Os discípulos tinham de espalhar a Verdade, como hoje vos cumpre a mesma tarefa. Ponde-vos, pois, a caminho, seguindo os verdadeiros discípulos do Salvador, que vos preparam as estradas. Entrai nelas resolutamente, porque está próximo o fim dos tempos!
GN, 30 E 31/08/1970




SEGUNDA-FEIRA, 29/10/1970



OS APÓSTOLOS DE JESUS

  P – Muitos não entendem como Jesus, a maior potência espiritual abaixo de Deus, pôde ter entre seus Apóstolos um traidor. Como o Espírito da Verdade explica esse fato?

R – Harmonizemos Mateus, X: 2-4, Marcos, III: 13-14, 16-19, e Lucas, VI: 12-19.

MATEUS: 2 – Estes são os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, que é chamado Pedro, e André, seu irmão; 3 – Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 – Simão Cananeu e Judas Iscariotes, que o traiu.


MARCOS: 13 – Subindo a um monte, chamou Jesus a si os que quis e acudiram ao seu chamado. 14 – Designou doze para estarem com ele e para serem enviados a pregar, dando-lhes o poder de curarem enfermidades e expulsarem demônios, 16 – a saber: Simão, a quem deu o nome de Pedro. 17 – Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais chamou Boanerges, que significa filhos do trovão. 18 – André, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão Cananeu 19 – e Judas Iscariotes, que o traiu .

LUCAS: 12 – A esse tempo, tendo Jesus subido a um monte para orar, lá passou toda a noite falando com Deus. 13 – Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu entre eles doze, chamando-lhes apóstolos: 14 – Simão, a quem chamou de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João, Felipe e Bartolomeu, 15 – Mateus e Tomé, Tiago, filho de Alfeu, e Simão Zelote; 16 – Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 17 – Jesus, em seguida, desceu com eles do monte e se deteve numa planície, cercado dos discípulos e de grande multidão de toda a Judéia, de Jerusalém e das regiões marítimas de Tiro e de Sidon, 18 – gente que viera para ouvi-lo e para ser curada de suas enfermidades. Também eram curados os que se achavam possessos de Espíritos imundos. 19 – Todos procuravam tocá-lo, porque dele saía uma virtude que a todos curava.

Jesus, para os homens, subira a um monte, a fim de orar, e ali passara a noite, falando com Deus. Na realidade, porém, VOLTOU ÀS REGIÕES SUPERIORES DE ONDE PRESIDE A MARCHA DO VOSSO PLANETA E DISTRIBUIU AS ORDENS DO TODO-PODEROSO. Lá permaneceu enquanto esteve fora das vistas humanas. Quando amanheceu, tornando-se novamente visível e tangível, chamou os discípulos e procedeu, entre eles, à escolha dos doze apóstolos. Quanto os apelidos que lhes deu, TINHAM POR FUNDAMENTO O CARÁTER E A MISSÃO DE CADA UM DOS APELIDADOS. Entre os doze estava Judas Iscariotes, que traiu seu Mestre. Conforme vereis, pelas explicações que mais tarde daremos, JUDAS ERA UM ESPÍRITO ELEVADO EM INTELIGÊNCIA; MAS PEDINDO PERMISSÃO PARA AUXILIAR JESUS, SE ENCARREGARA DE UMA MISSÃO ACIMA DE SUAS FORÇAS. TOMARA UM PESO SUPERIOR AO QUE LHE ERA POSSÍVEL SUPORTAR, E POR ISSO FALIU. Quando chegar o momento, nós vos diremos como foi essa missão pedida, como lhe foi concedida e como foi ele arrastado a falir. Relativamente à cura das enfermidades e ao afastamento dos Espíritos obsessores, já recebeis todas as explicações. Finalmente compreendeis o que era A VIRTUDE QUE SAÍA DE JESUS: eram os fluidos que, por ato de sua vontade e do seu poder magnético, ele dirigia sobre os doentes – principalmente os que dele se aproximavam – para operar aquelas curas maravilhosas. E NENHUMA DELAS FOI MILAGRE.
GN, 29/08/1970





DOMINGO, 28/10/1970

   

OVELHAS SEM PASTOR

  P – A revelação do Novo Mandamento é a última palavra de Jesus à Humanidade, neste final de ciclo. Agora sabemos que HAVERÁ UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR. Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem evangélica das ovelhas sem pastor?

  R – Evangelho segundo Mateus, IX: 35-38.

35 – Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino, curando todos os males e enfermidades. 36 – E, vendo aquelas multidões, teve piedade delas, pois estavam maltratadas e jaziam por ali como ovelhas sem pastor. 37 – Então, disse aos seus discípulos: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 – Rogai, pois, a Deus que mande trabalhadores para a sua seara”.

- Os homens, entregues a si mesmos, precisavam ser grupados sob uma lei a que pudessem obedecer, porquanto a Lei de Moisés (apesar de todos os Mandamentos de Deus) se lhes tornara, no tocante às prescrições materiais, um jugo que repeliam, como fazeis hoje com o que, na Lei da Igreja, é obra meramente humana – os mandamentos humanos, as interpretações humanas que, fazendo aditamentos ao Decálogo e ao Novo Mandamento, os alteraram, falseando-lhes o sentido e a verdadeira aplicação. Ora, a multidão era grande. Dispondo de tempo limitado para estar entre os homens, Jesus concitava seus discípulos a reunirem em torno dele TODOS OS DE BOA VONTADE QUE PUDESSEM PREGAR A MORAL PURA, QUE ELE ENSINAVA. O Pastor vigilante precisava de outros pastores que fossem, por toda parte, arrebanhar suas ovelhas. Não nos cansaremos de repetir: TUDO TEM SUA RAZÃO DE SER. Tanto da parte dos incumbidos de continuar a obra de Moisés, como da parte da igreja encarregada de continuar a obra de Jesus, tudo o que ocorreu tinha de ocorrer, de acordo com os tempos e as inteligências, sob a ação e por entre as lutas da razão humana e do livre arbítrio do homem, a se debaterem nas mãos possantes do progresso. TUDO TEM SUA RAZÃO DE SER, CONFORME AS ÉPOCAS E A CADA FASE DA VIDA DA HUMANIDADE, QUE VAI RECEBENDO PROGRESSIVA E SUCESSIVAMENTE, EM CADA ERA, NOS TEMPOS PREDETERMINADOS PELO SENHOR E MEDIANTE UMA NOVA REVELAÇÃO, O DESENVOLVIMENTO E A EVOLUÇÃO ADEQUADOS AO ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS. A hora da letra passou e, nos vossos dias, em que se abre uma era nova, Jesus – vendo (como ao tempo da sua missão terrena) todos os povos carregados de males e dispersos como OVELHAS SEM PASTOR -  deles se compadece, e lhes dá o Espírito da Verdade. Nós vimos, em seu nome e por ordem do Senhor, repetir-vos as palavras que o Mestre dirigiu aos seus discípulos: “A SEARA É GRANDE, MAS OS TRABALHADORES SÃO POUCOS. ROGAI, POIS, A DEUS QUE MANDE TRABALHADORES PARA A SUA SEARA”. Tratai de reunir, em torno de vós, todos OS HOMENS DE BOA VONTADE, que possam pregar a moral que Jesus ensinou. Pastor vigilante, o Cristo convoca todos os pastores que possam arrebanhar as suas ovelhas, sejam quais forem suas crenças, em todos os cantos da Terra. Cristãos do Novo Mandamento, ide – guiados pelos Espíritos do Senhor – restaurar os ensinos do Salvador! Ide a todas as nações, e explicai-lhes a Nova Revelação, com as instruções daqueles Espíritos, virtudes do Céu que de lá se abalaram para vos amparar; exortai a todos os vossos Irmãos, pela palavra e pelo exemplo, na ordem material, moral e intelectual, à prática do trabalho e da fraternidade, da Caridade e do AMOR UNIVERSAL. Tendes de reconduzir ao divino aprisco as ovelhas desgarradas, que erram pelas charnecas do erro e da mentira, presas do fanatismo, da intolerância, da superstição, do despotismo religioso ou da incredulidade materialista. Ide e dizei que é chegada a hora do espírito que salva, formando UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR!
 GN, 28/08/1970



SÁBADO, 27/10/1970


O POSSESSO MUDO

P – Nada como a Luz da Verdade para sobrepujar a força da treva. Já que o Espírito da Verdade falou da cura dos cegos, poderia agora explicar o caso do mudo possesso?
                                        
  R – Vejamos Mateus, IX: 32-34 e Lucas, XI, 14-20.

MATEUS: 32 – Logo que eles saíram, apresentaram a Jesus um homem mudo, possesso do demônio. 33 – Tendo sido este expulso, o mudo falou. E a multidão, admirada, dizia: “Nunca vimos coisa semelhante em Israel!” 34 – Mas os fariseus diziam: “Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios!”.

LUCAS: 14 – Jesus expulsou o demônio de um homem que estava mudo e, logo que o demônio saiu, o mudo falou e todo o povo se encheu de admiração. 15 – Mas, entre os populares, alguns diziam: “É por Belzebu, príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.” 16 – Outros, para o tentarem, lhe pediam um sinal do céu; 17 – Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse: “Todo reino dividido contra si mesmo será desolado, e casa sobre casa cairá. 18 – Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá subsistir o seu reino? Sim, porquanto dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 – Ora, se é por Belzebu que eu expulso os demônio, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso serão eles mesmos os vossos juízes. 20 – Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, é que o reino de Deus já desceu até vós.

- Exercendo uma ação fluídica sobre os órgão da voz, da palavra, é que o mau Espírito – obsessor daquele homem, a quem chamavam “possesso do demônio” – o tornava mudo, subjugando-o completamente. Da mesma forma que o obsessor do cego lhe paralisa a vista, como o obsessor do surdo lhe inutiliza o ouvido (cobrindo cada um desses órgãos com uma parte do fluido que o envolve e retirando-lhe, assim, momentaneamente, as faculdades), o obsessor do mudo também lhe paralisa a voz, privando-a da faculdade de falar. Jesus ordenou ao Espírito mau que abandonasse a vítima. Tendo-se afastado o obsessor, cessou a ação fluídica que produzia a mudez, e o mudo falou. A SUBJUGAÇÃO A QUE ESTAVA SUJEITO O HOMEM E A SUA CONSEQÜENTE MUDEZ ERAM, PARA ELE, UMA PROVAÇÃO E UMA EXPIAÇÃO. Quando observardes uma punição, procurai do outro lado o abuso, falta ou crime a cuja reparação ela se destina. O mudo, constrangido a guardar silêncio, quando as palavras e a ânsia de se exprimir lhe fervilhavam no íntimo, EXPIAVA UM ABUSO DE ELOQÜÊNCIA: ORADOR DE TALENTO, CONTRIBUÍRA PARA ARRASTAR MULTIDÕES A ERROS PROFUNDOS. Expiava, portanto, a sua leviandade. Mas a provação e a expiação da mudez lhe foram impostas por limitado tempo. Sofrera o castigo sem resmungar, resignado e paciente. Por isso mesmo, Jesus o libertou. A acusação dos fariseus e dos sacerdotes era análoga à que hoje procura atingir os conhecedores das Leis Espirituais. Não são eles acusados de manter relações com Satanás? Não é ao “demônio” que AINDA HOJE acusam de vos pregar o Novo Mandamento contra a “Igreja de Jesus Cristo”? Assim sendo, é fácil compreender a acusação que fizeram ao Mestre. “Se me odeiam a mim – disse Jesus – também vos odiarão a vós”. Caminhai, portanto, nas suas pegadas, firmando-vos na sua resposta que é irrespondível: “Se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes”. Por estas palavras, o Cristo aludia aos que, seguindo-lhe os passos, procuram purificar-se e elevar-se espiritualmente, expulsando os “demônios” pelo jejum e pela oração. Os verdadeiros CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO são esses filhos dos homens que se purificam e se elevam acima de seus pais, pois se tornam seus juízes naturais, diante da LEI DE DEUS.
GN, 28/08/1970



SEXTA-FEIRA, 26/10/1970

QUANDO O HOMEM PODE CURAR

P – Disse Jesus: “Tudo o que eu faço vós o podereis fazer”. Gostaríamos de fazer esta pergunta ao Espírito da Verdade: – Poderá o homem, realmente, curar como o Cristo curava?

R – Tudo é possível àquele que crê, como vos ensinou o Mestre. Para chegar, de modo seguro e previsto, a curar a cegueira, a surdez, a mudez, todos os males e enfermidades como os curava Jesus, é preciso que o homem, ao mesmo tempo, SE ELEVE ESPIRITUALMENTE E SE PONHA EM  CONDICÕES DE APRECIAR O VALOR DOS FLUÍDOS DE QUE SE POSSA SERVIR , DE CONHECER E DISTINGUIR A NATUREZA, OS EFEITOS E AS PROPRIEDADES DE AÇÃO DOS FLUÍDOS VIVIFICANTES, FORTIFICANTES E REPARADORES, DOS FLUÍDOS PURIFICADORES E REGENERADORES, PRÓPRIOS A DESTRUIR AS CAUSAS DE ENFERMIDADES E DOENÇAS, TANTO QUANDO ESSAS CAUSAS SEJAM INTERNAS PELO VICIAMENTO DO ORGANISMO, COMO QUANDO SEJAM EXTERNAS.  Neste ultimo caso, os fluídos purificadores e regeneradores destroem e devoram de pronto, com muito mais eficácia e muito melhor do que por meio de uma intervenção cirúrgica, as substancias estranhas causadoras do mal. Os fluídos fortificantes e reparadores se destinam a destruir as causas de enfermidades de origem nervosa ou paralisante. Toda enfermidade que contribua, de maneira sensível, para modificar a existência ordinária do homem é PROVAÇÃO OU EXPIAÇÃO. A cegueira, quer permanente, quer temporária, é imposta – como provação ou expiação – segundo o grau de culpabilidade, àquele que recusou auxílio a seus irmãos, que abusou de suas faculdades, fossem elas quais fossem, e que assim ficou SUJEITO A SOFRER A PENA DE TALIÃO. Terá de viver na dependência dos outros e suportar as privações resultantes da ausência daquelas faculdades QUE FORAM SUA FORÇA E SEU ORGULHO EM EXISTÊNCIA ANTERIOR. Perguntais quanto à proibição, de Jesus aos dois cegos, de falarem da cura que neles acabara de operar. Pois bem: tinha por objetivo NÃO DAR A CRER AOS HOMENS QUE SE VALEU DE MEIOS HUMANOS, PROPRIOS A CRIAR UMA REPUTAÇÃO HUMANA. Aquele que tais coisas fazia, proibindo que as divulgassem, não podia passar – aos olhos de seus irmãos – por ser um charlatão ou um homem comum, ávido de uma fama que atraísse doentes, tendo em vista vantagens mercantis. JESUS, EM CERTAS OCASIÕES, COMO QUE SE CERCAVA DE MISTÉRIO, PARA QUE A FAMA DOS SEUS “MILAGRES” CRESCESSE, REALÇADA POR ESSA AURÉOLA FASCINANTE: PROCEDIA SEMPRE DE ACORDO COM AS CIRCUNSTÂNCIAS E COM O MEIO EM QUE SE ACHAVA. Os efeitos tirados das leis naturais então conhecidas deviam ter um alcance moral, MAS NEM TODOS ESTAVAM APTOS A RECEBÊ-LO NAS MESMAS CONDIÇÕES. Para uns a publicidade era necessária, outros acolhiam mais favoravelmente o que lhes contavam com a sombra do mistério. O grande talento do médico está em SABER APLICAR O MEDICAMENTO NA DOSE APROPRIADA A FORÇA DO DOENTE.
GN, 25/08/1970




QUINTA-FEIRA, 25/10/1970

CEGOS CURADOS

P – Só mesmo os ignorantes das Leis Divinas podem acreditar em “milagres”, com derrogação dessas Leis. Como o Espírito da Verdade explica, ainda, a cura dos cegos no Evangelho segundo Mateus, IX: 27-31?

R – Vamos recordar.

MATEUS: 27 – Ao sair Jesus dali, dois cegos o seguiram, clamando: “Filho de David, tem compaixão de nós!” 28 – Quando entrou na casa, os cegos se aproximaram e ele lhes perguntou: “Credes que eu possa fazer o que me pedis”? Os dois responderam: “Cremos, Senhor!” 29 – Então, ele lhes tocou os olhos, dizendo: “Seja feito conforme à vossa fé” 30 – Os olhos de ambos se abriram, e Jesus lhes proibiu, terminantemente, que falassem do fato, dizendo: “Vede que ninguém o saiba”. 31 – Mas os dois se foram e espalharam por toda a parte a fama do Mestre.

A cura dos cegos se operou como todas as outras curas materiais, anteriormente registradas: por ato da vontade do Cristo e por sua ação magnética. ELE FEZ CONVERGIR, SOBRE OS OLHOS DOS CEGOS E SOBRE OS ORGANISMOS DE AMBOS, OS FLUIDOS APROPRIADOS A NATUREZA E A CAUSA DA CEGUEIRA QUE OS HAVIA ATACADO. Se o Espírito condenado às trevas humanas, quer nascendo cego, quer cegando mais tarde, só tem de sofrer esta condenação  por um certo tempo, ele encontrará, ao longo do seu caminho, a luz de que se acha privado. Tais casos são raros; entretanto, quanto mais a Humanidade se purificar, menos longa e penosa será a expiação humana, e mais apto estará o homem para o emprego daqueles meios de cura que O SENHOR VOS COLOCOU NAS MÃOS E QUE AINDA DESCONHECEIS. O emprego dos fluidos magnéticos pode fazer cessar a cegueira, quaisquer que sejam a sua natureza e a sua causa, assim como a surdez e a mudez, mas somente no caso em que o Espírito haja de suportar apenas uma prova passageira E A SUPORTE DE MODO A OBTER DO SENHOR A SUA CESSAÇÃO. Se resmunga, se não a sofre com resignação e paciência, o castigo pode ser prolongado; e, neste caso, os meios de destruir o mal são postos FORA DO ALCANCE DO HOMEM. Não é impossível a este conseguir, acidentalmente, aquele resultado, por ato da sua vontade e pela ação magnética: mas, para isso, se faz mister que UMA GRANDE PUREZA LHE DE TÃO GRANDE PODER, COM O AUXÍLIO (QUE, ENTÃO, NÃO LHE FALTARÁ) DOS ESPÍRITOS SUPERIORES, OS QUAIS PROCEDEM A ESCOLHA E LHE COLOCAM À MÃO OS FLUIDOS APROPRIADOS AO RESULTADO QUE DEVA OBTER. Tais casos são raros, dissemos antes, mas ficai sabendo: o Espírito, que haja sido condenado a sofrer apenas por um certo tempo as trevas humanas, achará no seu caminho Espíritos encarnados com a missão de pôr termo a essas provações ou expiações transitórias. O Senhor tudo prepara e prevê, a fim de que todas as coisas se passem como se devem passar. Por isso é que Jesus, falando aos seus discípulos dizia sempre: É PRECISO TER OLHOS DE VER E OUVIDOS DE OUVIR.
GN, 23 E 24/08/1970





QUARTA-FEIRA, 24/10/1970

MORTE E CATALEPSIA

   P – Aqui, todos já compreendem por que não há segurança para ninguém, neste mundo, fora da Verdade, o que vale dizer, FORA DE DEUS. Só haverá Boa Vontade entre os homens quando todos se libertarem da ignorância espiritual e, portanto, dos sectarismos anticristãos. Como o Espírito da Verdade interpreta o caso da filha de Jairo?
               
   R – O Espírito não abandonara o seu corpo: apenas se ausentará, até que JESUS O CHAMOU, ordenando-lhe a volta imediata ao organismo da menina, Ele tivera permissão de prolongar sua ausência a fim de que o corpo tornando-se completamente inerte, apresentasse TODAS AS APARENCIAS DA MORTE. Para os homens, a filha de Jairo estava morta: esta era a aparência. Aos olhos de todos, a morte ali era positiva e indubitável. Na realidade, porem, NÃO HAVIA MAIS DO QUE UM ESTADO DE CATALEPSIA COMPLETA, um estado, portanto, de morte aparente, do modo a iludir os mais hábeis peritos. Havia, dissemos, inércia completa, isto é, suspensão de todas as sensações, de todos os movimentos, da vida em suma, com ausência de pulso, de respiração, de calor, aspecto cadavérico, insensibilidade física, material, tão profunda que as pancadas, os ferimentos NENHUMA IMPRESSÃO PROVOCARIAM NENHUMA CONTRAÇÃO, NENHUM SINAL DE VIDA. Vindo ao encontro de Jairo, seus servos lhes disseram: “Tua filha morreu”. Mas ao que choravam e faziam grande alarido, Jesus disse: “Por que chorais e vos afligis? A menina não está morta, apenas dorme”. Aos tocadores de flauta e as pessoas que faziam grande algazarra, falou: “Retirai-vos, pois a menina apenas dorme, não está morta.” E todos, diz o Evangelho, zombavam de Jesus, POR SABEREM QUE ELA ESTAVA MORTA. Ora, afastada a multidão, ele ordenou à menina: “Levanta-te!” E seu Espírito (ou Alma) – tendo voltado ao corpo, uma vez que ela não estava morta, pois apenas dormia – a menina se levantou imediatamente. “A meninas não está morta – disse Jesus – apenas dorme” – esta é a realidade. Não havia ali, com efeito, mais do que sono, sono natural ordinário o que não deveis ter dificuldade em compreender, pois sabeis que A AUSÊNCIA DO ESPÍRITO MERGULHA O CORPO NUM SONO PROFUNDO PELO DESPRENDIMENTO COMPLETO DO ESPÍRITO SE PRODUZ O ESTADO DE CATALEPSIA. Ao Espírito da filha de Jairo fora permitido ausentar-se, já o dissemos.  Ele tivera uma permissão não recebera uma ordem, porquanto. O ESPÍRITO NÃO PRECISA DE ORDEM PARA SE DESPRENDER DO CORPO: PRECISA, SIM, PARA ENTRAR NELE. O pássaro que se evade da gaiola apertada, onde definhava não deseja voltar para a prisão. Procurai compreender, aqui, a posição do Espírito, considerando os atos da vida humana: o soldado que obtém uma licença qualquer sabe a que horas ela termina . Com mais forte razão, o mesmo se dá com o Espírito em condições semelhantes. Se o Espírito da filha de Jairo tivesse esquecido a volta, ou resistindo ao progresso, os Espíritos Superiores que o cercavam (vigilantes para que a ausência prolongasse pelo tempo necessário à realização, exata e integral, da obra que Jesus tencionava realizar), certamente o teriam impedido de frustrar por essa forma. à execução do intento do Mestre. Alias, semelhante resistência seria uma rebelião que de modo algum se verificaria contra a vontade do Cristo, acrescendo que aquele Espírito não podia pensar em tal. UMA VEZ QUE ACEITARA A MISSÃO QUE DESEMPENHOU. O estado de catalepsia em que a menina caiu é que deu causa à crença na morte real, e portanto numa “ressurreição”, no sentido que entre os homens esta palavra tem, se produziu porque estava nos desígnios do Senhor que assim acontece PARA CUMPRIMENTO DA MISSÃO DE JESUS e para que desse os frutos que devia dar, naquele momento e no futuro. Tudo o que, assinalou a passagem do Cristo pela Terra fora previsto e preparado, mediante as encarnações dos Espíritos que haviam de concorrer para a execução  da sua obra de emissário do Senhor. Supondes que Deus possa esperar alguma coisa do que chamais EFEITOS DO ACASO? Repetimos, portanto: o Espírito da filha de Jairo não abandonara o corpo. Completamente desprendido deste, que estava imerso em profundo sono estava a ele preso pelo cordão fluídico do perispírito, invisível aos olhos humanos. Graças a essa ligação do Espírito com o corpo, a vida neste continuava a ser mantida, mas estava suspensa pelo estado de CATALEPSIA COMPLETA, QUE DAVA AOS HOMENS A IMPRESSÃO DA MORTE REAL. Mas Jesus disse aos que o cercavam: “A menina dorme, não morreu”. Por ato da sua vontade poderosa, ele fez voltar o Espírito à sua prisão e, pela ação magnética, restituiu a saúde ao corpo da menina: assim é que houve o despertar e a mocinha foi curada. Para prender mais a atenção dos homens, mandou o Mestre que lhe dessem de comer. Quanto à presença dos tocadores de flautas, isso indica a observância de um costume hebraico, em situações como aquela. O rumor da “ressurreição” e do restabelecimento da filha de Jairo se espalhou por todo o país. Entretanto, Jesus ordenara aos pais da menina que a ninguém falassem do acontecido. A multidão, como sabeis, não entrara, pois o Mestre a deixara de fora. Qual o motivo da proibição? É que Jesus conhecia o que o futuro reservava: não queria que naquele momento, sua fama se estendesse até aos sacerdotes e levitas. O desprezo que uns e outros votava credulidade e à ignorância do povo os mantinha em guarda (no sentido de que NENHUM CRÉDITO LHES DAVAM) contra os fatos “milagrosos”, isto é, impossível para eles, de se produzirem e que a voz pública  espalhava. Aspecto diverso, porém, tomaria o caso SE A “RESSUREIÇAO” DA FILHA DE JAIRO FOSSE ATESTADA PELO PRÓPRIO JAIRO, CHEFE DE SINAGOGA,  homem justo e estimado. Se a propósito da notícia emanada do povo, Jairo fosse interpelado, um pretexto qualquer lhe teria bastado para tapar a boca dos inquisidores. Entretanto, nada disso aconteceu: os sacerdotes e os levitas pouco se preocupavam com o que pessoalmente não lhes dizia a respeito e, sobretudo, com os falatórios do povo.
GN, 22/08/1970



TERÇA-FEIRA, 23/10/1970


A FILHA DE JAIRO E A HEMORROÍSSA

P – As lições do Centro Espiritual Universalista, da LBV, alargam o nosso entendimento para a compreensão do Apocalipse, na Quarta e Última Revelação de Jesus à Humanidade. Todos, aqui, entendem isso perfeitamente. Como o Espírito da Verdade explica a “milagrosa” cura da hemorroíssa e da filha de Jairo?

R – Vamos harmonizar as seguintes passagens do Evangelho: Mateus, IX: 18-26, Marcos, V: 21-43 e Lucas, VIII: 41-56.

MATEUS: 18 – Tendo dito essas coisas, aproximou-se dele um chefe de sinagoga que, adorando-o,  lhe disse: “Senhor, minha filha acaba de morrer; mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá”. 19 – Jesus se levantou e, acompanhado pelos discípulos, partiu com o homem. 20 – Ao mesmo tempo, uma mulher que, havia doze anos sofria de um fluxo de sangue, acercando-se dele por trás, lhe tocou a fimbria da túnica, 21 – pois dizia consigo mesma: “Basta-me tocar nas suas vestes para ficar curada”. 22 – Jesus, voltando-se, a viu e lhe falou: “Filha, tem confiança, tua fé te curou”. E, desde aquele momento, a mulher se achou curada. 23 – Chegando à casa do chefe de sinagoga, disse Jesus aos tocadores de flauta e à multidão que lá encontrou: 24 – “Retirai-vos, porque a menina não está morta, apenas dorme”. Todos, porém, zombavam dele. 25 – Afastada a multidão, ele entrou e tomou a mão da menina, que logo se levantou. 26 – E a notícia do fato se espalhou por toda a redondeza.

MARCOS: 21 – Tendo passado na barca para a outra margem, grande multidão o cercou à beira-mar. 22 – Um príncipe da sinagoga, chamado Jairo, que viera à sua procura, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, 23 – e lhe dirigiu esta súplica: “Minha filha está agonizante; vem e impõe-lhes as mãos, para que ela se cure e viva”; 24 – e Jesus partiu com ele, acompanhado pela multidão que o apertava. 25 – Então, uma mulher, que sofria de um fluxo de sangue, havia doze anos, 26 – e que padecera muito nas mãos de vários médicos, aos quais entregou todos os seus haveres sem melhorar do seu mal, que ainda se agravara, 27 – tendo ouvido falar de Jesus, se meteu na multidão e, aproximando-se dele por detrás, lhe tocou a túnica, 28 – pois dizia: “Se eu conseguir tocar-lhe apenas a roupa, estarei curada”. 29 – No mesmo instante, o sangue deixou de correr, e ela sentiu em seu corpo que estava livre do mal que a afligia. 30 – Jesus percebeu imediatamente que dele saíra uma virtude e, voltando-se para a multidão, perguntou: “Quem tocou as minhas vestes?” 31 – Os discípulos responderam: “Vês que a multidão te comprime por todos os lados, e perguntas quem tocou tuas vestes, Senhor?” 32 – Jesus, porém, passeando o olhar em torno de si, procurava descobrir quem o tocara. 33 – A mulher, que sabia o que nela se passara, atemorizada e a tremer, aproximou-se e, lançando-se aos seus pés, confessou toda a verdade. 34 – Jesus lhe disse: “Filha, tua fé te salvou; vai em paz, estás curada de tua enfermidade”. 35 – Estando ele ainda a falar, chegaram alguns familiares do príncipe da sinagoga e, dirigindo-se a este, disseram: “Tua filha morreu. Por que hás de dar ao Mestre o incômodo de ir mais adiante?” 36 – Jesus, porém, ouvindo isso, falou ao príncipe da sinagoga: “Não temas, tem fé”. 37 – E não permitiu que, afora Pedro, Tiago e João, mais alguém o acompanhasse. 38 – Chegando à casa de Jairo, encontrou um bando confuso de pessoas que choravam, soltando grandes lamentos. 39 – Logo que entrou na casa, disse a essas pessoas: “Por que vos afligis e chorais? A menina apenas dorme, não está morta”. 40 – Todos, porém, zombavam de suas palavras. Ele mandou que saíssem e, acompanhado pelo pai, pela mãe da menina e pelos que tinham vindo em sua companhia, entrou no aposento onde a menina estava deitada. 41 – Tomando-lhe as mãos, disse: “Talitha cumi”, isto é, “eu te ordeno, menina: levanta-te!” 42 – No mesmo instante, a menina se levantou e se pôs a caminhar, pois já contava doze anos, ficando todos maravilhados. 43 – Jesus lhes recomendou, expressamente, que ninguém viesse a saber do fato, e mandou que dessem de comer à menina...

LUCAS: 41 – Veio ter com ele, então, um homem chamado Jairo, que era príncipe da sinagoga, e, lançando-se a seus pés, lhe pediu que entrasse na sua casa, 42 – dizendo ter uma filha única, de cerca de doze anos, que estava à morte. Partiu Jesus com ele, apertado pela multidão. 43 – Uma mulher que, havia doze anos, sofria de uma perda de sangue e que gastara com os médicos tudo o que possuía, sem que nenhum tivesse conseguido cura-la, 44 – se aproximou dele por detrás e lhe tocou a fímbria da túnica, e logo cessou o fluxo de sangue. 45 – Jesus, então, perguntou: “Quem me tocou?” Como todos negassem ter sido quem o tocara, Pedro e os que o cercavam lhe disseram: “Mestre, a multidão te aperta e comprime; como podemos perguntar quem te tocou?” 46 – Jesus replicou: “Alguém me tocou, pois senti que saiu de mim uma virtude”. 47 – A mulher, verificando assim não poder ocultar-se, aproximou-se toda trêmula e, prostrando-se aos pés de Jesus, declarou diante de todo o povo o motivo por que o tocara, ficando imediatamente curada. 48 – Jesus lhe disse: “Filha, tua fé te salvou; vai em paz”. 49 – Ainda não acabara de falar, chegou alguém e disse ao príncipe da sinagoga: “Tua filha morreu; não dês mais trabalho ao Mestre”. 50 – Mas, ouvindo isso, Jesus disse a Jairo: “Não temas, tem fé somente e tua filha será salva”. 51 – Chegando à casa de Jairo, não deixou que ali entrassem senão Pedro, Tiago e João, com os pais da menina. 52 – Todos a choravam e lamentavam. Jesus, porém, disse: “Não choreis, ela não está morta, apenas dorme”. 53 – Todos zombavam dele, pois sabiam que ela estava morta. 54 – Jesus, pegando-lhe na mão, exclamou: “Menina, levanta-te!” 55 – Seu Espírito voltou ao corpo, ela se levantou imediatamente, e Jesus mandou que lhe dessem de comer. 56 – Os pais da menina se mostraram cheios de espanto, e Jesus lhes ordenou que não dissessem a ninguém o que tinha acontecido.

Aí tendes a consolação de um pai; um exemplo de fé oferecido à multidão; a continuação, em suma, por parte do Cristo, daquela vida de ensinamentos no desempenho da sua missão terrena. Quanto a cura da hemorroíssa, Jesus a operou pelos meios que conheceis, pelo seu PODER MAGNÉTICO. Sempre envolto em fluidos vivificantes, o Mestre, os distribuía pelos que deles necessitavam. Quanto aos fluidos de que se serviu, para estancar o fluxo sanguíneo, ainda nada vos podemos dizer, por vos ser impossível entrar no CONHECIMENTO DAS COMBINAÇÕES FLUÍDICAS. O HOMEM AINDA NÃO SE ACHA CAPAZ DE COMPREENDER A NATUREZA DOS FLUIDOS, SEUS EFEITOS E SUAS PROPRIEDADES DE AÇÃO. Jesus dispunha dos fluidos vivificantes e reparadores: basta-vos isto, por enquanto. A pergunta “Quem me tocou?” (pergunta que, feita pelo Mestre, pode causar estranheza) ele a formulou intencionalmente, para provocar, diante da multidão, a confissão da mulher e, assim, tornar patente a todos o “milagre”. Tudo tinha a sua razão de ser, velado pela letra, até ao advento de nova Revelação.
GN, 20/08/1970



SEGUNDA-FEIRA, 22/10/1970

VINHO VELHO É MELHOR

   P – Um freqüentador do nosso Posto Familiar, assistindo à Cruzada que realizamos toda semana, viu contradição entre “vinho novo” (que representa os NOVOS ENSINAMENTOS DOS ESPIRITOS DO SENHOR ) e “vinho velho”, que é melhor, segundo as palavras do próprio Jesus.  Como se explica isso o Espírito da Verdade ?

   R – Nenhuma contradição. A Igreja que os homens fizeram tem de ser transformada, bem o sabeis. Portanto, vós – CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO – preparai os materiais que vão servir para a restauração, em Espírito e Verdade, das Leis Divinas, substituídas por preceitos humanos. Em verdade, os obreiros do Senhor, que encontraram talhadas as primeiras pedras, já iniciaram a construção do edifício. O VINHO NOVO E O ODRE NOVO SE CONSERVARÃO PELA NOVA FÉ, NOVA NO SENTIDO DE QUE AVANÇARA POR ESTRADA MUITO DIVERSA DA QUE SEGUE A IGREJA HUMANA. Sim, Jesus afirmou: “Não há quem, bebendo vinho velho, prefira o novo, pois diz: o velho é melhor”. Entendei o sentido alegórico destas palavras do Cristo. Veladamente, ele se referia a era nova do Paráclito. O VINHO VELHO QUE DEVE SER PREFERIDO É O QUE JÁ SE DESPOJOU DE TODOS OS CORPOS ESTRANHOS. É AQUELE CUJA FERMENTAÇÃO O LIVROU DE TODAS AS IMPUREZAS: É AQUELE QUE, COLOCADO EM ODRES NOVOS, NESTES ENVELHECEU, TORNANDO-SE INCOMPARAVELMENTE MELHOR. Quando, pois, vós outros, da nova geração, tiverdes deixado fermentar nos vossos corações os desdobramentos, que trazemos, da DOUTRINA AUTÊNTICA DO CRISTO, podereis dar a vossos irmãos, para que o saboreiem, O VINHO VELHO QUE SERÁ PREFERIDO AO RECENTE. Se é que sois odres novos, recebei o vinho novo tal como em vós o despejam os Espíritos do Senhor. Não  deixeis que se altere, vicie, corrompa, obstando à fermentação que vos purifica as almas de suas leveduras. Toda doutrina fora da Lei do Amor e da Caridade, que Jesus pregou e ainda manda pregar; os erros em que se esforçam por vos mergulhar os cegos ou interesseiros, erros que são vinho novo adulterado, falsificado, a fermentar em alguns cérebros, enlouquecendo-os – eis o que impediria o vinho novo de envelhecer, ou o alteraria, viciaria e corromperia em vós, arrastando-vos a atos de demência. Daí, pois, o exemplo a vossos irmãos, PRATICANDO OS ENSINOS DOS ESPÍRITOS DO SENHOR, QUE ELES EXPLICAM EM TODA A VERDADE, SEM NENHUM SECTARISMO, A LUZ DO NOVO MANDAMENTO. Solidários, ligados sempre pelos sagrados laços da Caridade recíproca, preparai o advento do Amor Universal, o Amor tão velho quanto o Novo Mandamento do Redentor da Humanidade. Então, emocionados e atraídos por esse vinho divino, vossos irmãos terão a gloria de dizer: O VELHO É MELHOR. Sim, PORQUE O VELHO ESTÁ REALMENTE VELHO, EMBORA MUITOS O CONSIDEREM NOVO. POIS O QUE HOJE VOS PREGAMOS NÃO É O MESMO MANDAMENTO QUE HÁ DOIS MIL ANOS JESUS VEIO TRAZER? Que pretendemos nós senão fazer-vos voltar ao princípio do Evangelho, em busca desse vinho que, há dois mil anos, espera que todos o saboreiem? Ele é NOVO no sentido que está sempre atual, apropriado pela Nova Revelação, aos vasos que o deverá conter. Ide e pregai, dizendo que, sem este NOVO MANDAMENTO, não há mais Bíblia, nem Evangelho, nem Apocalipse. ELE É A CHAVE DA VIDA E A CHAVE DA MORTE!
GN, 19/08/1970

                                                      


DOMINGO, 21/10/1970

A IGREJA DO CRISTO (II)



P – Os ensinos do CEU da LBV vêm abrir novos horizontes para aqueles que desejam progredir. Sinceramente, a parte relativa ao jejum moral é novidade para a maioria. Vemos, assim, que a Igreja do Cristo é bem diferente das Igrejas dos homens. Que diz a isto o Espírito da Verdade?

R – O jejum moral, O ÚNICO QUE DEUS EXIGE, consiste em a criatura não se submeter, nunca, aos seus maus instintos, por mais agradável que isso lhe pareça; em infligir humilhações à natureza animal, tendo por fim o adiantamento de seus irmãos, constituindo exemplo para eles; em não se entregar a ato algum de culposa leviandade; em não se dar a excessos de qualquer natureza. NÃO JULGUEIS SEJA “MUITO PENOSO” PARA O HOMEM VIVER TRANQUILAMENTE DIANTE DE DEUS: BASTA-LHE ESTAR COM A SUA CONSCIÊNCIA EM PAZ E SATISFEITA, PARA TER A FORÇA E A SAÚDE DO CORPO. De onde provém, senão dos excessos de toda ordem a que sujeitais os vossos corpos, a degeneração das raças humanas? Que é que produz o apoucamento da inteligência do homem senão o arrojo desavergonhado das suas idéias, o desejo imoderado de saber prematuramente mais do que lhe deve ser dado? Formais uma sociedade; portanto, vivei em sociedade. Sede solidários e bons, aos olhos do Pai. Não procureis o luxo material que enerva nem adquirir, desequilibradamente, a ciência que desvaira. Jesus não pretendeu impor – E NÃO IMPÔS – A OBRIGAÇÃO DO JEJUM MATERIAL. Ele disse: “O que mancha o homem não é o que lhe entra no corpo, já que isso não lhe vai ao coração e é lançado fora. O que mancha o homem é o que lhe sai do coração: são os maus pensamentos, as más palavras, as más ações, os vícios que degradam a Humanidade, AS INFRAÇÕES DA LEI DIVINA CONSIGNADA NO DECÁLOGO E NO NOVO MANDAMENTO DE JESUS, O ÚNICO REPRESENTANTE DE DEUS EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE. Os  mandamentos humanos relativos ao jejum material, prescrevendo a privação de alimentos ou só permitindo – em determinados dias e em determinadas épocas – certas espécies de alimentos, FORAM E SÃO INÚTEIS PARA O HOMEM DE INTELIGÊNCIA E DE CORAÇÃO. JAMAIS O SENHOR LHE IMPÔS OBEDIÊNCIA A TAIS “MANDAMENTOS”. Entretanto, tiveram sua razão de ser. A observância desses preceitos, por mais ridículos que sejam em si mesmos, foi um freio posto aos excessos da gula e da luxúria, nas épocas em que somente as leis materiais podiam dominar a matéria. Sujeitando o corpo a um regime rigoroso, elas lhe diminuíam as forças animais e, assim, se continham muitos abusos. Mantendo as prescrições materiais do jejum e da abstinência,  a igreja humana se conservou contemporânea dos escribas e fariseus: impõe um fardo pesado, que já não é necessário. Não quis caminhar com a Humanidade, e hoje está distanciada desta. Mas TUDO VOLTARÁ AOS SEUS EIXOS, PORQUE DEUS ASSIM O QUER, E SUA VONTADE É IMUTÁVEL. Os versículos 16 e 17 de Mateus, 21 e 23 de Marcos, 36 e 39 de Lucas – encerram alegorias espirituais. Aos homens daquele tempo, e às gerações que se seguiram até aos vossos dias, precursores de novas Revelações, se referia Jesus quando falava da roupa velha, incapaz de receber REMENDO DE PANO NOVO; quando falava de velhos odres, dos quais o vinho novo – rebentando-os – escaparia, ficando um e outros perdidos. Quer isso dizer  que AQUELES HOMENS ERAM INCAPAZES DE RECEBER, aceitar e conservar uma nova Revelação que, assim, ficava reservada para os tempos vindouros, para quando chegasse o momento de cumprir-se a sentença. A LETRA MATA, O ESPÍRITO VIVIFICA. Só a reencarnação e os séculos – expiação, reparação e progresso – poderiam preparar as inteligências e os corações de maneira a fazer deles ODRES NOVOS, CAPAZES DE CONSERVAR O VINHO NOVO. Ignorantes, materiais, obstinados nos seus preconceitos e tradições, os homens daquele tempo teriam sido esmagados pelo peso de um fardo para eles insuportável: ou alijariam dos ombros esse “fardo” ou cegariam ante o brilho de tão viva Luz. Por isso lhes convinha, primeiro, a linguagem da parábola, o regime da letra, sujeita a interpretações humanas e materiais, a fim de que os necessários esforços e as lutas constantes do pensamento PREPARASSEM O ADVENTO DO ESPÍRITO. Constituem o vinho novo os ensinos de Jesus através dos Espíritos do Senhor, que vêm dispor as coisas de modo a ter fim o mundo moral do erro e da mentira. Esses Guias Espirituais vêm explicar, tornar compreensível e desdobrar, em Espírito e Verdade, a Lei simples e sublime do Cristo, tirando da letra o espírito, libertando-a das falsas interpretações que lhe deram, e que a alteraram ou desnaturaram, impedindo-a de produzir os seus frutos. É o que significa esta frase do Mestre: “O VINHO NOVO DEVE SER PÔSTO EM ODRES NOVOS, PORQUE ASSIM TUDO SE CONSERVA. Os odres novos são os verdadeiros cristãos, aqueles que vivem o Novo Mandamento, que fará rebentar o odre velho, incapaz de resistir à fermentação das Novas Revelações. Sim o odre velho ainda existe em vossos dias: são aqueles que, cegos e interesseiros, bebendo em fontes impuras ou falsificadas, procuraram, procuram e procurarão entravar a Igreja do Cristo, cujo templo é o vosso planeta e a qual todos os homens serão fiéis brevemente, quando a RELIGIÃO DE DEUS estiver acima de todas as religiões dos homens.
GN, 18/08/1970



SÁBADO, 20/10/1970

    VELHAS E NOVAS DOUTRINAS

P – Só mesmo os Guias Espirituais da Humanidade nos podem orientar, porque estão acima de todos os sectarismos em conflito. São neutros, imparciais, sereníssimos. Como o Espírito da Verdade analisa as palavras de Jesus sobre o jejum, pano novo, odres velhos, vinho novo e vinho velho?

R – Vejamos estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IX: 14-17, Marcos, II: 18- 22 e Lucas, V: 33-39.

MATEUS: 14 – Então, vieram ter com ele os discípulos de João e lhe perguntaram: “por que os fariseus e nós jejuamos frequentemente, e os teus discípulos não jejuam?” 15 – Jesus lhes respondeu: “Podem, acaso, chorar os filhos do esposo quando o esposo está com eles? Dia, porém, virá em que o esposo lhes será tirado; então, sim, eles hão de jejuar. 16 – Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo tira parte da roupa e o rasgão fica maior. 17 – E não se deita vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho e os odres se perdem. Põe-se vinho novo em odres novos, e uns e outros se conservam.

MARCOS: 18 – Alguns discípulos de João e alguns fariseus, que costumavam jejuar, vieram a Jesus e lhe perguntaram: “Por que os discípulos de João e os fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam? 19 – Jesus lhes respondeu: “Os filhos das núpcias podem, acaso, jejuar enquanto o esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo não podem jejuar. 20 – Dias virão, contudo, em que o esposo lhes será tirado, e nesse tempo jejuarão. 21 – Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha, porquanto aquele arrancaria uma parte desta e tornaria maior o rasgão. 22 – Ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho rompe os odres, e tanto se perde o vinho como os odres: vinho novo deve ser posto em odres novos.

LUCAS: 33 – Então, disseram a Jesus: “Por que é que os discípulos de João, assim como os fariseus, jejuam freqüentemente e fazem orações, enquanto que os teus comem e bebem? 34 – Jesus lhes disse: “Podeis obrigar os amigos do esposo a jejuar, enquanto o esposo está com eles? 35 – Dias virão em que o esposo lhes será tirado; então, eles haverão de jejuar.” 36 – Também lhes fez esta comparação: “Ninguém prega remendo de pano novo em roupa velha, porque o novo rompe o velho e, assim, não se ajusta à roupa velha o pano novo. 37 – Do mesmo modo, ninguém deita vinho novo em odres velhos porque, se fizer isso, o vinho novo rebentará os odres, se derramará e os odres se perderão. 38 – O vinho novo deve ser posto em odres novos, porque assim se conservam. 39 – E não há quem, bebendo vinho velho, prefira o novo, pois diz: o velho é melhor.

 - Todas as explicações cabíveis, aqui, para a compreensão do fim a que Jesus visava, com o ensinamento que ele deu de forma velada, se referem ao futuro espiritual da Humanidade. Os homens eram a roupa velha que, impensadamente remendada, teria sido destruída. Eram os odres velhos, impróprios para recipientes de um licor ativo que, fermentando, os despedaçaria. Vós, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, sois os odres novos em que o vinho novo é despejado abundantemente: guardai-o como preciosidade, e ele dará em vós bom produto; envelhecerá nos odres, ficará cada vez melhor, restituindo a força, a saúde e a vida aos que vierem bebê-lo. O termo “esposo”, pelo qual o Mestre se designava a si próprio, era tomado às idéias, às tradições e aos costumes hebraicos, pela consideração dispensada aos judeus que se casavam. ORA, SENDO O CHEFE DESTRA DOUTRINA, QUE VOS TEM AMPARADO APESAR DE TODOS OS VOSSOS DESVIOS, Jesus era considerado como o jovem puro que depõe a coroa nupcial, a fim de assumir o governo da família que constituiu para si mesmo. OS FILHOS, OS AMIGOS DO ESPOSO, SÃO EXPRESSÕES SINÔNIMAS, INDICANDO OS QUE ERAM MAIS CAROS E MAIS LIGADOS AO ESPOSO. Procurai compreender bem, segundo o espírito que vivifica, não segundo a letra que mata, estas palavras que o Mestre dirigiu aos fariseus e aos discípulos do Batista: “Podem os filhos, os amigos do esposo jejuar, enquanto este está com eles? NÃO PODEM JEJUAR, ENQUANTO O ESPOSO ESTÁ COM ELES. Mas dias virão em que o esposo lhes será tirado; então, sim, jejuarão”. A presença de Jesus entre os discípulos os mantinha na senda que deviam trilhar: não precisavam, portanto, submeter-se a privações expiatórias. Mas O FUTURO SE DISTENDIAS AOS OLHOS DO CRISTO E ELE ANTEVIA OS ABUSOS, OSTRANSVIAMENTOS QUE NÃO TARDARIAM A PERVERTER A IGREJA E SEUS FILHOS, ISTO É, A HUMANIDADE, E AQUELES QUE TOMARIAM A SI ACONTINUAÇÃO DA OBRA DOS APÓSTOLOS E DOS PRIMEIROS CRISTÃOS. Antevia, portanto, necessária a expiação como meio de reparação. E o jejum material era, entre os judeus, o emblema da expiação. O jejum de que Jesus falava – e que os homens teriam de praticar nos tempos que sucederiam o desempenho da sua missão terrena – NÃO ERA O JEJUM MATERIAL QUE OS FARISEUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO PRATICAVAM. JESUS ALUDIA ÀS EXPIAÇÕES A QUE OS HOMENS TERIAM DE SUBMETER-SE, PARA REPARAR AS SUAS FALTAS: ALUDIA, SIM, AO JEJUM MORAL. O jejum material constituía, entre os hebreus, um ato expiatório, destinado a reparar os erros leves da vida. Teve sua razão de ser, como explicaremos, numa época em que só as leis materiais podiam dominar a matéria. Já o JEJUM MORAL consiste no remorso das faltas graves que os homens cometem, todos os dias, para com Deus, transgredindo suas Leis, deixando de praticar o Amor e a Caridade, entregando-se ao orgulho, ao egoísmo, à inveja – vícios que não chegam a perceber no fundo de seus corações, tão grande é a sua cegueira, tanta a confiança que depositam em si mesmos. JEJUAI, MORTIFICANDO VOSSAS ALMAS, PARA QUE ELAS SE PURIFIQUEM. BOM É O JEJUM – MAS O JEJUM MORAL, PORQUE É SEMPRE ÚTIL À ALMA CULPADA, EXPURGANDO-A DE SUAS IMPUREZAS.
GN, 16/08/1970


     SEXTA-FEIRA, 19/10/2012


VOCAÇÃO DE MATEUS
      
P – Ao convocar Levi, o publicano, para o seu apostolado, Jesus deu uma lição impressionante de BOA VONTADE. Como o Espírito da Verdade, através do CEU da LBV, interpreta essa passagem do Evangelho?

R – Vamos harmonizar: Mateus, IX: 9-13, Marcos, II: 13-17 e Lucas, V: 27-32.

MATEUS: 9 – Ao sair dali, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e lhe disse: “Segue-me”. Logo o homem, levantando-se o seguiu. 10 – E sucedeu que, estando depois Jesus à mesa, na casa de Mateus, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram à volta da mesa com Jesus e seus discípulos. 11 – Notando isso, os fariseus disseram aos discípulos: “Como é que o vosso Mestre come na companhia de publicanos e pecadores?” 12 – Jesus, ouvindo-os, falou: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, e sim os doentes. 13 – Ide, pois, aprender o que significam estas palavras: “Misericórdia quero, não holocausto”; porque não vim chamar os justos, mas os pecadores.


MARCOS: 13 – Jesus saiu de novo, em direção ao mar; todo o povo o seguia, e Ele a todos ensinava. 14 – Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no telônio, e lhe disse: “Segue-me”; e Levi, erguendo-se, o seguiu. 15 – Aconteceu que, estando Jesus à mesa em casa desse homem, muitos publicanos e pecadores, que em grande número o acompanhavam, sentaram, também, à mesa com ele e os discípulos. 16 – Os escribas e os fariseus, vendo-o comer na companhia de publicanos e pecadores, disseram aos discípulos: “Então, o vosso Mestre come e bebe com publicanos e pecadores?” 17 – Ouvindo o que diziam, Jesus lhes observou: “Não precisam de médicos os sãos, e sim os enfermos; eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”.

LUCAS: 27 – Jesus partiu, depois disso, e vendo um publicano de nome Levi, sentado na coletoria, disse-lhe: “Segue-me”. 28 – E o publicano, levantando-se e abandonando tudo, o seguiu. 29 – Mais tarde, Levi lhe ofereceu um grande festim em sua casa, onde havia muitos publicanos e outras pessoas, que também tomaram lugar à mesa. 30 – Os escribas e os fariseus murmuravam, dizendo aos discípulos: “Como é que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?” 31 – Jesus, respondendo, lhes disse: “Os que têm saúde não precisam de médico, e sim os doentes. 32 – Não é aos justos, mas aos pecadores, que vim chamar a penitência”.

Efetivamente, Jesus provou, assim, que NÃO SE DEVE REPELIR OS QUE PAREÇAM INDIGNOS: onde não vedes senão fraudes ou impurezas, pode o Senhor ter colocado um germe de virtude que a cultura fará frutificar. Sede, pois, indulgentes para com vossos irmãos. Estendei mão protetora aos fracos; esforçai-vos por exaltar os aviltados; imitai, finalmente, o Divino Modelo, procurando os doentes e tudo fazendo para os curar. Mateus, que Jesus foi buscar entre os publicanos, era um Espírito elevado, que encarnara com a missão de auxiliar o Mestre, na obra que Ele veio executar na Terra. Inspirado pelo seu Anjo Guardião e pelos Espíritos Superiores que o cercavam, obedeceu no mesmo instante ao chamamento do Cristo, e o seguiu. E, OFERECENDO AO MESTRE O GRANDE FESTIM DE QUE FALAM OS EVANGELISTAS, LHE PROPORCIONOU, COMO DEVIA SUCEDER, OPORTUNIDADE E MEIO DE DAR AQUELA LIÇÃO ETERNA. Tudo tinha sido previamente preparado: tudo se cumpria, por ordem do Senhor, sob a inspiração, a influência e ação ocultas dos Espíritos Superiores, obedientes à vontade do Mestre. Como discípulo do Cristo, Levi, filho de Alfeu, adotou como Apóstolo o nome de Mateus; mas por Levi é que era geralmente conhecido. “Não são os que têm saúde que precisam de médico – afirmou Jesus -  e sim os doentes”. E acrescentou: “Não vim em busca dos justos, mas dos pecadores”. Assim como aquele que goza saúde não precisa de médico, aquele que obedece conscientemente à Lei de Deus não precisa ser salvo: ELE SE SALVA POR SI MESMO. O Cristo chamava a si os que tinham reparações a fazer. Se convidava ao arrependimento, o seu convite só podia ser feito aos que tinham falido. “Ide, pois, (disse a todos) aprender o que significam estas palavras: MISERICÓRDIA QUERO, NÃO HOLOCAUSTO”. As palavras do profeta Oséias (VI: 6) com referência ao Senhor: “O que eu quero é a misericórdia, não o sacrifício, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”, devem ser confrontadas com estas outras do profeta Samuel (Primeiro Livro dos Reis, II: 6-10): “O Senhor dá e tira a vida; leva à habitação dos mortos e dela retira. É o Senhor quem enriquece e empobrece; quem exalta e quem humilha. Levanta o pobre do pó, e do esterco levanta o indigente para sentar-se com os príncipes e ocupar um trono de glória. Porque do Senhor são os pólos da Terra, e sobre eles pôs o mundo. Ele guardará os pés dos seus santos, e os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não será forte na sua robustez. Tremerão diante do Senhor os seus inimigos, e dos céus trovejará sobre eles. O Senhor julgará as extremidades da Terra, e dará o império ao seu rei, exaltando a glória do seu Cristo”. São a origem divina das palavras do Salvador: “Misericórdia quero, não holocausto”. A Nova Revelação vem ensinar o seu significado. Vimos, em nome do Mestre, dizer a todos vós: SEJAM QUAIS FOREM AS FALTAS E OS CRIMES COMETIDOS, HAVENDO ARREPENDIMENTO, NÃO HAVERÁ – PARA O ESPÍRITO CULPADO – SACRIFÍCIO, ISTO É, PENAS ETERNAS. HAVERÁ, AO CONTRÁRIO, MISERICÓRDIA, O QUE QUER DIZER – PERDÃO, subordinado este apenas, conforme à bondade e à justiça infinitas de Deus e com o duplo fim de aperfeiçoamento moral e progresso, às duas únicas e inevitáveis condições seguintes: expiar o culpado, na erraticidade, após a morte, as faltas e crimes praticados, mediante sofrimentos morais apropriados e proporcionais aos mesmos crimes e faltas; expiar, reparar e progredir, por meio da reencarnação e de novas provações. Sim, ONDE QUER QUE HAJA ARREPENDIMENTO, HAVERÁ PERDÃO. Jesus, portanto, queria a misericórdia, despertando no homem o remorso da falta ou do crime e o desejo da reparação: A REPARAÇÃO É A CONSEQÜÊNCIA DO ARREPENDIMENTO. Convidando aos arrependimento, Jesus facilitava a expiação e, assim, salvava aqueles que, de outro modo, estacionariam longo tempo na impenitência.
GN, 15/10/1970




QUINTA-FEIRA, 18/10/2012


LEVANTA-TE E CAMINHA

P – Cremos que a Doutrina do CEU veio para salvar o que estava perdido. Cada um,
conhecendo a verdade das Leis de Deus, passa a ser o médico especialista de si mesmo! Como o
Espírito da Verdade explica a maravilhosa cura do paralítico?

R – Harmonizemos Mateus, IX: 1-8, Marcos, II: 1-12 e Lucas, V: 17-26.

MATEUS: 1 – Tendo tomado de novo a barca, Jesus tornou a atravessar o lago e veio à sua cidade. 2 – Eis que lhe apresentaram um paralítico, deitado no seu leito. Jesus, vendo-lhe a fé, disse ao paralítico: “Filho, tem confiança; teus pecados te foram perdoados”. 3 – Logo alguns escribas disseram entre si: “Este homem blasfema”. 4 – Jesus, lendo os seus pensamentos, falou: “Por que abrigais maus pensamentos em vossos corações? 5 - Que é mais fácil dizer: “Teus pecados te foram perdoados” ou “Levanta-te e caminha!”? 6 – Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na Terra o poder de remir os pecados, eu digo a este paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e volta para tua casa”. 7 – Imediatamente o paralítico se levantou e voltou para casa. 8 – Vendo isso, a multidão, tomada de espanto, rendeu graças a Deus, que deu aos homens tamanho poder.

MARCOS: 1 – Alguns dias depois, voltou Jesus a Cafarnaum. 2 – Mal ouviram dizer que ele estava em casa, reuniu-se lá tanta gente que a casa ficou apinhada, até fora da porta; e Jesus pregava a Palavra de Deus. 3 – Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4 – E como, por causa da multidão, não o pudessem levar até junto do Mestre, fizeram no teto uma abertura e por aí desceram o leito em que jazia o paralítico. 5 – Observando-lhes a fé, Jesus disse a este último: “Filho, são perdoados os teus pecados.” 6 – Ora, estavam por ali sentados alguns escribas, em cujos os corações se aninhavam estes pensamentos: 7 – “Que diz este homem? Ele blasfema” Quem pode perdoar pecados senão Deus, unicamente?” 8 – Jesus pelo seu Espírito reconheceu logo o que eles pensavam de si para si, e lhes disse: “Por que animais esses pensamentos em vossos corações? 9 – Que é mais fácil dizer a este paralítico: “São perdoados os teus pecados” ou “Levanta-te, toma o teu leito e caminha?” 10 – Para que saibais que o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar pecados, 11 – digo a este paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e volta para tua casa”. 12 – No mesmo instante, o paralítico se levantou, tomou o seu leito e partiu, diante de toda a gente. O povo se encheu de espanto e, glorificando a Deus, exclamou: “Nunca vimos coisa semelhante!”

LUCAS: 17 – Um dia, em que estava a ensinar entre os fariseus e os doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém e sentaram ao redor dele, e em que a virtude do Senhor estava com ele para os curar, 18 – eis que alguns homens, trazendo num leito um paralítico, procuravam meio de fazê-lo entrar na casa e chegar até junto do Cristo. 19 – Como não achassem por onde fazê-lo entrar, por causa da multidão, subiram ao telhado da casa e, levantando as telhas, por aí desceram o leito em que se achava o paralítico e o colocaram no meio da sala, diante de Jesus. 20 – Este, observando-lhes a fé, disse ao doente: “Homem, são perdoados os teus pecados”. 21 – Então, os escribas e os fariseus se puseram a pensar, dizendo de si para si: “Quem é este, que assim blasfema? Quem pode perdoar pecados senão Deus, unicamente? 22 – Jesus lhes conheceu os pensamentos e, respondendo, falou: “Que será mais fácil dizer: “São perdoados os teus pecados” ou “Levanta-te e caminha!” 24 – Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar pecados, eu digo a este paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”. 25 – No mesmo instante, o paralítico se levantou diante de todos e, tomando o leito em que estivera deitado, voltou para sua casa, rendendo graças a Deus. 26 – Todos, tomados de assombro, glorificavam a Deus, e diziam cheios de temor:
“Coisas maravilhosas vimos hoje!”

Jesus curou o paralítico pelos mesmos processos de que usou para com o servo do centurião.
Operando aquela cura material, que os escribas, os fariseus e a multidão consideraram um “milagre” (assim como proferindo as palavras que dirigiu aos mesmos escribas e fariseus, cujos pensamentos LEU, POR SER SEMPRE ESPÍRITO, embora figuradamente encarnado num corpo perispirítico, na aparência da corporeidade humana), Jesus teve por fim, no momento, dar a ver aos homens que AQUELE QUE DISPUNHA DE TAL PODER ESTAVA ACIMA DE QUALQUER INTELIGÊNCIA, E FORÇA-LOS A CURVAR A FRONTE DIANTE DA AUTORIDADE DIVINA. E DIZ O Evangelho: “Vendo isso, a multidão se encheu de espanto e glorificou a Deus por haver dado tal poder ao homem”. A multidão, os escribas e os fariseus consideravam então Jesus, como sabeis, UM HOMEM IGUAL AOS OUTROS. Essas palavras, inspiradas à multidão e reproduzidas por Mateus sob a influência mediúnica, TINHAM UM FIM OCULTO, QUE SÓ MAIS TARDE, POR MEIO DE NOVA REVELAÇÃO, SE TORNARIA PATENTE: O DE PREPARAR OS HOMENS A COMPREENDEREM QUE – QUANDO TIVERAM ATINGIDO OS LIMITES EXTREMOS DA PERFEIÇÃO QUE PODEM CONSEGUIR NATERRA –TAMBÉM LHES SERÁ FACULTADO FAZER COISAS COMO AQUELAS, TIDAS NA CONTA DE MILAGROSAS, MAS NA VERDADE NATURAIS. 
GN, 14/08/1970


QUARTA-FEIRA, 17/10/2012

NA TERRA DOS GERASENOS – V

P – Um dos pontos que ferem as convicções dos protetores dos animais é este: “– Por que Jesus permitiu a morte dos inocentes porcos, aterrorizados pelos obsessores do geraseno?” E nós perguntamos ao Espírito da Verdade: - Por que o Mestre impediu que o geraseno, já em perfeito juízo, o acompanhasse com os Apóstolos e discípulos?

R – QUEM, MAIS QUE JESUS, AMA E PROTEGE OS ANIMAIS? O Pai Eterno lhe conferiu todos os poderes, inclusive dar a vida e retirá-la, sempre em benefício das suas criaturas. Porventura vamos acreditar que a vida acaba na morte? Pois esse sacrifício resultou na evolução dos porcos, dentro da escala animal: eles contribuíram para a salvação de um homem. Não esqueçais, ainda, que os animais também têm de reparar suas faltas, conforme à Lei que rege a vida planetária. Não deu o Mestre A SUA PRÓPRIA VIDA PELA SALVAÇÃO DE TODOS? Só ao Cristo compete saber a verdade sobre a “inocência” de todos os seres da Criação Divina. Permitindo aos Espíritos impuros que entrassem nos porcos, Jesus lhes permitia permanecer nas regiões habitadas pelos homens, circunvolvendo a humanidade, isto é, lhes consentia aproximar-se desta e ficar em contato com ela. Tal permissão lhes foi concedida para que, junto, assim dos que a título de provação ou de expiação viriam a ser vítimas das suas obsessões e subjugações. COMO DOS QUE SE INTERESSASSEM POR ESSAS VÍTIMAS, pudessem eles receber o benefício das preces e encontrar os meios de reflexão e encaminhamento moral. ELA LHES FOI CONCEDIDA SOBRETUDO, PARA ENSINAMENTO DOS HOMENS, porquanto aqueles Espíritos não permaneceram inativos, e foram repelidos e doutrinados pelos discípulos do Cristo. O subjugado por aquela multidão de maus Espíritos - quando, sob o peso da subjugação corporal e espiritual, tinha acessos violentos de fúria – ficava num estado aparente (mas que para os homens era real) de loucura furiosa ou alienação das faculdades mentais. Tornava-se incapaz de ter conhecimento de seus atos. Perdia a consciência do seu ser. Nos momentos, porém, de menor violência, quando a calma se restabelecia, no sentido de estar diminuída a sua sobre excitação, TORNAVA-SE CONSCIENTE DO SEU ESTADO, DO CONSTRANGIMENTO A QUE ESTAVA SUBMETIDO, E COM ISSO ELE SOFRIA HORRIVELMENTE, QUER DIZER: NÃO ERA NENHUM INOCENTE, E AÍ ESTAVA A PUNIÇÃO DOS CRIMES QUE COMETERA EM EXISTÊNCIA ANTERIOR. Logo que os demônios saíram dele, isto é, logo que ficou livre da subjugação, recobrou, como observais em vosso meio, o uso pleno da razão a liberdade do corpo e do Espírito. A multidão que acorreu da cidade e dos campos, mal teve conhecimento do que se passara pelos fugitivos guardadores dos porcos, encontrou o homem sentado aos pés de Jesus, vestido e de juízo perfeito. Estava vestido porque os discípulos o cobriram, tirando algumas peças de suas próprias vestes. Uma vez liberto, ele se submeteu alegremente aos costumes humanos. “E de juízo perfeito, fato que os encheu de pavor”. Aquele que, até então, ninguém podia conter, ali estava aos pés do Mestre, calmo e submisso. Tal submissão bastava para impressionar o povo. A cessação dos sinais e manifestações de uma demência furiosa (no entender dos homens), traduzindo-se em atos violentos, desconexos, bizarros, em desordens e aberrações da palavra, os quais desapareceram todos com a subjugação, cedendo lugar à razão integral, à liberdade do corpo e do espírito, FOI QUALIFICADA DE MILAGROSA POR NÃO SER COMPREENSÍVEL NEM EXPLICÁVEL. Não negue a incredulidade atual, filha orgulhosa da ignorância, estes fatos autênticos, que os Evangelistas vos transmitiram. Não os negue nem zombe deles, para o seu próprio Bem! Estude a ciência espírita, aprenda, observe, SEM IDÉIAS PRECONCEBIDAS, COM HUMILDADE E A NECESSÁRIA PERSEVERANÇA, E CERTAMENTE ACREDITARÁ, PORQUE TERÁ COMPREENDIDO. O homem tem sob as vistas a revelação e a manifestação dos poderes do Espírito; ainda efeitos físicos, que se produziram em todos os tempos e se produzem hoje, sob todas as formas, no ser humano e em tudo o que o cerca. Tem sob as vistas a revelação e a manifestação das faculdades dos Espíritos Superiores, ministros da Vontade de Deus, da sua Providência e da sua Justiça; do poder que eles exercem sobre os fluidos, visando à aplicação e à execução das Leis Naturais e Imutáveis, que regem a vida e a harmonia universais. Tem sob as vistas a revelação e a manifestação do poder dos Espíritos Superiores sobre os fluidos, pelos efeitos formidáveis e terríveis a que dais o nome de flagelos; pelo estalar do raio que derriba edifícios, fende um carvalho secular, e tantas vezes causa a morte; pelo furacão que arranca árvores e destroça habitações; pelas inundações que assolam, destroem e arrastam consigo tudo quanto encontram na sua passagem; pela tempestade que arroja os navios de encontro aos arrecifes, onde se despedaçam e são tragados pelo mar. Depois de meditar em tudo isso, cada um dos zombeteiros poderá entender o caso emocionante do geraseno. O homem, vendo-se livre dos seus obsessores, rogou a Jesus lhe permitisse acompanhá-lo. Jesus, porém, recusou, dizendo: “Volta para tua casa e conta aos teus o que senhor fez por ti”. E ele se foi embora, dando público testemunho do que Jesus fizera em seu benefício. Era seu destino preparar os caminhos para o advento do Senhor. Jesus realizara um “milagre”, que numerosas pessoas podiam testemunhar. Por isso mesmo, não ordenou ao geraseno que se calasse: ao contrário, o concitou a espalhar a notícia do fato, AO PASSO QUE EM OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS IMPUNHA SILÊNCIO A TANTOS QUE CURARA.  É que nestes casos, não tendo tido o fato grande publicidade, poderia ser contestado. Deixava, então, que se espalhasse por si mesmo, sob a aparência de mistério. Entendei: o geraseno podia e devia testemunhar a sua própria cura: mas não estava preparado para PREGAR E TESTEMUNHAR A PALAVRA DE DEUS.
GN, 13/08/1970



TERÇA-FEIRA, 16/10/2012
NA TERRA DOS GERASENOS – IV

P – Temos pena dos materialistas, porque estão sempre à mercê dos Espíritos maus que os cercam. Realmente, não há mais segurança fora do Evangelho e do Apocalipse de Jesus! Como o Espírito da Verdade, explica o pedido daqueles obsessores para “entrarem” nos porcos?

R – Quando, pelo órgão do subjugado geraseno, pediram a Jesus: “MANDA-NOS PARA AQUELES PORCOS, A FIM DE QUE ENTREMOS NELES”, os Espíritos impuros se achavam dominados e governados pelos Espíritos Superiores. Estes é que os impeliam a exprimir-se desse modo. Logo que Jesus lhes concedeu a permissão solicitada, ELES SE ACERCARAM DOS PORCOS, os espantaram por meio de uma aparição só visível para os mesmos porcos, e os impeliram na direção do lago, a fim de que ali se precipitassem, perseguindo-os com aquela aparição, que revestia uma forma e fazia gestos e ameaças de natureza a aterroriza-los. Para lhes infundir esse terror, os Espíritos impuros não se serviram da forma humana. O ESPÍRITO, COMO SABEIS, PODE TOMAR A FORMA, A APARÊNCIA QUE JULGUE NECESSÁRIA À OBTENÇÃO DO RESULTADO QUE DESEJE. Para causar terror, muitas vezes, o Espírito inferior reveste a forma, a aparência de um animal perigoso e INIMIGO DO QUE ELE QUER APAVORAR. Foi o que se deu com os que assombraram os porcos e os fizeram precipitar-se no lago. Dissemos que a aparição só era visível aos porcos: SE ASSIM NÃO FOSSE, O POVO NÃO TERIA ACREDITADO QUE OS ESPÍRITOS “IMUNDOS” ENTRARAM NESSES ANIMAIS. Um médium vidente que estivesse entre a multidão não teria – embora fosse esta a vontade dos obsessores – podido vê-los sob a forma, a aparência que tomaram, porquanto à vontade desses Espíritos nenhum poder tinha para o conseguir. ELES SE MOSTRARAM AOS PORCOS PORQUE A ISSO HAVIAM SIDO AUTORIZADOS, MAS NÃO LHES ERA LÍCITO IR ALÉM. Tudo se realizava segundo a vontade do Mestre, objetivando o resultado que ele queria alcançar. O fato de serem os Espíritos impuros visíveis aos porcos, quando não o eram para o povo, não vos deve causar mais admiração do que este: lado a lado dois médiuns videntes, somente um ver o Espírito que se manifesta! NESSE CASO, A VONTADE DO ESPÍRITO INTERVÉM. Quanto aos animais, a visão para eles se produz exclusivamente pela vontade do Espírito, porque a combinação dos fluidos entre o Espírito e o animal (como o dissemos) é impossível, ao passo que – para se tornar visível ao médium vidente – o Espírito opera por ato de sua vontade e exerce sobre o médium uma ação fluídica. Repetimos: não admitais NUNCA a possibilidade de uma união (embora momentânea) entre o Espírito e o animal. NÃO HÁ SUBJUGAÇÃO CORPORAL DESTE POR AQUELE E AINDA MENOS POSSESSÃO, SUBSTITUIÇÃO. Há, apenas, subjugação moral, no sentido de que o espírito consegue espantar o animal, enchê-lo de pavor, obrigá-lo a atos extravagantes, que podeis considerar materiais, mas que nem por isso deixam de tocar a inteligência relativa daquele que a sofre. A VONTADE DO OBSESSOR BASTA POR SI SÓ PARA TORNAR VIDENTE O ANIMAL, pela razão de que o Espírito deste é mais apto que o vosso a ter a faculdade da vidência e ainda porque à vontade do Espírito, por mais inferior que ele seja, domina sempre o Espírito do animal, a menos que a isso se oponha um Espírito Superior. Não se conclua daí que o animal vidente seja médium. Não o é na acepção exata da palavra, pois não pode, em caso algum, servir de intermediário ao Espírito para se manifestar ao homem. O animal goza de uma faculdade que lhe é peculiar: é apenas vidente, não médium. ENTRETANTO, EM CERTOS  CASOS AO ALCANCE DA VOSSA PERCEPÇÃO, A FACULDADE DE VER, QUE O ANIMAL POSSUI, PODE SERVIR – ESPECIALMENTE PELO TERROR QUE DELE SE APODERA – PARA, DA PRESENÇA DO OBSESSOR, PREVENIR O HOMEM, QUANDO NÃO EXISTE NENHUMA COISA MATERIAL, VISÍVEL OU TANGÍVEL, PARA ESSE MESMO HOMEM, CAPAZ DE JUSTIFICAR SEMELHANTE TERROR.
GN, 12/08/1970




SEGUNDA-FEIRA, 15/10/2012

NA TERRA DOS GERASENOS – III

P - É da mais alta importância, PARA TODAS AS PESSOAS, SEJAM QUAIS FOREM SUAS RELIGIÕES, a explicação da tragédia do infeliz geraseno. Como podiam seus obsessores (quase dois mil) saber que Jesus era o Filho do Altíssimo, o Cristo do nosso Planeta? E como explica o Espírito da Verdade a alusão deles ao estabelecimento do Reino de Deus na Terra?
                          
R – Obedecendo às ordens do Alto, os Espíritos do Senhor lhes fizeram ver o futuro e os esplendores de Jesus, em quem reconheceram – não um homem – mas UM ESPÍRITO MAIS PURO DO QUE OS MAIS PUROS QUE O CERCAVAM. E, com efeito, perguntando ao Cristo se viera para os atormentar antes do tempo, aludiam à época em que o conhecimento, que o homem teria de adquirir, das causas e efeitos da subjugação, o poria em condições de se escudar contra ela. Por instantes, a presciência lhes foi concedida, e eles entreviram, de relance, o estabelecimento do Reino de Deus na Terra e sua mão potente a espalhar a Luz por sobre os homens, como o Sol espalha seus raios sobre o vosso mundo, nos belos dias estivais. A consciência que assim tiveram do porvir aqueles obsessores do geraseno não durou mais que um momento: logo se apagou. Foi como um raio de luz que brilha em meio às trevas e, no mesmo instante, some, deixando de novo que as trevas se tornem espessas. O pedido que dirigiram ao Mestre, para que não os expulsasse daquele país, era motivado pela preferência que certos Espíritos conservam por certos lugares onde viveram, quer na última encarnação, quer em outra anterior, que lhes deixou vago sentimento de apego a tais sítios. Usando da faculdade de médium falante do subjugado, e servindo-se do seu órgão vocal, os mesmos Espíritos pediam a Jesus que não os mandasse para o ABISMO: esta locução era alegórica e de natureza a impressionar a multidão. Ora, ABISMO é a imensidade para os Espíritos impuros, com uma significação precisa – a imensidade onde o Espírito criminoso erra, isolado, condenado às trevas e às angústias causticantes do remorso. Equivale ao abismo que a vossa imaginação representa como sendo uma fornalha ardente, a devorar carnes fictícias, sem jamais as consumir. Os maus Espíritos, os chamados “demônios”, suplicavam sinceramente que Jesus não os condenasse a esse estado de insulamento, que, por assim dizer, mata moralmente o Espírito culpado, MAS COM O FIM DE O MELHORAR, LEVANDO-O AO MAIS COMPLETO ARREPENDIMENTO. O Espírito condenado às trevas e às angústias do remorso não sai do Espaço, e é no próprio Espaço que se faz o insulamento, pela vontade do Senhor. O culpado pode ser (e é, muitas vezes) condenado a uma prisão celular, de que o homem não consegue formar idéia. Pode ser condenado, por bem dizer, a HABITAR NO TEATRO DE SEUS CRIMES, como igualmente pode ser constrangido a permanecer num total insulamento, sem a possibilidade de praticar um ato de sua vontade, nem movimento algum, sem contato com qualquer outro Espírito, e cercado de espessas trevas que, sobre a sua organização, isto é, sobre o seu Espírito e o seu perispírito, produzem o efeito que uma atmosfera pesada e empestada produziria num homem todo amarrado. Em suma, a expiação é, como sabeis, sempre apropriada e proporcional aos crimes e faltas cometidos: obedece sempre às condições necessárias a incutir no culpado o remorso, a lhe despertar a consciência, a desenvolver nele, cada vez mais, as angústias que o preparam e levam ao arrependimento. Mas atendei: NENHUM ESPÍRITO É CONDENADO A SERVIR DE CARRASCO A SEU IRMÃO, POR MAIS CULPADO QUE ESTE SEJA. TODAS AS VISÕES DO CRIMINOSO SE PRODUZEM PELA AÇÃO DE UMA VONTADE PODEROSA, QUE O CONDENA A VER O QUE DEVIA TER DIANTE DOS OLHOS, ATÉ AO INSTANTE DO ARREPENDIMENTO. É um efeito de combinação de fluidos, resultante do magnetismo espiritual, da qual ficareis inteirados quando houverdes avançado bastante, para dar começo ao trabalho que queremos que seja feito pelo médium sobre os fluidos e suas propriedades. Ainda que pouco desenvolvido e precisando muito desenvolver-se, o progresso já realizado pelo magnetismo humano vos permite fazer idéia do que é capaz de conseguir A VONTADE PODEROSA DO ESPÍRITO SUPERIOR, NO TOCANTE AOS EFEITOS FLUÍDICOS. Como todos sabeis, o magnetizador pode – por ato de sua vontade e pela ação dos fluidos magnéticos – atuar sobre o seu paciente, achando-se este no estado sonambúlico, de maneira a lhe dar, do que não passa de mera ficção, A IMPRESÃO DE UM FATO REAL, e fazê-lo acreditar e ver o que queira que ele veja e acredite, MESMO DEPOIS DO DESPERTAR. Assim, deveis compreender qual seja o poder do Espírito Superior relativamente às visões do criminoso e como aquele, com o auxílio do MAGNETISMO ESPIRITUAL, por ato da sua poderosa vontade, tirando das combinações fluídicas os desejados efeitos, consiga produzir tais visões, A FIM DE QUE O CULPADO VEJA O QUE ESTÁ CONDENADO A VER E TENHA, DO QUE NÃO PASSA DE FICÇÃO, A IMPRESSÃO DA REALIDADE.
GN, 11/08/1970



     DOMINGO, 14/10/2012

NA TERRA DOS GERASENOS – II

P – É impressionante como tantos obsessores (quase 2.000) podem atuar sobre um homem só! A propósito da odisséia do geraseno, poderia o Espírito da Verdade explicar a influência dos “imundos” sobre as criaturas?

R – Sobre o homem subjugado a influência do obsessor é, como sabeis, fluídica. Sobre os animais, não pode ser e não é senão moral, no sentido de que a ação consiste em produzir neles o espanto ou o terror. O perispírito do Espírito não pode atuar fluidicamente sobre os animais, POR SER IMPOSSÍVEL A COMBINAÇÃO DOS RESPECTÍVOS FLUIDOS, UMA VEZ QUE OS PRINCÍPIOS NÃO SÃO INDÊNTICOS. Para poder compreender as causas daquele fenômeno, o homem tem de se entregar a estudos preparatórios sobre a natureza dos fluidos, seus efeitos, suas propriedades de ação, segundo as Leis Naturais que lhes regem o emprego, a aplicação e a disposição em cada reino da Natureza. Ora, bem sabeis, SE DEUS QUER QUE VOS AJUDEMOS, QUER TAMBÉM QUE TRABALHEIS, ESTUDANDO SEMPRE. Não podeis estranhar que, dirigindo-se ao obsessor chamado “multidão”, por serem muitos, Jesus tenha ordenado: “Sai desse homem!”, nem que tenha permitido aos Espíritos impuros entrarem nos porcos. É que não chegara o momento, ainda distante, de serem explicados as causas e os efeitos da subjugação, quer corporal e espiritual, assim como da ação dominadora que os Espíritos podem exercer sobre os animais, e se fazia mister na ocasião usar, para com os homens, de uma linguagem adequada ao seu entendimento e às idéias em voga. Estava reservado ao Espiritismo dar aquelas explicações, em Espírito e Verdade. Não vos detenhais em apreciar a acusação, tão pueril quanto fútil, que dirigem a Jesus, por ter – segundo dizem – causado um prejuízo ao dono da vara de porcos. TAL ACUSAÇÃO SÓ PODE PROVIR DE HOMENS MATERIAIS, QUE NÃO COMPREENDEM O SENTIDO, O ALCANCE E O FIM DO ENSINAMENTO QUE, POR AQUELA FORMA, JESUS QUIS DAR E DEU, QUE VALE UM INTERESSE MATERIAL, QUANDO SE TRATA DE SALVAR OS HOMENS? Mas ficai tranqüilos vós que, apesar das vossas boas intenções, não vos podeis libertar do jugo da matéria. Os porcos pertenciam a ricos proprietários, para os quais o prejuízo foi ligeiro, insignificante, tanto que os guardadores nem sequer foram repreendidos, tão grande repercussão teve aquele fato como resultante da vontade do Cristo. Nunca o Senhor comete uma injustiça: tudo passa pelo crivo da sua onisciência; tudo tem um fim, que há de ser alcançado, para a felicidade dos homens. Não deis atenção, também, à diferença, destituída de importância, sem nenhum valor, sem influência alguma nos fatos e no ensinamento, na lição que deles devia decorrer, entre a narração de Mateus e as de Marcos e Lucas, consistindo em dizer o primeiro que dois eram os possessos e os outros que o possesso era um só. Havia apenas um subjugado. FOI PARA QUE SE REALIZASSE A OBRA, QUE O MESTRE DEVIA REALIZAR, QUE O “POSSESSO DO DEMÔNIO” VEIO AO SEU ENCONTRO, SOB A INFLUÊNCIA E PELA AÇÃO DOS OBSESSORES, QUE A SEU TURNO OBEDECIAM  A VONTADE DE JESUS. Tudo o que, segundo se vos diz, esse homem fazia, subjugado corporal e espiritualmente pela multidão dos maus Espíritos, era efeito da mesma subjugação. Ele se achava à mercê dos caprichos de seus obsessores, e a subjugação lhe servia, ao mesmo tempo, de provação e expiação: aquele que necessita de provações, na Terra, tem sempre o que expiar. AS PROVAÇÕES E AS EXPIAÇÕES SE COMPLETAM, À LUZ DA JUSTIÇA DIVINA. O obsidiado era, inconscientemente, médium de efeitos físicos, e os obsessores procediam de acordo, pela subjugação corporal e espiritual e pelos meios que já explicamos, servindo-se dos fluidos animalizados da vítima, INDEPENDENTEMENTE DA VONTADE DESTA. Quando se apresentou a Jesus não trazia roupa alguma: despira-se completamente. Não é que os obsessores lhe houvessem, com violência, tirado as vestes: apenas lhe haviam inspirado horror a todo e qualquer constrangimento. Assim, ele não podia nem queria suportar vestuário algum, sujeito como estava aos caprichos dos “demônios”. Referem os Evangelhos Sinóticos: “Não habitava em casas; passava os dias e as noites nas montanhas e nos sepulcros, gritando e ferindo-se nas pedras; estivera muitas vezes com ferros aos pés e preso pelas correntes; rebentava as correntes e os ferros”. Tudo isso era efeito da maldade dos obsessores, quase dois mil. Como médium de efeitos físicos, mas inconsciente, O SUBJUGADO PRATICAVA POR SI MESMO, NA OPINIÃO DOS HOMENS, AQUELES ATOS. A VERDADE, PORÉM, É QUE OS MAUS ESPÍRITOS, COM FORÇA BASTANTE PARA ISSO, ATUAVAM DE COMUM ACORDO SOBRE ELE, PARA OBRIGÁ-LO A PRATICAR TAIS ATOS, GRAÇAS A SUA MEDIUNIDADE, EXERCENDO COM SEUS PERISPÍRITOS UMA AÇÃO FLUÍDICA, SOBRE A VÍTIMA, DOMINANDO-LHE A VONTADE, QUE ARBITRARIAMENTE GOVERNAVAM. “Quebrava as cadeias e os ferros, por mais que o vigiassem; ninguém mais podia prendê-lo; nenhum homem conseguia dominá-lo”. Como bem podeis compreender, os obsessores se divertiam em impedir que os guardas lhe pusessem peias, ou – se deixavam que o fizessem – era com o intuito de quebrarem os ferros e as correntes. Para conseguir tal resultado, o homem fazia os movimentos, MAS OS “DEMÔNIOS” É QUE LHE EMPRESTAVAM A FORÇA NECESSÁRIA, EXERCENDO SOBRE ELE VIOLENTA AÇÃO FLUÍDICA, COMBINANDO OS FLUIDOS DE SEUS PERISPÍRITOS COM OS DO POBRE GERASENO.“Era impelido pelo demônio para o deserto”. Em algumas traduções oriundas de uma falsa interpretação da letra e do espírito do texto original, se diz que o homem era “arrebatado pelo demônio”. Colocando-vos no ponto de vista dessas traduções, tomai a palavra “arrebatado” em sentido figurado e a tereis significando “impelido violentamente, contra a vontade”. Também usais, muitas vezes, referindo a carreira desabalada de uma pessoa, que ela é “arrebatada pelo vento”. Tendo em vista esse fato, podeis recordar o episódio conhecido como “O Duende de Baiona” um Espírito a transportar a irmã pelos ares. No caso do geraseno, entretanto, nada se deu de semelhante. Havia, apenas, uma corrida desordenada, que apavorava os que a presenciavam. Por tudo isso é que, subjugado corporal e espiritualmente pelos obsessores, os quais por sua vez eram, no momento, dominados e dirigidos pelos Espíritos Superiores, aquele homem (tão furioso que ninguém ousava passar perto dele, saindo dos sepulcros) correu ao encontro de Jesus, o adorou e, como médium falante, proclamou em altas vozes, diante do povo ser Jesus “O filho de Deus”. EXPRIMINDO-SE DESSE MODO, PELO ÓRGÃO DO SUBJUGADO, OS MAUS ESPÍRITOS PROVAVAM A IDENTIDADE DO CRISTO.
GN, 09 e 10/08/1970 

SÁBADO,  13/10/2012

NA TERRA DOS GERASENOS – I

P – Em matéria de obsessão e obsidiados, o que mais nos impressiona é a passagem evangélica na terra dos gerasenos. Gostaríamos, por isso, de receber, pelo CEU da LBV, uma explicação ampla, que nos dê elementos para uma pregação eficiente aos que freqüentam a nossa CRUZADA DO NOVO MANDAMENTO NO LAR. Podemos ser atendidos pelo Espírito da Verdade?

R - Vamos harmonizar Mateus, VIII: 28-34, Marcos, V: 1-20 e Lucas, VIII: 26-40.

MATEUS: 28 – Ao chegar Jesus à terra dos gerasenos, na outra margem do lago, vieram-lhe ao encontro, saindo dos túmulos, dois possessos tão furiosos que ninguém ousava passar por aquele caminho. 29 – E se puseram a gritar, dizendo: "Jesus, Filho de Deus, que tens tu conosco? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" 30 – Não longe dali, estava pastando uma grande vara de porcos. 31 – E os demônios suplicaram a Jesus: "Se nos expulsas daqui, manda-nos para aque­les porcos!" 32 – Jesus lhes disse: "Ide". E eles, saindo dos possessos, passaram para os porcos. Logo toda a manada partiu a correr, impetuosamente, e se foi precipitar no lago, onde os porcos morreram afogados. 33 – Então, aqueles que os guardavam fugiram e, indo à cidade, narraram tudo o que acontecera aos possessos. 34 – Todos os habitantes da cidade saíram ao encontro de Jesus e, ao vê-lo, lhe pediram que se retirasse do país.

MARCOS: 1 – Tendo atravessado o mar, desembarcaram no país dos gerasenos. 2 – E, mal Jesus descera da barca, um homem possuído do espírito imundo veio ter com ele, saindo dos sepulcros, 3 – onde tinha sua morada habitual, homem esse que ninguém mais conseguia prender, nem mesmo com as correntes. 4 – pois muitas vezes já tinha estado com ferros aos pés, preso por cadeias, e os quebrara, não havendo quem pudesse dominá-lo. 5 – Vivia nas montanhas e nos túmulos, dia e noite, a gritar e a se flagelar nas pedras. 6 – Ao ver Jesus de longe, correu para ele e o adorou, 7 – exclamando em altas vozes: "Que há entre mim e ti, Jesus, Filho do Altíssimo? Eu te conjuro, por Deus, que. não me atormentes!" 8 – Isso porque Jesus lhe ordenava: "Espírito imundo, sai desse homem!" 9 – Perguntou-lhe Jesus: "Como te chamas?" Respondeu: "Multidão é o meu nome, porque somos muitos". 10 – E lhe pedia, com instância, que não o expulsasse. 11 – Ora, havia ali uma grande vara de porcos, pastando na encosta do monte. 12 – E os demônios faziam a Jesus esta súplica: "Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles".  13 – E, como Jesus lhes desse permissão, os espíritos imundos, saindo do possesso, entraram nos porcos, e toda a manada, que era de perto de duas mil cabeças, correu com grande ímpeto e foi precipitar-se no mar, onde se afogou. 14 – Os que a apascentavam fugiram e, na cida­de e nos campos, foram espalhar a notícia do que se passara, e todos saíram a ver o que havia acontecido. 15 – Vieram ter com Jesus e, ven­do o homem, que estivera atormentado pelo demônio, já sentado, vestido e em seu juízo, se encheram de temor. 16 – E eles, ouvindo dos que presenciaram os fatos a narrativa do que sucedera ao possesso e aos por­cos, 17 – pediram a Jesus que deixasse aquela terra. 18 – Ao voltar Jesus para a barca, o homem que estivera possesso suplicou que lhe fosse permitido acompanhá-lo. 19 – Jesus, porém, recusou, dizendo: "Volta para tua casa, para o meio dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti; e que Ele de ti se compadeça!" 20 – O homem partiu, e começou a espalhar em Decápole tudo o que Jesus lhe fizera, causando admiração a todos.

LUCAS: 26 – Vieram navegando ate ao país dos gerasenos, que fica defronte da Galiléia. 27 – Ao saltar  Jesus em terra, veio ter com ele um homem que, desde muito tempo, estava possuído do demônio, e não trazia roupa alguma e não morava em casa, mas nos sepulcros. 28 – Logo que viu Jesus, se prostou diante dele e, em altos brados, dizia:”Jesus, Filho de Deus Altíssimo, que há entre mim e ti? Eu te suplico: “não me atormentes!" 29 – Isso porque Jesus ordenava ao espírito imundo que saísse daquele homem que, havia muito tempo, era por ele violentamente subjugado. De nada servia prenderem-no em correntes e lhe porem ferros aos pés: quebrava as correntes e os ferros, e era impelido pelo demônio para os lugares ermos. 30 – Jesus lhe perguntou: "Qual é o teu no­me?" Ele respondeu: "Meu nome é multidão", pois muitos demônios tinham entrado nele, 31 – e esses demônios pediam a Jesus que não os mandasse para o abismo. 32 – Como, num monte próximo, estivesse pastando uma grande vara de porcos, os demônios pediram a Jesus que lhes permitisse entrar nos porcos, o que lhes foi concedido. 33 – Então, saíram do homem, entraram nos porcos e logo toda a manada se precipitou no lago, e aí se afogou. 34 – Vendo isso, os que a guardavam fugiram e foram contar na cidade e nas aldeias o que se passara. 35 – De uma e de ou­tras acorreram muitas pessoas para ver o que aconteceu. Vindo aonde estava Jesus, encontraram o homem, que ficara livre dos demônios, senta­do a seus pés, vestido e de perfeito juízo, o que os encheu de pavor. 36 – Os que tinham visto o que se passara lhes referiram como o possesso fôra libertado da multidão de demônios. 37 – Então, todos os  habi­tantes de Gerasa pediram a Jesus que se retirasse dali, pois estavam horrorizados. Jesus entrou de novo na barca, e partiu. 38 – O homem, de quem os demônios tinham saído, suplicava que lhe fosse permitido acompanhá-lo. Jesus, porém, o despediu, dizendo: 39 – “Volta para tua casa. Narra aos teus o que o Senhor fez por ti". E o homem foi, por toda a cidade, espalhando a notícia do que Jesus lhe fizera. 40 – Regressando este, o povo o recebeu com alegria, pois todos o esperavam.

A homens materiais são necessários ensinamentos de feição material. SABEIS QUE HORROR TINHAM OS JUDEUS AO PORCO, "ANIMAL IMUNDO" NO DIZER DAS ORDENAÇÕES DE MOISÉS. E aqui são quase 2.000 porcos, verdadeira multidão (legião seriam 6.000). Querendo dar a entender aos homens até que ponto eram perigosos e repelentes os obsessores, Jesus permitiu que os que atuavam desde tanto tempo, de modo tão violento e cruel, quanto extraordinário aos olhos humanos, sobre aquele "demoníaco", isto é, sobre o geraseno que traziam subjugado, assombrassem os porcos que ali perto pastavam. Os homens, crentes de que os Espíritos,abandonando o possesso, entraram nos porcos, compreenderam melhor O DESPREZO QUE LHES DEVIAM INSPIRAR TÃO PERIGOSAS INSTIGAÇÕES, A QUE PODIAM ESTAR SUJEITOS TODOS AQUELES QUE NÃO TRILHAM O CAMINHO QUE LEVA A SALVAÇÃO. Observai que os obsessores se satisfizeram com o espantar os porcos. Evidentemente, não foram habitar neles. Assim como o subjugador não habita no subjugado - limitando-se a influenciá-lo por meio de uma ação fluídica, permanecendo a seu lado e atuando moralmente sobre ele - também os Espíritos impuros (que, obedecendo à vontade de Jesus, se colo­caram na sua passagem, PARA SERVIREM DE INSTRUMENTO A LIÇÃO QUE ELE DESEJAVA DAR), se acercaram dos porcos e os espantaram, impelindo-os  a se precipitarem no lago. Não admitais nunca a união, embora momentânea, entre o Espírito e o animal, isto é, a subjugação corporal deste por aquele, nem - ainda menos - a substituição ou a possessão. Já vos explicamos os meios por que se opera, as condições a que obedece e os efei­tos que produz a subjugação, quer corporal, quer corporal e espiritual, bem como a possessão ou a substituição. Não temos, portanto, de voltar a esse assunto.
GN, 08/08/1970



SEXTA-FEIRA,  12/10/2012

FENÔMENOS DA NATUREZA – IV

   P – Realmente, o pior cego é aquele que não quer ver. A Doutrina da LBV pode ajudar o Brasil a se libertar de todas as causas do subdesenvolvimento: basta completar a educação dos homens com a EDUCAÇÃO DE JESUS. Mas a maioria prefere acreditar no acaso. Que diz a esse respeito o Espírito da Verdade?

R – Deus nada espera do que chamais “acaso”, porque não existe, nem nunca existiu, o acaso. Tudo o que tenha de acontecer, do ponto de vista do término das provas humanas, acontece pela ação dos próprios Espíritos, dentro da Lei de Causa e Efeito. Tudo, portanto, tem razão de ser: a pena de talião é, muitas vezes, escolhida pelo Espírito culpado. Um que, em existência anterior, cometeu o crime de assassínio friamente premeditado, pode obter da bondade e da justiça do Senhor, expiar essa falta por UMA LENTA AGONIA, cujos transes o depurem e o reconduzam aquele a quem ofendera. O que acabamos de dizer não convém seja separado – quanto ao que se deva entender pelo que chamais O INSTANTE FATAL DA MORTE – da explicação que vos demos do Quinto Mandamento da Lei de Deus. No estado de inferioridade em que ainda se encontra o vosso planeta, os flagelos, a peste, a fome e a guerra CONTRIBUEM PARA O PROGRESSO DOS POVOS, PORQUE SÃO MEIOS DE PROVAÇÕES E EXPIAÇÕES, E SERVEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇAO, DA CIÊNCIA, DO ADIANTAMENTO MORAL E INTELECTUAL, ABRINDO CAMINHOS A ATIVIDADE FRATERNA, A PRÁTICA DO DEVOTAMENTO E DA CARIDADE. As vítimas dessas calamidades o são voluntariamente, pois que – a título de provação, de expiação ou de missão – procuram por si mesmos nascer num país, numa família, viver ou estar no local onde viessem a experimentar qualquer daqueles flagelos. E são efetivamente flagelos, no sentido de que atingem, indistintamente grandes e pequenos, lembrando assim ao homem que DIANTE DO PODER DIVINO, TODAS AS CABEÇAS SE ENCONTRAM A MESMA ALTURA E QUE, UMA VEZ CAÍDAS, TODAS FICAM RENTES COM O SOLO. Não vos lamenteis, portanto, quando virdes uma calamidade pública abater-se sobre qualquer país. Tudo está nos perfeitos desígnios da Justiça de Deus. Dizei, portanto: “Bendito seja o Senhor, que estende seus flagelos por todas as nações e pesa na balança o valor de seus povos; QUE MANDA A TERRA O PROGRESSO E A PAZ AOS HOMENS DE BOA VONTADE”. Tudo segue marcha regular, objetivando o progresso de ordem física, intelectual, moral e espiritual: Tudo é preparado  e dirigido pela ação dos Espíritos Preposto, segundo a vontade do Senhor e sob o Império das Leis Naturais e Imutáveis, por Ele estabelecidas, desde toda a Eternidade. Para finalizar: foi assim, pela vontade de Jesus, a quem Deus tudo outorgou, que de Deus recebe DIRETAMENTE a inspiração e poderes ilimitados, e pela ação dos Espíritos Prepostos, que se desencadeou e aplacou a tempestade, sucedendo-lhe grande bonança. Mas fique nos vossos ouvidos a pergunta do Mestre: – PORVENTURA, QUANDO VOLTAR A TERRA, O FILHO DE DEUS ENCONTRARÁ FÉ ENTRE AQUELES QUE FALAM EM SEU NOME? Ou terá de lhes dizer, novamente: POR QUE TEMEIS, HOMENS SEM FÉ?
GN, 07/08/1970



QUINTA-FEIRA,  11/10/2012

FENÔMENOS DA NATUREZA – III

P – A explicação dos fenômenos da Natureza não podia ser mais objetiva nem mais clara. Mas os flagelos ligados a esses fatos devem interessar a toda a Humanidade. Que diz, por exemplo, o Espírito da Verdade sobre as vítimas de naufrágios, incêndios e outras tantas tragédias ?
               
R – Aquele que, ao reencarnar, escolheu por provação a morte violenta, precedida das angústias e alternativas que cercam os últimos momentos do naufrágio – sujeito a se debater entre a submissão ao Criador, a resignação o remorso das faltas passadas, a confiança na divina bondade e o pavor, a blasfêmia , a raiva insensata que se apodera de muitos nessa hora terrível – será levado, pelo próprio Espírito, a preferir um navio a outro, a se ver urgido por um negócio a embarcar em determinada ocasião, a contar mesmo com um acaso feliz, com sorte, com a sua “boa estrela”. E partirá porque, durante o desprendimento, a que o sono dá lugar, O SEU ESPÍRITO SE TORNA CONSCIENTE DAS SÉRIAS OBRIGAÇÕES QUE CONTRAIU, E TOMA DE NOVO A RESOLUÇAO DE CONDUZIR O CORPO À SITUAÇÃO EM QUE, UNIDOS, DEVEM AMBOS TERMINAR AS SUAS PROVAS VOLTANDO ESTE A MASSA COMUM E LIBERTANDO-SE ELE (O ESPÍRITO) DA ESCRAVIDÃO CORPORAL E READQUIRINDO A LIBERDADE. A resolução assim retomada, e da qual não resta lembrança no estado de vigília, deixa no homem uma impressão vaga, que vem a construir o que ele chama a sua inspiração, a determinante dos seus atos. Assim como não pode prever o seu naufrágio, também o homem não prevê a hora em que as chamas de um incêndio devorará a sua casa; em que será sepultado pelo desabamento da escavação, mina ou pedreira em que trabalhe; e os que têm de perecer, desse modo, efetivamente perecem. Por quê? Porque, semelhantemente ao naufrágio, escolheram – para término da vida terrena – a morte violenta, cercada das angústias e alternativas daquele, e precedida da mesma luta entre a submissão ao Criador, a resignação, o remorso, a confiança na divina bondade e o pavor, a blasfêmia, o desespero. COMO O NAUFRÁGIO, FORAM LEVADOS, PELOS SEUS PRÓPRIOS ESPÍRITOS, A PREFERIR UMA HABITAÇÂO A OUTRA, EM CERTA OPORTUNIDADE; A PREFERIR, PARA TRABALHAR, ESTA MINA OU PEDREIRA AQUELA OUTRA. Os que tenham de morrer de qualquer desses modos, por haver soado a hora final das suas provações terrenas e por serem de qualquer desses gêneros a provação e a expiação que escolheram, morrem inevitavelmente. OS QUE DEVAM ESCAPAR A MORTE, POR NÃO HAVER AINDA SOADO AQUELA HORA, ESCAPAM: OS MEIOS DE SALVAMENTO LHES SÃO FACULTADOS PELA INFLUÊNCIA OU AÇÃO DOS ESPÍRITOS PREPOSTOS. Não tendes visto duas pessoas caírem da mesma forma, e nas mesmas condições, e dar-se que uma pereça da queda e que a outra não morra? Quando, num naufrágio, num incêndio, ou num desabamento todos perecem, é que TODOS TINHAM CHEGADO AO TÊRMO DE SUAS PROVAÇÕES E HAVIAM ESCOLHIDO – POR EXPIAÇAO E PROVAÇÃO – AQUELE GÊNERO DE MORTE. No mesmo dia, à mesma hora, não morre na Terra uma porção de homens? Dêem-se, ou não, no mesmo lugar as mortes, a razão é sempre a mesma: o término das provas terrenas. Todos esses fatos ocorrem às vistas dos homens, sem que eles procurem conhecer – quer as causas da morte, quer as causas e influências que preparam e põem em prática os meios (quaisquer que sejam) de salvamento, fazendo-o por forma tal que suceda tudo quanto deva suceder. Desses “vivos” é que podeis dizer: – DEIXAI AOS MORTOS O CUIDADO DE ENTERRAREM OS SEUS MORTOS.
GN, 06/08/1970





QUARTA-FEIRA,  10/10/2012


FENÔMENOS DA NATUREZA – II

P – O que agrada na Doutrina do CEU, da LBV, é que todos os seus ensinamentos são dos Espíritos de Luz. As lições dos preceptores humanos, por mais ilustres que sejam, nos deixam duvida permanente. Gostaríamos, por isso, de obter novos ensinos do Espírito da Verdade sobre os fenômenos da Natureza, É possível?

R – Já o dissemos e repetimos: dia virá em que a Ciência poderá predizer O MOMENTO EXATO EM QUE SE PRODUZIRÃO OS FENÔMENOS DA NATUREZA. Quando, porém, à previsão dos fenômenos atmosféricos não acrediteis que possais anunciar com precisão dos ponteiros marcando as horas no mostrador. Vossos cálculos serão muitas vezes perturbados, mas chegareis a prever sempre com muita aproximação. Isso vos permitirá, desde que o orgulho humano se resolva a consenti-lo, tomar as precauções necessárias para salvar as vossas colheitas, as vossas habitações, e fazer redundar em proveito da Humanidade o que, até então, ela considerava calamidade. Nada existe na Natureza sem um fim. Somente a ignorância impede a compreensão desta verdade. O homem tem – até certo ponto – o direito de se dizer o rei da criação, no sentido de que nada é secreto que não deva ser dele conhecido, e nada oculto que não deva ser descoberto, à medida que for aumentando sua elevação moral e intelectual e, concorrentemente, física, segundo a Lei do Progresso. A divina bondade tudo submeteu ao império do homem; preciso é, porém, que ela aprenda a reinar com o Senhor, como pai de família e não como tirano. É preciso que despedace as cadeias que prendam seus irmãos, para aprender a acorrentar o oceano. É preciso que esteja sempre pronto a partilhar com seus irmãos o que possui, para aprender a preservar suas colheitas das geadas, dos ventos e dos raios de um sol demasiado ardente. É PRECISO, ENFIM, QUE SE APERFEIÇÕE MORALMENTE, PARA OBTER O APERFEIÇOAMENTO FÍSICO DO SEU PLANETA.  Cada um dos séculos que se escoam, com tanta lentidão, vos traz uma parcela de progresso moral e intelectual. Moral, sim, porque – APESAR DE TODAS AS VOSSAS IMPERFEIÇÕES – tendeis para o Bem. Trazeis disposições para aceitar, mesmo dentro da vossa cegueira, as modificações capazes de vos melhorarem a espécie. Conservais ainda, é certo, uma parte da catarata que vos tira a vista: é exatamente do que procuramos curar-vos agora. Quando enxergardes nitidamente, caminhareis com passo firme e decidido pela via do progresso, e vossa carreira tomará, então, proporções grandiosas. Tudo, no seio da Natureza, tem de seguir a sua marcha regular. Longe está, ainda, a ciência humana do que virá a ser. Grande poder o Senhor deu ao homem, mas é preciso que este se faça digno de exercitá-lo. Por isso mesmo, repetimos: tudo é sábio na obra divina. Tudo tem um destino e concorre – pela ação dos Espíritos do Senhor, segundo a sua vontade e sob o império de suas Leis Imutáveis – para a execução da obra geral, pelos fenômenos da Natureza para o progresso do vosso planeta. Concorre, também, para o cumprimento das vossas provações e das vossas expiações que no conjunto da obra, representam elementos e meios de progresso. Assim, OS HOMENS QUE SUCUMBEM NUM NAUFRÁGIO SÃO LEVADOS A MORRER DESSA MANEIRA POR EFEITO DAS PROVAS QUE ESCOLHERAM, ANTES DE REENCARNAREM. PORTANTO, SEJA OU NÃO CONHECIDA DO HOMEM A CAUSA, O RESULTADO EXISTIRÁ.
GN, 05/08/1970



TERÇA-FEIRA,  09/10/2012


FENÔMENOS DA NATUREZA

P – Muitos estudiosos querem saber como conciliar a ação dos Espíritos na produção do fenômeno das tempestades e, por conseguinte, os naufrágios que ocasionam, num instante fatal, a morte de certas pessoas como TÊRMO DE SUAS PROVAÇÕES TERRENAS, com as descobertas pelas quais a Ciência , de antemão, determina o lugar e a época dos fenômenos meteorológicos. É que isso leva muita gente a não ver nas tempestades e nos naufrágios mais do que ação de uma força cega e necessária, enquanto na morte dos naufrágios não vê senão a obra daquilo que chama de ACASO, negando assim a intervenção de Deus e a ação dos Espíritos por ele prepostos ao uso, ao emprego à execução e à aplicação das Leis Naturais e Imutáveis a que estão sujeitos os variados fenômenos da Natureza. Que nos diz sobre tudo isso, o Espírito da Verdade?

R – Por ventura a ciência humana também já predeterminou quais os que – ao menos na aparência – seriam vítimas desses efeitos? Dizemos “ao menos na aparência” porque os que morrem em tais casos (como explicaremos daqui a pouco) são apenas VÍTIMAS VOLUNTÁRIAS, NO SENTIDO DE QUE SÃO LEVADOS A SEMELHANTE FIM EM VIRTUDE DA ESCOLHA, QUE FIZERAM, DE SUAS PROVAS; DE QUE SÃO LEVADOS A ISSO PELOS SEUS PROPRIOS ESPÍRITOS; NO SENTIDO DE QUE O FATO OCORRIDO É CONSEQUÊNCIA FORÇADA DAS PROVAÇÕES E EXPIACÕES QUE ESCOLHERAM. Tudo é sábio, tudo é grande, tudo é perfeito nas Leis Divinas; somente vós materialistas orgulhosos, sois pequeninos nas vossas críticas e negação do Todo – Poderoso. Mas a Ciência, um dia, vos anunciará, com exatidão, o momento dos fenômenos da Natureza. Então, dada a vossa evolução moral, física e intelectual, não mais tereis de sofrer expiações e provações, quais as  do naufrágio. É preciso que seja assim, porque é preciso que tudo marche regularmente na obra divina. Dia virá em que tendo vós alcançado a necessária ELEVAÇÃO ESPIRITUAL, todos os casos que hoje vos causam espanto se vos tornarão familiares, MAS NEM POR ISSO MENOS REAL, SERÁ A AÇÃO DOS ESPÍRITOS. A ciência  humana, se lhe fosse possível, anularia a existência de Deus, afirmando: “Previmos as tempestades; logo, elas se desencadearam porque assim devia acontecer”. De tal sorte, os fenômenos da Natureza seriam apenas o resultado da ação de uma força cega e necessária, e não obra de uma inteligência suprema e providencial, que age por intermédio de Espíritos ativos e devotados, aos quais incumbem o uso, o emprego, funcionamento, a aplicação e a execução das Leis Naturais e Imutáveis que ela estabeleceu, desde toda Eternidade. Deste modo é que aquela inteligência opera, por sua vontade onipotente e livre, no sentido de que AGE SEGUNDO ESSAS MESMAS LEIS, QUE ELA DIRIGE, APLICA, FAZ FUNCIONAR, EXECUTAR COM PERFEIÇÃO, VISANDO SEMPRE AO PROGRESSO FÍSICO, MORAL E INTELECTUAL DENTRO DA VIDA E DA HARMONIA UNIVERSAIS. Prevendo-lhes e observando-lhes o uso, a aplicação, a execução e os efeitos, essas Leis são reconhecidas por aqueles mesmos que negam, porque não as vêem, o Legislador que as promulgou e os agentes a quem incumbiu de as aplicar, de as executar, de as fazer produzir seus efeitos. Nas condições e segundo as regras e os meios que lhes pôs nas mãos e se acham estabelecidos nas próprias Leis. O LEGISLADOR É DEUS; OS AGENTES SÃO OS ESPÍRITOS PUROS, aqueles que se podem aproximar do centro da Onipotência e que, por sua vez, têm – como agentes submissos e devotados conforme a hierarquia espiritual – os Espíritos Superiores e os Bons Espíritos. O mesmo seria reconhecer a existência de qualquer maquina, prever-lhe e observar-lhes o uso, a aplicação, os efeitos, a execução da obra desde que o operário preposto do mecânico a faz funcionar e, AO MESMO TEMPO, NEGAR – POR NÃO SEREM VISÍVEIS, O MECÂNICO QUE A INVENTOU E OS OPERÁRIOS QUE A PÔEM EM MOVIMENTO. Ora, o mecânico é Deus; os operários prepostos são os Espíritos. Não, a Natureza obedece a determinada marcha regular. É assim como o homem recebe sempre – pelas circunstâncias ou pelos acontecimentos que preparam, procedem, produzem e executam essa marcha – O AVISO DE QUE TEM DE MORRER E, PORTANTO, DEVE ESTAR PRONTO PARA ESSE MOMENTO SUPREMO, do mesmo modo nas Leis da Natureza, todos os acontecimentos deixam prever a marcha que seguirão por meio dos sinais captados pela ciência  especializada. As tempestades, como as inundações, os fatos atmosféricos e todos os fenômenos da Natureza são produzidos por Espíritos prepostos a produção desses efeitos. Espírito que, todavia, seguem a marcha que lhes traça o Criador, para os preparar, guiar e realizar pelos meios de que os armou, mas SEMPRE SEGUNDO AS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS POR ELE ESTABELECIDAS, DESDE TODA A ETERNIDADE.

GN, 04/08/1970
     

SEGUNDA-FEIRA,  08/10/2012


TEMPESTADE APLACADA

P – A existência do CEU da LBV é segurança total para todos. A simples leitura destas lições afasta o medo que persegue as criaturas de Deus neste mundo! Como explica o Espírito da Verdade a passagem evangélica da tempestade aplacada?

R – Harmonizemos, primeiro, Mateus, VII: 23-27, Marcos, IV: 35-41 e Lucas, VIII: 22-25.

MATEUS: 23 – Jesus tomou em seguida a barca, seguido pelos discípulos. 24 – E eis que se levantou no mar uma tempestade tão grande que as ondas cobriam a barca. Ele, entretanto, dormia. 25 – Os discípulos, então, se aproximaram dele e o despertaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois vamos morrer!” 26 – Jesus lhes respondeu: “Por que temeis, homens sem fé?” E, levantando-se, mandou que os ventos e o mar se aquietassem, e logo se fez grande bonança. 27 – Os homens, cheios de admiração, diziam: “Quem é este a cujas ordens o mar e os ventos obedecem?”.


MARCOS: 35 – Nesse dia, ao cair da tarde, Jesus lhe disse: “Passemos para a outra margem”. 36 – E, despedida a multidão, levaram consigo Jesus na barca onde ele se achava; outras barcas o seguiam. 37 – Levantou-se grande ventania que, atirando as vagas sobre a barca, a enchiam d’água. 38 – Jesus, que se achava à popa, dormia reclinado num travesseiro. Eles o acordaram, dizendo-lhe: “Mestre, não se te dá que pereçamos?” 39 – Jesus, levantando-se, falou ao vento e ao mar, dizendo “Cala-te, emudece!” O vento cessou e logo reinou grande calma. 40 – Então, lhes disse: “por que temeis? Ainda não tendes fé?” 41 – E todos, cheios de temor,  diziam uns aos outros: “Quem julgas ser este a quem o mar e os ventos obedecem?”

LUCAS: 22 – Certo dia, tendo entrado numa barca com os discípulos, Jesus lhes disse: “Passemos para a outra margem do lago”. E partiram. 23 – Enquanto faziam a travessia, ele adormeceu e grande ventania se desencadeou sobre o lago, enchendo d’água a barca e pondo a todos em perigo. 24 – Os discípulos se acercaram dele e, despertando-o, disseram: “Mestre, soçobramos!” Jesus, levantando-se, falou ameaçadoramente ao vento e às ondas agitadas. Tudo logo cessou e reinou grande calma. 25 – Então, Jesus lhes perguntou: “Onde está a vossa fé?” Eles, porém, cheios de temor e admiração, perguntavam uns aos outros: “Quem será este que dá ordens aos ventos e às ondas e é obedecido?”

Jesus, vós o sabeis, não estava sujeito ao sono NEM A NENHUMA OUTRA NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA HUMANA. Para os homens, ele adormecera e tiveram de o despertar. Na realidade, porém, apenas quis, pela demonstração do seu poder sobre os elementos, ferir a imaginação dos discípulos e DESENVOLVER-LHES A FÉ. Os Espíritos encarregados das águas e dos ventos, obedecendo-lhe, como todos os outros, TUDO PREPARARAM PARA PRODUZIR O TERROR NOS DISCÍPULOS DAQUELE QUE TAMBÉM ERA SEU MESTRE, E CUMPRIRAM DOCILMENTE SUAS ORDENS, QUANDO ELE MANDOU QUE TODA A AGITAÇÃO CESSASSE. A explicação dos meios pelos quais os Espíritos prepostos produziram a tempestade, e a fizeram cessar, ainda estão muito acima do alcance das inteligências humanas: CADA REINO DA NATUREZA ESTÁ SUBMETIDO A DIREÇÃO DE ESPÍRITOS ESPECIAIS, E CADA UM OPERA EMPREGANDO OS MEIOS QUE O SENHOR LHE FACULTOU. A produção de tais efeitos, de tais sucessos, tem sempre por base a ação do Espírito sobre os fluidos. O choque destes contribui para que sintais a influência dos ventos. A ação magnética exercida sobre as massas de água as levanta; e, diminuída essa atração, a calma se restabelece. Nenhuma vaga do oceano está submetida à ação de um Espírito encarregado de a mover, como se fosse um brinquedo de criança. OS ESPÍRITOS PREPOSTOS A TAIS EFEITOS CONCENTRAM OS FLUIDOS ATRATIVOS NOS PONTOS EM QUE DEVERÁ DESENCADEAR-SE A TEMPESTADE. Tudo para nós tem uma causa explicativa; muitas coisas, entretanto, ainda têm de conservar-se obscuras para vós. Contentai-vos com o pouco que vos podemos dar, de acordo com o estado das vossas inteligências. Tratai de obter mais pelo estudo, pela observação, pelo trabalho, executados com desinteresse, humildade de espírito e de coração, com muito amor, muita fé e desejo de progredir. OS ENCARREGADOS DAS ÁGUAS E DOS VENTOS, COMO OS OUTROS ESPÍRITOS ESPECIAIS A CUJA DIREÇÃO ESTÁ SUBORDINADO CADA UM DOS REINOS DA NATUREZA, SÃO ESPÍRITOS PURIFICADOS, DESEMPENHANDO MISSÃO. E, para desempenhá-la, empregam, como lhes apraz, os que lhes são inferiores, quando o concurso destes se faz necessário. Já vos dissemos que TUDO É MAGNETISMO EM TODA A NATUREZA, ação e atração magnéticas sobpostas à ação espiritual, e Deus não concede seus poderes senão AQUELES QUE OS MERECERAM. O Senhor não confia a aplicação e a execução das Leis que estabeleceu desde toda a Eternidade, para a regência da vida e da harmonia universais, para a realização de seus desígnios e da sua providência, senão AOS ESPÍRITOS QUE ELE SABE SEREM CAPAZES E DIGNOS DESSE ENCARGO.
GN, 02/08/1970





DOMINGO, 07/10/2012


NÃO OLHAR PARA TRÁS

P – Jesus fez esta advertência: “Aquele que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, não serve para o reino de Deus”. Como interpreta estas palavras o Espírito da Verdade?

R – O Mestre dirigiu essa advertência ao que lhe pedia permissão para ir, antes que partisse com ele, despedir-se dos que deixara em casa. Também aí é preciso que o homem busque o espírito, que vivifica, sem se ater à letra, que mata. Houve quem acusasse o Cristo de, por essas palavras, pregar a secura de coração, despedaçando os laços amoráveis da família. Entretanto, bem longe estava isso do pensamento de Jesus! COMO PODERIA O REDENTOR, QUE DEU A SUA VIDA POR TODOS, AMIGOS E INIMIGOS, ENSINAR O EGOÍSMO? Absolutamente, não! O que, por aquela forma, quis dizer aos homens, era: NÃO OLHEIS PARA TRÁS, QUANDO VOS ACHARDES NA ESTRADA DO BEM, POIS SEMPRE HAVERÁ UM LAÇO QUE VOS RETENHA, EM DETRIMENTO DA VOSSA MISSÃO. MEDITAI BEM, ANTES DE INICIAR A OBRA, ISTO É, ANTES DE COLOCARDES NO SULCO O ARADO, MAS, UMA VEZ FEITO ISSO, JÁ CONVENCIDOS DE QUE ELE RASGA O SOLO NO PONTO EM QUE A SEMENTE DEVE SER LANÇADA PARA PRODUZIR, NÃO PAREIS MAIS – CAMINHAI SEMPRE PARA A FRENTE! Podeis, portanto, harmonizar os ensinamentos do Mestre, desta forma: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos, e vai anunciar o Reino de Deus. Deixa entregues a si mesmos os que se mostram incapazes de VER A LUZ. Trata, primeiro, de LEVAR A LUZ AOS QUE A DESEJAM, PARA VIVER EM DEUS. Aquele que, tendo posto a mão no arado, olha para trás de si, não serve para o Reino de Deus. É PRECISO QUE AS CONDIÇÕES PESSOAIS, EGOÍSTICAS, NÃO TE FAÇAM VOLTAR ATRÁS E ABANDONAR A OBRA QUE TENS DE EXECUTAR. Começaste a caminhar para a frente. Segue, pois, o teu caminho, convicto de que parar é recuar”. São palavras ditadas pelo próprio Cristo. Ante tal manifestação dirigimos aos Espíritos Puros, que comandam a execução desta obra, mas principalmente ao Cristo de Deus, esta súplica: “Dignai-vos de permitir vos agradeçamos a Boa Vontade que tendes de nos esclarecer e de nos dar a Luz e a Verdade. Que Deus nos conceda a graça de progredirmos sempre na senda do Amor Infinito, que conduz a Ele, e na prática da Caridade que se universaliza na imensidade de suas obras!” Espontaneamente, o médium escreveu, com a mesma caligrafia magistral: “JESUS VOS ABENÇOA”. Depois dessa abençoada interrupção, continuamos o trabalho. E, na caligrafia anterior, recebemos esta mensagem: “Foi um Espírito intermediário de Jesus junto de vós quem se manifestou e vos transmitiu a palavra do Mestre, encarregado, como seu mandatário, de falar por ele. Para sentirdes a vossa posição em tal caso, apenas vos dizemos: “É A PALAVRA DO REI DE TODOS OS REIS, TRANSCRITA PELO SECRETÁRIO, MAS SELADA COM AS ARMAS REAIS”. Conheceis as relações que existem entre os homens e seus Guias Espirituais. SENDO MATERIAL DEMAIS, A NATUREZA DO TERRÍCOLA NÃO LHE CONSENTE ENTRAR EM RELAÇÃO FLUIDICA COM OS ESPÍRITOS DE ORDEM MUITO SUPERIOR. A transmissão das palavras do CHEFE PLANETÁRIO se faz, então, por intermédio de Espíritos mais ou menos elevados, de conformidade com os extremos que devam ser postos em contato. O Mestre, com vigilante ternura, olha para todos vós e seu AMOR leva em conta os vossos menores esforços. Mas se (por estar Jesus muito acima dos Espíritos que vos servem de Guias ou Protetores) estes não são por ele pessoalmente dirigidos, COM MAIS FORTE RAZÃO, ENTRE ELE E VÓS SÃO INDISPENSÁVEIS OS INTERMEDIÁRIOS. O Espírito que vos transmitiu as palavras do Mestre é um dos que recebem suas ordens e espalham, sob a sua direção, a Luz e a Ciência Universal. Grande seja o vosso reconhecimento! A bondade do Senhor desce sobre os que se esforçam por cumprir as suas Leis. Paciência, coragem, perseverança fé e amor!

 MATEUS, MARCOS, LUCAS E JOÃO,
Assistidos pelos Apóstolos
GN, 01/08/1970




SÁBADO, 06/10/2012

DESERTO, PRECE, PREGAÇÃO

P - Há coisas, nos Evangelhos, que nos fazem refletir. Por isso, perguntamos ao Espírito da Verdade: - Os Evangelistas estavam integrados em todos os pontos da missão de Jesus?

R - Vejamos Marcos, I: 35-39, e Lucas, IV: 42-44.

MARCOS: 35 – No dia seguinte, tendo-se levantado muito cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto, onde se pôs a orar. 36 – Simão e os que es­tavam com ele foram no seu encalço. 37 – E, quando o encontraram , lhe disseram: "Todos te procuram". 38 – Ele, então, disse: "Vamos às aldeias e cidades próximas, para que eu também pregue aí, pois foi para isso que vim!” 39 – E assim pregava nas sinagogas, e por toda a Galiléia, expulsando os demônios.

LUCAS: 42 – Ao nascer do dia, saiu e foi para um lugar deserto;  a multidão que o procurava  veio ter com ele,  e não o largava  com receio de  que  se fosse embora, 43 – Ele, porém,  lhes disse:  "É preciso que também nas outras cidades eu anuncie o reino de Deus, pois vim para isso". 44 – E pregava nas sinagogas da Galiléia.
                                
Não esqueçais nunca que a linguagem humana e a narração dos Evangelistas são conformes (debaixo da influência e da inspiração mediúnicas) AS CRENÇAS DOS APÓSTOLOS, DOS DISCÍPULOS E DA MULTIDÃO QUE ACOMPANHAVA OS PASSOS DE JESUS, CRENÇAS QUE, COMO HOMENS, ELES ADOTARAM DE ACORDO COM OS TEMPOS E AS FASES DA MISSÃO QUE DESEMPENHAVAM.  Jesus não estava submetido, materialmente, às necessidades humanas; mas, aos olhos dos homens, ele as experimentava. Quer isso dizer que elas ERAM APARENTES, NÃO REAIS. Assim, o repouso noturno não lhe era necessário. Entretanto, ao que supunham todos, ele se levantava, muito cedo, mal despontava o dia, ensinando-lhes - com o exemplo de tão grande atividade – que não deviam dar-se a um repouso inútil, nem consagrar demasiado tempo aos cuidados pessoais. Todas as vezes que desaparecia das vistas humanas, é que voltara, como o sabeis, às regiões superiores. Segundo os homens, porém, ele se retirava para lugar deserto, onde se conservava em vigília, orando sempre. Também nesse desaparecimento havia uma lição: ensinava que todos devem estar constantemente vigilantes, a fim de estarem sempre prontos a comparecer diante do Senhor. De  volta das regiões superiores, onde estivera durante a noite, foi visto saindo de casa ao despontar do dia, muito cedo, para indicar a direção que deviam tomar, os discípulos e a multidão, para encon­trá-lo. E, no momento em que o encontraram Pedro e todos aqueles que o procuravam, já ele retomava seu corpo perispirítico em sua aparência de corporeidade humana. Meditai nas palavras que lhes dirigiu, quando a multidão pretendia retê-lo: encerram, ainda, um ensino dado a todos os Apóstolos, que não devem limitar-se aos locais onde já executaram a pregação da Palavra de Deus. Evidentemente, os meios de comunicação eram diretos, pessoais, intransferí­veis, naqueles tempos. Mas a ordem, ainda hoje, é levar a todos os lugares a Verdade Libertadora, não só do Evangelho, mas agora, principalmente, do Apocalipse.
GN, 31/07/1970






SEXTA-FEIRA, 05/10/2012

QUE OS MORTOS ENTERREM OS SEUS MORTOS

P - Disse Jesus: “Deixa aos mortos o cuidado de enterrarem os seus mortos”. Muita gente ensina isso das maneiras mais contraditórias. Qual a orientação do Espírito da Verdade?

R – Por estas palavras “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos” e “Quanto a ti, vai e anuncia o reino de Deus”, dirigidas ao que pedia permissão para ir, antes de segui-lo, enterrar o pai, entendei: Jesus não lhe disse “ABANDONA AS AVES DE RAPINA, AOS CÃES FAMINTOS, OS DESPOJOS MORTAIS DAQUELES A QUEM AMASTE, DAQUELES A QUEM ESTIVESTE UNIDO PELOS LAÇOS DO SANGUE OU DA AMIZADE, OS DESPOJOS MORTAIS DE TEUS IRMÃOS”. Jogaríeis fora, por acaso, as roupas que eles tivessem usado, os objetos que lhes fossem caros? Não. Pois fazei com os corpos mortos o que fazeis com esses nadas que vos lembram aqueles que tanto amastes. Não os profaneis porque, se o Espírito não está mais aí, já esteve. Sepultai os mortos; que a profanação não os conspurque; que suas emanações não empestem o ar; MAS NÃO FAÇAIS DO ENTERRAMENTO UM CULTO, NEM – O QUE É PIOR – OBJETO DE LUXO E OSTENTAÇÃO. A quantos, dentre vós, importa mais o estrépito de um enterro brilhante do que a lembrança daqueles cujos corpos são, assim, pomposamente levados à sepultura! Deixai que os mortos enterrem os seus mortos, e dispensai ao envoltório material a atenção devida a um objeto que o falecido amou. Amai, porém, AMAI COM TODO O VOSSO AMOR AQUELE QUE SE AUSENTOU DESSE CORPO INANIMADO! Para este, sim, todos os vossos cuidados. Consista o vosso luxo em orações íntimas, saídas do coração. E não deixeis que arrefeça o vosso zelo por aquele que abandonou o corpo, como arrefece com relação a esse corpo, entrai num desses recintos povoados de cadáveres e observai a progressão decrescente do afeto e da lembrança. Contemplai as flores que fenecem, pouco a pouco, e das quais não resta o mais leve sinal ao cabo de alguns anos. Vede quanto o musgo e os parasitos progridem na pedra, tanto como os vermes no corpo! Compreendereis, então, não ser a morte material o que atrai o homem. Que são, afinal, os seus despojos mortais? Matéria que os vermes decompõem, um composto tirado ao TODO UNIVERSAL e que a ele tem de voltar, subdividindo-se. Não deis, portanto, valor pueril a esses restos que a terra reclama. SÓ O ESPÍRITO, QUE OS ANIMAVA, NÃO PERECE, SÓ ELE VÊ, SENTE, AMA E SOFRE. Agora, podem todos entender: os mortos de que Jesus falava são os que vivem exclusivamente para o corpo, não para o Espírito e pelo Espírito. São aqueles para quem o corpo é tudo e o Espírito nada; aqueles que, tendo ouvidos para ouvir e compreender, não ouvem nem compreendem – são incapazes de ouvir e compreender; aqueles que, tendo olhos para ver, não vêem – são incapazes de ver! Abandonai, portanto, os mortos. Que os mortos pelo Espírito e para o Espírito, vivos para o corpo, aos quais falecem outras consolações, se agarrem a esses amontoados de podridões. Deixai-os, isto é, deixai que enterrem os seus mortos. Abandonai-lhes esses mortos, e ide vós anunciar a Vida Eterna. Consolai, amparai, exortai os homens, e fazei-os entrar nas veredas da Vida, onde tudo é perfume e luz! Ontem, hoje e para sempre, JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. Como ele disse: - NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM!
GN, 30/07/1970


    
    QUINTA-FEIRA, 04/10/2012




COMO SEGUIR O MESTRE

P – Os ateus costumam citar certas passagens do Evangelho, em que Jesus parece desumano e cruel. Analisam esses pontos ao pé da letra, que mata, esquecendo que só o espírito vivifica.  Mas que diz, a respeito, o Espírito da Verdade?

R – Harmonizemos Mateus, VIII: 18-22 com Lucas, IX: 57-62.

MATEUS: 18 – Vendo-se Jesus cercado por grande multidão, resolveu atravessar o lago. 19 – Um escriba aproximou-se e lhe disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores”. 20 – Jesus respondeu: “As aves do céu têm seus ninhos, as raposas têm seus covis, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 21 – Outro discípulo lhe disse: “Senhor, permite que eu, primeiro, vá enterrar meu pai”. 22 – Jesus lhe retrucou: “Deixai que os mortos enterrem seus mortos”.


LUCAS: 57 – Quando iam a caminho, um homem lhe disse: “Senhor, eu te acompanharei para onde fores”. 58 – E Jesus lhe disse: “As raposas têm seus covis, as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. 59 – E disse a outro: “Segue-me”. Ele respondeu: “Senhor, primeiro permite que eu vá sepultar meu pai”. 60 – Mas Jesus lhe disse: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus”. 61 – Disse-lhe outro: “Eu te seguirei, Senhor, mas permite que, antes, eu vá dizer adeus aos de minha casa”. 62 – Jesus lhe retrucou: “Aquele que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, não serve para o reino de Deus”.

O Cristo, por essas palavras, não pretendeu prescrever aos homens que, para trilharem o caminho por ele indicado e anunciarem o Reino de Deus, renunciassem às necessidades e exigências da vida humana, relativas tanto à habitação quanto ao vestuário e aos alimentos; que renunciassem ao cumprimento dos deveres para com os despojos mortais daqueles a quem os prendiam os laços de sangue ou da amizade; que rompessem as ligações da família, que a repudiassem ou deixassem de cumprir as obrigações que ela lhes impõe. Devendo sempre buscar o espírito, o homem sempre esbarrou na letra. O erro dos que comentam as palavras do Mestre consiste em admitirem, para umas, o símile, a figura oriental, que recusam às outras; em lhes falsearem ou modificarem o pensamento, de acordo com os tempos, desfigurando-o ao sabor das conveniências, atribuindo assim ao Cristo ABSURDOS DE QUE O PRÓPRIO HOMEM SE ENVERGONHARIA. PROCURAI NAS PALAVRAS DE JESUS O ESPÍRITO SOB O VÉU DA LETRA, E ENCONTRAREIS SEMPRE UMA LIÇÃO DE JUSTIÇA, DE AMOR, DE DEVOTAMENTO, DE CARIDADE IMENSA, UMA LUZ SEMPRE NOVA NA ESTRADA DO PROGRESSO. Tratai, pois, de compreendê-las todas em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, segundo o espírito que ilumina, jamais segundo a letra que obscurece. O conjunto das lições de hoje ensina que O HOMEM DEVE CUMPRIR, ANTES DE TUDO, AS OBRIGAÇÕES QUE O MESTRE LHE IMPÔS. Cada uma de suas palavras comporta uma explicação à parte. Cada qual encerra um preceito, um ensinamento especial. O que ele disse ao escriba mostra o pouco caso que os homens devem fazer das voluptuosidades da vida terrestre, se querem realmente segui-lo, para conhecer as excelências da pátria celestial AINDA NESSE VOSSO PLANETA DE TREVAS. Importa que não se iludam com as doçuras materiais e um repouso suicida: a atividade, a energia, a confiança permanente em Deus – eis os fatores da vida espiritualizada e triunfante. Por isso lhes ensinava a serem desprendidos de tudo, a nunca se preocuparem demasiadamente, mais do que seja preciso, com seus interesses particulares. Exatamente o que disse no Sermão do Monte: – BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS E SUA JUSTIÇA, E TODAS AS COISAS MATERIAIS VOS SERÃO ACRESCENTADAS.
GN,29/07/1970




QUINTA-FEIRA, 04/10/2012

CURAS FÍSICAS E ESPIRITUAIS

P - Se os homens não se colocarem no CAMPO NEUTRO em que Jesus se encontra, diante de todas as religiões e filosofias instituídas pelas mentes humanas, certamente não entenderão a Verdade do Evangelho e do Apocalipse, apresentada pelo CEU da LBV. Como o Espírito da Verdade explica a emocionante cura da sogra do Apóstolo Pedro?

R - Harmonizemos Mateus, VIII: 14-17; Marcos, I: 29-34 e Lucas, IV: 38-41.

MATEUS: 14 – Tendo ido a casa de Pedro, Jesus encontrou aí, de cama e com febre, a sogra dele. 15 – Tocou-lhe a mão e a febre desapareceu: ela se levantou imediatamente e se pôs a servi-lo. 16 – Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos, e de todos expulsou com sua palavra os maus Espíritos e curou os que estavam doentes, 17 – a fim de se cumprirem estas palavras do profeta Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças".

MARCOS: 29 – Saindo da sinagoga, vieram  com Tiago e João à casa de Simão e André,  30 – Ora, estando a sogra de Simão de cama com febre, logo falaram dela a Jesus. 31 – Este, aproximando-se, lhe pegou a mão e a fez levantar-se; no mesmo instante a febre a deixou e ela se pôs a servi-lo. 32 – Ao cair da tarde, quando já o sol se escondia, trouxeram-lhe muitos doentes e possessos, 33 – aglomerando-se à porta da casa todos os habitantes da cidade. 34 – E ele curou muitas pessoas atacadas de diferentes moléstias e expulsou muitos demônios, aos quais não permitia  que falassem, porque o conheciam.

LUCAS: 38 – Saindo da sinagoga, entrou Jesus na casa de Simão, cuja sogra estava com muita febre e lhe pediram que se compadecesse dela. 39 – Inclinando-se, Jesus ordenou à febre que a deixasse e a febre a deixou; ela se levantou imediatamente e começou a servi-los. 40 – Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atacados de diversas moléstias os traziam, e ele, pondo as mãos sobre cada um, os curava. 41 – Os demônios saíram de muitos, gritando e dizendo: "És o Filho de Deus!" Mas Jesus os ameaçava, não lhes permitindo que falassem, pois sabiam ser ele o Cristo.

São sempre doenças e enfermidades físicas a curar; subjugações (tanto corporais quanto espirituais) a fazer cessar; e os meios empregados - quer para a cura das moléstias, quer para a libertação dos subjugados - são sempre os mesmos, para edificação dos incrédulos. Sim, tanto a cura da sogra de Pedro, como as dos outros doentes que se apresentaram ao pôr do sol, TODAS SE OPERARAM PELO MESMO PROCESSO: PELA AÇÃO MAGNÉTICA. Aproximando-se da sogra de Pedro, Jesus lhe tomou da mão e a sua vontade imprimiu a esse contato magnético a força necessária a determinar o desaparecimento da moléstia. Não se pense que Jesus precisasse usar e usa-se, se, para obter cada uma das curas que operou, de fluidos diferentes, especialmente apropriados a cada moléstia. Não: os fluidos, mais ou menos, se assemelham. FLUIDOS PURIFICADORES E REGENERADORES, quando se trata de um organismo viciado; FLUIDOS FORTIFICANTES, quando se trata de restabelecer a ação dos músculos, dos nervos, do mecanismo vital – tais são os DOIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS FLUIDOS. Jesus aplicava o remédio adequado ao mal, qualquer que fosse a sua natureza. Não concluais, porém, que o magnetizador, por não ter consciência nem conhecimento daqueles fluidos e dos efeitos que devam produzir, se ache impossibilitado de agir com segurança, do ponto de vista da cura, na medida de sua elevação, de sua pureza, de suas faculdades magnéticas, UMA VEZ QUE TENHA FÉ E 0 IMPULSIONE A VONTADE DE FAZER 0 BEM. Não: pelo seu próprio poder vital ele atrai os fluidos, mas nunca age sozinho. Os Espíritos Protetores da Humanidade (que o assistem) escolhem os fluidos e os dispõem para que produzam o efeito desejado. DENTRO DOS LIMITES DO QUE É PERMITIDO, LEVANDO EM CONTA O MERECIMENTO DE CADA UM. Ajudam a Boa Vontade do operador, conforme aos desígnios do Mestre. Este sabia do merecimento da sogra do Apóstolo Pedro. Pelo que respeita às curas espirituais, que operou afastando dos subjugados os obsessores, fazendo cessar a subjugação, JESUS EXPULSAVA OS MAUS ESPÍRITOS PELO PODER SUPERIOR A QUE OS DEMÔNIOS NÃO PODEM RESISTIR, QUANDO É POSTO EM AÇÃO. Ele não permitia que os subjugadores dissessem que o conheciam, isto é, que sabiam ser o Cristo quem os expulsava, porque cada coisa tinha de vir a seu tempo. Se o Mestre fosse reconhecido mais cedo, os fariseus, os escribas, os príncipes da igreja teriam começado prematuramente a persegui-lo. Não esqueçais que ele tinha a presciência dos acontecimentos; que os Espíritos inferiores eram ignorantes; portanto, cumpria dar-lhes ordens de acordo com o fim a que visava. Jesus não se mostrava aos obsessores na glória que cerca o Santo de Deus, o Senhor do vosso planeta e da vossa humanidade: MOSTRAVA-LHES APENAS O SEU ESPÍRITO; MAS A FORÇA DA SUA VONTADE BASTAVA PARA LHES DEMONSTRAR O SEU IMENSO PODER. Quando, ao se afastarem, bradavam pela boca dos subjugados, então médiuns falantes, "ÉS O FILHO DE DEUS!", os obsessores, reconheciam nele os sinais marcantes dos Espíritos Superiores, e estes (como todos nós e também vós) são filhos do Onipotente ou filhos do Altíssimo.Chamando-lhe "Filho de Deus", não lhe davam dessa filiação título diverso do que Jesus se atribuía diante dos homens, quando os tratava de "meus irmãos", quando lhes ensinava a dizer, referindo-se a Deus: "nosso Pai". Os que se apóiam nessas palavras bem sabem quanto é frágil o apoio, tanto que só a tremer descansam nele a mão, não havendo um só que     creia firmemente no princípio que apresenta como "artigo de fé". Jesus, pela sua vida humana aparente e pelo desempenho da sua missão terrena, tendo uma e outra por objeto ENSINAR E EXEMPLIFICAR, deu pleno cumprimento às palavras do profeta Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças". Desceu ao meio dos homens para lhes ensinar a sofrer A FIM DE SE REGENERAREM. Curou os males que encontrou no seu caminho e, unicamente a título de lição e de exemplo, suportou, AOS OLHOS DOS HOMENS, os males de que fala o Evangelho.
GN, 28/07/1970

QUARTA-FEIRA, 03/10/2012

LÁZARO E A FILHA DE JAIRO

P – Recebemos com prazer à promessa de que também serão fartamente analisados, quando chegar a hora, os fatos relativos à morte e ressurreição de Lázaro e da filha de Jairo. Mas não pode o Espírito da Verdade falar deles, por alto, completando a explicação referente ao filho da viúva de Naim?

R – Seja. A título de nota, vos dizemos o seguinte: primeiro, quanto à filha de Jairo. Os servos, que levaram ao chefe da sinagoga a notícia da morte da menina, lhe disseram, na presença de Jesus, dos discípulos e da multidão: “Tua filha morreu, não dês ao Mestre o incômodo de ir vê-la”. Jesus, porém, foi. E, chegando à casa de Jairo, disse aos que choravam e se lamentavam: “Não choreis, porque a menina dorme, apenas; não está morta”. Aos tocadores de flauta e ao grande número de pessoas que lá se encontravam, fazendo alarido, igualmente declarou: “Retirai-vos, porque a menina não morreu, apenas dorme”. Como sabeis, pelo Evangelho, estas palavras foram acolhidas por todos com zombeteira incredulidade, por saberem QUE ELA ESTAVA MORTA. E essa opinião, da massa ignorante, prevaleceu sobre as declarações expressas e contrárias do Mestre. OS DISCÍPULOS NÃO VIRAM SENÃO UM MILAGRE NO FATO QUE JESUS PRODUZIRA, E QUE ELES NÃO PODIAM NEM EXPLICAR NEM COMPREENDER. Tal opinião tinha de durar séculos, como realmente durou. Até aos vossos dias, em que a incredulidade por sua vez a atacou e recusou admitir o fato, POR NÃO O SABER EXPLICAR NEM CRER EM MILAGRE, o que os homens daquele tempo acreditaram é o que a Igreja ainda ensina: a morte real da filha de Jairo e a sua ressurreição, NO SENTIDO DA VOLTA DO ESPÍRITO (OU ALMA) A UM CADÁVER. Mas não censureis: tudo tem sua razão de ser. Essas crenças constituíam condição e meio de progresso para a Humanidade. Jesus conhecia o estado das inteligências, as necessidades e aspirações da época, e SABIA QUE AQUELA OPINIÃO HUMANA IA PREVALECER. Por isso mesmo, salvaguardou o futuro, ao dizer: “A menina não está morta; apenas dorme”. Deixou à Revelação atual o encargo de, ante a narração evangélica, explicar EM ESPÍRITO E VERDADE o suposto milagre. Agora, quanto ao fato relativo à morte e ressurreição de Lázaro, Jesus apropriou sua linguagem à situação, ao que devia ser, e dispôs tudo de maneira a servir ao presente e preparar o futuro, reservando aos tempos (então vindouros) da atual Revelação, os elementos e os meios de explicar aquele fato EM ESPÍRITO E VERDADE. Como no caso da filha de Jairo, disse o Mestre: “Esta enfermidade não é mortal, não chega a causar morte; vosso amigo Lázaro dorme. Vou despertá-lo”. É verdade que também disse: “Lázaro está morto”, mas só o disse respondendo à pergunta dos discípulos: “Mas, se Lázaro está dormindo, poderá ser curado?” LÁZARO ESTAVA MORTO AOS OLHOS DOS HOMENS, PARA TODOS ESTAVA MORTO, MENOS PARA JESUS, que o sabia apenas adormecido e que, assim, o ia despertar, não ressuscitar no sentido em que os homens empregam esta palavra. A enfermidade de Lázaro não era mortal, não chegava a lhe causar a morte. Ele, portanto, não morrera, NÃO ESTAVA REALMENTE MORTO. (no momento oportuno, explicaremos quais são, em Espírito e Verdade, o sentido e o “por que” das palavras “LÁZARO ESTÁ MORTO”, ditas por Jesus como resposta àquela pergunta dos seus discípulos. Nos comentários à própria narração evangélica, não só explicaremos o fato ocorrido com Lázaro como, também, a origem da opinião humana de Marta que, como as demais pessoas, acreditava na morte real do seu irmão chegando a dizer: “Ele cheira mal, pois está aí há quatro dias”). No desempenho da sua missão terrena, Jesus tudo dispunha TENDO EM VISTA A ÉPOCA EM QUE FALAVA PESSOALMENTE AOS HOMENS E OS SÉCULOS AINDA MUITO DISTANTES. Tinha, por isso, o cuidado de estabelecer as bases, de preparar os elementos e os meios para a explicação futura, em Espírito e Verdade, dos seus atos e palavras, de modo que recebesse cada um o que sua inteligência pudesse suportar. NÃO CONFUNDAIS, NUNCA, NOS EVANGELHOS, AS PALAVRAS E OS ATOS DE JESUS COM O QUE REFLETE E REPRODUZ AS OPINIÕES, APRECIAÇÕES E INTERPRETAÇÕES HUMANAS, QUE TRAZEM O CUNHO DA ÉPOCA E DO MEIO EM QUE ELE CUMPRIU SUA MISSÃO. E, QUANTO ÀS SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS, NÃO LHES DEIS, JAMAIS – QUERENDO APREENDER-LHES O VERDADEIRO SENTIDO, QUERENDO PENETRAR O PENSAMENTO A QUE SERVEM DE ROUPAGEM, QUERENDO APRECIAR E DETERMINAR A NATUREZA E O CARÁTER DE SEUS ATOS – UM SENTIDO LITERAL QUE AS PONHA EM CONTRADIÇÃO CONSIGO MESMAS.  Interpretai-as conforme ao espírito e compreendei-as, como é necessário, sem as isolar umas das outras, de modo que, consideradas na íntegra, em vez de se contradizerem, formem um TODO HARMONIOSO E VERDADEIRO.
GN, 26/07/1970



TERÇA-FEIRA, 02/10/2012


O MISTÉRIO DAS RESSURREIÇÕES

P - É irrespondível a explicação dada ao caso da “ressurreição” do filho da viúva de Naim. Como devemos entender todas as outras “ressurreições” de que fala a Bíblia? E como o Espírito da Verdade encara o fato de as terem relatado os Evangelistas?

R – Em todas as “ressurreições” de mortos segundo os homens, operadas na Terra em todas as épocas, especialmente aquelas de que falam os Testamentos Velho e Novo da Bíblia, não houve mais do que A VOLTA DO ESPÍRITO A UM CORPO QUE ELE NÃO ABANDONARA INTEIRAMENTE, ISTO É, A QUE SE CONSERVOU LIGADO E PRESO PELO LAÇO FLUÍDICO DO PERISPÍRITO. ASSIM, NÃO HAVIA CESSAÇÃO DA VIDA, MORTE REAL, NEM CADÁVER. Não havia mais que a suspensão da vida, morte apenas aparente, um estado de catalepsia completa, que passava aos olhos dos homens por um estado de morte real. Tais as “ressurreições” de Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim. Quanto a este último, o cortejo seguia silenciosamente sua marcha; Jesus o fez parar, e disse à mãe do jovem o mesmo aos que choravam e se lamentavam na casa de Jairo: “Não choreis”. Tendo todos parado, ordenou “Moço, levanta-te!”, a mesma ordem que deu à filha de Jairo: “Menina, levanta-te!” E, em seguida, se afastou. Ninguém proferiu palavra na presença de Jesus, diante de seus discípulos, da multidão que os acompanhava, compondo o cortejo fúnebre. Ninguém afirmou, referindo-se ao filho da viúva de Naim: “Ele está morto”. Jesus, portanto, nada tinha a dizer, para salvaguardar a interpretação futura, EM ESPÍRITO E VERDADE, do ato que acabava de praticar. Pelo seu silêncio, deixou intencionalmente sujeito às explicações futuras aquele fato, tido por milagroso pelos que o presenciaram e pelos outros que dele ouviram falar. Assim procedeu porque o caso em questão tinha de contribuir para tornar aceita sua missão, e para que esta produzisse frutos naquele momento e no futuro, CABENDO AO ESPÍRITO DA VERDADE, PELO CRISTO PREDITO E PROMETIDO, EXPLICÁ-LO PELA ATUAL REVELAÇÃO. Os que formavam o cortejo, os discípulos, a multidão que os seguia, os que ouviram narrar o fato – acreditaram todos na morte real do filho da viúva e na sua ressurreição. Para todos eles, o jovem estava morto e Jesus o ressuscitou no sentido que davam a esta palavra, de acordo com seus preceitos e tradições. Tal crença era fruto exclusivo das opiniões, das apreciações humanas, porque Jesus não dissera nada sobre o estado real do rapaz. OS EVANGELISTAS, NARRADORES DO FATO, TIVERAM, COMO SEMPRE, DE O RELATAR, E O RELATARAM  REGISTRANDO O ATO E AS PALAVRAS DE JESUS, SEGUNDO AS OPINIÕES, APRECIAÇÕES E INTERPRETAÇÕES HUMANAS A QUE O MESMO FATO DERA CAUSA E QUE ELES ESPOSAVAM. De modo que, conforme haveis de notar, relataram o fato como foi compreendido por todos. Assim é que eles dizem, falando do jovem: “um morto” (versículo 12), “aquele que estava morto” (versículo 15). A resposta a esta pergunta: “o rapaz estava morto, ou não?” tinha de ser confiada às interpretações humanas ATÉ AOS VOSSOS DIAS. A Revelação atual, que vem explicar EM ESPÍRITO E VERDADE a situação real daquele que estava “morto” no entender dos homens, a natureza e o caráter reais do ato que Jesus praticou, responde a essa pergunta. E O FAZ QUANDO OS PROGRESSOS REALIZADOS PELA CIÊNCIA HUMANA, OS ESTUDOS E AS OBSERVAÇÕES SOBRE O MAGNETISMO E O SONAMBULISMO MAGNÉTICO, COMPLETADOS PELA CIÊNCIA ESPÍRITA, VOS PUSERAM EM CONDIÇÕES DE COMPREENDER A RESPOSTA. Quando chegar a hora, também vos explicaremos os fatos relativos à Lázaro e à filha de Jairo, narrados pelos Evangelistas. 
GN, 25/07/1970 


SEGUNDA-FEIRA, 01/10/2012


O ESPÍRITO E O CADÁVER

P – Há muito que se impunha, a nosso ver, a revisão das Revelações de Deus com a sua devida ATUALIZAÇÃO. Afinal, são vários milênios de evolução humana! Agora, todos podem compreender por que HAVERÁ UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR, QUE É JESUS. Como o Espírito da Verdade explica o interessante caso do filho da viúva de Naim?

R – Está no Evangelho segundo Lucas, VII: 11-17.

LUCAS: 11 – No dia seguinte, Jesus se dirigiu a uma cidade chamada Naim, acompanhado de seus discípulos e de grande multidão. 12 – Ao se aproximar da porta da cidade, aconteceu-lhe ver que levavam a enterrar um morto, que era filho único de sua mãe viúva, acompanhada de grande número de pessoas da cidade. 13 – Vendo-a, Jesus compadeceu-se dela e lhe disse: “Não chores”. 14 – Aproximou-se e, tocando o esquife, ordenou: “Moço, levanta-te!” 15 – No mesmo instante, aquele que estava morto se sentou e começou a falar. Jesus o restituiu à sua mãe. 16 – Todos os presentes foram tomados de espanto e glorificaram a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós! Deus visitou o seu povo!” 17 – O rumor desse milagre se espalhou por toda a Judéia e circunvizinhanças.

Conheceis a relação que existe entre o Espírito e o corpo quando este, num estado de repouso a que chamais sono, fraqueza, catalepsia, se encontra separado da inteligência que o anima. O ESPÍRITO RETOMA UMA LIBERDADE MOMENTÂNEA MAS RESTRITA, PERMANECENDO LIGADO AO CORPO, DO QUAL SE SEPAROU, POR UMA CADEIA ELÉTRICA, QUE É O LAÇO FLUÍDICO DO PERISPÍRITO, laço que o reconduz ao invólucro material, logo que o ordenam as necessidades humanas. A MORTE REAL NÃO TEM DESPERTAR MATERIAL, POIS A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO. Dizemos “podridão” porque, uma vez quebrado o laço perispirítico, tem início o apodrecimento da matéria, ainda mesmo que a vida orgânica não se tenha extinguido aos olhos dos homens. A ciência humana, por enquanto, é incapaz de comprovar os primeiros efeitos e indícios da decomposição; entretanto, eles existem. Portanto, com relação ao filho da viúva de Naim, como também em relação a Lázaro, à filha de Jairo e a todos os outros “mortos” (aos olhos humanos, bem entendido) não se havia quebrado o laço que une o Espírito ao corpo. A MORTE, POIS, ERA APENAS APARENTE, MAS FOI CONSIDERADA REAL PELOS HOMENS. Que aconteceu, então, em Espírito e Verdade? Jesus chamou o prisioneiro que se afastara do seu cárcere carnal e ele, submisso à ordem do Cristo, voltou imediatamente. NÃO TEM OUTRA CAUSA OS FATOS DESTA NATUREZA, REFERIDOS TANTO NO VELHO QUANTO NO NOVO TESTAMENTO DA BÍBLIA SAGRADA. Acabamos de dizer, falando do filho da viúva de Naim, que o Espírito voltou, incontinenti, à sua prisão carnal. Para que ocorressem todos os fatos que se haviam de produzir pela ação de Jesus, deixando nos Evangelhos traços e lembranças entre os homens, os Espíritos que – por pertencerem ao GRUPO DOS PARTICIPANTES DA OBRA DO MESTRE – deviam concorrer para a produção desses fatos, se colocavam voluntariamente, nas condições precisas, ao longo do caminho que ele percorria e desempenhavam, assim, a missão que trouxeram quando encarnaram. O fato ocorrido com o filho da viúva de Naim (como os que se deram com Lázaro e com a filha de Jairo) estava no número daqueles. O Espírito do filho da viúva, portanto, obedecia com submissão e devotamento à potente vontade de Jesus. O ESTADO REAL EM QUE SE ENCONTRAVA O JOVEM ERA O DE CATALEPSIA COMPLETA, ÚNICO ESTADO SINCOPAL QUE PODE APRESENTAR POR LONGO TEMPO AS APARÊNCIAS DA MORTE, DE MODO A SER CONSIDERADO MORTE REAL. Jesus tocou o corpo e não o esquife, que os judeus não usavam para enterrar os mortos, e o fez com o fim de deter a marcha do cortejo. Sua vontade, expressa na ordem “LEVANTA-TE”, reconduziu o Espírito ao “cadáver”, que despertou do seu prolongado sono, e imediatamente readquiriu, pela vontade do Espírito e pela influência benéfica do Mestre, a força e a lucidez que havia perdido. Esse espírito – já o dissemos – submisso e devotado, estava pronto a voltar, por ordem do Cristo, ao seu corpo inerte. Mas este, não estando sustentado pela vitalidade da matéria, porque – em virtude do afastamento do Espírito – o laço fluídico se distendera cada vez mais e se tornara assim muito fraco, necessitava da ação poderosa de Jesus para readquirir de súbito, GRAÇAS AOS FLUÍDOS QUE O PENETRAVAM, a força e a vitalidade. A restituição da vitalidade ao corpo foi devida  àquela potência magnética, que restabeleceu a harmonia entre as forças vitais. Repetimos: UMA VEZ MORTO REALMENTE, PELA RUPTURA DO LAÇO QUE UNE O ESPÍRITO AO CORPO, ISTO É, POR SE HAVER O ESPÍRITO, COM O PERISPÍRITO, SEPARADO COMPLETAMENTE DO CORPO, JAMAIS PODE O HOMEM READQUIRIR A VIDA CORPORAL HUMANA, PELA VOLTA DE UM E OUTRO A PODRIDÃO CHAMADA “CADÁVER”. Nesse caso, desde que o Espírito volveu à sua vida primitiva, à vida espiritual, não lhe é mais possível retomar a vida corporal humana senão pela reencarnação, de acordo com as Leis Naturais e Imutáveis da reprodução vigente na Terra. Insistimos: A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO; JAMAIS DERROGA, EM QUALQUER DOS MUNDOS HABITADOS, AS LEIS QUE ELE MESMO PROMULGOU DESDE TODA A ETERNIDADE.
GN, 24/07/1970



DOMINGO, 30/09/2012


A IGREJA DO CRISTO

P – Disse Jesus, no versículo 10 de Mateus e no versículo 9 de Lucas: “Em verdade vos digo que em Israel não encontrei tão grande fé”.  No versículo 11 de Mateus, disse o Mestre: “Também vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e sentarão à mesa com Abraão, Isac e Jacó, no reino dos céus”. O Espírito da Verdade pode aclarar o sentido e o alcance destas palavras, tanto com relação à época em que Jesus falava quanto em relação à nossa época?

R – Estas palavras encerravam profundo ensinamento, visando a destruir, no espírito dos judeus, A IDÉIA DE QUE SÓ ELES ERAM FILHOS DE DEUS E TINHAM DIREITO AS GRAÇAS DIVINAS. Dessa forma, Jesus lhes ensinava que, seja qual for o homem, venha de onde vier, SE TIVER FÉ (OU MERECIMENTO), É VERDADEIRAMENTE FILHO DE DEUS. E mais: que, ao contrário, os que pertenciam à grande família judaica, acreditando-se privilegiados, seriam repelidos se não seguissem o caminho que o Senhor traçou e Moisés lhes havia mostrado, chamando-os à prática do amor a Deus e do amor ao próximo. O mesmo ensino podeis aplicar à Igreja de Roma, que repele quem não curva a cabeça ao jugo da sua lei. Habituou-se à grandeza e às honras humanas, servindo mais a Mamon que ao próprio Deus. Cheia de orgulho, persegue impiedosamente os que tentam abrir-lhe os olhos, porque se julga a Igreja de Jesus. Mas a Igreja do Cristo tem por templo o vosso planeta; por fiéis todos os Homens de Boa Vontade que vivem o Novo Mandamento; por sacerdotes todos os corações puros, que arrebanham os Espíritos transviados para os reconduzir ao BOM PASTOR DO ÚNICO REBANHO. Lembrai-vos destas outras palavras de Jesus, no versículo 12 de Mateus: “Os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes”. Os que receberam a Palavra de Deus, e dela não fizeram o uso que deviam fazer, serão expurgados da Terra: tardiamente compreenderão o erro em que caíram. QUANTOS JÁ HOUVE NO PASSADO, E, QUANTOS HÁ NO PRESENTE, QUE CHORAM AS FALTAS COMETIDAS! ELES SE ACREDITAVAM SALVOS, PELA SIMPLES RAZÃO DE SE JULGAREM COM O DIREITO DE ABSOLVER OU CONDENAR AS ALMAS.  É que foram pesados na mesma balança em que pesaram os outros. Quanto às palavras “pranto e ranger de dentes”, sabeis que se referem, alegoricamente, aos sofrimentos e torturas morais, às expiações que – visando exclusivamente ao seu aperfeiçoamento moral – o Espírito tem de sofrer na erraticidade, de modo proporcional e apropriado às faltas e crimes que cometeu. Evidentemente, falando-se de sofrimentos, sempre se devem entender OS SOFRIMENTOS MORAIS DO ESPÍRITO CULPADO E ARREPENDIDO, INEVITAVELMENTE SEGUIDOS DA REENCARNAÇÃO.
GN, 23/07/1970 


SÁBADO, 29/09/2012

ALOPATIA E HOMEOPATIA

P – Alguns estudiosos, em nosso Posto Familiar, querem saber o que se dará com os sistemas médicos, que, do ponto de vista terapêutico, dividem os homens, notadamente com os sistemas chamados “alopatia” e “homeopatia”, sendo este último o que, por meio de experiências no homem são,  determina os sintomas morais e os sintomas físicos e mórbidos. O Espírito da Verdade pode esclarecer o assunto?

R – Todos os sistemas médicos terão de se unir PARA FORMAR UM ÚNICO, o qual se aliará ao magnetismo humano e ao sonambulismo magnético, prestando-se os três mútuo apoio, constituindo o arsenal onde o homem irá buscar suas armas para combater a doença e restituir a saúde a seus irmãos. O princípio dos contrários, o princípio dos semelhantes, o magnetismo humano e o sonambulismo magnético são do domínio das Leis da Natureza. Compete ao homem saber, depois de estudos teóricos e experimentais, O CASO EM QUE DEVE EMPREGAR ESTE OU AQUELE MEIO. A esses estudos é que tem de se aplicar para restabelecer, no organismo, o equilíbrio desfeito e a harmonia das forças vitais, quando perturbada: REMONTE ELE A ORIGEM DO MAL; SOBRETUDO, PROCURE SEMPRE A CAUSA MORAL EM TODAS AS DORES FÍSICAS. Nos inúmeros males, que afligem a Humanidade, pesquisai bem o fundo das consciências e dos corações, e encontrareis a raiz dessa árvore que se estende por todos os membros. A alma e o coração quase sempre estão atacados: daí A PERTUBAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO, FONTE DE TODAS AS ENFERMIDADES E DE TODOS OS SOFRIMENTOS. Perscrutai os antecedentes do que sofre e, muitas vezes, descobrireis o remorso oculto de uma ação má, um acontecimento que interessou a saúde, viciando o sangue que devia circular puro nas veias. Médicos, isto é, todos vós que vos consagrais a aliviar os males de vossos irmãos, sede clarividentes: não apliqueis o remédio na chaga do enfermo à guisa da criança que “medica” um boneco!
GN, 22/07/1970
                               



SEXTA-FEIRA,28/09/2012

A CIÊNCIA PERANTE O EVANGELHO



P – Só os cegos espirituais não entendem que POLÍTICA, RELIGIÃO E CIÊNCIA SÃO TRÊS ASPECTOS DA MESMA VERDADE, PORQUE POLÍTICA É A RELIGIÃO CIENTIFICAMENTE PRATICADA! Como o Espírito da Verdade explica o destino da ciência à luz do Evangelho do Novo Mandamento?



R – Os estudos espirituais, que vos darão o conhecimento da CIÊNCIA UNIVERSAL, são os que, elevando vossas almas, vos libertarão completamente dos instintos animais. Quanto mais o homem se purificar, na vivência do Novo Mandamento de Jesus, mais senhor será das suas forças, dos seus instintos, da sua vontade. Mais se aproximará da Perfeição que lhe cumpre atingir, multiplicando os seus poderes. Só a purificação moral lhe tornará possíveis os estudos necessários ao conhecimento dos fluidos magnéticos DOTADOS DE PROPRIEDADES REGENERADORAS E REVITALIZANTES; ao conhecimento da natureza e da maneira de atuar de cada um deles; das aplicações a que se prestam, sob o ponto de vista curativo, conforme à moléstia. Sim, à medida que o Espírito se desprender da matéria, seus conhecimentos a respeito de TUDO QUANTO AINDA LHE É OBSCURO OU DESCONHECIDO se ampliarão e desenvolverão. Entretanto, muito antes de conhecer os fluidos, o homem se servirá deles com bom resultado GRAÇAS AO AUXÍLIO DOS ESPÍRITOS PROTETORES DA HUMANIDADE, os quais – mediante o magnetismo espiritual – intervindo ocultamente, se sentirão felizes de os colocarem ao alcance de sua mão, A FIM DE QUE OS EMPREGUE DE ACORDO COM AS NECESSIDADES, DENTRO DA LEI DIVINA. Repetimos: O conhecimento desses fluidos será progressivo, acompanhando o progresso do estado moral. Segue-se que só será completo quando o homem houver alcançado a Perfeição que pode esperar na terra. O magnetismo humano ainda tem de progredir muito para chegar ao apogeu, isto é, A ÉPOCA EM QUE A VONTADE DO ESPÍRITO BASTARÁ PARA REUNIR OU DISPERSAR OS FLUIDOS SOBRE OS QUAIS DESEJE ATUAR. A ciência adquirida, porém, já produziu bons frutos e preparou para o futuro um bem imenso, pondo-vos em condições de ler através de todos os obstáculos e de perscrutar o seio da terra, para descobrir as riquezas que ela contém. Não falamos aqui das riquezas que o homem deve desprezar, como geradoras do orgulho, do egoísmo e da sensualidade, mas daquelas que Deus lhe concede para recobrar a saúde e a força, quando diminuídas ou aniquiladas. Aludimos ao sonambulismo lúcido, produzido e revelado pelo magnetismo humano; às faculdades da visão espiritual e aos instintos que possui o sonâmbulo (perfeitamente lúcido) pelo desprendimento sob a ação magnética; e às descobertas que, do ponto de vista curativo, ele pode e há de proporcionar à Humanidade nos reinos mineral, vegetal e animal, e no seio mesmo da Terra, entre os produtos e detritos aí sepultados. ATÉ QUE SE ULTIME A DEPURAÇÃO MORAL E, COMO CONSEQÜÊNCIA, A DEPURAÇÃO FÍSICA DO HOMEM, A AÇÃO MAGNÉTICA HUMANA NÃO BASTARÁ POR SI SÓ, A MAIOR PARTE DAS VEZES, PARA A CURA DAS ENFERMIDADES. Na maioria dos casos essencialmente físicos, ou orgânicos, serão necessários o auxílio e o concurso tanto da ciência médica quanto do sonambulismo magnético, das propriedades curativas já conhecidas e das que virão a ser descobertas, nas substâncias minerais, vegetais e animais. Ficai sabendo: os auxílios estranhos aos fluidos magnéticos podem servir, combinando-se com estes. Há simpatia entre as plantas que curam e os fluidos que, para esse fim, se assimilam. Aquelas se saturam destes fluidos e os levam ao organismo. Atraindo-os em seguida, por meio do magnetismo humano, obtereis duplo resultado. Eis por que os sonâmbulos realmente lúcidos, livres (pelo desprendimento magnético) de quaisquer influências, se mostram aptos a escolher as plantas curativas. NÃO DESPREZEIS NENHUM DOS MEIOS QUE O SENHOR VOS CONFIOU PARA ATINGIRDES O FIM:  a medicina não deve ser um sistema, e sim um meio de restabelecer no organismo o equilíbrio desfeito, de restaurar (quando perturbada) a harmonia das forças vitais. E os homens quaisquer que sejam, que se consagram ao tratamento físico da Humanidade, devem entregar-se a profundos e perseverantes estudos, teóricos e experimentais, VALENDO-SE DA CIÊNCIA MÉDICA, destinada a progredir sempre; do magnetismo humano e do sonambulismo magnético, lançando mão de todos os meios e recursos que tais estudos necessariamente facultam, recursos e meios tirados – pela observação e pela experimentação – das propriedades curativas das substâncias minerais, vegetais e animais (sobretudo dos vegetais); e, ao mesmo tempo, dos fluidos de que se acha carregada a atmosfera que vos cerca. Já dissemos e agora repetimos: ATÉ QUE SE COMPLETE A PURIFICAÇÃO MORAL (E, POR CONSEGUINTE, A PURIFICAÇÃO FÍSICA) DO HOMEM, A AÇÃO MAGNÉTICA HUMANA NÃO BASTARÁ POR SI SÓ, NA MAIORIA DOS CASOS, PARA A CURA DAS ENFERMIDADES FÍSICAS OU ORGÂNICAS. Haverá, porém, casos excepcionais, em que Deus permitirá ao homem adiantar-se; em que um privilegiado (privilegiado em virtude da elevação e pureza alcançadas) com o auxílio oculto dos Espíritos Superiores, produzirá – por ato de sua vontade e pela ação magnética – fenômenos de cura julgada impossível, fenômenos de cura dos que se chamam MILAGRES!

GN, 21/07/1970



QUINTA-FEIRA,27/09/2012


RELIGIÃO E CIÊNCIA

P – Hoje, compreendemos por que a Ciência, serena e imparcial diante dos FATOS que analisa, despreza todos os sectarismos religiosos: cada crença se julga A VERDADEIRA, nos seus arroubos realmente infantis. Graças à LBV, tudo começa a mudar, em benefício do Brasil e de toda a Humanidade. Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem evangélica do centurião?

R – Vejamos Mateus, VIII: 5-13 e Lucas, VII: 1-10.

MATEUS: 5 – Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, veio ter com ele um centurião e lhe fez esta súplica: 6 – “Senhor, meu servo esta de cama em minha casa, atacado de paralisia, e sofre extremamente”. 7 – Jesus lhe disse: “Irei lá e o curarei”. 8 – Mas o centurião lhe ponderou: “Senhor, não sou digno de que entres na minha casa; dize apenas uma palavra, e o meu servo ficará curado; 9 – pois sou homem sujeito à autoridade e tenho soldados sob as minhas ordens, e digo a um: vai lá, e ele vai, e digo a outro: vem cá, e ele vem; e digo a meu servo: faze isto e ele faz”. 10 – Ouvindo estas palavras, Jesus se admirou e disse àqueles que o seguiam: Em verdade eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. 11 – Também vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e sentarão à mesa com Abraão, Isac e Jacó no reino dos céus, 12 – ao passo que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá pranto e ranger de dentes”. 13 – E, voltando-se para o centurião, disse Jesus: “Vai, pois te será feito conforme a tua fé”. Nessa mesma hora, o servo ficou curado.


LUCAS: 1 – Acabando de falar tais coisas ao povo, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 – Um centurião tinha em sua casa, doente, quase à morte, um servo que lhe era muito caro. 3 – Tendo ouvido falar de Jesus, o centurião lhe mandou suplicar, por intermédio de alguns anciões judeus, que viesse curar o seu servo. 4 – Falando a Jesus, com insistência lhe suplicaram, dizendo: “É um homem que merece lhe faças esta graça, 5 – pois ama o nosso povo e construiu a nossa sinagoga”. 6 – Jesus se pôs a caminho com eles; mas, quando chegaram perto da casa do centurião, este lhe mandou dizer por seus amigos: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres na minha casa, 7 – como não me achei digno de ir ter contigo: dize uma só palavra, e meu servo ficará curado; 8 – porque também sou homem sujeito à autoridade; tenho soldados sob as minhas ordens e, se digo a um: vai lá, ele vai; a outro: vem aqui,  e ele vem; a meu servo: faze isto, e ele faz”. 9 – Ouvindo isso, admirado, Jesus se voltou para o povo, que o acompanhava, e disse: “Em verdade eu vos digo que ainda não vi em Israel, tão grande fé”. 10 – E, quando para casa do centurião voltaram os que este mandara a Jesus, encontraram curado o servo que estava doente.

A grande lição é esta: TENDE FÉ, PORQUE PARA DEUS NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE SUAS CRIATURAS, sejam quais forem as leis a que estejam submetidas. São seus filhos TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE, sem qualquer discriminação religiosa. Ide, pois, a Ele com absoluta confiança, qualquer que seja o humano jugo que suporteis. Ide, e Ele vos aliviará. Mostrai-lhe vossas angústias, vossos sofrimentos, vossas misérias, e Ele vos curará. É o exemplo do centurião, educado no paganismo! Quanto a cura do servo, JESUS A OPEROU PELO MESMO PRINCÍPIO DE SEMPRE: O MAGNÉTICO. Todos os fatos de curas materiais, qualificados de milagrosos ou sobrenaturais, emanam da mesma fonte. A paralisia é um resfriamento dos fluidos animalizados que circulam no organismo humano. A vontade poderosa do Cristo mudou esses fluidos, revitalizando-os. Assim como a pilha galvânica pode, momentaneamente, dar movimento aos músculos e aos nervos de um cadáver, também a concentração, por efeito magnético, de certos fluidos espalhados na atmosfera, pode operar sobre o organismo vivo um abalo violento, capaz de regenerá-lo. NA FORÇA DAQUELE QUE, PELA AÇÃO EXCLUSIVA DA SUA VONTADE, OBTINHA TAIS EFEITOS É QUE O HOMEM PODERIA VER UM MILAGRE; MAS A EXPLICAÇÃO FAZ VER QUE ESSA FORÇA É NATURAL. Do mesmo modo que juncou o solo, que pisais, de benéficas plantas, cujas propriedades curativas ainda não conheceis inteiramente, o Senhor também carregou a atmosfera, que vos envolve, de propriedades regeneradoras, purificadoras e revitalizantes, que nem sempre percebeis e para a maioria ainda são letra morta. Para vos servirdes delas eficazmente, tendes de fazer os estudos necessários: ESTUDOS ESPIRITUAIS, OS ÚNICOS QUE VOS PODEM ELEVAR A ALTURA DA CIÊNCIA UNIVERSAL. Sim, religião e ciência se completam, formando a verdadeira política ainda ignorada pelos homens.
GN, 19/07/1970



QUARTA-FEIRA, 26/09/2012


        COMO VENCER A LEPRA
      
P – A Unificação das Quatro Revelações deste ciclo de 2000 anos, a trinta anos do fim dos tempos, há de merecer do Governo a divulgação que merece, para o bem do Brasil. Ninguém mais apto a esse trabalho que o CEU da LBV, que liquida todos os sectarismos religiosos. É a UNIÃO DE TODOS PELO BEM DE TODOS! Agora, perguntamos ao Espírito da Verdade: que deve o homem fazer para curar a lepra?

R – Repetimos: quanto mais o homem se aproximar da vida espiritual, pelo conhecimento do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, tanto mais se purificará, tanto mais se porá em relação com os fluidos magnéticos que o cercam, TANTO MAIS OS DOMINARÁ E PODERÁ EMPREGAR COMO MEIOS CURATIVOS. A depuração do homem, no físico e no moral, há de se operar mediante uma REVOLUÇÃO LENTA E PROGRESSIVA, de modo (por assim dizer) insensível àqueles que a testemunharem; MAS A REVOLUÇÃO MORAL TERÁ DE PRECEDER DE MUITO A REVOLUÇÃO FÍSICA. Afinal, que fazem os médicos para chegarem a purificar a pele de um leproso? Tratam da massa do sangue, procurando despojá-la de tudo o que a corrompe. O mesmo trabalho nos cabe: ANTES QUE O VOSSO ORGANISMO MATERIAL SE TORNE DE NATUREZA ELEVADA, TEMOS DE LIMPAR A FONTE DAS VOSSAS IMPUREZAS, QUE CONSTITUEM A LEPRA MORAL. O corpo ainda mantém cativa a alma. Entretanto, está próximo o tempo em que vossas almas se libertarão, elevando-se às regiões dos fluidos mais puros e mais poderosos. Dizendo ao leproso “VAI MOSTRAR-TE AOS SACERDOTES, E OFERECE PELA TUA CURA O QUE MOISÉS DETERMINOU, A FIM DE QUE LHES SIRVA DE TESTEMUNHO”, Jesus o fez para que aquele homem pudesse voltar à vida comum, pois os leprosos eram excluídos do convívio de seus irmãos. Os sacerdotes dispunham, senão da ciência, pelo menos do direito de julgar se o homem atacado de lepra estava curado e podia voltar para o meio dos seus. Não vos admireis de que o leproso tenha podido ir, por entre a multidão, à presença de Jesus, para provocar e obter a sua cura. Jesus percorria os campos, indo constantemente de um ponto a outro. Não podeis comparar a vossa organização civil à daqueles tempos. Os leprosos eram expulsos das cidades, mas os campos não lhes ficavam interditos. Eles se viam afastados dos seus, mas não encarcerados. Ainda não havia asilos, ou colônias, para as misérias e os sofrimentos dos pobres. Quanto à oferenda que devia ser feita, atendei a que tudo era emblemático na Lei de Moisés. Assim como se sacrificavam as primícias dos rebanhos, imitando-se a consagração do primogênito das famílias, assim como se degolava a vítima propiciatória para resgatar as faltas dos povos, assim também aos leprosos se impunha a obrigação de levarem sua oferenda ao Senhor, a título de penhor da purificação alcançada e de gratidão pelo benefício recebido. Nenhuma Lei inevitável dispunha sobre a natureza do penhor: podia ser (conforme à posição social do leproso) um pássaro, um cordeiro ou frutos. Cada um oferecia o que estava ao seu alcance, e o que mais oferecia era pelos homens (como ainda hoje) considerado limpo. NÃO SE VÊ ENTRE VÓS, DIARIAMENTE, O INTERESSE DO JULGADOR INFLUINDO NO JULGAMENTO? Quando os Evangelistas dizem que, em conseqüência de haver o leproso divulgado por toda parte o que lhe sucedera, Jesus se viu impossibilitado de aparecer mais na cidade (sendo forçado a se conservar nos lugares desertos, porque de todos os lados iam ter com ele), significa isso que AS MULTIDÕES, MAIS CURIOSAS DE MILAGRES MATERIAIS DO QUE DESEJOSAS DO REINO DE DEUS, O ASSALTAVAM, FORÇANDO-O A PROCURAR SÍTIOS ESPAÇOSOS. Das palavras “ELE SE RETIRAVA PARA O DESERTO E ORAVA”, já vos demos a explicação: Todas as vezes que Jesus desaparecia das vistas de seus discípulos, eles acreditavam que o Mestre se retirava para algum lugar secreto, a fim de se entregar ao jejum e a oração.
GN, 18/07/1970


TERÇA-FEIRA ,25/09/2012

               A LEPRA FÍSICA E A LEPRA MORAL

P – Achamos divina a missão do CEU da LBV, devolvendo ao Cristo o que é do Cristo. Realmente,  é uma ignomínia tentar dividir o REBANHO ÚNICO de Nosso Senhor e Mestre Jesus! É a lepra moral, que ainda infelicita os que fazem da religião um campo de batalha! Por falar nisso, como o Espírito da Verdade explica a “milagrosa” cura do leproso?

R – Harmonizemos estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, VIII: 1-4; Marcos, I: 40-45; Lucas, V: 12-16.

MATEUS: 1 – Tendo Jesus descido do monte, grande multidão o acompanhou. 2 – Aproximando-se dele, um leproso se pôs a adora-lo, dizendo: “Senhor, se quiseres, bem me podes limpar!” 3 – Jesus, estendendo a mão, tocou o leproso e disse: “Quero, estás curado”. E, no mesmo instante, a lepra desapareceu. 4 – E Jesus acrescentou: “Não fales disto a ninguém, mas vai mostrar-te aos sacerdotes e fazer a oferenda prescrita por Moisés, a fim de que lhes sirva de testemunho”.

MARCOS: 40 – Aproximou-se dele um leproso e, de joelhos, implorava, dizendo: “Se quiseres, podes limpar-me!” 41 – Jesus teve pena dele e, estendendo a mão, o tocou, e lhe disse: “Eu o quero, fica limpo!” 42 – Assim que pronunciou estas palavras, a lepra deixou o homem, ficando este curado. 43 – Mandando-o embora, Jesus lhe proibiu, terminantemente, a divulgação do fato, dizendo: 44 – “Não fales disto a ninguém, mas vai mostrar-te aos príncipes dos sacerdotes e oferece, pela tua cura, o que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho”. 45 – O homem, porém, logo que saiu dali, começou a falar da sua cura e a anunciá-la por toda parte, de modo que Jesus não podia mais aparecer ostensivamente na cidade; permanecia fora, nos lugares desertos; mas de toda parte o povo ia ter com ele.

LUCAS: 12 – Sucedeu que, achando-se Jesus em certa cidade, um homem coberto de lepra o viu, dele se aproximou e, prostrando-se, com o rosto em terra, implorou, dizendo: “Senhor, se quiseres, podes curar-me!” 13 – Estendendo a mão, Jesus o tocou, dizendo: “Eu o quero, ficarás curado”. A lepra desapareceu, no mesmo instante. 14 – Jesus lhe ordenou que não falasse a ninguém, e lhe disse: “Vai mostrar-te aos sacerdotes, e oferece pela tua cura o que Moisés determinou, a fim de que lhe sirva de testemunho”. 15 – Sua fama cada vez mais se espalhava, e a  ele acorria grande multidão de pessoas, que vinham aos bandos para o ouvir e curar as suas enfermidades. 16 – Ele, porém, se retirava para o deserto e orava.

Jesus conhecia e recompensava a fé, mas também sabia não serem chegados os tempos de publicar abertamente as graças que prodigalizava. AINDA HOJE ASSIM É: O SENHOR VOS CONCEDE O SEU APOIO E SE DIGNA DE CURAR A LEPRA DE VOSSAS ALMAS; MAS NEM TODOS SE ACHAM EM ESTADO DE COMPREENDER A GRAÇA QUE RECEBEM. Eis por que vos dizemos: procedei com prudência. Na indiscrição e na desobediência do leproso tendes um sinal de que os benefícios do Senhor serão conhecidos, façam o que fizerem as forças contrárias. A cura instantânea daquele homem (efeito da vontade poderosa de Jesus e do seu domínio sobre os fluidos apropriados) se operou pela CONCENTRAÇÃO MAGNÉTICA DESSES FLUIDOS. O magnetismo humano pode operar curas que ainda não compreendeis. Quanto mais o homem se aproxima da vida espiritual, mais se depura, mais em relação se põe com os fluidos que o cercam, E TANTO MAIS FACILMENTE OS DOMINA E EMPREGA COMO MEIOS CURATIVOS. Ainda não sabeis o que pode o homem com o magnetismo e, sobretudo, O QUE PODERÁ DAQUI A ALGUM TEMPO. A cura instantânea do leproso não foi, portanto, mais que um fato natural, mais do que uma concentração dos fluidos de que Jesus podia dispor e que, PENETRANDO A PELE DO DOENTE, DEVORARAM, ANIQUILARAM AS MATÉRIAS IMPURAS NELA CONTIDAS, IMPEDINDO FOSSEM INTERIORMENTE LANÇADAS NO ORGANISMO E NA CIRCULAÇÃO GERAL. Entendei, portanto: a purificação dos fluidos sanguíneos destruiu o princípio interno da lepra. O tecido da pele foi instantaneamente limpo e o enfermo se achou curado. Nisso consistiu aos olhos dos homens, o “milagre”, PELA RAZÃO DE QUE AO HOMEM AINDA NÃO É POSSÍVEL CONSEGUIR SEMELHANTE EFEITO, EM VIRTUDE DA SUA IMPUREZA OU LEPRA MORAL. Quando, por essa forma, for capaz de produzir a cura física, sua cura moral estará realizada. Com a prática permanente do Novo Mandamento, a submissão e a fé expulsarão de vossas almas as influências impuras que as corroem, tornando-as LIMPAS AOS OLHOS DE DEUS.

 GN, 17/07/1970


SEGUNDA-FEIRA ,24/09/2012

DEUS JULGA PELAS OBRAS

P – Um homem é conhecido pelos seus atos, pelas suas obras, à luz do Evangelho em Espírito e Verdade, atualizado pelo Novo Mandamento de Jesus. Como devemos entender a parte final do Sermão do Monte, na interpretação do Espírito da Verdade?

R – Mateus, VII: 21-29; Lucas, VI: 46-49.

MATEUS: 21 – Nem todo aquele que me diz “Senhor! Senhor!” entrará no reino de Deus; aquele, porém, que fizer a vontade de meu Pai, que está no céu, esse entrará no reino de Deus. 22 – Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos os demônios? E não fizemos tantos prodígios em teu nome?” 23 – Eu, então, lhes direi: – Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade! 24 – Aquele que ouve as minhas palavras, e as pratica, é comparável ao homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25 – Veio a chuva, transbordaram os rios, os ventos sopraram e se abateram sobre essa casa, e ela não caiu por estar edificada sobre a rocha. 26 – Aquele, porém, que ouve as minhas palavras, e não as pratica, se assemelha ao insensato que construiu sua casa na areia. 27 – Veio a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos e se precipitaram sobre essa casa, e ela desabou, e grande foi a sua ruína. 28 – Terminando Jesus o seu discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, 29 – porque ele falava com autoridade, não como os escribas ou doutores da lei.

LUCAS: 46 – Mas porque me chamais “Senhor!, Senhor!” e não fazeis o que vos digo? 47 – Vou mostrar-vos a quem é semelhante àquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. 48 – É semelhante a um homem que edifica uma casa e, cavando fundo, lhe constrói os alicerces na rocha; um rio, transbordando suas águas, se arremessou contra a casa e não a conseguiu abalar, por estar edificada sobre a rocha. 49 – Mas aquele, que escuta as minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem que edificou sua casa sobre a areia, sem lhes dar alicerces. E o rio se lançou contra ela, e a casa ruiu, e foi grande a sua ruína.

Nem todos os que dizem “Senhor! Senhor!” entrarão no reino de Deus: AS PALAVRAS MORREM NO ESPAÇO, SEM CHEGAREM A DEUS, QUANDO NÃO TEM O APOIO DOS ATOS. Portanto, praticai sempre o que ensinais. Não basta que admireis a Doutrina de Jesus e digais que ela é perfeita, se nada fazeis por vive-la, aperfeiçoando vossas almas. NÃO BASTA DIZERDES “SOMOS CRISTÃOS”, SE TRABALHAIS CONTRA O CRISTO. Não basta dizer “somos médiuns”, se os que assim falam não usam suas faculdades para a formação de UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR. As mediunidades ou carismas não podem ser, absolutamente, sectarizados, porque Deus os distribui por seus filhos de TODAS AS RELIGIÕES E DE NENHUMA RELIGIÃO: lembrai-vos de que médiuns podem ser os livres-pensadores e os ateus, quando EM MISSÃO acima de qualquer controvérsia religiosa, para o bem da Humanidade. Hoje, sobretudo aos CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, a prática é indispensável. Quem quer que haja entrado nesse caminho FIQUE CERTO DE QUE NÃO PODE MAIS SE DETER NEM SE DESVIAR, porque mais se pedirá a quem mais se concedeu. Não terá desculpa, porque não mais o protege o espesso véu da ignorância, que a Luz do Mestre rompeu. Sim, bem amados irmãos: não basta dizer que esta Moral é sublime: cumpre seja posta em prática! Não basta ser cristão quando não se vive o Cristianismo do Novo Mandamento. É urgente que TODOS COLOQUEM O CRISTO ACIMA DE TODOS OS SEUS EMISSÁRIOS, POR MAIS ILUMINADOS QUE SEJAM; que todos obedeçam com submissão, zelo e confiança às instruções dos Espíritos Guias, na grave transição deste fim de ciclo. Perseverai no caminho que trilhais e tende fé – a fé que remove montanhas – porque o Senhor estenderá suas mãos onipotentes sobre vós, para destruir os obstáculos dos filhos da treva que julgam fácil deter a vossa marcha!
GN, 16/07/1970

                                          
DOMINGO, 23/09/2012

FALSOS PROFETAS

P – Jesus ensinou: “Uma árvore má não pode dar frutos bons”. Como o Espírito da Verdade explica a referência do Mestre aos falsos profetas?

R – Mateus, VII: 15-20; Lucas, VI: 43-45.

MATEUS: 15 – Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm ter convosco sob a capa das ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. 16 – Vós os conhecereis pelos seus frutos. Porventura se colhem uvas nos espinheiros, ou figos nas sarças? 17 – Assim, toda árvore boa dá frutos bons, e toda árvore má dá frutos maus. 18 – Uma árvore boa não pode dar frutos maus, como a árvore má não pode dar frutos bons. 19 – Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. 20 – Pelos seus frutos os conhecereis.

LUCAS: 43 – A árvore que produz maus frutos não é boa, a árvore que dá bons frutos não é má; 44 – cada árvore se conhece pelo seu fruto; não se colhem figos nos espinheiros nem uvas nas sarças. 45 – O homem bom tira o bem do bom tesouro do seu coração; o homem mau tira o mal do seu mau tesouro, porquanto a boca fala do que está cheio o coração .

Que aquele que prega com os lábios COMECE POR PREGAR PELO EXEMPLO eis tudo. Pela obra é que se conhece o obreiro. Os falsos profetas são os que pregam a moral QUE NÃO PRATICAM. Aquele que não mostra aos outros os frutos da moral que prega é uma árvore má. Se sois árvore boa, daí frutos bons. Se, portanto, pautardes os vossos atos pela MORAL DO CRISTO, sintetizada no seu NOVO MANDAMENTO, os vossos frutos serão bons. Se, porém, vos afastais dessa Moral, sejam quais forem as vossas palavras, não estando de acordo com os vossos atos, sois árvores más, que serão cortadas e lançadas ao fogo, isto é, destinadas à expiação e à reencarnação, ao fogo do sofrimento. Aos que vos chamam “falsos profetas” mostrai os frutos da Moral que pregais. OS CEGOS NÃO ENTENDEM QUE POSSA EXISTIR A LUZ: ABRI-LHES OS OLHOS, E ELES VERÃO A LUZ DA VERDADE DO CRISTO DE DEUS!
GN, 15/07/1970


SÁBADO,22/09/2012

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS

 P – Toda a Bíblia Sagrada devia ser difundida por todo mundo à luz do Novo Mandamento. Seria a salvação dessa pobre Humanidade, subjugada pela treva internacional! Como o Espírito da Verdade explica os versículos 23 a 30 do capítulo XIII do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Vamos ler estes versículos:

23 – E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que se salvam? Ele respondeu:
24 – Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.

Muitos tentam percorrer a estrada que leva, à Casa do Pai; mas, aborrecidos com os obstáculos a vencer, com os esforços a empregar, com os sacrifícios a suportar, param e não vão adiante: SÃO OS QUE NÃO PODEM PASSAR PELA PORTA ESTREITA. Aquele, porém, que segue a estrada que a sua consciência lhe traçou (não lhe suplantando os conselhos por meio de sofismas e subterfúgios) passará facilmente pela porta, POR MAIS ESTREITA QUE PAREÇA. Quando se aproximar dela, estará aberta e pronta a lhe dar passagem. Mas dizemos com o Mestre: “Muitos procurarão entrar e não poderão”: SÃO OS QUE TENTAM, MAS NÃO PERSEVERAM. A muitos “que são, ou julgam ser, os primeiros”, na sua sofreguidão, se aplicam essas palavras de Jesus. Vendo entreaberta a porta, eles se encaminharam para ela, mas com o passo incerto, levando consigo o cortejo das impurezas, das fraudes e dos velhos vícios que não largam. Por mais que ouçam a Palavra de Deus, não avançam espiritualmente: julgam caminhar, mas a estrada sempre se renova diante deles, e a porta novamente se fecha diante de seus olhos. Portanto, aos que hoje vos querem acompanhar, dizei claramente: – Antes de entrardes nesse caminho árido e pedregoso, despojai-vos de tudo quanto possa estorvar a vossa marcha. Não chegareis nunca, se não fordes conduzidos por uma consciência pura e desinteressada de qualquer proveitos materiais! Versículo 25 – E, quando o pai de família houver entrado e fechado a porta, se – do lado de fora- começardes a bater, dizendo: “Abre-nos, Senhor”, este responderá: “Não sei de onde sois”.

A longanimidade de Deus também tem “seu termo”. Quando o Espírito, chamado a progredir na Terra, se obstina permanecer estacionário, repetindo suas faltas indefinidamente, sem querer seguir a marcha ascensional da Natureza, não chega ao mesmo tempo que seus irmãos: não pode mais entrar com eles nas esferas dos felizes. Assim, se a obstinação e o endurecimento persistem, o Senhor repele o culpado teimoso para planetas inferiores, ONDE TERÁ DE RECOMEÇAR TUDO, ATÉ COMPREENDER A NECESSIDADE DO SEU PROGRESSO. Não dizei, entre vós, que a dor ensina a gemer? Tudo tem um limite, nas contingências humanas.

26 – Se, então, disserdes: “Senhor, bebemos e comemos na tua presença, e ensinaste em nossas praças públicas”, 27 – ele vos responderá: “Não vos conheço. Afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniqüidade”.

Jesus se refere, claramente, a todos os que, SOB A CAPA DO CULTO QUE PROFESSAM, CONTINUAM A VIVER DE MODO CONDENADO PELA LEI DE DEUS. Não basta intitular-se fiel de uma religião qualquer: é imprescindível praticar as regras da Moral Divina. Não basta dizer “Senhor! Senhor!” – completa o Mestre: é preciso fazer a vontade do Pai que está no céu.

28 – Haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes que Abraão, Isac e Jacó estão no reino de Deus, enquanto sois repelidos de lá.

Estas palavras do Cristo, apropriadas – pela forma da linguagem – aos homens a quem falava, não são alegóricas, sob o ponto de vista dos sofrimentos e torturas morais, simbolicamente figurados pelas expressões pranto e ranger de dentes. Terão de experimenta-los os Espíritos que, por permanecerem culpados, obstinadamente rebeldes, NO MOMENTO DA DEPURAÇÃO DO VOSSO PLANETA E DA VOSSA HUMANIDADE, serão enviados para mundos inferiores. Tais Espíritos não vão para o degredo sem conhecerem a causa da sua condenação. Porventura condenais alguém sem julgamento? Sim, eles saberão que o endurecimento de suas almas é a CAUSA ÚNICA DE SUAS AFLIÇÕES. Verão o desastre da queda e a extensão da perda que sofreram. Entretanto, a palavra do Mestre lhes dará a esperança, e a visão dos bem-aventurados lhes despertará o desejo de chegarem a ser desse número. Haverá entre eles pranto e ranger de dentes, MAS NUNCA ETERNAMENTE, como ensinam aqueles que se julgam representantes de Deus: o Senhor jamais condena sem deixar uma porta aberta à reabilitação dos condenados. Dirigindo-se aos judeus, Jesus falava a Espíritos encarnados, dentre os quais ALGUNS PERMANECERÃO CULPADOS NA ÉPOCA DA GRANDE DEPURAÇÃO. Pertencer ao número dos selvagens da Oceania, carecer de inteligência ou de ciência, não é o que constitui motivo para ser expurgado. A esses o Senhor concede tempo. O MOTIVO CONSISTE EM SER HIPÓCRITA, CALCULISTA, TRAIÇOEIRO, ORGULHOSO, EGOÍSTA, INVEJOSO, MATERIALISTA, causando a perda das massas populares, arrastando-as para falsos caminhos, caracterizados pela corrupção moral e mental. Sim, dos que cercavam Jesus, alguns há que estão entre vós, e que terão de progredir em ciência e inteligência, mas que, DESGRAÇADAMENTE PARA ELES, NÃO PROGREDIRÃO EM HUMILDADE E SIMPLICIDADE DE CORAÇÃO. Acreditam possuir tudo, na sua lamentável auto-suficiência; mas, quando chegar a hora da razão, que está próxima, verão a triste nudez das suas almas. Versículo 29 – Do Oriente e do Ocidente, do Setentrião e do Meio-dia, virão os que poderão sentar-se à mesa, no reino de Deus.

Esta é uma alusão nítida, feita pelo Cristo, à COMUNHÃO DE PENSAMENTOS E DE CRENÇAS, QUE SE ESTABELECERÁ ENTRE OS HOMENS, NA ÉPOCA DA REGENERAÇÃO. Refere-se, ainda, aos Espíritos que virão de diversos planetas para a Terra, NA ÉPOCA EM QUE JESUS, O ESPÍRITO DA VERDADE, APARECERÁ ENTRE VÓS. Lembrai-vos de que as palavras do Mestre alcançam, sempre, o presente e o futuro. Versículo 30 – E disse Jesus: eis que serão os últimos os que eram os primeiros, e os primeiros serão os que eram os últimos.

Muitos que se colocaram na frente, entre os primeiros, serão OS ÚLTIMOS A CHEGAR AO FIM, POR NÃO TEREM MARCHADO COM PERSEVERANÇA. Os que confiam em si mesmos, os que julgam marchar com mais segurança e crêem passar adiante de seus irmãos, se verão obstados pela sua própria vaidade e terão, igualmente, retardada a sua marcha. Para o Senhor, nada vale a duração da existência do Espírito. O ARREPENDIMENTO SINCERO E AS VIRTUDES É QUE SÃO TUDO. Assim, o Espírito que tardiamente entrou no caminho do Bem, mas caminha com humildade e perseverança, pode – NÃO SÓ ATINGIR, MAS ULTRAPASSAR O ESPÍRITO ORGULHOSO -  que nenhum esforço faz, mesmo tendo começado mais cedo a sua rota ascensional. E, assim, os primeiros serão os últimos, os últimos serão os primeiros, no reino de Deus!
GN, 14/10/1970

 SEXTA-FEIRA,21/09/2012

A PORTA ESTREITA

P – A revisão geral das Revelações de Jesus chegou na hora certa, para liquidar a confusão dos espiritualistas sectários: O CRISTO TEM DE PERMANECER ACIMA DE TODOS OS CHEFES DE RELIGIÕES E FILOSOFIAS! Como o Espírito da Verdade explica os versículos 13 e 14 do sétimo capítulo do Evangelho Segundo Mateus?

R -  MATEUS: 13 – Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição; e grande é o número dos que entram por ela. 14 – Quão estreita é a porta, quão apertado o caminho que conduz à vida, quão poucos o encontram! A porta estreita e o caminho difícil indicam os esforços que o Espírito encarnado tem de empregar (e as penas que tem de suportar) para chegar à vida eterna, isto é, para se despojar de seus vícios, para marchar pela estrada do Bem, fazendo nascer no seu íntimo os sentimentos opostos aos vícios de que se for libertando. Os que encontram a porta estreita e o caminho apertado são os que praticam o trabalho, o amor, a caridade, e, portanto, a humildade, a tolerância, o desinteresse, o devotamento a todos; são os que, desse modo, sabem enfrentar e cumprir as suas provas, resistindo aos maus instintos, às tendências más que tem de ser vencidas, pois TORNAM INDISPENSÁVEIS AS REENCARNAÇÕES SUCESSIVAS, PARA A PURIFICAÇÃO E O PROGRESSO DO ESPÍRITO. A porta larga e o caminho espaçoso, que conduzem à perdição e pela qual os homens entram, em tão grande número, são o orgulho, o egoísmo, a ambição com todos os seus derivados, a avareza, a cupidez, a inveja, a luxúria, a intemperança, a cólera, a preguiça, o materialismo, a incredulidade, a intolerância, o fanatismo sectário,a predominância da matéria sobre o Espírito, ou mesmo a sujeição do Espírito à matéria animalizada, e – de modo geral – a maldade pela palavra ou pelos atos, sob todas as formas e em todas as gradações.
GN, 12/07/1970


QUINTA-FEIRA,20/09/2012

JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE

P – Jesus nos deu a “regra áurea” no sermão do Monte. Como o Espírito da Verdade a interpreta, através do CEU da LBV?

R – Ela está contida nestes dois trechos do Evangelho: Mateus, VII: 12 e Lucas, VI: 31

MATEUS: 12 – Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei o, também, a eles: pois é nisto que consistem a lei e os profetas.

LUCAS: 31 – Fazei aos homens o que quereis que eles vos façam.

Ama a teu próximo como a ti mesmo. Teu próximo, qualquer que ele seja, conhecido ou desconhecido, amigo ou inimigo, é teu irmão, pois é filho do mesmo Pai, que está no céu. Por toda parte e sempre, em todas as circunstâncias, coloca-te no seu lugar, a fim de procederes com ele como desejarias que procedesse contigo. ASSIM, NUNCA DIGAS OU FAÇAS O QUE NÃO QUEIRAS QUE ELE DIGA OU FAÇA COM RELAÇÃO A TI. Ao contrário, dize ou faze – do ponto de vista do que for justo e bom, na ordem material, moral e intelectual – tudo o que desejarias que, invertidas as posições, ele dissesse ou fizesse por ti, praticando a caridade material e espiritual, em toda a extensão do teu poder, de teus meios e de tuas faculdades, pela palavra e pelos atos, e sob todas as formas: com o coração, com a boca, com os braços, com a inteligência. Com o Novo Mandamento revelado, em Espírito e Verdade, o cristão não se limita a uma regra que substituiu o “OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE” da truculência da lei antiga. Vai muito além, seguindo os passos do Salvador, que colocou os homens acima de si mesmo. Ele pode dizer: “NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE ESTE – DAR A PRÓPRIA VIDA PELOS AMIGOS (E PELOS INIMIGOS)”. Conhecendo a Lei do Amor Universal, o Cristão do Novo Mandamento entende perfeitamente as palavras do Mestre. Sabe que, brevemente, haverá um só Rebanho para um só Pastor, que é Jesus. Portanto, entra em vigor a REGRA ETERNA do Cristianismo do Cristo: – AMA-TE A TI MESMO TANTO QUANTO AMAS A TEU PRÓXIMO!                                                 GN, 11/07/1970


QUARTA-FEIRA,19/09/2012

É PRECISO SABER PEDIR


 P – Graças ao Centro Espiritual Universalista da LBV, entendemos que muitos – quando fazem suas preces – não sabem pedir o que devem. Há, por exemplo, os que rezam, ou oram, com ódio no coração, sem a mínima demonstração de arrependimento. Que diz o Espírito da Verdade?



R – Que o caminho é o arrependimento, completado pelo perdão. Se puderdes, por um ARREPENDIMENTO SINCERO, apagar as faltas recentes, podereis pela prece – rogando a graça de não mais as cometerdes – alcançar (se deles vos fizerdes dignos, tornando-os possíveis, quer por inspiração, quer por comunicação) o amparo e os conselhos que vos guiarão e sustentarão, esclarecendo-vos acerca das provas que escolhestes E SOBRE A MANEIRA DE CONSEGUIRDES VENCÊ-LAS, COM FELICIDADE, AOS OLHOS DO SENHOR. Quando o Cristo diz “pedi e se vos dará”, não quer dizer que possais pedir a Deus que mude as provas escolhidas por vós mesmos, e que detenha – de súbito – o curso dos acontecimentos CUJA REALIZAÇÃO SUA ONISCIÊNCIA DECIDIU. Significa isso que o Senhor vos concederá a compreensão das “vistas secretas” da Divina Providência; que vos concederá entrar, assim, em comunhão de pensamento com Ele E COMPREENDER O BEM QUE, NA ETERNIDADE, VOS ADVIRÁ DOS SOFRIMENTOS FÍSICOS OU MORAIS, QUE VOS ATORMENTAM NA EXISTÊNCIA TERRENA, E QUE, AFINAL, FORAM DETERMINADOS PELOS VOSSOS ABUSOS DAS VIDAS PRECEDENTES. O livre arbítrio do homem pode mudar a face dos acontecimentos da sua existência, mas o fundamento sério destes será sempre o mesmo. Não vos podem ser contadas como provações as mil contrariedades oriundas da existência em comum, e da vossa civilização ainda bárbara, sob tantos pontos de vista. São particularidades ínfimas, que não têm importância alguma NO CONJUNTO DAS PROVAS QUE VOS CUMPRE SUPORTAR. Afirmou o Mestre: “Vosso Pai, que está nos céus, dará um bom espírito àqueles que o pedirem”. O Senhor não se mantém surdo NUNCA – bem o sabeis – às vozes angustiadas de seus filhos, quando se dirigem a Ele COM FÉ E CONFIANÇA. O pai da grande família nem sempre concede as graças como lhe são pedidas porque, em vez de constituírem um bem, resultariam em confusão para o homem. Aquele, porém, que SABE FALAR COM DEUS, com humildade real e profunda sinceridade, Ele abre o entendimento que dá O BOM ESPÍRITO, isto é, O AMOR A DEUS, A INTELIGÊNCIA DAS COISAS DA VIDA ETERNA, PERMITINDO QUE SEUS MENSAGEIROS O CERQUEM, PARA ESCLARECÊ-LO E CONFORTÁ-LO. O homem a quem o Pai Celeste concedeu bom espírito é aquele que entende as palavras do Mestre, que se aplica em praticá-las e nunca desespera do SEU AMOR E DA SUA JUSTIÇA. Por isso, disse Jesus: “Sem mim, NADA podereis fazer. Será salvo aquele que perseverar até ao fim”. É a Lei do Merecimento, dando a cada um de acordo com suas obras!

GN, 10/07/1970





TERÇA-FEIRA,18/09/2012

            O PODER DA ORAÇÃO

             P – Jesus, no Sermão do Monte, destaca o valor da prece de maneira impressionante. Por isso, o CEU da LBV nos recomenda o cultivo persistente da oração. Como o Espírito da Verdade analisa as palavras do Redentor da Humanidade?

            R – Vamos encontra-las nestas passagens: Mateus, VII: 7-11; Lucas, XI: 5-13.

MATEUS: 7 – Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei e se vos abrirá; 8 – porquanto quem pede recebe, quem procura acha, àquele que bate a porta se abre. 9 – Qual de vós dá uma pedra ao filho, quando este pede pão? 10 – Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma serpente? 11 – Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, com mais forte razão vosso Pai, que está no céu, boas coisas dará àqueles que as pedirem.
LUCAS: 5 – Disse-lhe ainda: se alguém que tiver um amigo e for procurar, alta noite, dizendo: “meu amigo, empresta-me três pães, 6 – pois um de meus amigos, que estava viajando, acaba de chegar à minha casa e nada tenho para lhe dar”. 7 – e o amigo lhe responde, de dentro de casa: “não me importunes, minha porta já está fechada e meus servos deitados, assim como eu; não posso levantar-me para te dar o que pedes”; 8 – se, apesar disso, o primeiro insistir em bater, eu vos digo que, quando o segundo não se levante para dar o que lhe é pedido por ser seu amigo o que pede, se levantará, pelo menos por causa da importunação, e dará ao outro tudo o que lhe seja necessário. 9 – Eu vos digo: pedi e se vos dará; procurai e achareis; batei e se vos abrirá; 10 – porque quem pede recebe, quem procura acha e a porta se abre àquele que bate. 11 – Se algum de vós pedir pão a seu pai, este lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? 12 – Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará escorpião? 13 – Ora, se maus como sois, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, com mais forte razão vosso Pai, que está nos céus, dará um bom espírito àqueles que o peçam.
Com estas palavras, Jesus punha seus discípulos em guarda contra o desalento que, muitas vezes, nasce de um aparente insucesso. Elas se aplicam, portanto, a todas as gerações, porque a perseverança deve caber a todos. É a perseverança que vos fortifica as resoluções, vos aperfeiçoa as obras, vos dá segurança na fé e vos torna dignos da atenção do Mestre, que concederá aos vossos reiterados esforços o que não vos poderia dar ENQUANTO NÃO ESTIVESSEIS, AINDA, SEGUROS DE VÓS MESMOS. O homem nada pode nem deve fazer, nem empreender, sem primeiro implorar ao Senhor, do fundo do coração, a sua assistência e a sua proteção. Pois o Senhor, na sua infinita bondade, sabe o que convém a seus filhos, E SEMPRE LHES DÁ FARTAMENTE O QUE CONVENHA, se bem que estes, ingratos e cegos, só muito raramente entendem os desígnios da Divina Providência. Um pai não dá uma serpente ao filho que lhe pede pão. Vosso pai não vos recusa, nunca, os favores que vos são necessários. Sabeis, entretanto, O QUE REALMENTE VOS É NECESSÁRIO? Estais em condições de decidir, por vós mesmos, o alimento que convém ao vosso estômago? E podeis compreender o gênero de provação que deveis enfrentar? Não. Vosso pai, porém, o sabe, e vos alimenta de acordo com a vossa constituição. Quanto mais a luz se espalhar por entre vós, mais aptos estareis a compreender estas palavras: O PAI DE FAMÍLIA NÃO DÁ PEDRAS AO FILHO QUE LHE PEDE PÃO. Portanto, tratai de pedir ao vosso pai o pão da vida, e ele vos facultará fartos meios de o adquirirdes pelo vosso merecimento. Concentrai o pensamento na recomendação de Jesus: PEDI E SE VOS DARÁ; PROCURAI E ACHAREIS; BATEI E VOS ABRIRÁ: PORQUE QUEM PEDE RECEBE, QUEM PROCURA ACHA E A QUEM BATER A PORTA SE ABRIRÁ. Compreendei bem estas palavras, mas – como sempre – segundo o espírito que vivifica, jamais segundo a letra que mata. Suplicai ao Senhor que vos torne compreensíveis as suas verdades, e o vosso entendimento se abrirá. Batei à porta da Eternidade, e certamente chegareis ao santuário. Encaminhai-vos ao Dispensador de todas as graças divinas; dirigi-vos a Ele com pureza de coração, pedi-lhe a Luz que esclareça os vossos irmãos, e colocará nas vossas mãos o facho cujos raios iluminarão o mundo!
GN, 09/07/1970


SEGUNDA-FEIRA,17/09/2012

JULGAR, PERDOAR E PREGAR

P – Vários irmãos, que estão assistindo à nossa Cruzada do Novo Mandamento no Lar, fazem estas perguntas ao Espírito da Verdade: – Por que não julgar? Por que perdoar? Por que não pregar A TODOS?
R – O ensinamento é do próprio Jesus: se não perdoardes, se não usardes de indulgência para com os vossos semelhantes, como podereis esperar que o vosso Pai, que está no céu, use de indulgência para convosco? Tereis merecimento bastante? Não tereis transgredido sua Lei? Não vos terá faltado a caridade que sem cessar vos pregamos, e que constitui a base única sobre a qual deveis edificar? Se quiserdes ser perdoados, perdoai. Não julgueis os vossos irmãos, porque TAMBÉM TEREIS DE SER JULGADOS POR UM JUIZ ÍNTEGRO, QUE LÊ NO FUNDO DOS VOSSOS CORAÇÕES E VÊ TODAS AS PAIXÕES MISERÁVEIS QUE AÍ SE AGITAM. Sim, não julgueis vossos irmãos, vós que não vedes mais que a superfície, porquanto – se a superfície nele vos parece turbada – o fundo pode estar puro aos olhos de Deus, AO PASSO QUE, EM VÓS, JULGADORES INCLEMENTES, TALVEZ ESTEJA IMPURO. Lembrai-vos da advertência do Cristo: “Tira, primeiro, a trave do teu olho, e então verás como tirar o argueiro do olho do teu irmão”. Sim, começai por expurgar as vossas Almas de todos os vícios, de todos os maus instintos que as devoram. TORNAI VOSSOS CORAÇÕES PUROS AOS OLHOS DE DEUS. Depois, então, quando fordes perfeitos, podereis censurar. Podereis, mas não o fareis, porque a Perfeição das vossas Almas vos terá aproximado daquele que, PERFEIÇÃO IMACULADA, afirmou: ATIRE A PRIMEIRA PEDRA O QUE ESTIVER SEM PECADO! Aquele que, isento de qualquer pecado, disse à pecadora: VAI, E NÃO PEQUES MAIS! Agora, a parte final, inspirada nestas palavras de Jesus: “Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis vossas pérolas aos porcos, para não suceder que as pisem, e ainda se voltem contra vós, e vos estraçalhem”. Compenetrai-vos bastante, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento, destas palavras que o Mestre dirigiu AOS QUE, ENTÃO, ERAM SEUS APÓSTOLOS, como também àqueles que o seriam no futuro, no tocante ao ensino e à pregação pública da Palavra de Deus. Nesta é que encontrais as pérolas do amor e as coisas santas. Portanto, as circunstâncias em que vos achardes e o meio em que falardes é que vos deverão inspirar A CONDUTA A SEGUIR. Sondai o terreno, preparai-o e, se descobrirdes um sinal de fertilidade, por menor que seja, lançai a semente divina com prudência e precaução. Depois cultivai-a cuidadosamente, auxiliando-lhe o desenvolvimento. Se, ao contrário, o terreno vos parecer árido e ingrato, encerrai-vos no silêncio: as Almas ainda não estão preparadas para receber as pérolas, as coisas santas da Palavra de Deus. Se vos interpelarem, dizei que não quereis falar. A recusa, em tal caso, desperta a curiosidade em certas naturezas e nelas desenvolve O DESEJO DE SABER. Acontecendo isso, devotai-vos à obra do Semeador, pregando aos que, a princípio, agiram como porcos e cães. Estendei os braços às ovelhas desgarradas. Ide em socorro das que estiverem perdidas. Tratai de reconduzir ao Senhor o pequeno rebanho que conseguirdes reunir. O Mestre recompensa, generosamente, os Obreiros de Boa Vontade, os Homens e Mulheres da BOA VONTADE DE DEUS. Nada se compara à alegria de salvar vidas e salvar Almas para o Senhor. A FORTUNA DE HAVERDES SALVO IRMÃOS VOSSOS DA INCREDULIDADE, DO DESÂNIMO, DA NEGAÇÃO E DO ATEÍSMO VOS RECOMPENSARÁ, ABRINDO-VOS AS PORTAS DO PARAÍSO PERDIDO. Veja quem tem olhos de ver, ouça quem tem ouvidos de ouvir!
GN, 08/07/1970


DOMINGO, 16/09/2012

QUEM JULGA SERÁ JULGADO

P – Não há, para os brasileiros de Boa Vontade, maior tesouro espiritual que a DOUTRINA DO NOVO MANDAMENTO DE JESUS. Como o Espírito da Verdade interpreta o “não julgueis” do Mestre?

R – Vamos harmonizar estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, VII: 1-7; Marcos, IV: 24; Lucas, VI: 37-38 e 41-42.

MATEUS: 1 – Não julgueis para não serdes julgados, 2 – porquanto sereis julgados como tiverdes julgado os outros; com a medida com que medirdes também sereis medidos. 3 – Como é que vês o argueiro no olho do teu irmão e não percebes a trave no teu? 4 – Ou como é que dizes a teu irmão: 5 – Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, quando tens uma trave no teu? 6 – Hipócritas, primeiro tira a trave do teu olho, e então poderás tirar o argueiro do olho do teu irmão. 7 – Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis vossas pérolas aos porcos, para não suceder que as pisem, e ainda se voltem contra vós, e vos estraçalhem.

MARCOS: 24 – E Jesus lhes disse: – Atentai no que ides ouvir: sereis medidos com a mesma medida com que medirdes os outros, e ainda se vos acrescentará.

LUCAS: 37 – Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados, 38 – daí e se vos dará, e no vosso regaço será derramada uma boa medida, cheia, atestada, a extravasar; porquanto, para vos medir, servirá a mesma medida com que houverdes medido os outros. 41 – Como é que vês o argueiro que está no olho do teu irmão e não percebes a trave que está no teu olho? 42 – Como é que podes dizer a teu irmão: “deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho”, tu que não vês a trave que está no teu? Hipócritas, primeiro tira a trave que está no teu olho, e então verás como tirar o argueiro que está no olho do teu irmão.
O ensino que resulta destas palavras de Jesus facilmente se apreende: não reclama longos comentários. Penetre o homem no seu íntimo, antes de proferir juízo sobre seus irmãos: faça exame de consciência; compenetre-se do seu próprio valor; inquira de si mesmo O QUE RESPONDERIA SE TIVESSE DE IR A PRESENÇA DO JUIZ. Só então a sua indignidade lhe mostrará a indulgência de que deve usar para com os seus semelhantes. Lembre-se do verdadeiro sentido que Jesus deu às palavras do “Pai Nosso”: PERDOAI-NOS CONFORME PERDOARMOS.Daí a advertência do Mestre: “Atentai no que ides ouvir: sereis medidos com a mesma medida com que medirdes os outros, E AINDA SE VOS ACRESCENTARÁ”. Dirigindo estas palavras a seus discípulos (e a todos os homens) Jesus os exortava a se examinarem com rigor, para não julgarem levianamente. QUEM FOR IGNORANTE, E QUISER JULGAR SEUS IRMÃOS, PROCEDERÁ SEMPRE COM SEVERIDADE, POR NÃO COMPREENDER A CAUSA DOS ATOS DESTES E NÃO SER CAPAZ DE OS PESAR DIANTE DE DEUS. Ora, aquele que julgar com severidade será julgado do mesmo modo. As palavras E AINDA SE VOS ACRESCENTARÁ querem dizer: QUANTO MAIS ESFORÇOS FIZERDES PARA VOS APROXIMAR DO MESTRE, TANTO MAIS O MESTRE SE DIGNARÁ DE DESCER ATÉ VÓS. Elas não se ligam às palavras que as precedem. Não se ligam significando: aquele que julgar severamente seus irmãos será julgado com severidade maior. Não foi para exprimir esse pensamento que Jesus as pronunciou. A interpretação exata é esta: sereis medidos, isto é, julgados pela maneira por que houverdes julgado os vossos irmãos; mas, também, graças vos serão dadas com relação aos esforços que houverdes feito PARA MERECÊ-LAS. Tais palavras, portanto, só se referem às graças que o homem pode merecer ou não, de acordo com os esforços que faça, para alcançá-las, ou a negligência que ponha em progredir. Deveis ser caridosos: deveis perdoar aos vossos irmãos as ofensas que vos tenham feito, como quereis que Deus perdoe as vossas ofensas. Se não perdoardes, como podereis ser perdoados? Sim, É SEMPRE MELHOR TRANSFERIR A DEUS O JULGAMENTO.
GN, 07/07/1970


SÁBADO, 15/09/2012

CRISTIANISMO E RIQUEZA

P – Tomando ao pé da letra a parábola do Rico e Lázaro, dizem alguns comentadores: “Todo o pensamento desta parábola está no versículo 15 da capítulo XVI: “o que é elevado aos olhos dos homens é abominação aos olhos de Deus”. Com efeito, o rico tem o inferno por sepulcro (versículo 22); Deus o abomina unicamente por ser ele grande perante o mundo, e o pobre é amado por Deus, “está no seio de Abraão”, unicamente por ser pequeno perante o mundo. Não se diz ali que o rico fez mau uso da sua riqueza, nem que o pobre fez bom uso da sua pobreza, mas que o rico recebeu os seus bens em vida e que ao pobre Lázaro somente males couberam. É o que, implicitamente, se nos depara nestas palavras do Evangelho segundo Lucas, no começo do Sermão do Monte: “Ai de vós, ricos, que tendes a vossa consolação neste mundo! Ai de vós, que estais saciados, porque tereis fome! Ai de vós, que rides agora, porque tereis de gemer e chorar!” (VI: 24-25). Este sentimento de animosidade contra a riqueza, essa reprovação do rico se desenvolveu no Cristianismo, ao mesmo tempo que se alargou sua luta contra o mundo, mas o pensamento mesmo do seu fundador é diferente: “Buscai, primeiro, o Reino de Deus e sua Justiça e todas as coisas vos serão dadas de acréscimo” (Mateus, VI: 33). Qual, sobre isso, a opinião do Espírito da Verdade?

R – Os que usam desta linguagem, tendo razão do ponto de vista das falsas interpretações dadas às palavras do Cristo, se enganam redondamente QUANTO AO SENTIDO E AO OBJETIVO, SEGUNDO O ESPÍRITO, SEGUNDO O PENSAMENTO DE JESUS INTENCIONALMENTE VELADO PELA LETRA, QUER DA PARÁBOLA, QUER DOS TEXTOS QUE CITAM, e que já vos explicamos em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento. A falsa interpretação das palavras do Mestre produziu bons frutos a seu tempo. A violência mesma dessa interpretação concorreu para que os prevaricadores, os avaros e os egoístas se despojassem dos seus bens, com o propósito de evitarem o castigo e darem exemplos de desprendimento, que mais tarde seriam bem mais compreendidos. Quando se tem de abater uma árvore secular, não é de um canivete que se lança mão, mas de um machado movido por vigoroso pulso. Quando se tem de destruir paixões más, profundamente enraizadas, não é com palavras brandas e sem alcance que se há de consegui-lo: SERÁ PRECISO VIBRAR GOLPES VIOLENTOS QUE REPERCUTAM NO CORAÇÃO. As palavras de Jesus eram sempre medidas para o efeito de produzirem frutos imediatos e prepararem as colheitas vindouras. Mesmo o que esses comentadores consideram DESVIOS, RESULTANTES DE FALSAS INTERPRETAÇÕES, não foi mais que o profundo trabalho da charrua em terras duras, forçando-as a produzir, a fim de que – ao cabo de certo tempo – a cultura as possa amolecer, desterroar e tornar férteis em frutos mais doces e mais saborosos. Reportem-se (os que formulam aquelas objeções) à explicação, conforme ao espírito, que vos demos da parábola. Atendam a que A LETRA MATA, O ESPÍRITO VIVIFICA; a que as palavras de Jesus são ESPÍRITO E VIDA, e que se encadeiam formando um conjunto harmonioso. Só assim, dentro do equilíbrio das Leis Eternas e Imutáveis, compreenderão o seu sentido e o seu alcance.

P – Diz Abraão: “Grande abismo existe entre nós e vós; de modo que os que querem passar daqui para lá não o podem, como também não se pode passar de lá para cá” (versículo 26, capítulo XVI, do Evangelho de Jesus segundo Lucas). Qual o seu sentido real, segundo o espírito?

R – Alusão clara à impossibilidade que há, para o Espírito (por mais elevado que seja), de deter o curso da Justiça Divina. Deus é bom, mas também é JUSTO: a cada um de acordo com suas obras.

P – As palavras desse versículo 26, veladas pela imagem material e pela letra, significarão que os Bons Espíritos não se podem acercar dos Espíritos culpados, enquanto não há, da parte destes, arrependimento? E reciprocamente, que os Espíritos culpados não se podem elevar às regiões em que se acham os Bons Espíritos e aproximar-se deles?

R – Não. Os Espíritos Superiores não entram em contato com os Espíritos Inferiores que sofrem punição. Mas os Bons Espíritos, de menor elevação, os cercam, conservando-se, entretanto, invisíveis. E, quanto aos Espíritos inferiores, esses não podem elevar-se NUNCA às regiões ocupadas pelos Bons Espíritos, SEM QUE UM ARREPENDIMENTO SINCERO OS PONHA EM CONDIÇÕES DE EXPERIMENTAREM A INFLUÊNCIA DIRETA DE SEUS PROTETORES E SEM QUE LHES SEJA PERMITIDO ACOMPANHAR OS BONS ESPÍRITOS, COM O PROPÓSITO DE SE INSTRUIREM E PROGREDIREM, NO CAMINHO DO BEM E DA VERDADE.
GN, 05/07/1970


SEXTA-FEIRA, 14/09/2012

COMUNICAÇÃO DE VIVOS E MORTOS

P – A parábola RICO E LÁZARO, além de nos apresentar um diálogo entre “mortos no mundo invisível, também nos mostra a possibilidade da comunicação entre mortos e vivos, nos versículos 27 a 31. Como explica o assunto o Espírito da Verdade?

R – A linguagem do rico na parábola – versículos 27, 28 e 30 – é a prova e, ao mesmo tempo, a sanção da crença dos judeus na comunicação dos homens com as “almas dos mortos”, isto é, com os Espíritos. As duas respostas de Abraão ao rico mostram ser ABSOLUTAMENTE INÚTIL, PARA DEMOVER OS SISTEMATICAMENTE INCRÉDULOS, TODA E QUALQUER COMUNICAÇÃO DE ALÉM-TÚMULO! Efetivamente, que valor a aparição, a do pobre, teria para os irmãos daquele rico, imbuídos das mesmas opiniões e do mesmo egoísmo que ele, como se depreende da parábola?^Talvez o acusassem de continuar a importuna-los, até depois de morto. Tratariam de varrer do pensamento a aparição, do mesmo modo que da vista repeliam o homem, sobretudo sendo aquela ainda mais aborrecida. Acresce que, de par com a incredulidade sistemática, também a  incredulidade  nascida do coração endurecido leva o homem a negar as comunicações do Além, porque ESTAS LHE TRAZEM REVELAÇÕES AMEAÇADORAS DA “SEGURANÇA” EM QUE ELE JULGA ESTAR, E LHE IMPÕEM REFORMAS URGENTES, QUANDO O QUE LHE APRAZ É SEGUIR O CURSO DAS SUAS PAIXÕES. Que esses procurem, primeiro, aplicar a si próprios a Lei de Deus, antes que seja tarde! Outra pergunta que nos confiam, para resposta: “Em nome do Catolicismo se diz: tendes o Evangelho e a Igreja, por que procurar outra coisa?” Os que falam assim parodiam o que disse Jesus (versículos 29 e 31), quando pôs na boca de Abraão estas palavras: “Eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam!” O que o Mestre dizia era TENDES A LEI E OS PROFETAS, ISTO É, TENDES O AMOR UNIVERSAL PARA VOS GUARDAR; TENDES, PARA VOS GUIAR, O EXEMPLO DOS QUE O PRATICARAM. Os que vos concitam a reportar-vos ao Evangelho, dele sempre fizeram letra morta. Ele deixou de ser a Lei, porquanto – da prática a que submeteram os que assim falam – desapareceu o amor imenso que se estende sobre todos, indistintamente: o amor que a ninguém persegue, que dá alento a todos os fracos e arrebanha todas as ovelhas desgarradas, sem lhes perguntar de que religiões vieram. O AMOR, EIS A LEI. O EVANGELHO; A PRÁTICA DO AMOR UNIVERSAL, EIS OS PROFETAS, OS QUE DO AMOR SE AFASTAM NÃO OBEDECEM À LEI QUE PRETENDEM IMPOR AOS OUTROS. Por terem (os que vos apontam o Evangelho) dele feito letra morta e que, nos tempos preditos por Jesus, QUANDO A ABOMINÁVEL DESOLAÇÃO IMPERA NO LUGAR SANTO, EXATAMENTE ONDE NÃO PODERIA EXISTIR, o Senhor envia o Espírito da Verdade para, pela unificação das  Revelações do Cristo de Deus – sempre em espírito e verdade, à luz do Novo Mandamento – reconduzir os homens à prática do amor, à simplicidade e a pureza da Moral sublime do Mestre, exatamente para os conduzir à VERDADE RESTAURADA, depois do próximo e último Armagedon.
GN, 04/07/1970


QUINTA-FEIRA, 13/09/2012

O RICO E O LÁZARO

P – Hoje, só aceitamos o Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento. O CEU da LBV, unificando as Quatro Revelações do Cristo de Deus, coloca o Brasil na vanguarda espiritual de todos os povos e nações da Terra! Como o Espírito da Verdade explica a parábola do Rico e de Lázaro, o mendigo?

R – Eis o Evangelho segundo Lucas, XVI: 19-31.

LUCAS: 19 – Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e finíssimo linho, e se banqueteava, magnificamente, todos os dias. 20 – Havia, também, um pobre mendigo chamado Lázaro, que jazia, coberto de úlceras, à porta do rico, 21 – esperando saciar sua fome com as migalhas que caíam da mesa deste, mas ninguém lhe dava essas migalhas; e os cães vinham lamber-lhe as chagas. 22 – Ora, aconteceu que, morto o mendigo, foi transportado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico morreu, também, e teve o inferno por sepultura. 23 – Quando este, no seu tormento, levantou os olhos e ao longe viu Lázaro no seio de Abraão, 24 – disse, em gritos, estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim, e manda que Lázaro molhe na água a ponta do seu dedo para refrescar a minha língua, pois eu sofro os tormentos destas chamas! 25 – Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste bens em tua vida, enquanto Lázaro só recebeu males; por isso, ele agora é consolado e tu és atormentado; 26 – além disso, grande abismo existe entre nós e vós, de modo que os que querem passar daqui pra lá não o podem, como também não se pode passar de lá pra cá. 27 – Disse o rico: Eu, então, te suplico, Pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, 28 – onde tenho cinco irmãos, para lhes dar testemunho destas coisas, a fim de que eles não venham a cair neste lugar de tormentos! 29 – Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam! 30 – Não, Pai Abraão, disse o rico, mas se algum dos mortos for até eles, certamente farão penitência! 31 – Abraão respondeu: Se eles não ouvem nem Moisés, nem os profetas, do mesmo modo não acreditariam, mesmo que algum dos mortos ressuscitasse.

O rico, de coração duro e egoísta, sofre o castigo das suas faltas (é o que significa o inferno por sepultura); ao passo que o desgraçado, resignado e paciente, recebe a recompensa de suas dores. O castigo tem de seguir seu curso: SÓ O ARREPENDIMENTO LHE PODE ABREVIAR A DURAÇÃO. Por mais esforços que faça não consegue o justo deter a Justiça de Deus, enquanto o culpado não se houver arrependido. E, no caso, o rico sofria, mas não se arrependera. A SOLICITUDE, QUE MANIFESTAVA PARA COM OS IRMÃOS, PROVINHA DO DESEJO DE QUE ESTES EVITASSEM A CAUSA DAQUELE CASTIGO: NÃO ERA FRUTO DO ARREPENDIMENTO! No apelo que fez houve um pedido, mas não houve pesar. Lázaro, no seio de Abraão, continua a ser, para ele, o pobre, o mendigo, o homem do povo, “servo nato” do rico, até mesmo no inferno, isto é, mesmo quando o rico está sofrendo o seu castigo! Repassado de infantil simplicidade, bem apropriado àquele tempo, composto em termos imaginosos, de molde a ferir e impressionar as inteligências da época, o diálogo da parábola visava aos que estavam em condições de compreende-lo; mas é, também, dirigido AOS QUE JULGAM SUA INTELIGÊNCIA MUITO ACIMA DE TAL LINGUAGEM. Por esse diálogo, também se lhes diz: “Homens, não caveis um abismo entre vós e o pobre a quem repelis; porque, se ele suportar o vosso desprezo resignadamente, com fé e coragem, terá a sua recompensa ao passo que vós tereis de pagar pelo egoísmo, pelo orgulho, pela dureza do vosso coração! E, enquanto permanecerem insensíveis, nesse endurecimento, intransponível será para ambos o abismo que vos há de separar. SÓ O ARREPENDIMENTO SINCERO, DIANTE DE DEUS QUE TUDO VÊ, LANÇARÁ SOBRE ESSE ABISMO UMA PONTE PROVIDENCIAL, PELA QUAL VOS PODEREIS REUNIR, PARA A ALEGRIA DA RECONCILIAÇÃO!”
GN. 03/07/1970


QUARTA-FEIRA, 12/09/2012

BUSCAI O REINO DE DEUS

P – Graças a Deus, tudo melhora em nossa casa com a CRUZADA DO NOVO MANDAMENTO NO LAR. Preocupa-nos cumprir a máxima do Mestre: “Buscai, primeiro o Reino de Deus e sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”. Como o Espírito da Verdade a interpreta?

R – Perguntou Jesus: “Qual de vós poderá, com toda a sua inteligência, com todos os seus cuidados, aumentar de uma polegada a altura do seu corpo? Se, pois, as menores coisas estão acima do vosso poder, por que vos afligirdes pelas outras?Eis, em espírito e verdade, o sentido e o alcance destas palavras: o homem não deve pretender, à viva força, mudar a face dos acontecimentos que Deus prepara. Deve, ao contrário, fazer tudo o que estiver ao seu alcance paratorna-los úteis à sua salvação. Jamais deverá desnatura-los. Uma vez realizados, não tem que dizer: “Se eu tivesse procedido desta ou daquela maneira, isto não sucederia”. É preciso ver no fato ocorrido uma conseqüência da sua posição na terra, um efeito das suas provações ou um corolário das suas fraquezas, que causaram a falta, a negligência ou a imprudência, e reconheça que Deus tudo governa, visando sempre ao bem do Espírito encarnado. Agora, já se torna mais compreensível a máxima do Cristo: “Buscai, primeiro o Reino de Deus e sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”. O dever primordial do homem é VIVER DE ACORDO COM A LEI DE DEUS, porque – uma vez integrado na vida de pureza – atrai sobre si as bênçãos do Pai Celestial, bênçãos que receberá na sua significação real. Não se trata de bênçãos  materiais, úteis unicamente ao que há de perecível em vós, ao que mais vos inquieta, e sim de benção que vos purificam mais e mais, fazendo-vos compreender que os sofrimentos, as dores corporais são outras tantas bênçãos do Senhor, pois vos depuram o Espírito, rompem os laços que o escravizam à carne e lhe permitem – mesmo durante a miserável existência terrena – encaminhar-se para as regiões da felicidade eterna. Quando a Humanidade tiver chegado ao grau de pureza moral, que há de adquirir, as questões relativas às Leis Morais – de adoração, trabalho, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor e caridade – se resolverão facilmente. Sim, porque os bens (tanto materiais quanto morais e intelectuais) NÃO MAIS PERTENCERÃO A ESTE OU AQUELE, porque um será por todos e todos serão por um. Quer isto dizer que os filhos do Pai Celestial viverão como membros de uma grande família,  unidos pelo desejo de se ajudarem uns aos outros DENTRO DA LEI DIVINA. Será a vivência humana do Novo Mandamento de Jesus! Mas essa maravilha não é para já – lembrai-vos do Armagedon! – porque será precedida de todas as coisas preditas por Jesus no seu Evangelho e no seu Apocalipse. Assim, não tenteis introduzir, prematuramente, em vossos costumes e leis, MUDANÇAS QUE HÃO DE SER FRUTO DA QUE SE OPERA NOS VOSSOS CORAÇÕES, trazendo consigo, pela prática diária da Boa Vontade, o desenvolvimento das inteligências, da instrução, da educação real, da ciência e do amor, o bem-estar espiritual e, por conseqüência, o bem-estar material. Então, sim, TUDO VOS SERÁ ACRESCENTADO PELO PODER DE DEUS. Disse, ainda, Jesus: “A cada dia basta o seu labor, a sua aflição”. Cristãos do Novo Mandamento, lavradores de almas, conduzis a charrua por terrenos ingratos! Nós preparamos a semente, e somos obrigados a escolhe-la com muito cuidado, porque em poucos lugares pode germinar. Esperai, porém, que chegue a hora da colheita. O Senhor chamará, então, seus verdadeiros trabalhadores. Dos quatro cantos do vento retumbará a trombeta, e os obreiros fiéis poderão admirar as incontáveis espigas que semearam nos sulcos feitos pelo arado. Jesus marcha, o tempo marcha, nós marchamos convosco!
GN, 02/07/1970


TERÇA-FEIRA, 11/09/2012

NÃO SERVIR A DOIS SENHORES

P – Disse Jesus: “não podeis servir a Deus e a Mamon”. Como o Espírito da Verdade explica isso?

R – Mamon era uma “divindade” que os povos antigos adoravam, feita de prata ou de ouro, representando, mais ou menos, o que representava Júpiter, dos romanos, isto é, os vícios da humanidade com todo o seu cortejo, o que explica o pensamento do Mestre: NÃO PODEIS SERVIR A DOIS SENHORES AO MESMO TEMPO! Não podeis viver a vida que agrada ao vosso Deus,  praticando os desregramentos a que vos arrasta a vida mundana. Isto é: não podeis ter, ao mesmo tempo, em vossa alma – o amor e o egoísmo; a caridade e a avareza; o desprendimento e a hipocrisia; a humildade e o orgulho; o trabalho e a preguiça; o estudo e a ignorância; a Boa Vontade e a violência; o Novo Mandamento e o sectarismo farisaico. “Ou amareis a um e odiareis a outro, ou servireis a este e enganareis aquele.” Quem se consagra (ou escraviza) aos bens terrenos NÃO PODE PRATICAR O DESPRENDIMENTO QUE O PROGRESSO ESPIRITUAL EXIGE. Aos fariseus dos vossos dias – abastados, orgulhosos, avarentos – que zombam das vossas palavras, dizemos o que disse Jesus aos fariseus de outrora: “PONDES MUITO CUIDADO EM PARECER JUSTOS DIANTE DOS HOMENS, MAS DEUS CONHECE OS VOSSOS CORAÇÕES; O QUE É GRANDE AOS OLHOS DOS HOMENS É ABOMINÁVEL AOS OLHOS DE DEUS”. Quer dizer: geralmente, a riqueza, a glória, o orgulho, por eles endeusados, são o que os homens consideram elevado, mas vós sabeis que Deus ama os de espírito humilde, os de coração simples e bom. As palavras do Cristo, constantes dos versículos 25-26 e 28-34 de Mateus e dos versículos 22-24 e 28-30 de Lucas, na linguagem oriental apropriada às inteligências da época, eram particularmente dirigidas aos que,  totalmente preocupados com as riquezas materiais, nada vêem além delas e nada fazem senão o que lhes possa melhorar o comodismo e aumentar a fortuna; aos que cultivam o corpo como planta preciosa e descuram da alma, o bem eterno que deveriam vigiar atentamente. Jesus falava a homens cúpidos, materialíssimos, que nada entendiam da VIDA ETERNA. Precisava ser enérgico para que, em suas consciências, alguma coisa ficasse do que ensinava. SEUS ENSINAMENTOS ATINGIAM, SEMPRE, A CHAGA QUE ELE QUERIA CAUTERIZAR. Por aquelas palavras, o Mestre reconduz o homem ao seu ponto de partida – Deus, o Criador de todos os seres e de todas as coisas, que vela, com igual solicitude, por tudo o que lhe saiu das mãos, dando a  cada um o que lhe é necessário. Assim é que dá à matéria o alimento material, ao Espírito o alimento espiritual. Convém, entretanto, acentuar bem aqui (tal a disposição constante no homem para ultrapassar a meta que lhe é indicada), que JESUS NÃO ACONSELHA AOS SERES DOTADOS DE RAZÃO QUE ESPEREM, INATIVOS, QUE DEUS VENHA ALIMENTÁ-LOS, COMO ALIMENTA OS PÁSSAROS, E VESTI-LOS COMO VESTE OS LÍRIOS DO CAMPO. É dever do homem confiar no Senhor, certo de que Ele proverá o que lhe for preciso, o que for para seu bem; mas cumpre, ao mesmo passo, que empregue suas faculdades, sua atividade, sua energia, em ALCANÇAR, PELO TRABALHO, A PROTEÇÃO DE DEUS. O lírio aguarda no seio da terra que o Senhor, desenvolvendo-o, lhe prepare a roupagem que o fará brilhar aos olhos humanos; o homem deve esperar que a vontade de Deus, nele, desenvolva as virtudes que o farão brilhar aos olhos de seus irmãos. Mas deve faze-lo em plena atividade, porque DEUS AJUDA A QUEM TRABALHA. Ninguém procure nas palavras de Jesus um pretexto para a imprevidência, para a incúria ou para o fatalismo irracional. Aprendei bem, igualmente, o sentido destas outras palavras do Cristo: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo; a cada dia basta a sua própria aflição”. O que se deve concluir delas – conforme ao espírito que vivifica, não conforme à letra que mata – é que JESUS CONDENA O EXCESSO DE CUIDADOS COM A VIDA E NÃO A NECESSIDADE. Importa que o homem cuide de manter sua existência. Ele não pode, nem deve, ser menos previdente do que certos animais no tocante ao futuro, mas também não deve concentrar todos os seus pensamentos e desejos na acumulação dos bens mundanos. Cumpre-lhe ser previdente mas nunca ambicioso. Se, apesar da sua previdência, o futuro lhe fala, confie sempre em Deus, fazendo sua parte: o Senhor sabe O QUE CONVÉM A CADA UM e permite que a provação purifique a criatura, tornando-a digna do Criador.
GN, 01/07/1970


SEGUNDA-FEIRA, 10/09/2012

A VIDA ETERNA

P – A Igreja em casa é uma feliz criação da LBV. O Centro Espiritual Universalista veio consolidar essa grande iniciativa. Agora compreendemos por que o Posto Familiar é tão importante quanto um Núcleo, no final deste ciclo! Como o Espírito da Verdade interpreta a VIDA ETERNA?

R – Vamos harmonizar estas passagens do Evangelho de Jesus segundo Mateus, VI: 24-34; Lucas, XVI: 13-15, e XII: 22-31.

MATEUS: 24 – Ninguém pode servir a dois senhores: ou odeia a um e ama ao outro, ou se submete a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon. 25 – Em verdade vos digo: não vos inquieteis como que haveis de comer, para sustento da vossa vida, nem com que vestireis o vosso corpo. A vida não é mais que o alimento, e o corpo muito mais do que a roupa? 26 – Vede as aves do céu: não semeiam, NÃO CEIFAM, NÃO ENCHEM CELEIROS; ENTRETANTO, VOSSO Pai Celestial as alimenta. Não valeis muito mais do que elas? 27 – Qual de vós pode, por seu próprio engenho, acrescentar um côvado à sua estatura? 28 – E com as vestes, por que vos inquietais? Olhai os lírios do campo: não trabalham, não tecem nem fiam. 29 – Eu vos digo, porém, que nem o rei Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer um deles. 30 -se , pois, Deus cuida de vestir assim o feno dos campos, que hoje existe e amanhã será lançado ao forno, quanto mais a vós, homens sem fé? 31 – Não vos preocupeis, portanto, dizendo: que é que vamos comer: Ou:  que é que vamos beber? Ou, ainda: com que nos vamos vestir? 32 – Assim fazem os gentios, mas Deus sabe de que precisais.  3 – Buscai, primeiro, o reino de Deus e sua justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas. 34 – Assim, não vos inquieteis pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia basta a sua própria aflição.

LUCAS, XVI: 13 – Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque odiará a um para amar ao outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon. 14 – Os fariseus, que eram avarentos, ouvindo Jesus dizer essas coisas, zombavam dele. 15 – Jesus lhes disse: – Pondes grande cuidado em parecer justos aos homens, mas Deus conhece os vossos corações, pois o que é elevado aos olhos do mundo é abominação aos olhos do Pai. XII: 22 – Então, disse aos seus discípulos: – Em verdade vos digo: não vos inquieteis pela vossa vida, cuidando do que comereis, nem pelo vosso corpo, cuidando do que vestireis. 23 – A vida é mais que o alimento e o corpo mais do que a roupa. 24 – Considerai os pássaros: não semeiam nem ceifam, não têm despensa nem celeiro, e Deus os susteta. Não valeis mais do que eles? 25 – Mas qual de nós pode aumentar um côvado à sua estatura? 26 -  Se as menores coisas estão acima do vosso poder, por que vos inquietais pelas outras? 27 – Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; entretanto, eu vos digo que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como qualquer um deles. 28 – Ora, se Deus veste assim o feno que hoje está no campo, e amanhã será lançado ao forno, quanto mais a vós, homens sem fé? 29 – Não vos aflijais, portanto, pelo que haveis de comer ou beber; não fique em suspenso o vosso espírito. 30 – Os gentios é que procuram todas essas coisas; vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. 31 – Buscai, primeiramente, o reino de Deus e sua justiça, e todas aquelas coisas vos serão dadas de acréscimo..

Estas palavras do Cristo têm por objetivo libertar da matéria o homem, leva-lo a encarar de frente a meta que lhe cumpre atingir e que ele deve colocar acima de tudo: A VIDA ETERNA, ISTO É, A VIDA DO ESPÍRITO PURO, DO ESPÍRITO QUE, TENDO CONCLUÍDO TODAS AS SUAS PROVAS, CHEGA AO SUPREMO GRAU DE PUREZA, DE ONDE COMEÇA A COMPREENDER QUEM É DEUS E A GOZAR A VIDA ESPIRITUAL NA ETERNIDADE, aproximando-se cada vez mais do centro da onipotência, sem que, entretanto, chegue jamais a se igualar à Divindade. Jesus falava a homens maculados por instintos grosseiros; tinha de combater naturezas rebeldes, animalizadas. Era, assim, obrigado a vibrar golpes que, só sendo violentos, poderiam repercutir em suas almas endurecidas. NINGUÉM DEDUZA, DAS SUAS PALAVRAS, QUE O HOMEM DEVA ENTREGAR, INTEIRAMENTE SUA VIDA E SEU FUTURO HUMANOS AOS CUIDADOS EXCLUSIVOS DE DEUS! Trabalhador que é, cabe-lhe o dever de dar conta da sua tarefa. Sujeito, na sua condição de homem, às necessidades do gênero humano, está na obrigação de conseguir PELO TRABALHO os meios de manter a sua existência humana, lembrando-se de que DIA VIRÁ EM QUE FALTARÃO AS FORÇAS AO OPERÁRIO. Aquele, portanto, que puder armazenar lealmente, sem quebra da sua integridade moral aos olhos do Senhor, os grãos com que, na velhice, possa fazer o seu alimento, deve faze-lo sem temor, enquanto a idade lhe permite esse objetivo; mas faze-lo com cuidado, sem desperdiçar a menor parcela, POIS TERÁ DE PRESTAR CONTAS AOS IRMÃOS QUE NÃO CONSEGUIRAM MAIS DO QUE CATAR ALGUMAS ESPIGAS PARA O SUSTENTO DIUTURNO E QUE VÃO NECESSITAR DE UMA PARTE DOS GRÃOS QUE O SENHOR LHE PERMITIU COLHER ABUNDANTEMENTE. Deus abençoa os corações generosos, que se lembram sempre dos desgraçados do mundo.
GN, 30/06/1970


DOMINGO, 09/09/2012

RICOS EM DEUS

P – Positivamente, não há educação sem Evangelho e sem Apocalipse. O que se chama “educação” não passa de “instrução”. Daí tantos mal-entendidos que infelicitam a Humanidade. Como o Espírito da Verdade explica o Evangelho segundo Lucas, XII: 13-21.

R – Vamos ao trecho indicado:

LUCAS: 13 – Disse-lhe, então, um homem, do meio da multidão: “Mestre, manda a meu irmão que divida comigo a herança!” 14 – Jesus, porém, respondeu: “Homem, que me constituiu vosso juiz ou partidor?” 15 – Depois, acrescentou: “Cuidado, preservai-vos da avareza, porque a vida de cada um não está na abundância dos bens que possua”. 16 – Em seguida, lhes propôs esta parábola: “Havia um homem riquíssimo, cujas terras produziram abundantes frutos; 17 – e pensava consigo mesmo: que hei de fazer, não tenho onde guardar tantos bens? 18 – Disse, afinal: já sei, vou demolir os meus celeiros, construirei outros maiores, e ali amontoarei toda a colheita e todos os meus bens; 19 – então, direi à minha alma: tens muita riqueza para os teus longos anos; repousa, come, bebe e regala-te!” 20 – Mas disse Deus a esse homem: “Insensato, esta noite pedirei tua alma. E as coisas, que entesouraste, de quem serão?” 21 – Assim acontece àquele que entesoura para si mesmo, e não é rico em Deus.

Jesus não veio para reinar sobre o mundo perecível, nem para promulgar leis materiais transitórias. Qual era o objetivo da sua missão? Desprender da matéria homens materiais, quebrar os seus ídolos carnais PARA ELEVAR OS SEUS ESPÍRITOS. Cumpria-lhe, portanto, bater com força, pois suas “pancadas” ainda repercutiam fracamente. Tal o sentido segundo o espírito, desta parábola. Os homens estão, hoje, mais adiantados; entretanto, quantas vezes nos vemos obrigados a repetir com Jesus: “– Amontoai vosso tesouro lá onde a ferrugem não corrói, onde os vermes não devoram, onde os ladrões não roubam!” Pois quantos ainda – apesar de lhes ser pregado, todo dia, o Evangelho de Jesus, de forma bem martelante – só confiam em suas riquezas, amontoando tesouros de lama e se enterrando neles até aos olhos! Pensai na vossa Alma, porque AINDA ESTA NOITE A MORTE PODE CHEGAR. Sede, no momento em que a Alma vos seja arrebatada, RICOS EM DEUS, pela prática do Amor e da Caridade! Tratai de libertar o vosso Espírito, a todas as horas, a todos os instantes, das influências da matéria animal, dos apetites materiais com que vos tentam o orgulho e o egoísmo, a avareza e a sensualidade desenfreada – fatores de perdição dos ricos da terra, que não são RICOS EM DEUS!
GN, 28/06/1970


SÁBADO, 08//09/2012

O VERDADEIRO TESOURO

P – Queremos a interpretação das palavras do Mestre: “Não junteis tesouros na terra”. Que diz o Espírito da Verdade, através do CEU da LBV?

R – Reunamos s Evangelho de Jesus segundo Mateus, VI: 19-23, e Lucas, XII: 32-34.

MATEUS: 19 – Não queirais acumular tesouros na terra, onde as traças e a ferrugem os destroem, onde os ladrões desenterram e roubam. 20 – Preparai-vos tesouros no céu, onde não há traças nem ferrugem que os possam destruir, onde não há ladrões que os desenterrem e roubem, 21 – porquanto, onde estiver o vosso tesouro, aí estará, também, o vosso coração. 22 – Vossos olhos são a lâmpada do vosso corpo; se vossos olhos forem simples, todo o vosso corpo será luminoso. 23 – Mas, se vossos olhos forem maus, todo o vosso corpo será tenebroso. Se, pois, a luz que está em vós não for senão trevas, que grandes trevas serão!

LUCAS: 32 – Pequenino rebanho, nada temais, porque aprouve a Deus dar-vos o seu Reino! 33 – Vendei o que possuis e transformai-o em esmolas. Tratai de vos prover de bolsas que o tempo não estrague: amontoai no céu tesouro que não se esgote nunca, do qual o ladrão não se aproxime e que as traças não roam. 34 – Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará, também, o vosso coração.
Aqui tendes NOVAS IMAGENS MATERIAIS. Buscai-lhes o espírito, e encontrareis o verdadeiro sentido e todo o alcance do pensamento de Jesus: não procureis o que possa fazer a felicidade do homem na Terra, quando isso estiver em oposição à felicidade do Espírito na Eternidade. Não procureis com ardor senão o que vos possa aproximar de Deus. A todos os vossos “atos humanos” deve animar a idéia de que não sois do mundo; de que, estando nele apenas como viajantes, tendes de suportar, da melhor forma possível, as provações que vos couberam; desempenhar a missão de que fostes incumbidos, a fim de regressardes à Pátria Celestial e PODERDES PRESTAR BOAS CONTAS DE VOSSOS ATOS AQUELE QUE VOS ENVIOU. Não vos deixeis preocupar pelos bens perecíveis, salvo quando forem as armas de que precisais para a luta contra o mal; do contrário, qualquer que seja a luz que os cerque, serão fonte de trevas para o vosso Espírito! Tal luz desaparecerá com eles, e ficareis perdidos na escuridão de uma existência inútil, completamente sem abrigo diante do Senhor. Não esqueçais que O VOSSO TESOURO SE ENCONTRA JUNTO DE DEUS, DETENTOR DE TODAS AS GRAÇAS. Convictos desta idéia, de acordo com os ensinos do Mestre, vossos sentimentos se inclinarão sempre para Deus, e o vosso coração estará junto do vosso verdadeiro tesouro – perto do vosso Deus, a fonte infinita de todos os bens. Quanto às palavras – PEQUENINO REBANHO, NADA TEMAIS, PORQUE APROUVE A DEUS DAR-VOS O SEU REINO!  – foram endereçadas aos primeiros discípulos, poucos em número, atenta a imensa tarefa a desempenhar, mas Espíritos devotados, que marchavam segundo os desígnios do Senhor. Dirigem-se, também, aos pioneiros da Nova Revelação, que ainda são a minoria, mas também marcham devotadamente, como aqueles, segundo OS MESMOS DESÍGNIOS DO SENHOR. Sabeis que, infelizmente, os salvos se reduzem no Apocalipse a 144.000 – número simbólico, a indicar “a minoria dos que sobreviverão ao dilúvio de fogo do Armagedon”. Tais palavras vos concitam, como concitavam aos primeiros discípulos, a TER CONFIANÇA EM DEUS, FIRMES NA ESPERANÇA DO CUMPRIMENTO DE SUAS PROMESSAS. Dignas de meditação, por sua vez, são estas palavras do Cristo: “Vendei o que possuís e transformai-o em esmolas. Tratai de vos prover de bolsas que o tempo não estrague: amontoai no céu tesouro que não se esgote nunca, do qual o ladrão não se aproxime nunca e que as traças não roam”. Não significam que devais despojar-vos de todos os bens humanos e que, somente assim, podereis chegar a Deus. Não: tal interpretação, conforme à letra, mas não conforme ao espírito, vos levaria a conseqüências absurdas, ao mesmo tempo contrárias aos ensinamentos do Mestre, com referência às provas determinadas pela LEI DE CAUSA E EFEITO. Elas significam que a posse e uso, pelo homem, dos bens terrenos, DEVEM SER ISENTOS DE EGOÍSMO E SANTIFICADOS PELA CARIDADE; que as boas obras de ordem material, de ordem intelectual e espiritual, ou moral, assim praticadas, constituem AS ÚNICAS RIQUEZAS IMPERECÍVEIS, isto é, que as RIQUEZAS ESPIRITUAIS são as únicas que, como elementos de progresso moral e caminho para a Perfeição, religam a criatura ao Criador.
GN, 27/06/1970


SEXTA-FEIRA, 07/09/2012

O JEJUM MORAL

P – O Evangelho em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, é totalmente oposto ao que aprendemos nas igrejas dos homens. Por isso, formulamos mais uma pergunta ao Espírito da Verdade: como devemos entender as palavras do Cristo segundo Mateus, VI: 16-18?

R – Vamos a essa passagem do Evangelho:

MATEUS: 16 – Quando jejuardes, não vos ponhais tristes como os hipócritas, que desfiguram o semblante, para que todos vejam que eles estão jejuando. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 17 – Vós, quando jejuardes, lavai o rosto e perfumai a cabeça, 18 – a fim de que o vosso jejum não seja visível aos olhos dos homens, mas  sim aos olhos do vosso Pai que vê em segredo; e vosso Pai, que tudo vê em segredo, vos recompensará.

O jejum era, entre os judeus, um costume material e físico. As palavras de Jesus tinham por fim EVITAR QUE TAL JEJUM CONSTITUISSE, PARA OS QUE O PRATICAVAM, MEIO E OCASIÃO DE HIPOCRISIA OU DE ORGULHO, pois o que é feito com o intuito de chamar a atenção e obter a aprovação dos homens perde, aos olhos de Deus, o mérito da pura e reta intenção. Portanto, não tomeis aqui o termo jejum no sentido material da letra, mas sim – segundo o espírito – no sentido simbólico. Portanto, quando praticardes UM ATO QUALQUER, TENDO EM VISTA AGRADAR A DEUS, PRESTANDO-LHE A HONRA QUE LHE É DEVIDA, quando vos sujeitardes a uma privação qualquer, capaz de mortificar os vossos instintos animais, não o façais de modo que os homens vejam e vos louvem. Do contrário, qual seria o vosso merecimento diante de Deus? Compreendei bem o sentido das nossas palavras, quando falamos de UMA PRIVAÇÃO QUALQUER, CAPAZ DE MORTIFICAR OS VOSSOS INSTINTOS ANIMAIS, à qual vos submeteis para agradar a Deus. Não dizemos que vos imponhais privações e macerações atentatórias da vida animal, mas que não destroem nada do que há de mau no Espírito. NA MEDIDA DO QUE LHE É NECESSÁRIO, DEVE O HOMEM, COM FRUGALIDADE, TEMPERANÇA E SOBRIEDADE, USAR DA ALIMENTAÇÃO HUMANA (E DE TUDO O QUE FOR HIGIÊNICO) PARA CONSERVAR A SAÚDE E AS FORÇAS PRECISAS AO CUMPRIMENTO DA LEI DO TRABALHO EM TODOS OS SEUS DEVERES. Não vos inflijais, por conseguinte, privações que serão totalmente inúteis, pois não servirão nem a vos purificar o Espírito nem a aliviar os vossos irmãos em Humanidade. AOS OLHOS DE DEUS, SÃO ÚTEIS SOMENTE AS PRIVAÇÕES QUE TRAGAM BENEFÍCIO AOS VOSSOS SEMELHANTES! Se vos privardes de alguma coisa, que seja em proveito dos outros, por sentimento e propósito de Caridade. Tirai do que vos seja necessário, mas para dá-lo aos que precisam. Mortificai os vossos instintos animais PRIVANDO-VOS DE TODOS OS GOZOS SUPÉRFLUOS OU INÚTEIS, NÃO VOS ENTREGANDO A EXCESSOS DE ESPÉCIE ALGUMA. Eis o que tendes de salvar, o que tendes de purificar: vossa Alma! Limpai-a, pois, de suas faltas, cobrindo-a com um cilício espiritual; depurai-a por todos os meios que a razão vos indicar, à luz da GRANDE FÉ RACIOCINANTE. Ocupai-vos com ela: que as privações corporais,  que vos impuserdes, sejam APENAS UM MODO DE REEDUCAR VOSSAS TENDÊNCIAS  PARA OS EXCESSOS ou de dar o necessário àqueles que não o tem. Fostes Espíritos decaídos, e estais na marcha da redenção. Cuidai, portanto, da vossa Alma, para que, da herança, ela reconquiste a parte de que se haja privado. Convirjam todos os vossos esforços para liberta-la, desde agora, dos laços que a prendem à animalidade dos brutos. NADA, PORÉM, DE EXCESSOS, QUER SE TRATE DO ESPÍRITO, QUER SE TRATE DO CORPO!
GN, 26/06/1970

QUINTA-FEIRA, 06/09/2012

O “PAI NOSSO”

P – Graças à Doutrina do Novo Mandamento de Jesus, entendemos o valor da FÉ RACIOCINANTE, que é a substância das coisas desejadas, como escreveu o Apóstolo Paulo. Como nos explica o Espírito da Verdade a maravilha que é a prece do “Pai Nosso”?

R – Vejamos o Evangelho segundo Mateus, VI: 5-15, e Lucas, XI: 1-4.

MATEUS: 5 – Do mesmo, quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nos cantos das praças públicas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 6 – Quando quiserdes orar, entrai no vosso quarto e, fechada a porta, orai ao vosso Pai em segredo; e Deus, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. 7 – Quando orardes, não faleis muito, como fazem os gentios, pensando que serão ouvidos por falarem demais. 8 – Não sejais como eles, porque Deus sabe de que precisais, antes que façais o pedido. 9 – Orai assim: “Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome; 10 – venha a nós o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 – o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 – perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos aos nossos ofensores; 13 – e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre. Assim seja”. 14 – Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, o Pai Celestial também perdoará as vossas ofensas; 15 – se, porém, não perdoardes aos homens, Deus também não vos perdoará as vossas ofensas.

LUCAS: 1 – E sucedeu que depois de orar, um dos discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos seus discípulos”. 2 – Então, Jesus lhes disse: “Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome e que venha o teu reino; 3 – dá-nos hoje o pão nosso de cada dia; 4 – perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofendem, e não nos deixeis entregues à tentação.

A explicação quanto à prece é idêntica à que demos sobre a esmola: nada façais, NUNCA, tendo em vista obter a aprovação dos homens; tudo fazei procurando unicamente render ao Senhor as honras que lhe são devidas e que consistem, simplesmente, na sincera observância das Leis Perfeitas que Ele vos impôs, para o vosso próprio bem. Prescrevendo o segredo, o silêncio e o recolhimento para a prece (como para a esmola), proibindo a multiplicação das palavras, Jesus proscrevia, de então e de futuro, as pompas e cerimônias exteriores, COM LONGAS PRECES, pronunciadas pelos lábios mas não saídas do coração. Vamos à prece que o Mestre formulou para os homens, a fim de vos fazermos compreender, em espírito, o sentido e o alcance que ela tem: PAI NOSSO – nosso Criador de quem todos provimos; QUE ESTÁS NO CÉU – que estás tão acima de todas as criaturas, tão elevado, que tens por morada o Infinito, dentro do qual não te podem descobrir olhos impuros; SANTIFICADO SEJA O TEU NOME – que todas as criaturas te bendigam o nome; que, por pensamentos, palavras e atos, todas demonstrem até que ponto honram a poderosa fonte de onde vieram; que em seus corações nada exista capaz de ofender Aquele que é a pureza absoluta; VENHA A NÓS O TEU REINO – que todos os homens se submetam à tua Lei; que todos conheçam e abençoem o manancial que lhes deu a existência; que haja na Terra a mesma felicidade do Reino Celeste; SEJA FEITA A TUA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU – que todos os homens, obedientes às tuas Leis Eternas e Imutáveis, as pratiquem com amor e reconhecimento, para honrar-te e glorificar-te, da mesma forma que os Espíritos Bem-Aventurados se submetem à tua vontade, felizes por serem delas instrumentos e executores humildes; O PÃO NOSSO DE CADA DIA DA-NOS HOJE – não o alimento material, que este ganhamos com o nosso trabalho, mas o Pão transubstancial, que está acima de toda e qualquer substância, porque é o alimento celestial para as nossas Almas; PERDOA AS NOSSAS OFENSAS, COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS OFENSORES – que a tua misericórdia se estenda sobre nós, ínfimas criaturas, sempre rebeladas contra teus desígnios superiores; perdoa-nos, a nós que sempre falimos, tangidos pelo egoísmo e pelo orgulho; sim, Pai Eterno, suplicamos que nos perdoes sempre que perdoarmos aos nossos irmãos em falta; NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO – dá-nos força, Senhor, para resistirmos aos maus instintos da natureza animal; fortalece-nos a coragem e revigora as nossas energias tantas vezes abatidas; que o teu poderoso Pensamento erga intransponível barreira  entre o pecado e os teus servos inúteis, desejosos de merecerem tuas graças, graças sobre graças; LIVRA-NOS DO MAL, PORQUE TEU É O REINO, E O PODER, E A GLÓRIA PARA SEMPRE – permite, Senhor, que – cercados pelos Bons Espíritos, submissos aos seus conselhos, ensinamentos e inspirações – consigamos, pela BOA VONTADE DE CRISTO-JESUS, afastar os maus espíritos, que nos arrastam ao precipício das trevas; dá, ó Pai de Amor Infinito, que possamos entender a beleza do teu reino, a majestade do teu poder, a magnificência da tua glória; ASSIM SEJA – porque somente tu és grande, pois estás sempre acima de tudo; porque és o Criador Único e Eterno de tudo o que se move no espaço; porque és onipotente, onisciente e onipresente, no Infinito e na Eternidade; porque és o Soberano Juiz de todos os juízes; são tuas as honras dos nossos corações, os cânticos de gratidão dos nossos Espíritos são teus para sempre; faze, Senhor, que bem cedo nos seja dado unir as nossas vozes às dos Espíritos Bem-Aventurados que celebram a tua glória, o teu poder e o teu reino de caridade infinita! É este, Pai Nosso, o voto que ousa exprimir o mais humilde dos teus filhos.
GN, 25/06/1970


QUARTA-FEIRA, 05/09/2012 

O SEGREDO DAS BOAS OBRAS

P – Antes, nós tínhamos medo das opiniões alheias; agora, com a Doutrina do CEU da LBV, sabemos da grande verdade: BASTA QUE DEUS SAIBA, pois Ele conhece tudo! Como o Espírito da Verdade explica o ensino de Jesus sobre a prática das boas obras?

R – Tais palavras estão no seu Evangelho segundo Mateus, VI: 1-4: 

1 – Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para que eles as vejam e vos louvem; porque assim não tereis recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2 – Quando, pois, derdes esmola, não mandeis tocar trombeta à vossa frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas praças públicas, para serem honrados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. 3 – Mas, quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita, 4 – a fim de que a esmola fique secreta; e vosso Pai que vê o que se passa em segredo, vos recompensará.

- Para vós, Cristãos do Novo Mandamento, estas palavras não precisam mais de explicação.
Aos homens, ainda presos nas trevas do mundo, é que temos de dizer: praticai o Bem PELO DEVER DE PRATICÁ-LO, JAMAIS VISANDO AOS ELOGIOS HUMANOS. Não procureis, sequer, o proveito espiritual que possais tirar das vossas obras. Esforçai-vos por seguir os passos de Jesus; ele nada tinha a ganhar dedicando-se aos homens. Entretanto, foi bom e caridoso no máximo grau, objetivando unicamente ser útil a criaturas que não o mereciam! Procedei sempre assim, evitando os louvores humanos: estes trazem – quase sempre – um veneno sutil que, cedo ou tarde, produz devastações na alma de quem os recebeu com prazer. BUSCAI SOMENTE OS APLAUSOS DA VOSSA CONSCIÊNCIA! E quando ela vos disser no íntimo – Está bem! – ide, cheios de alegria, agradecer ao Pai Celestial o ter-vos concedido meios de obter a sua aprovação e a sua benção. QUANTO A RECOMPENSA, ESPERAI-A SEMPRE E SOMENTE DO SEU AMOR. Os Espíritos Bem-aventurados poderão dizer-vos o que ela significa. Portanto, que nunca a vossa mão esquerda saiba o que a direita faz, isto é, praticai em segredo tanto a CARIDADE MATERIAL QUANTO A CARIDADE ESPIRITUAL, com as habilidades da inteligência e as delicadezas do coração, tento por sentimentos exclusivos o desinteresse, a sinceridade, a humildade, o devotamento e o amor. E, sobretudo, lembrai-vos: segundo o Espírito, no pensamento de Jesus, a palavra esmola, que entre vós tem um sentido humilhante, significa, acima de tudo, CARIDADE MATERIAL COMPLETADA PELA CARIDADE ESPIRITUAL.
GN, 24/06/1970


TERÇA-FEIRA, 04/09/2012

SÓ A DEUS CABE JULGAR

P – Os estudiosos da Palavra de Deus compreendem agora, graças à LBV, que PERDOAR NÃO É ESTIMULAR O CRIME E PREMIAR O CRIMINOSO, MAS ENTREGAR A DEUS O JULGAMENTO. Como o Espírito da Verdade interpreta as palavras de Jesus, quanto aos inimigos?

R – Vamos analisar o Evangelho segundo Mateus, V: 43-48, e Lucas, VI: 27-28 e 32-36.

MATEUS: 43 – Sabeis que foi dito aos antigos: “Amarás o teu próximo e odiarás teu inimigo”. 44 – Eu, porém, vos digo: amai aos vossos inimigos; fazei bem àqueles que vos odeiam; orai pelos que vos perseguem e caluniam, 45 – a fim de serdes filhos de vosso Pai que está no céu, que faz nascer o sol para os bons e para os maus, e faz chover para os justos e os injustos. 46 – Porque, se amardes somente aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem o mesmo os publicanos? 47 – Se saudardes somente os que vos amam, que é que fazeis mais do que os outros? Não fazem o mesmo os gentios? 48 -  Sede, pois, perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial.

LUCAS: 27 – Eu, porém, digo a todos vós que me escutais: amai aos vossos inimigos; fazei bem aos que vos odeiam; 28 – abençoai aqueles que vos amaldiçoam; orai pelos que vos caluniam. 32 – Se não amardes senão àqueles que vos amam, que merecimento tereis, se os pecadores também amam aos que os amam? 33 – Se fizerdes o bem somente aos que vos fazem bem, que mérito tereis, se os pecadores procedem do mesmo modo? 34 – Se só emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito tereis, se os pecadores também emprestam a pecadores, contando receber outro tanto? 35 – Amai, portanto, aos vossos inimigos; fazei bem a todos e emprestai, sem esperar retribuição. Então, vossa recompensa há de ser muito grande e sereis filhos do Altíssimo que é benevolente para com os ingratos e os maus. 36 – Sede, pois, misericordiosos, como é misericordioso o vosso Pai Celestial.

Praticai a Lei do Amor e da Caridade, sempre e em toda parte, para com todos, conhecidos e desconhecidos, amigos e inimigos. Nisto se resume o Novo Mandamento do Mestre, que assim pôde dizer: “NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE ESTE – DAR SUA VIDA POR TODOS”, inclusive Judas Iscariotes, que o traiu. Pois se Deus concede os benefícios da Natureza a toda a Humanidade, POR QUE HÁ DE O HOMEM NEGAR-SE A DIVIDIR COM SEUS IRMÃOS O QUE RECEBE DO PAI COMUM? SÓ A DEUS CABE JULGAR, PORQUE SÓ O SEU JULGAMENTO É ÍNTEGRO E ISENTO DAS PREOCUPAÇÕES INTERESSEIRAS, QUE TANTAS VEZES POLUEM OS VOSSOS JULGAMENTOS. Portanto, sede bons para com todos os vossos irmãos em Humanidade: deixai a Deus o encargo de julgar os que saíram de suas mãos e cujos corações e pensamentos só Ele pode sondar. Nada façais nunca tendo em vista apenas a recompensa. Vossas ações, qualquer que sejam, devem subordinar-se tão somente ao amor do dever, ao amor e ao reconhecimento a Deus. Se elas não forem mais do que um “empréstimo” feito a Deus, objetivando unicamente a recompensa que Ele vos queira dar, estareis praticando a usura para com a Eternidade! Enquanto vos mantiverdes sob a influência desse sentimento de egoísmo, não sereis filhos do Altíssimo. A RECOMPENSA DEUS A CONCEDE AOS ATOS QUE, PELO PENSAMENTO E PELO CORAÇÃO, NASCEM DO AMOR DESINTERESSADOA verdade é que a vossa fraqueza se assusta, e o vosso orgulho se revolta, ante as palavras do Mestre: amai até mesmo aos vossos inimigos! Para se praticar este amor, não basta a isenção de ódio, de rancor ou desejo de vingança contra os “inimigos”; não basta a abstenção de palavras, de atos, de tudo o que lhes possa ser nocivo ou desagradável; não basta perdoar-lhes e esquecer o mal que fazem ou fizeram. É preciso pagar-lhes, em tudo, por toda parte e sempre, o mal com o Bem, por todos os meios, sob todas as formas e em todas as circunstâncias, com sinceridade no pensamento e no coração. É preciso trabalhar, assim, sem cessar, por salvá-los para Deus. É preciso que, sinceramente e possuídos do sentimento do AMOR UNIVERSAL (que deve crescer continuamente no coração do homem, para aproxima-lo cada vez mais de Deus), sim – insistimos, para o vosso bem – é preciso que façais o Bem àqueles que vos odeiam! É preciso que, não com os lábios mas com o coração, abençoeis todos aqueles que vos amaldiçoam, oreis pelos que vos perseguem e caluniam. Aquele que, deste modo, FAZ O BEM, abençoando e orando, ESTÁ NA POSSE DO AMOR AOS INIMIGOS. Não há outra forma de ser feliz. Tratai, pois, de vos libertar das influências inferiores – pela prece, pela prática da Lei do Amor e da Caridade. Vereis então desenvolver-se, cada vez mais, sob a influência e ação da vossa depuração moral, a bondade, a misericórdia, a benevolência de que usa o vosso PAI para com os ingratos, pois faz o sol nascer para os bons e maus, faz chover para justos e injustos. Por isso, disse Jesus: SÊDE PERFEITOS COMO É PERFEITO O PAI CELESTIAL. Isto quer dizer: exercei, praticai sinceramente todas as virtudes que o Mestre vos ensinou, PARA VOS CONDUZIREM AQUELE QUE É PERFEITO! Agindo de acordo com os ensinos do Cristo, através da Nova Revelação, alcançareis a vitória final. O caminho é tortuoso, cheio de escolhos e dificuldades, mas finaliza num sítio pleno de claridades e delícias: a Jerusalém celestial!
GN, 23/06/1970


SEGUNDA-FEIRA, 03/09/2012

O APOCALIPSE E A REVOLUÇÃO DO PLANETA

P – Para que se escutem os desígnios do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, a revolução moral, lenta e sempre progressiva, será acompanhada de uma revolução física (também lenta e sempre progressiva, atingindo toda a Humanidade pelo surto de novas raças, trazendo corpos diferentes dos nossos, cada vez menos materiais e, depois, fluídicos) e que abranja igualmente a constituição da Terra e todos os reinos da Natureza. Que diz o Espírito da Verdade?

R – A revolução física, que se vai operar acordemente com a revolução moral (explicaremos

TUDO mais adiante, quando chegar a hora), foi predita, por Jesus durante a sua missão terrena: essa  predição se encontra velada na sua palavra evangélica e na revelação por ele feita a João, na Ilha de Patmos. Sim, o progresso físico será realizado AO MESMO TEMPO com o progresso moral. AS NECESSIDADES DA NATUREZA MUDARÃO QUANDO AS DA ALMA SE HOUVEREM DEPURADO. Pouco a pouco, por uma transição que nem todos poderão apreciar, a constituição física do planeta (que já se modificou e transformou progressivamente, como o atestam as fases geológicas já percorridas) se irá apurando, melhorando gradualmente, tornando-o HABITAÇÃO APROPRIADA A ESPÍRITOS LIBERTOS DE TODAS AS FRAQUEZAS E DE TODOS OS VÍCIOS. No mesmo passo do homem, também se empenharão nessa marcha ascendente – pela via do progresso – os animais, os vegetais, os seres de todos os reinos da Natureza, a fim de que a harmonia se mantenha em todo o orbe. Depois do próximo e último Armagedon, vereis o novo céu e a nova terra, profetizados por Jesus no Apocalipse. TUDO SERÁ DIFERENTE DO QUE AGORA VÊDES E CONHECEIS. Já podeis verificar que os animais tidos por ferozes, ou indomáveis, começam submeter-se ao jugo do homem. Da mesma forma, o homem começa a aceitar o jugo suave do Cristo de Deus. Tudo terá de tornar parte nessa ascensão para o bem, longa e penosa. Poupai, portanto, as vossas forças. Concentrai-as, para poderdes atingir a meta, no seio amoroso do Pai Celestial, depois de tudo dardes, moral e intelectualmente, em prol da vida e harmonia universais. Todos vós passastes pelo crivo do “olho por olho, dente por dente”: estas palavras (despojado da letra, que mata, o espírito que vivifica) sempre se aplicaram à Justiça de Deus, da qual (veladamente) fala o Antigo Testamento: ela sempre se exerceu, segundo a lei de talião, sobre o Espírito culpado, para sua purificação e seu progresso, primeiro – mediante a expiação na erraticidade, depois – mediante a reencarnação, para novas provações decisivas. Observai que TODOS OS FATOS REFERIDOS NO ANTIGO TESTAMENTO TÊM UM CARÁTER ALEGÓRICO, AGORA MAIS ACESSÍVEL AO VOSSO ENTENDIMENTO. Somente os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir poderão aceitar a Unificação das Revelações de Jesus, principalmente a do Apocalipse, atualmente o mais importante de todos os livros da Bíblia Sagrada. Por tudo isso, como adverte o Mestre, orai e vigia! Os CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, seguindo os exemplos de Jesus e palmilhando as suas pegadas, podem – individual e excepcionalmente – dar na prática esses frutos vivos de humildade, abnegação, renúncia, caridade e amor, com o fim de melhorar os bons e despertar os maus para o Bem. Compreendendo a Lei de Deus também os homens alcançarão o valor de tais preceitos. E, UM DIA, QUE JÁ VEM PERTO, DEUS SERÁ O ÚNICO JUIZ A SENTENCIAR NAS CONTENDAS ENTRE OS HOMENS: O TRIBUNAL DE DEUS SERÁ O ÚNICO AO QUAL TUDO ESTARÁ SUJEITO. A consciência do homem estará nas condições que lhe permitam apreciar o seu próprio proceder e todos os seus sentimentos, vendo claro dentro de si mesmo. Ele ouvirá, então, essa voz sublime, tantas vezes desatendida – a da sua consciência! Não praticará mais nenhum ato sem a consultar previamente. Não chegastes, ainda, à ÉPOCA DOS DESÍGNIOS FINAIS DO EVANGELHO E DO APOCALIPSE, COMO MOISÉS NÃO CHEGOU, DO MESMO MODO QUE OS PROFETAS, A DO CUMPRIMENTO DA LEI DE DEUS. Preparai-vos para a revolução moral, aguardai-lhe os efeitos redentores! Se não os puderdes observar com os olhos do corpo, dado vos será acompanhá-los em espírito e trabalhar, com mais eficácia, pelo cumprimento de todas as palavras de Jesus. Meditai: a época da execução dos sagrados desígnios – evangélicos e apocalípticos – será aquela em que, com o tempo e as últimas reencarnações, com o concurso dos Espíritos encarnados EM MISSÃO, e mediante a influência oculta e permanente dos Espíritos do Senhor, a Terra estará totalmente iluminada pelo Novo Mandamento do Cristo de Deus. Aquela em que o vosso mundo se terá tornado – feita a separação dos bodes e das ovelhas, dos maus e dos bons, retirados para planetas inferiores os Espíritos culpados e rebeldes – MORADA EXCLUSIVA DE ESPÍRITOS BONS, MORADA DE PAZ E AMOR, DE UMA FELICIDADE ABENÇOADA PELO PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, NOSSO PAI E VOSSO PAI! Sim, será ao tempo em que o homem tiver despido suas vestes impuras e revestido a túnica da inocência, que amorosamente lhe tecemos. Exatamente como ensinou o Mestre aos seus discípulos: – Quem perseverar, até o fim, será salvo.
GN, 21/06/1970


DOMINGO, 02/09/2012

OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE

P – Os ensinos dos homens sempre nos deixam confusos, porque eles se contradizem de todos os modos imagináveis. Por isso mesmo, o CEU da LBV chegou na hora certa, para nos aclarar o entendimento espiritual. Como o Espírito da Verdade analisa o “olho por olho, dente por dente” face ao Novo Mandamento de Jesus?

R – Vejamos estas passagens do Evangelho: Mateus, V: 38-42 e Lucas, VI: 29-30.

MATEUS: 38 – Sabeis que foi dito aos antigos: “Olho por olho, dente por dente”. 39 – Eu, porém, vos digo: não resistais ao que é mau; se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe a outra; 40 – àquele que quiser tomar a vossa túnica entregai, também, a vossa capa. 41 – Se alguém vos forçar a caminhar mil passos, marchai com ele dois mil. 42 – Daí a quem vos pedir e não recuseis empréstimo a quem o solicitar.

LUCAS: 29 – Se alguém te bater numa face, apresenta-lhe a outra; se alguém quiser tua capa, dá-lhe também a túnica. 30 – Dá a todo aquele que te pedir, e não reclames contra o que levar os teus bens.
O sentido destas palavras, encaradas segundo o espírito, jamais segundo a letra, se torna claro desde que, de um lado, nos reportemos à ÉPOCA EM QUE JESUS DESEMPENHAVA SUA MISSÃO E TENHAMOS EM CONTA OS HOMENS A QUEM FALAVA; e, de outro lado, consideremos o objetivo daquela missão, de amor e caridade – objetivo que consistia na implantação do Novo Mandamento. O Mestre teria de espalhar, como espalhou, doutrinando e exemplificando,  as sementes que haviam de frutificar para  o futuro. Os preceitos da lei antiga ERAM DE MOLDE A ATEMORIZAR HOMENS QUE SÓ PODIAM SER GOVERNADOS PELO TEMOR; HOMENS CUJA NATUREZA, VIOLENTA E CRUEL, NÃO ENTENDIA UMA LEI DE AMOR E DOÇURA. O próprio Deus, através do Pentateuco, falava de um povo “de dura cerviz”. Para que Moisés fizesse respeitar os direitos individuais, preciso foi que o convencesse de que, COMO CASTIGO, SOFRERIA TANTO OU MAIS DO QUE FIZERA SOFRER. Jesus teve, portanto, de combater o extremo com o extremo, o exagero do mal com o exagero do Bem: daí resultaria, com o tempo, o necessário equilíbrio às relações humanas. Na realidade, a Lei do Cristo punha em relevo o amor, a paciência, a abnegação que todo homem devia confessar, não só para com seus (parentes ou amigos) mas até mesmo para com os que lhe queriam mal e procuravam prejudica-lo. Não podia o Mestre falar, com a clareza necessária, sobre a Lei de Causa e Efeito; a reencarnação, por sua vez, era apenas (para aqueles ignorantes) um privilégio dos grandes emissários de Deus. O recurso eram aquelas palavras que – através dos séculos- deram motivo a tantas explorações dos ateus e livres-pensadores: para eles, Jesus pregava a covardia, o desfibramento, a insensibilidade moral; estimulava o crime e ainda recompensava o criminoso! Vós, entretanto, compreendeis por que o Cristo opôs o AMAI-VOS à truculência humana do “olho por olho, dente por dente”. Meditemos: “Sabeis que foi dito aos antigos: “olho por olho, dente por dente”. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer”, isto é, o homem deve, antes de se revoltar contra a injúria, lançar mão de todos os meios possíveis para atrair a si aquele que o injuria; deve, mesmo, por de  parte todo o orgulho e humilhar-se, se preciso for, para salvar aquele que se transviou; não deve, NUNCA, fazer justiça pelas próprias mãos, PORQUE A DEUS PERTENCE JULGAR e a cada um será dado de acordo com suas obras. Ninguém transgride, impunemente,  as Leis Divinas que regem o vosso mundo e todos os mundos do Universo. Mas, ainda hoje, muitos espiritualistas não aceitam a Doutrina do Mestre, porque o orgulho e o egoísmo se revoltam contra ela! Quanto às leis humanas, que controlam vossos passos, embora imperfeitas (espiritualmente falando), são necessárias à manutenção da vossa segurança. Acatai todas essas leis, porque tudo é apropriado aos tempos e à inteligências. Deixai que tais leis sejam executadas, quando tiverdes inutilmente empregado os meios, que a caridade vos faculta, diante daqueles que vos caluniam, prejudicando os vossos justos interesses. Meditemos um pouco mais: “Aquele que quiser tomar a vossa túnica entregai, também, a vossa capa; se alguém quiser tua capa, dai-lhe também a túnica”. Nestas palavras, Jesus mostra aos homens que A BOA VONTADE, DEMONSTRADA A UM IRMÃO CULPADO, PODE SERVIR PARA A SUA CORREÇÃO. Ninguém pensará, certamente, que Jesus tenha pretendido animar o roubo ou a violência, prescrevendo que o homem ceda a este ou aquele, perdoando todas as extorsões. Bem sabeis que, para atingir inteligências obtusas, foi preciso falar assim: Jesus teve de figurar tais exemplos de amor e de abnegação para que, procurando seguir-lhe os preceitos, ainda que de longe, os que o ouviam enveredassem pelo caminho do Bem. Bastante compreensível, também, deve ser o sentido destas palavras: “Se alguém vos forçar a caminhar mil passos, marchai com ele dois mil”. Significa: sendo-vos possível, não recuseis nunca atender a um apelo de vosso irmão. Ao contrário: adiantai-vos e ultrapassai, cativando-o, os limites por ele próprio traçados à vossa BOA VONTADE. Não vos contenteis com o serviço prestado: tratai de ver se por detrás do apelo, não há uma necessidade maior. Examinai a situação do vosso próximo e prestai-lhe OS FAVORES QUE GOSTARIEIS DE RECEBER, SE ESTIVESSEIS NO SEU LUGAR. Não menos compreensível deve ser o sentido caridoso, moral e materialmente falando, destas outras palavras do Cristo: “Daí a quem vos pedir e não recuseis empréstimo a quem o solicitar”. Jamais negueis a esmola da vossa bolsa, da vossa inteligência ou do vosso coração, na medida de vossas possibilidades. Não penseis em despojar os que tenham obtido de vós alguma coisa, ainda que hajam usado de meios vergonhosos, mesmo da violência. Tratai, pelo contrário, de fazer com que redunde em proveito de quem o tirou aquilo que vos foi tirado: a Lei restitui a cada um, que age assim, O QUE LHE PERTENCE POR DIREITO DIVINO. Mas não alenteis o vício: trabalhai por desviar dele o vosso irmão, usando os remédios do Cristo Eterno. No estado atual da sociedade humana, inegáveis são – a bem da ordem pública e social – a necessidade e o dever da resistência (pelos meios que as leis e a justiça prescrevem) à injustiça, ao ultraje, à espoliação, a fim de impedir que o próximo, por atos delituosos ou criminosos, pratique o mal, sucumbindo nas suas provas, ou para trazer um irmão, que deste modo transgride a Lei, à condição de não mais falir, futuramente, DA PARTE DOS HOMENS, PORÉM, A PENA E O CASTIGO DEVEM TER POR FIM (COMO TÊM DA PARTE DE DEUS) A MELHORIA MORAL DO CULPADO E SEU PROGRESSO.
GN, 20/06/1970


SÁBADO, 01/09/2012

CASAMENTO E JURAMENTO

P – Só mesmo o Espírito da Verdade nos pode orientar, nesta época apocalíptica, rigorosamente de acordo com a vontade do mestre. Como devemos encarar os problemas do casamento e do juramento, diante do Evangelho de Jesus?

R – Vamos ver Mateus, V: 31-37, e Lucas, XVI: 18.

MATEUS: 31 – Também foi dito aos antigos: “Quem abandonar sua mulher dê-lhe carta de repúdio”. 32 – Eu, porém, vos digo que quem repudiar sua mulher, salvo em caso de adultério, a torna adúltera; e aquele que tomar a mulher repudiada por outro, comete adultério. 33 – Ouvistes ainda, que aos antigos foi dito: “Não farás juramento falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos”. 34 – Eu, porém, vos digo que não jureis de forma alguma: nem pelo céu, que é o trono de Deus; 35 – nem pela terra, que é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande rei. 36 – Não jureis, tampouco, pela vossa cabeça, porque não podeis tornar branco ou preto um só de seus cabelos. 37 – Seja o vosso falar sim-sim, não-não; pois o que passar disto procede do maligno.

LUCAS: 18 – Quem quer que deixe sua mulher, e tome outra, comete adultério; e quem desposar a mulher, que o marido abandonou, também comete adultério.

O ensino de Jesus sobre o divórcio tinha por objetivo IMPEDIR QUE OS HOMENS MULTIPLICASSEM, DIVORCIANDO-SE, O NÚMERO DE MULHERES ABANDONADAS  SOB OS MAIS ABSURDOS PRETEXTOS. Não foi em vão que, embora figuradamente, as Escrituras disseram ter feito Deus, no princípio, um homem e uma mulher para origem da Humanidade. O homem não deve nivelar-se ao bruto, considerando a mulher “um meio”. Deve compreender que, sendo a mulher, também, UM ESPÍRITO CRIADO PELO SENHOR, ESPÍRITO IGUAL AO SEU EM TUDO, cumpre-lhe suportar com ela todo as dores e alegrias da vida humana tão breve, se a mulher, pela sua constituição física, se mostra mais fraca, necessitada de certa proteção do homem mais se justifica o princípio divino de AMPARO DO FRACO PELO FORTE (e será, mesmo, o homem mais forte que a mulher?), porque – no seio da Humanidade – tem de prevalecer a LEI DO AMOR. Pois não sabeis que ESPÍRITO NÃO TEM SEXO? Porser o homem levado, muitas vezes, a deixar a companheira que escolheu, não culpeis as Leis da Natureza: culpai, antes, as leis humanas, a vossa própria “civilização”, que ainda faz da união do homem e da mulher uma operação mercantil ou interesseira de toda espécie, quando deve ser A APROXIMAÇÃO DE DOIS ESPÍRITOS SIMPÁTICOS, FELIZES DE SUPORTAREM JUNTOS AS PROVAÇÕES HUMANAS. Quando o homem se houver despojado dos maus instintos, quando compreender o fim exato e verdadeiro da sua existência, não lutará mais pela lei do divórcio. Saberá que Deus divorcia os que não devem continuar juntos, além do limite certo. Aguardai maiores esclarecimentos, sobre casamento, adultério e divórcio (explicações que vos daremos depois, incumbidos que estamos pelo Mestre de transmiti-las a todos vós) quando tratarmos do Evangelho de Jesus segundo Mateus (XIX: 1-9) e Marcos (X: 1-12). Quanto às palavras do Cristo relativas ao juramento, tinham por fim POR TÊRMO AO ABUSO QUE DELE FAZIAM OS JUDEUS. O juramento é inútil para o homem de coração puro, pois nunca lhe virá o pensamento de negar ou faltar à sua palavra. Jesus falava aos que queriam e deviam caminhar nas vias do Senhor mas, para o homem, tal como é ainda hoje, o juramento constitui um freio que a “civilização” lhe impõe. E sabeis que SÃO MUITO POUCOS OS QUE RESPEITAM SEUS JURAMENTOS! A obrigação do juramento desaparecerá, brevemente, na etapa final deste ciclo, quando já estará em todas as consciências o CRISTIANISMO DO CRISTO. Sim, quando os homens se tiverem despojado de suas paixões miseráveis, alimentadas pelo homem velho, O HOMEM NOVO, O HOMEM NASCIDO DA LUZ DO NOVO MANDAMENTO DO CRISTO DE DEUS, NÃO PRECISARÁ DIZER MAIS QUE: SIM-SIM, NÃO-NÃO. Lutem todos firmes no bom combate, por que disse o Mestre: – Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.
GN, 19/06/1970


SEXTA-FEIRA, 31/08/2012

ADULTÉRIO NO CORAÇÃO

P – Lemos no Evangelho de Jesus, segundo Mateus, esta sentença de Jesus: “Quem olhar para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério no seu coração”. Como o Espírito da Verdade interpreta estas palavras do Mestre?

R – Esta é a passagem evangélica: Mateus, V: 27-30.

27 – Aprendestes que aos antigos foi dito: “Não cometerás adultério”. 28 – E eu te digo: quem olhar para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério no seu coração”. 28 – Se o teu olho direito te for motivo de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti, porquanto melhor te é que pereça um dos membros do teu corpo do que ser todo ele atirado na geena. 30 – Se a tua mão direita te for motivo de escândalo, corta-a e lança-a longe de ti, porquanto melhor te é que pereça um dos membros de teu corpo do que ir todo ele para a geena.

São simbólicas as palavras de Jesus, constantes destes versículos; portanto não devem ser tomadas no sentido que lhes é próprio. Tem uma acepção geral, visando a fazer que os homens compreendam o dever de se absterem, NÃO SÓ DE TODAS AS MÁS PALAVRAS, DE TODAS AS MÁS AÇÕES, MAS AINDA DE TODOS OS MAUS PENSAMENTOS. No que ele diz “do olho direito” e “da mão direita”, que forem para o homem “motivo de escândalo e de queda”, só há imagens inteiramente materiais, adequadas aos espíritos da época (são decorridos quase dois mil anos) e DESTINADAS A IMPRESSIONAR FORTEMENTE A HOMENS ANIMALIZADOS. Tais assertivas reforçam os ensinos do Cristo: não basta ao homem abster-se do mal, cumpre-lhe praticar o Bem. Ora, para chegar a isto, é preciso que ele destrua no seu ego TUDO O QUE É MAU E CAUSA DE SOFRIMENTO; não olhar a sacrifício algum para purificar seu coração. A falta cometida por pensamento, embora não exista para os seus semelhantes, é falta patente aos olhos do Senhor que, no homem, vê o Espírito em prova. A cobiça foi comparada ao adultério porque é uma falta que o Espírito comete.
GN, 18/06/1970


QUINTA-FEIRA, 30/08/2012

O DIA E O CULTO DO SÁBADO

P – O admirável, na orientação da LBV, é que o Centro Espiritual Universalista não admite ensinamentos de homens. Por isso, temos confiança absoluta na Doutrina do Novo Mandamento. Com referência à cura da mulher curvada, num sábado, que diz o Espírito da Verdade?

R – Vejamos a passagem do Evangelho de Jesus segundo Lucas, XIII: 14-17.

14 – O chefe da sinagoga, indignado por haver Jesus feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: “Há seis dias destinados ao trabalho; vinde num desses dias para serdes curados, não no sábado”. 15 – Mas Jesus lhe disse: “Hipócritas, qual de vós deixa de soltar o seu boi ou o seu jumento, ou de tirar do estábulo para lhes dar de beber, em dia de sábado? 16 – Por que, então, não se devia libertar, em dia de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa nos laços de Satanás?” 17 – Ouvindo-lhe estas palavras, seus adversários ficaram envergonhados. E todo o povo se alegrava de ver Jesus praticar tantas coisas, gloriosamente.

O sábado foi instituído por Deus, por intermédio de Moisés, como medida contra os abusos do poder. Para aqueles povos de coração endurecido, era necessário o Quarto Mandamento, QUE OS PROTEGIA DE SI MESMOS. Do contrário, os escravos teriam sucumbido ao jugo que se tornava insuportável. Nem mesmo os animais poderiam sobreviver! A Lei do Sábado, portanto, refreando os arbítrios do poder, evitou que os mais fortes, pela violência das exações, sacrificassem os mais fracos – homens e animais. O sábado era, por isso mesmo, de REPOUSO FORÇADO, OBRIGATORIAMENTE IMPOSTO À CUPIDEZ E A AVAREZA, QUE DESSE MODO DESCANSAVAM, DANDO TEMPO ÀS SUAS VITIMAS DE RECOBRAREM ALENTO. Ao homem material – leis materiais; ao homem inteligente – leis inteligentes. A Lei do Sábado estava certa, e por isso o Cristo a respeitou. Mas advertiu: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”, como vemos no Evangelho segundo Marcos, II: 27. Sim, o sábado foi instituído para dar repouso ao homem, para por freio aos seus excessos contra si mesmo e, principalmente, contra os outros. Era, pois, uma lei de proteção, em seu próprio benefício. Em suma: O SÁBADO ESTAVA SUBMETIDO ÀS NECESSIDADES DO HOMEM, NÃO ESTE A UMA OBSERVÂNCIA INSENSSATA DO SÁBADO. Como já vos dissemos, no estudo da Primeira Revelação, Jesus não revogou o sábado: veio faze-lo cumprir dentro da Lei Divina. Portanto, repousai os vossos corpos dos trabalhos que os fatigam; mas que os vossos corações nunca repousem, deixando de praticar o Bem que lhes cumpre fazer. Não vos admireis de que Jesus, operando naquela mulher uma cura material (a cura de sua doença como declarou) tenha dito respondendo ao chefe da sinagoga: “Por que, então, não se devia libertar, em dia de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa nos laços de Satanás?” O Mestre apropriava sempre sua linguagem às inteligências, às tradições, às crenças e preconceitos dos homens a quem falava, a fim de ser compreendido, mas RESERVANDO PARA O FUTURO A COMPREENSÃO, PELO ESPÍRITO, DO VERDADEIRO SENTIDO DA LETRA DE SUAS PALAVRAS. Se Jesus tivesse dito que apenas havia curado uma doença, ninguém lhe daria crédito. Daí vem que, dirigindo-se ao chefe da sinagoga e aos que o cercavam, empregou as expressões habituais “filha de Abraão” e “Satanás” Entendei bem, para não ferir as crenças dos judeus, e para que o fato fosse aceito, disse: “Por que, então, não se devia libertar, em dia de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa nos laços de Satanás?” Satanás, aqui, significa “espírito de doença”. Entretanto, voltando-se para a mulher curvada, deixou bem claro: “Estais livre da tua doença”. Para encerrar: Jesus respeitou o SÁBADO DE DEUS, o Quarto Mandamento do Decálogo dado a Moisés. Não o revogou. Nenhuma igreja, portanto o poderia fazer em seu nome.
GN, 17/06/1970


QUARTA-FEIRA, 29/08/2012

MULHER DOENTE

P – A Doutrina do Novo Mandamento, que nos traz o CEU da LBV, reformou a conceituação de DOENÇAS E DOENTES. Doentes são todos aqueles que vivem fora da Lei de Divina; doenças são criações da ignorância espiritual. Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem da mulher curvada?

R – Eis o trecho do Evangelho de Jesus: Lucas, XIII: 10-13.

10 – Certo sábado, em que Jesus ensinava nas sinagogas deles, 11 – surgiu uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, que a subjugava, havia dezoito anos. Tão curvada era que, absolutamente, não podia olhar para cima. 12 – Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13 – E, impondo-lhe as mãos ela se endireitou no mesmo instante, rendendo graças a Deus.

Os judeus atribuíam a Satanás, isto é, aos espíritos maus, tudo o que não podiam compreender e explicar. Por isso empregavam o termo possessão, falando das curas feitas por Jesus, quando o Mestre dizia simplesmente: DOENÇA. Notai bem: ao passo que, segundo o modo de ver dos homens, de acordo com as crenças hebraicas, se diz que a mulher tinha consigo um espírito de enfermidade, o que Jesus lhe disse foi: “Mulher, estás livre da tua doença”. E lhe impôs as mãos, o que só fazia nos casos de curas materiais, em vez de ordenar ao espírito que se afastasse, como fazia nos casos de “possessão”, isto é, de obsessão, de subjugação. Na verdade, a mulher sofria de um AMOLECIMENTO DA MEDULA ESPINHAL E, PORTANTO, DE UM ENFRAQUECIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL: daí a impossibilidade de se empertigar. A ação espírito-magnética, exercida por Jesus, restituiu ao órgão enfraquecido a força de que carecia: eis por que a mulher “se endireitou”. Não pergunteis QUAL A  NATUREZA DOS FLUIDOS DE QUE O MESTRE SE SERVIU, para operar aquela cura, nem QUAIS ERAM as propriedades atuantes desses fluidos. Para que pudésseis perceber uma explicação a este respeito, seria preciso conhecerdes A NATUREZA DOS FLUIDOS QUE VOS CERCAM E SEUS EFEITOS. Ainda não chegou a hora de uma explanação sobre este ponto. Contentai-vos com esta convicção: houve ação espírito-magnética, a saber, A AÇÃO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL QUE SE ASSOCIA À AÇÃO DOS VOSSOS PRÓPRIOS FLUIDOS. Todas as vezes que empregais com fé o magnetismo (visando, exclusivamente, a obter alívio para a humanidade sofredora), VOSSOS GUIAS VOS AJUDAM, PELA AÇÃO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL, PARA VÓS IMPERCEPTÍVEL. E tal ação se desenvolve mais ainda, quando lhes suplicais, com fé, a assistência poderosa. Bem-amados irmãos, praticais com ardor, com desinteresse e perseverança, esta CIÊNCIA CELESTE QUE JESUS VOS CONFIA AGORA, e também vós fareis que se empertigem os que se acham curvados, que os surdos ouçam, que os mudos falem, que os cegos vejam! Vós também (quem o diz é Jesus) podeis cauterizar as chagas, sustar as perdas de sangue, levantar os coxos e fortalecer os fracos. Não dizemos que basta a vossa  vontade, nessa direção: AINDA NÃO VOSDES PRENDESTES SUFICIENTEMENTE DA MATÉRIA, PARA QUE SEJA ASSIM. Lembrai-vos da advertência do Cristo: “SEM MIM, NADA PODEREIS FAZER”. Mas a vossa perseverança, auxiliada PELA ASSISTÊNCIA OCULTA DOS VOSSOS GUIAS, obterá com o tempo O QUE UNICAMENTE A VONTADE DO MESTRE CONSEGUIA NUM INSTANTE. Eis por que repetimos: não desprezeis o tesouro que Jesus vos confia. Só a prática séria e persistente desenvolverá os vossos poderes!
GN, 16/06/1970


TERÇA-FEIRA, 28/08/2012                                           

MULHER DOENTE

P – A Doutrina do Novo Mandamento, que nos traz o CEU da LBV, reformou a conceituação de DOENÇAS E DOENTES. Doentes são todos aqueles que vivem fora da Lei de Divina; doenças são criações da ignorância espiritual. Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem da mulher curvada?

R – Eis o trecho do Evangelho de Jesus: Lucas, XIII: 10-13.

10 – Certo sábado, em que Jesus ensinava nas sinagogas deles, 11 – surgiu uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, que a subjugava, havia dezoito anos. Tão curvada era que, absolutamente, não podia olhar para cima. 12 – Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13 – E, impondo-lhe as mãos ela se endireitou no mesmo instante, rendendo graças a Deus.

Os judeus atribuíam a Satanás, isto é, aos espíritos maus, tudo o que não podiam compreender e explicar. Por isso empregavam o termo possessão, falando das curas feitas por Jesus, quando o Mestre dizia simplesmente: DOENÇA. Notai bem: ao passo que, segundo o modo de ver dos homens, de acordo com as crenças hebraicas, se diz que a mulher tinha consigo um espírito de enfermidade, o que Jesus lhe disse foi: “Mulher, estás livre da tua doença”. E lhe impôs as mãos, o que só fazia nos casos de curas materiais, em vez de ordenar ao espírito que se afastasse, como fazia nos casos de “possessão”, isto é, de obsessão, de subjugação. Na verdade, a mulher sofria de um AMOLECIMENTO DA MEDULA ESPINHAL E, PORTANTO, DE UM ENFRAQUECIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL: daí a impossibilidade de se empertigar. A ação espírito-magnética, exercida por Jesus, restituiu ao órgão enfraquecido a força de que carecia: eis por que a mulher “se endireitou”. Não pergunteis QUAL A  NATUREZA DOS FLUIDOS DE QUE O MESTRE SE SERVIU, para operar aquela cura, nem QUAIS ERAM as propriedades atuantes desses fluidos. Para que pudésseis perceber uma explicação a este respeito, seria preciso conhecerdes A NATUREZA DOS FLUIDOS QUE VOS CERCAM E SEUS EFEITOS. Ainda não chegou a hora de uma explanação sobre este ponto. Contentai-vos com esta convicção: houve ação espírito-magnética, a saber, A AÇÃO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL QUE SE ASSOCIA À AÇÃO DOS VOSSOS PRÓPRIOS FLUIDOS. Todas as vezes que empregais com fé o magnetismo (visando, exclusivamente, a obter alívio para a humanidade sofredora), VOSSOS GUIAS VOS AJUDAM, PELA AÇÃO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL, PARA VÓS IMPERCEPTÍVEL. E tal ação se desenvolve mais ainda, quando lhes suplicais, com fé, a assistência poderosa. Bem-amados irmãos, praticais com ardor, com desinteresse e perseverança, esta CIÊNCIA CELESTE QUE JESUS VOS CONFIA AGORA, e também vós fareis que se empertigem os que se acham curvados, que os surdos ouçam, que os mudos falem, que os cegos vejam! Vós também (quem o diz é Jesus) podeis cauterizar as chagas, sustar as perdas de sangue, levantar os coxos e fortalecer os fracos. Não dizemos que basta a vossa  vontade, nessa direção: AINDA NÃO VOSDES PRENDESTES SUFICIENTEMENTE DA MATÉRIA, PARA QUE SEJA ASSIM. Lembrai-vos da advertência do Cristo: “SEM MIM, NADA PODEREIS FAZER”. Mas a vossa perseverança, auxiliada PELA ASSISTÊNCIA OCULTA DOS VOSSOS GUIAS, obterá com o tempo O QUE UNICAMENTE A VONTADE DO MESTRE CONSEGUIA NUM INSTANTE. Eis por que repetimos: não desprezeis o tesouro que Jesus vos confia. Só a prática séria e persistente desenvolverá os vossos poderes!
GN, 16/06/1970


SEGUNDA-FEIRA, 27/08/2012

A FIGUEIRA ESTÉRIL

P – Temos compaixão dos jornalistas que só se preocupam em denegrir a honra alheia, em vista da sua total ignorância das conseqüências, diante da Lei do Retorno. São verdadeiros suicidas, que muito terão de gemer e chorar. Por isso pedimos ao Espírito da Verdade que analise, para todos, a passagem da figueira estéril. É possível?

R – Sim. Vejamos o Evangelho de Jesus segundo Lucas, XIII: 6-9:

6 – Jesus também lhes contou esta parábola: – Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e – vindo colher os seus frutos – nenhum achou. 7 – Disse, pois, ao seu vinhateiro: há três anos que venho buscar os frutos desta figueira e não acho nenhum. Trata de cortá-la: por que há de estar, inutilmente, na terra? 8 – O vinhateiro retrucou: Senhor, deixa a figueira mais este ano, a fim de que eu lavro a terra em torno dela e lhe ponha estrume. 9 – Depois, se der fruto, muito bem; mas, se não der, eu a cortarei.

Claro, para todos, é o espírito desta parábola. Ela exprime, simbolicamente, a longanimidade Do Senhor e A DEDICADA INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS PREPOSTOS À GUARDA DE TODOS OS HOMENS, em favor do seu progresso. O homem que – natureza árida e ingrata, que nenhum conselho é capaz de abrandar, deixa (rebelde às inspirações do seu Anjo da Guarda) escoa-se sua existência terrena fora das Leis de Deus, sem dar os frutos que prometeu ANTES DE REENCARNAR é, como a figueira estéril, uma árvore má. Ora, nada produzindo para o Bem, apesar dos cuidados do agricultor, do auxílio do estrume e da cultura, TEM DE SER CORTADA, isto é, AFASTADA DO MEIO ONDE SUA EXISTÊNCIA SÓ PODE SER NOCIVA. O homem mau, depois de sofrer a expiação na erraticidade, pecador empedernido e insensível, volta (reencarnado em mundos inferiores) a retomar – mediante novas e terríveis provações – a via da reparação, da expiação e do progresso numa nova existência, TRAZENDO CONSIGO A PENA SECRETA DA ENCARNAÇÃO PRECEDENTE. Aquele, porém, que – afinal! – abre o coração aos conselhos dos Bons Espíritos que o cercam, é como a figueira que, tardiamente embora, tira proveito da cultura a que o submeteram E COMEÇA A PRODUZIR FRUTOS BONS. Esta “figueira” não será mais cortada: será apenas mondada e sustentada, amorosamente, pelos que lhe fortaleceram a seiva entorpecida. Dissemos “será apenas mondada”. Sim, porque aquele que se compenetra de seus erros é submetido às expiações necessárias à reparação deles; mas não será mais relegado a mundos inferiores, COMO SUCEDE AO CULPADO INSENSÍVEL A TUDO. É a Lei de Deus, justa e sábia, controlando todos os destinos humanos.
GN, 14 e 15/06/1970


DOMINGO, 26/08/2012

FAZER PENITÊNCIA

P – Se Karl Marx conhecesse a Lei da Reencarnação, certamente reformaria a sua doutrina da igualdade, que pretende igualar os desiguais. É o que deduzimos da passagem do Evangelho de Jesus segundo Lucas, XIII: 1-5. Poderia pronunciar-se a respeito o Espírito da Verdade?

R – Eis aqui a citada passagem evangélica:

1 – Por esse mesmo tempo, vieram dizer a Jesus o que aconteceu a alguns galileus, cujo sangue Pilatos misturou com o sangue do sacrifício que eles faziam. 2 – Em resposta, disse o Cristo: “Pensais, acaso, que esses galileus, por terem sido tratados assim, fossem os maiores pecadores da Galiléia? 3 – Eu vos declaro que não; e vos digo que, se não fizerdes penitência, morrereis todos do mesmo modo. 4 – Acreditais, igualmente, que os dezoito homens sobre os quais caiu a torre de Siloé, e os matou, fossem mais devedores do que todos os habitantes de Jerusalém? 5 – Eu vos declaro que não, e que, se não fizerdes penitência, morrereis todos do mesmo modo.

Para os judeus, as calamidades, as dores morais e os males físicos eram outras tantas provas de que a ira de Deus pesava sobre as vítimas; concluíam, daí, que estas eram culpadas. Jesus destruiu esse erro, SEM ENTRAR EM EXPLICAÇÕES CONCERNENTES AS VIDAS ANTERIORES, porque segundo a crença, meio apagada, que ainda existia a tal respeito, A REENCARNAÇÃO SÓ ERA CONCEDIDA A ALGUNS PRIVILEGIADOS, isto é, só os grandes emissários do Senhor – almas de escol – mereciam o favor de reencarnar. Os hebreus acreditavam na reencarnação ou repetição da existência; entretanto, criam que isso só se dava com os maiores missionários, como Elias, que reconheceram no Precursor – João, o Batista. A Lei Natural da Reencarnação, transmitida veladamente a Nicodemos pelo próprio Jesus, só poderia ser amplamente explicada pela Terceira Revelação, quando os homens se houvessem tornado capazes de recebe-la. O Espiritismo, a ciência do CRISTIANISMO DO CRISTO, levantou o véu sob o qual a palavra do Mestre sancionava o ensino dessa Lei Divina, base da IGUALDADE REAL, acima das fantasias dialéticas dos homens. SEM REENCARNAÇÃO NÃO HÁ, NEM PODERIA HAVER, IGUALDADE ABSOLUTA DE TODOS OS HOMENS DIANTE DE DEUS. Por isso é que Jesus lembrou, a quantos ali o ouviam, que era necessário FAZER PENITÊNCIA, expiando suas faltas, não unicamente as que lhes eram conhecidas mas, sobretudo, AS FALTAS QUE LHES ERAM IGNORADAS. Ensinou, ainda, que nem só os atingidos pelas desgraças merecem o labéu de culpados: TODOS DEVEM FAZER PROFUNDO EXAME DE CONSCIÊNCIA, VERIFICAR SE NÃO MERECEM O MESMO CASTIGO. Daí sua conclusão categórica: “Eu vos declaro que, se não fizerdes penitência, morrereis do mesmo modo”. É a LEI.
GN, 13/06/1970

SÁBADO, 25/08/2012

JUSTIÇA E RECONCILIAÇÃO

P – Graças à LBV, sabemos hoje que PERDOAR É TRANSFERIR A DEUS O JULGAMENTO, porque – como ensina o Apóstolo Paulo – “o homem terá de colher aquilo que semear”. Como o Espírito da Verdade explica as passagens evangélicas de Mateus, V: 20-26 e Lucas, XII: 54-59?

MATEUS: 20 – Em verdade eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus. 21 – Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás, e quem matar será condenado em juízo”. 22 – Pois eu vos digo que todo aquele, que se irar contra seu irmão, será condenado em juízo. E o que chamar “raça” a seu irmão será condenado no conselho. E o que lhe chamar “louco” será condenado ao fogo da geena. 23 – Portanto, se estás para fazer a tua oferta diante do altar, e te lembrares aí de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 – deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com ele, e depois, sim, vem fazer a tua oferta. 25 – Reconcilia-te o mais depressa possível com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para não suceder que te entregue ao juiz, este ao ministro e sejas posto na prisão. 26 – Em verdade vos digo que dali não sairás enquanto não tiveres pago o último ceitil.

LUCAS: 54 – Jesus dizia ao povo: Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: “Aí vem tempestade”, e assim acontece; 55 – quando sentis soprar o vento do sul, dizeis que vai fazer calor, e assim ocorre. 56 – Hipócritas, sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente? 57 – E por que, por vós mesmos, não reconheceis o que é justo? 58 – Quando, pois, fores com o teu adversário à presença do magistrado, livra-te dele durante a viagem, para evitares que te leve ao juiz, e o juiz te entregue ao esbirro, e este, afinal, te encerre na cadeia. 59 – Digo-te que dali não sairás, enquanto não pagares o último quadrante.

Estes versículos têm por objetivo dar a compreender aos homens QUE LHES CUMPRE DISTINGUIR SEMPRE O QUE É JUSTO, MORAL E MATERIALMENTE, NAS RELAÇÕES COM SEUS IRMÃOS. Estava próximo o tempo em que a justiça seria praticada de forma bem diversa da “justiça” de escribas e fariseus, isto é, SEM ORGULHO E SEM HIPOCRISIA. As palavras do Mestre objetivavam, ainda, fazer compreender aos homens COMO DEVEM OBEDECER AOS MANDAMENTOS DE DEUS: não passivamente, abstendo-se de cometer as faltas indicadas, pelo temor do castigo, mas praticando as virtudes que lhes são opostas, demonstrando amor, reconhecimento, submissão àquele que nos traçou a todos UMA LINHA DE CONDUTA PARA CHEGARMOS A ELE. Bem-aventurados os que a sabem seguir, sem nenhum desvio! “Raça”, o juízo, o conselho, o fogo da geena – são expressões simbólicas: DEUS JULGA O HOMEM PELOS SEUS ATOS. Se o homem não trata com indulgência o seu próximo, e ainda o insulta, será punido por Aquele que quer que todos se tratem como irmãos. Por isso os vocábulos juízo, conselho, geena, que aparecem nos Evangelhos de Jesus, são emblemáticos: mostram aos homens que suas ações serão submetidas a um julgamento; que eles terão de sofrer o castigo que houverem merecido; castigo proporcional à falta cometida, de acordo com a natureza e o grau da culpabilidade. As palavras de Jesus, no versículo 22 de Mateus, são aplicáveis a todos os tempos e a todos aqueles que transgredirem a LEI DO AMOR UNIVERSAL. O cristão do Novo Mandamento, que a infringir, será punido com maior severidade do que outro que ainda não viu a LUZ ou que, tendo-a visto, não quis aceita-la “por escrúpulos de consciência”, o que não constitui falta punível, ocasionando apenas um retardamento no progresso do Espírito, que aliás se verá suficientemente castigado PELO PESAR QUE ISSO LHE CAUSARÁ. As palavras do Mestre, nos versículos 23 e 24 de Mateus, indicam, primeiramente, ao homem que deve usar de indulgência para com aquele que o ofendeu, indo estender-lhe a mão, a fim de o chamar a si. Indicam, em seguida, ao que cometeu uma falta, o DEVER DE REPARÁ-LA IMEDIATAMENTE. Fazei, portanto, ó bem-amados, o que o Divino Mestre fez e faz todos os dias. EFETIVAMENTE, JESUS NÃO VEM A VÓS SEM CESSAR, ELE QUE EM TUDO É TÃO GRAVEMENTE OFENDIDO? Não estende, continuamente, os braços para vos receber? Não vos convida ao arrependimento POR TODOS OS MEIOS POSSÍVEIS? E não vides, muitas vezes multiplicarem-se os seus benefícios a um que vos parece o mais indigno deles, unicamente com o fim de salva-lo? Quanto às palavras do versículo 25, do mesmo Evangelista, elas compõem imagens materiais, destinadas a fazer que o homem compreenda a maneira por que deve proceder com seus irmãos, TENDO EM VISTA O JUÍZO DE DEUS. Dai-vos pressa em perdoar aos vossos inimigos, em vos reconciliar com o vosso adversário ENQUANTO JUNTOS PERCORREREIS O CAMINHO DA VIDA, POIS IGNORAIS QUANDO A MORTE VIRÁ DETER OS VOSSOS PASSOS PARA VOS LEVAR À PRESENÇA DO SOBERANO JUIZ QUE TUDO LÊ NOS CORAÇÕES, E AÍ ENCONTRA O FERMENTO DE PAIXÕES MAS, QUE PROCURAIS ENCOBRIR! RECONCILIAI-VOS, PORTANTO, COM TODOS A QUEM HOUVERDES OFENDIDO, E PERDOAI-LHES COMO QUEREIS, COMO PRECISAIS QUE O PAI CELESTIAL VOS PERDOE! Frisou o Mestre: “Dali não sairás, enquanto não tiveres pago até o último ceitil”. Deveis entender bem estas palavras: O HOMEM É O DEVEDOR DE DEUS, QUE LHE OFERTOU TODAS AS COISAS PARA QUE FAÇA BOM USO DELAS. ORA, SE O HOMEM NÃO PRATICA AS VIRTUDES QUE LHE SÃO ENSINADAS, SE REPELE SEUS IRMÃOS, TAMBÉM SERÁ REPELIDO: É UMA CONSEQÜÊNCIA DA LEI DO AMOR E JUSTIÇA NA OBRA DA ETERNA HARMONIA.
GN, 12/06/1970


SEXTA-FEIRA, 24/08/2012

ENSINAR E EXEMPLIFICAR

P – Os Legionários de Jesus, cujo distintivo é o Novo Mandamento, entendem agora sua imensa responsabilidade no Brasil e no Mundo. Não basta ensinar, o mais importante é exemplificar. Que diz o Espírito da Verdade?

R – Quem diz é o Mestre: - Aquele que violar qualquer um (mesmo dos menores) MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS, esse será o último no reino dos céus. Vede bem que nos referimos ao Decálogo que Jesus entregou a Moisés, aquele que está nas Sagradas Escrituras, não o outro “aperfeiçoado” pelas conveniências humanas. O transgressor, depois de sofrer a expiação na erraticidade, terá ainda de reencarnar (conforme ao grau de sua culpabilidade) na Terra ou em outros planetas inferiores. Aquele, porém, que fizer e ensinar o que a LEI DE DEUS determina, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, será chamado grande no reino dos céus, isto é, se elevará, na medida do seu adiantamento moral, aos planetas superiores, engrandecendo-se pela humildade, pela caridade, pelo amor e pela CIÊNCIA UNIVERSAL, ainda muito acima da compreensão dos homens julgados sábios no vosso orbe. Aquele que recebeu o encargo de ensinar, e não pratica o que ensina, é culpado NÃO SÓ DO MAL QUE FEZ, COMO TAMBÉM DO MAL QUE CAUSOU PELA CONTRADIÇÃO ENTRE SEUS ATOS E SUAS PALAVRAS. Cristãos do Novo Mandamento, não façais como os chefes das antigas sinagogas, como os escribas e fariseus de ontem e de hoje! Sereis os maiores culpados, porque recebestes a LUZ para clarear os vossos e os passos dos vossos irmãos. DEVEIS, ANTES DE TUDO, PREGAR PELO EXEMPLO. Esta é a única pregação que dá frutos bons. Lembrai-vos das palavras do Redentor: “Eles vos colocam pesado fardo sobre os ombros, mas nele não querem tocar, sequer, com a ponta do dedo!” Se quereis marchar segundo a LEI DE DEUS e chegar a Ele, gloriosamente acompanhados por todos aqueles que houverdes resgatado, começai por tomar sobre os ombros o fardo que impondes aos outros; mostrai-lhes o meio de o tornarem leve, e então podereis exigir que eles o carreguem. Na realidade, tudo se reduz a isto: PREGAR PELO EXEMPLO, COMO JESUS PREGAVA. Pregai, portanto, assim: que as vossas palavras nunca deixem de ser a conseqüência das vossas ações. Para que as massas se deixem conduzir, precisam antes COMPREENDER O BEM QUE PODEM AUFERIR DE UM ACONTECIMENTO QUALQUER. Demonstrai-lhes, pois, pelo vosso proceder, a obediência e o amor ao vosso Deus, com o amor e a caridade que consagrais aos vossos irmãos, sejam quais forem as suas convicções religiosas! E nunca vos julgueis “modelos” mas sempre servos inúteis, como deseja o vosso Mestre. Usai de benevolência para com os que repelem a VERDADE TOTAL: esperai que seus olhos se abram para a LUZ e a possam suportar. Meditai: porventura, ao tirar a venda espessa, que ocultava a claridade do dia ao pobre cego, o oculista lhe permite contemplar imediatamente aquela luz? Não, o doente ficaria ofuscado. Forte demais para os seus órgãos enfraquecidos, ela o faria mergulhar novamente numa noite profunda, da qual talvez não saísse nunca mais. Graduai, sempre, o brilho da VERDADE TOTAL para os olhos dos cegos espirituais, ainda sectarizados pelos preceptores humanos! Iluminai-os com prudência, lançando em seus corações a semente que não deixará de germinar. É um trabalho de longa paciência: se os frutos que devam colher dela não amadurecerem sob as vossas vistas, dia virá, certamente, em que tais frutos lhes serão proveitosos. Na hora da morte material, vossos ensinamentos estarão patentes aos seus olhos e a luz da Verdade os banhará. E, assim, o tereis ajudado A TRANSPOR UM PASSO DIFICÍLIMO para a matéria, não choqueis os incrédulos, não deis importância as zombarias, sede calmos e dignos em vossa fé, perseverantes nas boas obras. Basta que lanceis a semente, QUE NUNCA SE PERDE, apesar de todas as aparências contrárias. Um dia, ela encontrará a terra fértil, e aí se enraizará. Cultivai-a então, com amor, para que um grão produza trinta, outro sessenta, mais outro cem. Assim será porque CADA  UM DOS QUE TIVERDES COMQUISTADO PARA A FÉ a espalhará, por sua vez, em torno de si. E, quais essas espigas maduras, carregadas de grãos, cujas sementes o vento, sacudindo-as, dispersa em longa extensão. A VERDADE SE ESPALHARÁ E PRODUZIRÁ FRUTOS DE SALVAÇÃO!
GN, 11/06/1970


QUINTA-FEIRA, 23/08/2012

JESUS E A LEI

P – Hoje, todos compreendem por que a LBV é o CAMPO NEUTRO em que se reúnem todos os cristãos, num só rebanho para um só Pastor. Não é mais admissível o estudo da Bíblia por qualquer prisma sectário! Como o Espírito da Verdade interpreta a posição de Jesus diante da Lei?

 R – Vamos aos Evangelhos de Jesus segundo Mateus e Lucas: Mateus, V: 17-19; Lucas, XVI: 17.

MATEUS: 17 – Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei e os profetas; não os vim destruir, mas cumprir. 18 – Porque em verdade vos digo que, enquanto o céu e a terra não passarem, não passará da lei um só iota ou um só ápice, sem que tudo seja cumprido. 19 – Assim, aquele que violar um destes mínimos mandamentos, e ensinar os homens a violá-los, será chamado o menor no reino dos céus; mas aquele que os guardar e ensinar será chamado grande no reino dos céus.

LUCAS: 17 – Será mais fácil que passem o céu e a terra do que perder-se um til da lei.

Jesus fala da LEI, não dos acréscimos ou aditamentos que lhe foram feitos, das tradições que a deturparam, das máximas e mandamentos humanos, dos dogmas que os homens decretaram e que, como frutos de suas interpretações sectárias, alteraram e falsearam o sentido e a verdadeira aplicação da Lei Divina. Dizendo que não viera abolir a LEI, mas cumpri-la, o Cristo mostrava aos homens não ser a Moral que ele pregava diversa da que antes lhes haviam ensinado os emissários do Senhor, ESPÍRITOS EM MISSÃO OU PROFETAS. Demonstrava que, simplesmente, tudo tem de seguir a marcha do progresso da Natureza. A LEI, que até então fora dada aos homens, lhes era proporcional ao desenvolvimento. Trazia em si uma promessa a ser cumprida no futuro. Jesus veio cumpri-la. E, cumprindo as profecias, profetizou por sua vez para os séculos vindouros. Hoje, manda o Paráclito, o anunciado Espírito da Verdade, DAR CUMPRIMENTO ÀS PROFECIAS POR ELE ANUNCIADAS, no Evangelho e no Apocalipse. Os Espíritos do Senhor – Patriarcas, Profetas, Apóstolos e Evangelistas – vêm trazer aos homens o que podeis chamar A ÚLTIMA PALAVRA DE JESUS, a um passo do fim dos tempos. Eles vos dizem, como o Cristo disse outrora: “Não penseis que tenhamos vindo destruir A LEI E OS PROFETAS”. Não, nada do que está na LEI passará, porque a LEI É O AMOR, que há de crescer continuamente, até que vos tenha levado ao Reino do Eterno Pai. Viemos para lembrar e relembrar, aclarar e explicar, tornando compreensível, EM ESPÍRITO E VERDADE, a Doutrina do Novo Mandamento do Mestre, os ensinos velados que ele transmitiu aos homens, as profecias veladas que fez durante a sua missão terrena. Não viemos destruir a LEI e sim cumpri-la, escoimando-a das adições e interpolações, das tradições e dogmas que, ORIUNDOS DAS FALSAS INTERPRETAÇÕES HUMANAS LHE TOMARAM O LUGAR, ENTRONIZANDO A BESTA NAS ALMAS IGNORANTES. Viemos para reintegrar a LEI na VERDADE, estabelecendo na Terra a unidade das crenças, conduzindo a todos – divididos e separados pelos cultos exteriores – à FRATERNIDADES SEM FRONTEIRAS, pela pratica da Justiça, da Caridade e do Amor, recíprocos e solidários. O Espiritismo é a ciência do CRISTIANISMO DO CRISTO, não o cristianismo forjado pelas religiões humanas, mas o CRISTIANISMO DO NOVO MANDAMENTO tal como Jesus o instituiu, abolindo todos os sectarismos dissolventes. Ora, que é o CRISTIANISMO DO CRISTO senão a Religião de Deus, a Religião Universal, que há de reunir todos os homens num só rebanho para um só Pastor, num círculo único de Amor e Caridade? Portanto, nem um só iota da lei deixará de ser cumprido. A Lei dos Hebreus foi o preâmbulo da Lei do Cristo; o Espiritismo foi a confirmação do Cristianismo e, agora, o Cristianismo do Novo Mandamento se completa na Revelação do Apocalipse. Ninguém pode mais ignorar O LIVRO DAS PROFECIAS FINAIS, porque já estais a pouca distância do próximo e ÚLTIMO ARMAGEDON. É por isso que, por ordem e inspiração do ÚNICO MESTRE, unificamos as suas Revelações.
GN, 10/06/1970


QUARTA-FEIRA, 22/08/2012

SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO

P – No Sermão do Monte, Jesus disse aos seus discípulos: “Sois o sal da terra, a luz do mundo”. Disse, ainda, que “não há nada oculto que não seja revelado”. Poderia o Espírito da Verdade explicar ambas as passagens do Evangelho, pelo CEU da LBV?
R – Harmonizemos os Evangelhos Sinóticos, nestes pontos: Mateus, V: 13-16; Marcos, IX: 49 e IV: 21-23; Lucas, XIV: 34-35; VIII: 16-17; XI: 33-36.

MATEUS: 13 – Vos sois o sal da terra. Se o sal perder a sua força, com que se salgará? Para nada mais servirá, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. 14 – Vós sois a luz do mundo. Uma cidade situada sobre o monte não pode ficar escondida. 15 – Ninguém acende uma lâmpada para coloca-la debaixo do alqueire, pois a coloca num candeeiro, a fim de iluminar a todos os que estão na casa. 16 – Assim, também, brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas obras e glorifiquem o Pai que está no céu.

MARCOS, IX: 49 – O sal é bom mas, se ele se tornar insípido, com que haveis de temperar? Tende sal em vós mesmos, e conservai entre vós a vossa paz. IV: 21 – Porventura a lâmpada é posta debaixo do alqueire ou da cama, ou colocada no candeeiro? 22 – Nada há secreto que não venha a ser manifesto, nada oculto que não venha a ser revelado. 23 – Ouça quem tem ouvidos de ouvir.

LUCAS, XIV, 34 – O sal é bom, mas, se ele se deteriorar, como restaurar-lhe o sabor? 35 – Não servirá mais nem para a terra nem para a estrumeira: será lançado fora. Ouçam os que tenham ouvidos de ouvir. VIII: 16 – Ninguém, depois de acender uma lâmpada, a cobre com um vaso ou a coloca debaixo do leito, mas sim no candeeiro, a fim de que vejam a luz todos aqueles que entrarem na casa. 17 – Porque nada há oculto que não venha a tornar-se manifesto, nada secreto que não venha a ser conhecido e tornar-se público. XI, 33 – Ninguém acende uma lâmpada e a coloca em lugar escondido ou debaixo de um alqueire, mas sim no candeeiro, para que todos os que entrarem vejam a luz. 34 – Teu olho é a lâmpada do teu corpo; se teu olho é puro, todo teu corpo será luminoso; mas, se for impuro, todo o teu corpo será tenebroso. 35 – Toma cuidado, portanto: não seja treva a luz que está em ti. 36 – Se, portanto, todo o teu corpo for luminoso, sem que haja nele parte alguma trevosa, todo ele luzirá e te iluminará, como lâmpada brilhante.

Temos de vos explicar figuras que, entretanto, para vós não têm “mistérios”. O sal, aqui, representa os ensinos que o homem traz consigo e que deve espalhar em torno de si. Sua moralidade, seu amor ao Pai Celestial, sua submissão às Leis Divinas e, por conseguinte, a observância dos Mandamentos de Deus e do Cristo (não de homens nem de igreja qualquer), são o sabor do cristão. Se arrastado por maus instintos, o homem deixa de ter presente o fim que lhe cumpre atingir e os meios de conseguí-lo PERDE O SEU SABOR E É LANÇADO FORA. Quer dizer: O Espírito culpado, que faliu nas suas provas terrenas, é submetido – primeiro à expiação na erraticidade, mediante sofrimentos ou torturas morais apropriados e proporcionais às faltas ou crimes cometidos, depois a reencarnação, conforme ao grau de culpabilidade, quer no vosso mundo, quer em PLANETAS INFERIORES À TERRA, onde – por meio de novas provações – terá de reparar aquelas faltas para poder progredir. Será lançado fora; ouça o que tem ouvidos de ouvir. Na época em que, tendo de se completar a OBRA DA REGENERAÇÃO HUMANA, a Terra será habitada somente por Bons Espíritos, AQUELE QUE, ATÉ ENTÃO, HOUVER PERMANECIDO CULPADO E REBELDE, SERÁ AFASTADO E LANÇADO NOS MUNDOS INFERIORES, ONDE TERÁ DE EXPIAR – DURANTE SÉCULOS – SUA OBSTINAÇÃO NO MAL, SUA VOLUNTÁRIA CEGUEIRA! Passemos, agora, à figura do sal da terra, da luz do mundo e da lâmpada que ninguém coloca, depois de acesa, debaixo da cama ou do alqueire, para os que entram na casa vejam a luz e sejam alumiados: AS PALAVRAS DE JESUS, A ESSE RESPEITO, SE APLICAM A TODOS OS TEMPOS E A TODOS OS HOMENS QUE SE TORNAM APÓSTOLOS DAS REVELAÇÕES DO CRISTO, PARA PROPAGA-LAS PELA PALAVRA E PELO EXEMPLO. Cristãos do Novo Mandamento, sois hoje a luz do mundo e o sal da terra, como os Apóstolos o foram para a Revelação que Jesus trouxe pessoalmente! Recebestes a LUZ, não para vosso uso exclusivo: tendes de reparti-la com todos os vossos irmãos, sejam quais forem suas crenças religiosas! Esclarecei-os, portanto, levando-lhes a VERDADE DE DEUS, jamais dos homens, por mais iluminados que se julguem! Sede o facho portador da claridade nova, e dizei-lhes que todos são naturalmente CRISTÃOS e que, também, naturalmente CRISTÃS são as crenças que ainda abraçam, de acordo com o grau evolutivo em que se encontram! Quanto às outras palavras do Mestre, referiam-se ao futuro: “Nada há oculto que não venha a ser manifesto, nem secreto que não venha a ser conhecido e tornar-se público; ouçam os que têm ouvidos de ouvir! O Salvador apropriava aos homens da época os ensinos que lhes dava, e que eram sementes destinadas a frutificar no porvir. Seus discursos velados teriam de ser entendidos pelas gerações porvindouras. APENAS ALGUNS HOMENS ESTAVAM, ENTÃO, EM CONDIÇÕES DE LHES APREENDER O SENTIDO: aqueles que não os tomaram ao pé da letra, mas lhe procuraram o espírito, pois compreenderam não ter  Jesus por missão opor uma barreira à inteligência humana, traçando-lhe determinados limites, e sim abrir o espaço e o futuro diante dos Espíritos progressistas. O Mestre falava por figuras e símbolos, porque a inteligência humana ainda não dispunha de força bastante para suportar o peso das revelações que se ocultavam sob o véu das parábolas: NADA DO QUE O HOMEM DEVA SABER PERMANECERÁ OCULTO; É QUE O HOMEM CHEGOU AO PONTO EM QUE SUA CIÊNCIA TERÁ DE CRESCER RAPIDAMENTE, NESTE FIM DE CICLO. Quanto a vós, estudai muito a Doutrina do Redentor, não como as crianças afoitas, que imprudentemente se aproximam do fogo e se queimam de modo cruel. Cuidado: orai e vigiai! Aquecei-vos no fogo que o Cristo vos prepara, mas TENDE A PRUDÊNCIA DE MOISÉS: não vos aproximeis demais da sarça ardente, para evitar o risco de serdes consumidos pelas chamas. Deus prepara GRANDES ACONTECIMENTOS PARA A VOSSA REGENERAÇÃO. Aguardai-os seguindo, a passo lento e firme, sempre sem desvio, A ROTA QUE VOS TRAÇAMOS, pois vos conduziremos ao ponto de onde parte a Luz Infinita; mas deixai que estendamos ASAS PROTETORAS sobre os vossos olhos, ainda muito fracos para lhe contemplarem os raios fortes. Na consciência tendes o facho do vosso Espírito e do vosso coração. Se ela for pura, tereis um e outro iluminados. Tudo neles será luminoso, pois sereis assistidos, inspirados e protegidos pelos Bons Espíritos. Mas, se ela for impura, de trevas encherá o vosso coração e o vosso Espírito, e vos tornareis presas dos espíritos maus, que se comprazem no erro e na mentira. Acima de tudo, entendei: CONSEGUIREIS A PAZ ENTRE VÓS SE ENSINARDES PELO EXEMPLO O QUE PREGAIS.
GN, 09/06/1970


TERÇA-FEIRA, 21/08/2012

OS POBRES DE ESPÍRITO

P – A expressão “pobres de espírito” tem servido de motivo à galhofa dos ignorantes da Palavra de Deus. Através do CEU, da LBV, gostaríamos de receber – a respeito – a orientação do Espírito da Verdade. É possível?

R – Sim. Os pobres de espírito são os que só confiam no Senhor, jamais em si mesmos. São os que, RECONHECENDO DEVER TUDO A DEUS, TAMBÉM RECONHECEM QUE NADA POSSUEM, MESMO QUANDO RICOS. Despidos de orgulho, são como os pobres despojados das propriedades mundanas. Podem caminhar livremente, pois não temem os ladrões nem “os golpes do destino”. Apresentam-se nus diante do Criador, isto é, sem se julgarem donos de coisa alguma, cônscios de que devem tudo à infinita bondade do Pai Celestial. A humildade lhes aplaina o caminho a percorrer, afastando os obstáculos que o orgulho e o egoísmo fazem surgir de todos os lados. Por isso, diz o Cristo a todos os homens: “ – Ó bem-amados, tende o coração simples e o espírito humilde! A humildade, que é o princípio e a fonte de todas as virtudes e de todos os progressos, abre aos filhos de Deus o caminho que os leva à luz das moradas felizes, ao passo que o orgulho conduz às trevas e à expiação, ao exílio em mundos inferiores!”. Observai a profundidade destas palavras do Mestre: “Bem-aventurados sois vós quando vos perseguem, quando vos injuriam, e, mentindo, fazem todo o mal contra vós por minha causa; bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos separarem, quando vos carregarem de injúrias, quando rejeitarem como mau o vosso nome por causa do Cristo!” Elas se aplicavam tanto ao presente (ao momento em que ele se dirigia aos discípulos) quanto aos tempos futuros. Eram e são dirigidas a todos os que pela sua fé em Deus, se tornaram alvo de quaisquer perseguições, físicas e morais ou espirituais; aos que, perseguidos pelo testemunho de suas crenças, sofrem pela sua fé e triunfam das provações, por mais rudes que sejam. Efetivamente, enquanto a Terra não se houver purificado, HAVERÁ HOMENS E MULHERES PERSEGUIDOS POR CAUSA DA VERDADE. OS QUE VENCEREM PODERÃO CONSIDERAR-SE BEM-AVENTURADOS, PORQUE – SOBRETUDO HOJE – A DESERÇÃO É REGRA. OS QUE PERSEVERAREM ATÉ AO FIM RECEBERÃO A RECOMPENSA DE DEUS. Armai-vos, portanto, de toda a vossa energia. Para o homem, a principal arma do inimigo – a mais poderosa – é o ridículo. É a que ele mais teme, esquecido de que JESUS TEVE DE ENFRENTAR O RIDÍCULO POR TODAS AS FORMAS; é, ainda hoje, a que tendes de rebater. Sim, dolorosas são as feridas que causa. Mantende-vos, portanto, em guarda e preparai de antemão o único bálsamo que as pode curar: A FÉ NA PRESENÇA E NO PODER DE DEUS. Vossa fé vos sustenta, em todas as provas da vida. Ela vos tornará surdos aos sarcasmos, e vos fará achar doçura nos pérfidos processos que intentarem contra vós. A fé constitui a vossa égide: abrigai-vos nela e caminhai sem medo. Contra esse escudo virão embotar-se todos os dardos que vos lancem a inveja e a calúnia. Sede sempre dignos e caridosos no vosso proceder, no vosso falar, no vosso ensino, dando o exemplo do que pregais, e tereis sempre a nossa proteção. Compreendei, igualmente, estas outras palavras do Redentor: “ – Mas ai de vós, ricos, que tendes a vossa consolação no mundo!”. A maldição, assim lançada pelo Bom Pastor, aplica-se aos que – tudo sacrificando pela posse dos bens terrenos – se deleitam e confiam unicamente no que é material: rejeitam as Verdades Divinas, repelem seus Guias ou Protetores, fogem dos seus amigos e irmãos, e acabam nas garras dos maus espíritos, ou demônios, que deles se apossam. Jesus disse AI DELES!,, porque terão de sofrer para resgatar as suas faltas, e O REMORSO LHES SERÁ TANTO MAIS CRUEL QUANTO MAIS VOLUNTÁRIO TENHA SIDO O SEU ENDURECIMENTO. “ Ai de vós, que rides agora, pois tereis de gemer e chorar!”. São os que acham graça da Palavra de Deus, os que riem dos pregadores das Verdades Divinas: lamentarão, brevemente, por tê-las negado e ridicularizado. Portanto, marchai com Jesus. Tudo vem a seu tempo, na Lei do Retorno. Dia virá em que, arrependidos, os que agora riem PEDIRÃO A DEUS PARA VOLTAR AO MEIO DE VÓS, já agora como pregoeiros da Doutrina do Cristo: não rirão mais, nunca mais; começarão a chorar o tempo perdido nas trevas da ignorância espiritual! Não vos irriteis, portanto, com seus risos e deboches. Antes, compadecei-vos dos que zombam de vós: bem grandes serão as suas penas! “Ai de vós (disse, ainda, Jesus) quando os homens vos elogiarem, porque assim os pais deles faziam aos falsos profetas!” Quando estas palavras foram dirigidas aos discípulos, os falsos profetas tinham sido (eram e ainda são, neste momento) aqueles que, impelidos por maus instintos, por más paixões, oriundas do orgulho, do egoísmo, da cupidez, da intolerância religiosa, TRABALHAM POR INCUTIR SUAS IDÉIAS GENOCIDAS NAS ALMAS SIMPLES E CONFIANTES DOS SEUS “FIÉIS”.   São aqueles que – conhecendo a Verdade – a ocultam do povo, a fim de o terem preso e submisso. São os que – cientes de toda a Verdade – recusam submeter-se a ela e preferem viver no erro. Ai deles! E ai de vós, quem quer que sejais, quando os que escutam a voz desses falsos profetas e os bendizem, seguindo suas pegadas, vos louvarem e falarem bem de vós, porque então sereis atraídos pelos seus elogios, e a vossa deserção já se deu (ou está para se dar), arrastando-vos para os caminhos da mentira, da hipocrisia e da perversão moral!
GN, 07/06/1970


SEGUNDA-FEIRA, 20/08/2012

O SERMÃO DA MONTANHA

P – Infelizmente, os ignorantes do Evangelho e do Apocalipse de Jesus dão valor somente ao que não tem nenhum valor. O que realmente tem valor, para todo o sempre, fica relegado ao desprezo total! Como o Espírito da Verdade interpreta o Sermão da Montanha?

R – Vamos reunir estas passagens: Mateus, V: 1-12; Lucas, VI: 20-26 do Evangelho de Jesus.

MATEUS: 1 – Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos. 2 – E ensinava, dizendo: 3 – “Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus; 4 – Bem aventurados os pacientes, porque eles possuirão a Terra; 5 – Bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 6 – Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7 – Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8 – Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus, frente a frente; 9 – Bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 10 – Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da verdade, porque deles é o Reino de Deus; 11 – Bem aventurados sois vós quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentido, fazem todo mal contra vós por minha causa! 12 – Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim também perseguiram os profetas, que vieram antes de vós”.

LUCAS: 20 – Jesus, dirigindo o olhar para os seus discípulos, dizia: “Bem aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus. 21 – Bem aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados; bem aventurados vós que agora chorais, porque haveis de rir. 22 – Bem aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos separarem, quando vos carregarem de injúrias, quando rejeitarem como o mau o vosso nome por causa do Cristo. 23 – Alegrai-vos nesse dia e exultai, porque é grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os pais deles tratavam os profetas. 24 -  Mas ai de vós, ó ricos, pois tendes a vossa consolação no mundo! 25 – Ai de vós, que estais saciados, pois vireis a ter fome! Ai de vós, que rides agora, pois tereis de gemer e chorar! 26 – Ai de vós, quando vos elogiarem, porque assim os pais deles faziam aos falsos profetas!” .

A humildade – a doçura que tem por companheiras a afabilidade e a benevolência; a resignação nos sofrimentos morais, físicos e espirituais, que são sempre uma expiação justa, porque derivam OU DE FALTAS E IMPRUDÊNCIAS COM QUE O HOMEM AGRAVA SUAS PROVAÇÕES TERRENAS, OU DE EXISTÊNCIAS ANTERIORES, TODAS SOLIDÁRIAS ENTRE SI, DE MODO QUE CADA UM TRAZ CONSIGO A PENA SECRETA DA SUA PRECEDENTE ENCARNAÇÃO; o amor ardente, sério, perseverante, do dever, por toda parte e sempre; a tolerância sempre, também por toda parte; a indulgência para com os fracos e as faltas de outrem; a simpatia viva e delicada pelos sofrimentos e angústias, morais e físicos, de seus irmãos; o perdão, do íntimo da alma, para as ofensas e injúrias; o esquecimento, mas de tal maneira que o passado fique morto, tanto no coração quanto no pensamento; a caridade e o amor; a pureza de coração, que exclui não só todas as palavras e ações más como, ainda, todos os maus pensamentos, e só existe quando há abstenção de TUDO QUE É MAL, de par com a prática ativa e abnegada DE TUDO QUE É BEM, tanto na ordem física quanto na ordem moral e intelectual; a moderação, a brandura, a paciência, a obediência, a firmeza e a perseverança na fé, na prática da justiça – quaisquer que sejam as injúrias, as perseguições morais e físicas que venham dos homens; o desinteresse e a renúncia às coisas materiais como determinante do orgulho e do egoísmo, dos apetites animais, das paixões e vícios que degradam a Humanidade; a aspiração da felicidade celeste, o reconhecimento ao Criador, que reserva grande recompensa aos que cumprirem esses deveres e praticarem essas virtudes – eis o que encerram essas palavras de Jesus, no Sermão do Monte. Meditai-as, portanto, e ponde-as em prática. Não vos fieis na felicidade terrena; não descanseis nas “riquezas” do mundo; não vos firmeis na vossa inteligência: CONFIAI UNICAMENTE EM DEUS, DE QUEM RECEBEIS TODAS COISAS. Aquele que possui riquezas (todas transitórias) use-as sempre em benefício dos pobres, e viva humildemente; aquele que tem inteligência faça como a criancinha que espera ser guiada por seus pais, e que ao mesmo tempo a partilhe com todos os seus irmãos, dando-lhes conselhos salutares, SOBRETUDO PELO EXEMPLO; aquele que está saciado pense nos que têm fome, divida com eles o pão material, que sustenta o corpo, e o pão espiritual, que alimenta a alma; aquele que se acha alegre proceda como se estivesse triste, para associar à sua alegria o irmão que chora, dando-lhe consolação e tomando parte em suas dores. Nisto se resumem as palavras do Mestre: prática do trabalho, do amor e da caridade, tanto na ordem física, ou material, quanto na ordem  moral e intelectual.
GN, 06/06/1970


DOMINGO, 19/08/2012

JESUS E OS APÓSTOLOS

P – Todos os políticos deviam estudar a Doutrina do Novo Mandamento de Jesus, antes de se iniciarem na vida pública! De fato, POLÍTICA É A RELIGIÃO CIENTIFICAMENTE PRATICADA. Agora, perguntamos ao Espírito da Verdade: - Como puderam os Apóstolos fazer o que fizera o Mestre?

R – O que Jesus fizera, durante a sua missão terrena, os Apóstolos tiveram de fazer depois, sancionando-a perfeitamente. A encarnação nenhum obstáculo opôs a isso, pela simples razão de que – COM O INCESSANTE APOIO DOS ESPÍRITOS PUROS, DOS ESPÍRITOS SUPERIORES, QUE OS CERCAVAM, E DA VONTADE DAQUELE QUE LHES SERVIU DE MODELOeles agiam como se estivessem no estado de Espíritos livres. Mediante a assistência, a intervenção e o concurso ocultos desses Espíritos e dessa vontade, operavam curas materiais e espirituais, como o fizera Jesus, e pelos mesmos meios. Assim, curavam as enfermidades pelo poder magnético, que lhes era transmitido; expulsavam os obsessores e subjugadores dos homens pelo PODER IMEDIATO, que lhes era dado sobre todos os Espíritos, errantes e encarnados; e “ressuscitavam” os “mortos”, isto é, faziam voltar a vida aos corpos inanimados, FAZENDO VOLTAR A HABITÁ-LOS OS ESPÍRITOS QUE, POR OS TEREM ABANDONADO, CONSERVANDO-SE APENAS LIGADOS A ELES PELO CORDÃO FLUÍDICO, LHES HAVIAM IMPRIMIDO TODAS AS APARÊNCIAS DOS CORPOS MORTOS. Desde os tempos de Jesus e dos Apóstolos até aos vossos dias, os casos de curas materiais e espirituais se têm sucedido com freqüência cada vez maior, ora de modo apreciável para os homens, que então acreditam no “milagre”, ora ocultamente, sem que os homens compreendam sua origem, por não terem deles consciência. Toda época apresenta mudanças acordes com o espírito dos que nela vivem. Atento o ponto a que chegou a Física, “milagres” materiais poderiam produzir-se, e os incrédulos continuariam a duvidar, atribuindo-os à prestidigitação e ao “compadrio”. Os homens cuja inteligência alcançou certo desenvolvimento, dentro da Lei da Evolução, precisam de “milagres morais”, isto é, curas da Alma e não do corpo. Ao que mais sofre cumpre se dêem os maiores cuidados. E, em vós, quem mais sofre não é a Alma? Quem mais necessita de cura do que a parte mais doente e, contudo, a mais preciosa do vosso ser? Hoje, graças à Terceira Revelação, que vos fez conhecer as relações do mundo visível com o mundo invisível e os segredos de além-túmulo, as curas que Jesus e depois os Apóstolos produziram, tanto na ordem física quanto na ordem moral ou espiritual, (fatos que passaram por “milagres” naqueles tempos de ignorância) hoje, para vós, os mesmos fatos são apenas a conseqüência da depuração do Espírito encarnado, do seu adiantamento espiritual e da proteção que lhe dispensam os Espíritos Puros, os Espíritos Superiores e a vontade do Mestre; a conseqüência do poder da vontade por efeito do poder magnético, poderes estes que lhe são transmitidos ocultamente, ou mediunicamente, para a realização da cura material das enfermidades humanas; a conseqüência, ainda, do PODER IMEDIATO, que também de modo oculto lhe é dado para, instantaneamente, expulsar os demônios e restituir a vida aos corpos “mortos”! QUANDO CHEGAR A HORA, TODOS VÓS PODEREIS, COMO O FIZERAM OS APÓSTOLOS, CURAR AS DOENÇAS, EXPULSAR OS MAUS ESPÍRITOS E DEVOLVER A VIDA AOS ORGANISMOS INANIMADOS! Na realidade, todos esses fatos foram qualificados de milagres quando não se compreendia a sua origem, não são mais que a conseqüência lógica da purificação dos Espíritos, UMA PROVA DE QUE AQUELES QUE OS REALIZAM SÃO MAIS ELEVADOS DO QUE OS OUTROS, OU MAIS PROTEGIDOS POR TEREM MAIOR MERECIMENTO. Nesta época, “milagres” de curas materiais e espirituais ou morais, amiúde se operam entre os homens e PASSAM DESPERCEBIDOS, pela única razão de que, se vós sempre vos interais deles, os que não os compreendem ENCARAM OS FATOS DESSA ORDEM COM INDIFERENÇA OU INCREDULIDADE, MESMO QUANDO LHES TRAZEM BENEFÍCIOS! No tempo da missão terrena de Jesus, tais fatos - publicados e multiplicados – feriram mais fortemente os sentidos grosseiros dos homens. Aos fariseus de hoje, que negam, repelem e rejeitam COMO “OBRA DEMONÍACAas Revelações que os Espíritos do Senhor, por sua ordem e em nome do Cristo, trazem à Humanidade (COMO OS FARISEUS DE OUTRORA NEGARAM, REPELIRAM E REJEITARAM A REVELAÇÃO QUE JESUS LHES TRAZIA PESSOALMENTE, ACUSANDO-O DE EXPULSAR OS DEMÔNIOS PELO PRÍNCIPE DOS DEMÔNIOS  E AINDA LHE EXIGINDO MILAGRES), respondei simplesmente mostrando os ateus que batem nos peitos, ajoelhados diante do seu Deus ofendido, implorando em altos brados a herança cuja existência, até então, haviam negado! Deixai-os falar e condenar. Novos milagres vêm a seu tempo, MILAGRES MORAIS que refundirão a Humanidade inteira e, do cadinho onde agora o deitamos, farão sair purificado o ouro eterno, sob as bênçãos de Deus!
GN, 05/06/1970


SÁBADO, 18/08/2012

CURA DAS OBSESSÕES

P – É impressionante a realidade espiritual da vida, tal como está sendo apresentada pelo Espírito da Verdade! O que os ignorantes da Lei de Deus consideram “irreal” é, precisamente, o lado real e permanente da nossa existência! Que nos diz o Espírito da Verdade sobre a cura das obsessões?

R – Recorrei à prece e ao exemplo moral, vós que ainda não possuis a pureza perfeita de que promana o PODER IMEDIATO, que só os Espíritos Puros têm, de afastar ou expulsar os impuros, no mesmo instante em que manifesta a vontade de faze-lo. Evangelizando e apocaliptizando as criaturas, trabalhai por esclarece-las e melhora-las, dispondo-as a atrair os Bons Espíritos, seus fluídos e seu socorro para o afastamento dos obsessores. Quando necessário, lançai mão, também, da evocação praticada com muito critério, recolhimento e fervor, cheios de caridade para com esses irmãos transviados, afim de os trazerdes ao bom caminho pela prece, a que sai do coração e não somente dos lábios; pelas exortações, feitas e repetidas com benevolência; e, ao mesmo tempo, com a doçura, a bondade e a firmeza que, apoiadas na oração, acabam sempre por convencer os mais rebeldes e endurecidos. Procurai, sempre, o apoio dos Espíritos Superiores e dos Bons Espíritos que vos cercam, nesse trabalho de redenção. Tende confiança, porque eles atendem sempre ao chamado de um coração puro e de uma consciência reta, quando lhes solicitam o concurso para a realização de uma obra de amor e caridade. HÁ, AINDA, E HAVERÁ ATÉ AO FIM DO CICLO, MUITOS DEMÔNIOS ENTRE VÓS; O ESPIRITISMO, QUE É A CIÊNCIA DO CRISTIANISMO RESTAURADO, VEIO DISSIPAR TODAS AS OBSCURIDADES, ILUMINAR TODAS AS TREVAS, ENSINAR-VOS A DISCERNIR ENTRE “LOUCOS” E “OBSIDIADOS”. Sim, repetimos, ele vos possibilita distinguir os que só na aparência sofrem de loucura, os obsidiados, os subjugados, e os possessos (aos quais unicamente o tratamento moral ou espiritual se deve aplicar) dos que realmente são loucos, passíveis, portanto, de cura material pelos processos humanos. Em caso de dúvida (se vos movem exclusivamente os sentimentos de humanidade, o desinteresse, o amor e a caridade), tendes ao vosso alcance, na mediunidade psicográfica e, ainda mais, na mediunidade sonambúlica ou vidente, QUE REVELA A PRESENÇA E A AÇÃO DO OBSESSOR, o meio de vos esclarecerdes, para estabelecer a distinção. Aquele homem que estava na sinagoga “possuído de um espírito impuro”, estava subjugado, corporal e espiritualmente, pelo maligno. Observai bem o que agora voz dizemos: constrangido por aquela subjugação, SUBMETIDO INTEIRAMENTE A VONTADE DO OBSESSOR, que o dominava pela ação fluídica, foi que, AGINDO O MESMO OBSESSOR SOBRE OS SEUS ÓRGÃOS VOCAIS, ele, transformado assim em médium falante, pronunciou estas palavras: “Deixai-nos, Jesus de Nazaré! Que tens tu conosco? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus!” Foi, ainda, por efeito da ação fluídica do perispírito do obsessor sobre o perispírito do obsidiado e da ação da vontade do primeiro sobre a vontade do segundo, que o homem se agitou em violentas convulsões e se atirou ao chão, soltando um grito estridente, quando Jesus intimou o demônio a cessar toda a subjugação, exprimindo-se nestes termos: “Cala-te e sai desse homem!” (termos apropriados as inteligências, aos preconceitos e às crenças da época). Formulando a interrogação “VIESTE PARA NOS PERDER?”, o obsessor aludia ao conhecimento que Jesus, se o quisesse, podia dar aos homens, das causas e dos efeitos da subjugação, pondo-os em condições de se libertarem dela. Mas não era chegado o momento de se desvendarem os segredos de além-túmulo aos homens que, como na época de Moisés, eram (e ainda por muito tempo seriam) incapazes de receber o conhecimento, que a Terceira Revelação lhes viria dar, das relações do mundo visível com o mundo invisível. Por isso é que Jesus retrucou ao obsessor, dizendo: “Cala-te e sai desse homem!” Dizem os Evangelhos: “Quando viam Jesus, os demônios se prosternavam, exclamando: - És o Filho de Deus!” Os que assim procediam eram pessoas que, na multidão que se comprimia à passagem do Cristo, estavam subjugadas, moral e corporalmente, pelos maus espíritos. Essas pessoas, dominadas pelos obsessores que, a seu turno, eram subjugados por Jesus, é que se prosternavam e, tornando-se médiuns falantes, proferiam aquelas palavras de verdade, destinadas a atravessar os séculos e a levar luz às inteligências. Compelidos pelos Espíritos Superiores, que cercavam o Mestre, os demônios obrigavam os subjugados a se prosternarem diante de Jesus e dizerem “ÉS O SANTO DE DEUS! ÉS O FILHO DE DEUS!”, porquanto assim eles provavam aos homens a identidade do Cristo. Aos olhos desses espíritos maus, Jesus não era um homem e sim um Espírito, ESPÍRITO MAIS PURO QUE TODOS OS OUTROS. Por isso mesmo é que o Mestre lhes proibia “que o descobrissem”: ainda não soara, para os homens, a hora de saberem que ele não pertencia à humanidade terrena. Estas expressõesO SENHOR, O SANTO DE DEUS, O FILHO DE DEUS – são designações respeitosas, indicativas da superioridade de Jesus com relação a todos os Espíritos, quaisquer que sejam, com relação mesmo aos mais elevados, que trabalham sob a sua direção pelo progresso da Terra e da sua Humanidade. A essas expressões a nova Revelação, veio dar a significação exata e precisa, desvendando a origem espiritual de Jesus. Cumpria-lhe abalar fortemente as massas, impressionando os sentidos grosseiros dos homens POR MEIO DE FATOS MATERIAIS QUE REVELASSEM O SEU PODER SOBRE A NATUREZA, SOBRE O “INFERNO” E SOBRE OS DEMÔNIOS. Daí virem estes prostrar-se a seus pés, proclamando-o “Filho de Deus”. Ignorantes, incapazes de compreender a causa e os efeitos desses fatos, OS HOMENS OS TOMAVAM POR “MILAGRES”. Mas assim era preciso naqueles tempos de ignorância, para que a Missão Messiânica fosse aceita, para lhe assegurar o bom êxito e fazê-la frutificar no futuro. Eis por que perguntamos: - Não nos vemos nós, ainda hoje, obrigados a medir o nosso ensino pelo grau de inteligência e desenvolvimento, moral e intelectual, daqueles a quem falamos?
GN, 04/06/1970

SEXTA-FEIRA, 17/08/2012

SATANÁS E SUAS PRESAS

P – As explicações do Espírito da Verdade sobre o espírito do mal – satanás, demônio ou diabo – são de uma oportunidade singular: o mundo inteiro parece estar dominado por ele. Poderia falar-nos sobre as vítimas do “adversário”?

R – Satanás, demônio, diabo, e tantas outras designações do inimigo, significam OS ESPÍRITOS MAUS, IMPUROS OU IMUNDOS, que atacam os homens e as mulheres que lhes dão brecha. Por possessos, ou possessos do demônio, devem-se entender os encarnados subjugados, quer corporalmente, quer corporal e espiritualmente, por espíritos maus. A possessão de que falam os Evangelistas, nos casos que relatam, não era mais do que subjugação (e os lunáticos eram encarnados sujeitos a obsessões ou subjugações momentâneas, que se repetiam com certa regularidade). Jesus se servia, sempre, das expressões em uso, de acordo com os preconceitos e as tradições, a fim de ser compreendido e, mais ainda, escutado. A subjugação consiste na ação dominadora que o espírito mau exerce, sujeitando-o momentaneamente à sua  vontade, sobre outro espírito que, mais fraco, SE DEIXA DOMINAR. Para produzir os efeitos corporais ou físicos, atua fluidicamente sobre o encarnado, combinando com os deste os fluídos do seu perispírito, utilizando-se de todos os elementos de mediunidade, tanto sensitiva ou impressionável, quanto de efeitos físicos, que lhe ofereça a organização da sua vítima. Faz-lhe sentir a sua presença e a atormenta, provocando-lhe convulsões. Em suma: por meio da ação fluídica exercida segundo a sua vontade dominante, dispõe do seu corpo a seu belprazer. Para produzir efeitos corporais e espirituais, ou morais, o obsessor procede, também, como acabamos de explicar. Serve-se dos elementos de mediunidade, audiente, falante, vidente, psicográfica e outras, que possa encontrar na sua vítima, atuando sobre os seus órgãos materiais aptos à manifestação que deseje obter. Faz que lhe ouça a voz, que fale, que escreva, que tenha visões, etc. Resumindo: atormenta corporal e espiritualmente o subjugado, por todos os meios que a organização deste lhe ponha à disposição. E AINDA O INDUZ A TOMAR RESOLUÇÕES ABSURDAS OU COMPROMETEDORAS, MESMO AOS ATOS MAIS RIDÍCULOS; OU, ENTÃO, PELA AÇÃO FLUÍDICA QUE EXERÇA SOBRE O CÉREBRO DA VÍTIMA CHEGA ATÉ A PRODUZIR NELA – MOMENTÂNEAMENTE – A ABERRAÇÃO DAS FACULDADES, O QUE (PARA OS IGNORANTES) É UMA LOUCURA COMUM COM INTERVALOS DE LUCIDEZ. Desse modo se produziram todos os efeitos, tanto corporais ou físicos, quanto morais ou espirituais, nos casos que os Evangelhos relatam de subjugação de encarnados, que eles designam por possessos ou possessos do demônio. Além da obsessão e da subjugação, quer corporal apenas, quer corporal e espiritual ou moral, há os casos a que podeis chamar possessão, em que o espírito do obsessor se substitui ao do encarnado no seu corpo, a fim de servir-se deste COMO SE LHE PERTENCESSE.  Tais casos, felizmente, são raros. Opera-se a substituição da forma seguinte: pela ação da vontade dominadora do mau espírito, o Espírito encarnado (ou reencarnado) é, por assim dizer  EXPULSO  DO SEU CORPO, ao qual se conserva ligado apenas por um cordão fluídico, com o auxílio do perispírito. Combinando os fluídos do seu perispírito com os fluídos do perispírito do encarnado, o espírito mau se introduz no corpo pertencente a este e lhe imprime a ação que é o produto daquela combinação fluídica. O PERISPÍRITO DO ENCARNADO (OU REENCARNADO) FICA SENDO O INSTRUMENTO E O AUXILIAR INDISPENSÁVEL AO OUTRO, PARA QUE, POR ATO DA SUA VONTADE DOMINADORA, POSSA SERVIR-SE DO CORPO DE QUE APODEROU, COMO SE FOSSE COISA SUA! Enquanto dura a substituição momentânea, o espírito do encarnado, fora do corpo que lhe pertence e ligado a ele somente pelo cordão fluídico, vê tudo o que este faz, sem poder impedi-lo, por se achar dominado e submetido à vontade do outro. Tal substituição tanto se pode dar em estado de vigília como no estado de sonambulismo do encarnado. No primeiro caso, a ciência do vosso planeta diz que se trata de “um desarranjo do cérebro”. Felizmente, repetimos, tais substituições são raras. Há, ainda, um caso excepcional de substituição que, sempre com um fim útil e com a permissão dos Anjos da Guarda, se produz voluntariamente. E aquele em que, no estado de sonambulismo magnético, o espírito encarnado, cedendo à súplica de outro que se quer manifestar, consente em deixar o seu corpo: empresta àquele, por assim dizer, o instrumento necessário à manifestação. Ainda aqui, o processo de substituição é o mesmo. Ela se opera exatamente como quando é obra da violência de um espírito obsessor, com a única diferença de que aqui há consentimento, há acordo de vontades para que o fato se produza. As obsessões e subjugações são provocadas, sob a influência atrativa dos fluídos similares, pelas disposições do encarnado, pela natureza de suas más tendências, de seus pendores e sentimentos maus. São também, não raro, uma provação e, muitas vezes, uma expiação de fatos de existência anterior. Se constituem um mal para o encarnado, são um mal permitido, PORQUE LHE SERÁ PROVEITOSOtudo (inclusive a punição ou castigo) tem sempre por fim o vosso progresso ou aperfeiçoamento moral espiritual. Nada ocorre sem ser pela vontade de Deus e, SOBRE AQUILO QUE OCORRE SEGUNDO A VONTADE DIVINA, OS ESPÍRITOS SUPERIORES E OS BONS ESPÍRITOS EXERCEM VIGILÂNCIA, PARA QUE AQUELE RESULTADO NÃO DEIXE DE SE PRODUZIR. Os obsidiados e subjugados, entre vós, aparecem todos os dias, e os ignorantes da Verdade os consideram atacados de enfermidades físicas, de loucura ordinária, E TENTAM INUTILMENTE CURÁ-LOS PELOS MEIOS HUMANOS, EM VEZ DE RECORREREM A DEUS (PELA PRECE) E AO EXEMPLO MORAL!
GN, 03/06/1970


QUINTA-FEIRA, 16/08/2012

OS MILAGRES DE JESUS

P – Todos compreendem, agora, que é no campo da religião que podem achar as soluções para os problemas que afligem os povos. O trabalho do Centro Espiritual Universalista coloca o Brasil na vanguarda do mundo. Como o Espírito da Verdade explica os “milagres” das curas de Jesus?

R – Vamos reunir as passagens necessárias dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IV: 23-25; Marcos, I: 21-28, e III: 7-12; Lucas, IV: 31-37.

MATEUS: 23 – E Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino de Deus, curando todos os males e enfermidades do povo. 24 – Sua fama se espalhou por toda a Síria; à sua presença foram trazidos os que se achavam doentes e atormentados por dores e males diversos: possessos, lunáticos, paralíticos; e ele os curou. 25 – Acompanhava-o grande multidão de gente da Galiléia, de Decápole, de Jerusalém, da Judéia e do além Jordão.

MARCOS: I: 21 – Vieram, em seguida, a Cafarnaum onde, entrando na sinagoga aos sábados, Jesus os instruía. 22 – Todos se admiravam da sua doutrina, pois ele ensinava com autoridade, não como os escribas ou doutores da Lei. 23 – Ora, sucedeu achar-se na sinagoga um homem possuído de um espírito impuro, que exclamou: 24 – “Que queres conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus!” 25 – Jesus, em tom de ameaça, disse-lhe: “cala-te, e sai desse homem!” 26 – Logo o espírito impuro, agitando-o em convulsões violentas e soltando um grito estridente, saiu do homem. 27 – Tão grande assombro se apoderou de todos, que uns aos outros perguntavam: “Que é isso? Que nova doutrina é esta? Ele manda com império, mesmo aos espíritos imundos, e estes lhe obedecem!” 28 – Sua fama se espalhou assim, rapidamente, por toda a Galiléia. III: 7 – Jesus se retirou com seus discípulos para os lados do mar acompanhado por grande multidão de gente da Galiléia e da Judéia, 8 – de Jerusalém, da Induméia e de além Jordão, tendo vindo juntar-se a eles, proveniente de Tiro e Sidon, outra grande multidão, que ouvia falar das coisas que ele fazia. 9 – Disse Jesus, então, aos discípulos que lhe arranjassem uma barca, onde pudessem ficar, para não ser oprimido pela turba. 10 – É que, como curara a muitos, todos os que sofriam de um mal qualquer se precipitavam sobre ele, para tocá-lo. 11 – E os espíritos impuros, quando o viam, se prosternavam, dizendo: 12 – “És o Filho de Deus!” Ele, porém, com grandes ameaças, lhes proibia que o descobrissem.

LUCAS: 31 – Ele desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e aí os instruía no sábado. 32 – E todos se espantavam da sua doutrina, porque falava com autoridade. 33 – Ora, estava na sinagoga um homem dominado por um espírito impuro, que exclamou em alta voz: 34 – “Deixa-nos, Jesus de Nazaré! Que tens tu conosco? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus!” 35 – Mas Jesus, ameaçando-os, disse-lhes: “Cala-te e sai desse homem!” E o demônio atirando o homem ao chão, no meio da sinagoga saiu dele, sem lhe ter feito mal algum. 36 – O terror de todos se apossou, e uns aos outros diziam: “Que é isso? Ele ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros, e estes saem logo?” 37 – E a fama de Jesus se espalhou por todos os cantos do país.

Que ensinos, além dos que decorrem naturalmente dos Evangelhos, vos podemos dar, sobre a aparente vida humana de Jesus e dos atos da sua missão terrena? Não o vedes, sem cessar, praticando a caridade por todas as formas, atraindo a si, NÃO OS GRANDES E PODEROSOS, MAS OS DESGRAÇADOS E OS HUMILDES, pregando o arrependimento e multiplicando as curas dos enfermos do corpo e da alma? Homens, meditai com o coração nesses ensinamentos, e não teremos necessidade de os comentar. Acompanhai o Cristo com amor, e em vós se desenvolverá a inteligência do amor. Para operar as curas materiais, ele usava do poder magnético, que a sua pureza perfeita lhe conferia e do qual ainda não podeis fazer uma idéia precisa. Todavia pelo o que já tem obtido (e obtém) sobre os doentes, em certos casos, o magnetizador, com o auxílio do magnetismo humano, pelo que consegue o médium curador, consciente ou inconscientemente, mediante ação magnética, sob a assistência, a intervenção, o concurso dos Espíritos Superiores, podeis entrever qual era o PODER MAGNÉTICO DE JESUS, quando a sua vontade atuava sobre os fluidos regeneradores que ele dominava tão bem, por lhes conhecer a natureza, as combinações, os efeitos e as propriedades atuantes. Não tendes por que vos admirardes das curas materiais que o Cristo realizou, durante a sua missão terrena, uma vez que nenhum pormenor escapava à sua visão espiritual: a vossa organização, a formação a priori dos vossos corpos, as condições de vida, as funções vitais dos mesmos corpos, as vossas doenças e enfermidades, suas sedes e causas, a visão espiritual do Mestre não tinha a obscurece-la a carne, que vos constringe os Espíritos. Debaixo do invólucro perispirítico, de que se revestia para tornar-se visível e tangível aos homens, Jesus SEMPRE ESPÍRITO, apenas figuradamente encarnado, conservava toda a independência, toda a liberdade e, em toda a sua extensão incomensurável, O PODER DE AGIR NO ESPAÇO. Todos os que estavam com algum mal, diz o Evangelista, se precipitavam PARA TOCÁ-LO, porque “dele saia uma virtude que a todos curava” (Lucas, VI: 18). O Salvador espalhava em torno de si o princípio magnético-vivificante que possuía, aumentado pela força e pelo poder da sua vontade. COMO ESPÍRITO, SE BEM QUE FIGURADAMENTE ENCARNADO, ELE TINHA A PRESCIÊNCIA E, ANTECIPADAMENTE, VIA OS QUE IRIAM PROCURÁ-LO, NECESSITADOS DO SEU PODER CURADOR. Sua vontade, então, agia para mais fortemente impressionar a homens que ficariam impassíveis, e mesmo incrédulos, diante de curas apenas morais ou espirituais, e que bradavam hosanas AO MENOR ALÍVIO DE UMA DOR FÍSICA. Para operar as curas morais e espirituais, bastava-lhe mostrar-se aos espíritos maus. E lhes mostrava, não o invólucro que o cobria, MAS O SEU PRÓPRIO ESPÍRITO. Só a sua vontade potente bastava para afastar os obsessores. Então, como hoje, estavam e estão submetidos à sua influência moral todos os mais elevados Espíritos que, sob o seu comando, trabalhavam e trabalham pelo progresso da Terra e da sua Humanidade. Ele tinha, então, como tem agora, SOBRE TODOS OS ESPÍRITOS SUPERIORES, COMO SOBRE TODOS OS MAUS, IMPUROS E IMUNDOS, UM PODER IMEDIATO, que os forçava a pronta obediência à sua vontade, no mesmo instante em que esta se manifestava. E esse PODER IMEDIATO – graças sejam dadas ao Pai Eterno! – existe e existirá sempre, para vossa felicidade!
GN, 02/06/1970


QUARTA-FEIRA, 15/08/2012

OS FLUÍDOS E O MAGNETISMO

P – Já é tempo de extinguir a crença no “milagre” como derrogação das Leis Divinas. O Espírito da Verdade presta inestimável serviço à Humanidade, ainda tão afastada do CRISTIANISMO DO CRISTO! Pode o CEU da LBV analisar a “pesca milagrosa” à luz do magnetismo e da Lei dos Fluídos?
R – Sim, porque isto é imprescindível ao conhecimento da Verdade. O magnetismo é o agente universal que tudo aciona. Temos de insistir: TUDO ESTÁ SUBMETIDO A INFLUÊNCIA MAGNÉTICA. A atração existe em todos os reinos da Natureza. Tudo no Universo é atração magnética. Essa é a grande Lei que rege todas as coisas. Tudo na Natureza é magnetismo, tudo é atração resultante desse agente universal. Os fluídos magnéticos entrelaçam os mundos que povoam o Universo, ligando os Espíritos, encarnados ou não. É o laço universal com que Deus nos une a todos, para formarmos UM ÚNICO SER E SUBIRMOS ATÉ ELE, MAIS FACILMENTE, PELA CONJUGAÇÃO DAS NOSSAS FORÇAS. Na ordem material, os fluídos se reúnem sob a ação da vontade do Espírito e, na ordem espiritual, constituem – por efeito dessa mesma vontade – o veículo do pensamento através do Infinito. QUANDO O HOMEM SE TORNAR CAPAZ DE COMPREENDER TODA A EXTENSÃO DA TRAÇÃO MAGNÉTICA, O MUNDO LHE ESTARÁ SUBMETIDO, PORQUE ENTÃO ELE TERÁ O PODER DE DIRIGIR A AÇÃO DA GRANDE LEI. Mas, para chegar lá, lhe será necessário longo e aprofundado estudo das causas e, sobretudo, muito respeito e amor àquele que lhe confiou tão poderoso meio de agir. Será preciso unir o trabalho da inteligência à prática perseverante. O estudo e a prática, feitos com humildade de coração, desinteressadamente, levarão o homem a compreender a força e utilidade desta alavanca formidável – a atração magnética. O homem, por meio do magnetismo humano, que é a concentração dos fluídos existentes nele e na atmosfera que o envolve dentro de determinado limite, operada por efeito da sua vontade, atua sobre outro homem ou sobre as coisas, até a uma certa distância. Por meio do magnetismo espiritual, resultado da concentração da vontade do Espírito, este reúne em torno de si os fluídos de qualquer espécie, existentes no homem ou no espaço, e os dispõe de modo a atuarem, conforme à sua vontade, sobre o homem ou sobre as coisas, produzindo os efeitos que deseje.  O poder da vontade do homem e os efeitos magnéticos que lhe seja dado obter estão em relação com o grau de pureza, de elevação moral e intelectual que ele tenha atingido, na medida do conhecimento que adquiriu das causas, o que lhe permite remontar à origem das coisas, compreender a força e a utilidade da atração magnética. Ora a pesca chamada “milagrosa” resultou de uma ação toda natural; foi obra exclusiva da vontade de Jesus, que possuía o perfeito conhecimento daquele agente universal, daquela grande Lei a que tudo está sujeito, da natureza dos fluídos, das causas, de tudo o que lhe facultava poder remontar à origem das coisas, compreender e empregar a mesma alavanca poderosa. A CARNE NÃO LHE OBSCURECIA A VISTA, como acontece convosco. Seu olhar penetrava o seio das águas. Espírito sempre Espírito, num corpo que lhe deixava intacta e completa a visão espiritual, ele percebeu, na massa líquida, os fluídos que envolviam certas espécies de peixes: sua potente vontade, produzindo uma ação magnética, atraía ao lugar em que se achava a barca os mesmos fluídos; E OS PEIXES DAQUELAS ESPÉCIES, ARRASTADOS PELA CORRENTE DAQUELES FLUÍDOS, FORAM LANÇAR-SE NAS REDES DOS PESCADORES. Infelizmente, os homens ainda não podem compreender as causas, os meios e as leis a que recorreu Jesus para, pelo poder de sua vontade, produzir o efeito visível de atrair os fluídos e com eles determinar a corrente impetuosa que arrastou os peixes às redes. Atualmente lhes é impossível entender tais causas, tais meios e tais leis. Não esqueçais que Jesus era ESPÍRITO PURO ENTRE OS MAIS PUROS do Universo. O Grande Pescador (Pedro) exprimiu a angústia dos homens, ao exclamar: “Senhor, afasta-te de mim, PORQUE SOU UM PECADOR!” Mas exatamente como Simão, todos os homens poderão seguir o Mestre depois de alcançarem uma relativa pureza. O Cristianismo (do Cristo, não das Igrejas) representa hoje a rede lançada por Simão Pedro, nesta moderna pesca espiritual: atraídos pelos fluídos que os Espíritos do Senhor espalham sobre toda a Humanidade, os homens virão – de comum acordo – para esta rede imensa que é UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR! Tal a sagrada missão do Novo Mandamento do Cristo de Deus.
P – Espíritos elevados poderiam como Jesus, por meio do magnetismo espiritual, obter uma pesca semelhante à chamada “milagrosa”?

R – Sim, com a permissão de Deus, mediante (se preciso fosse) a assistência e o concurso de Espíritos SUFICIENTEMENTE ELEVADOS. Nós nada fazemos sem motivo e sem um fim realmente útil. O que foi feito se pode fazer ainda, e se faz muitas vezes, sem que o saibam os homens. Nossa influência intervém OCULTAMENTE, em muitos fatos que eles atribuem a uma “circunstância feliz”.

P – Por meio do magnetismo humano, poderia hoje o homem, com os conhecimentos teóricos e práticos que já possui, E AJUDADO POR ESPÍRITOS SUFICIENTEMENTE ELEVADOS, obter uma pesca semelhante àquela que é chamada “milagrosa”?

R – Não. Tal como ainda hoje é, o homem não poderia fazer. Cumpre-lhe atingir um grau de pureza que está longe de possuir. DEUS NÃO CONCEDE SEUS PODERES SENÃO AQUELES QUE REALMENTE SÃO DIGNOS DA PROTEÇÃO DIVINA.
GN, 31/05/1970


TERÇA-FEIRA, 14/08/2012 

A PESCA CHAMADA MILAGROSA

P – Hoje, só entendemos o Evangelho e o Apocalipse de Jesus explicados em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento do Cristo de Deus. Como o Espírito da Verdade nos transmite a realidade da pesca chamada milagrosa?

R – Vamos reunir estas passagens do Evangelho de Jesus: Mateus, IV: 18-22; Marcos, I: 16-20; Lucas, V: 1-11.

MATEUS: 18 – Andando Jesus pela praia do mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão e André, que lançavam suas redes ao mar, pois eram pescadores, 19 – e lhes disse: “Segui-me, e farei que vos torneis pescadores de homens”. 20 – Logo os dois abandonaram as redes, e o seguiram. 21 – Continuando a andar, viu dois outros irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu, que numa barca, com o pai, consertavam as redes, e os chamou. 22 – No mesmo instante, deixando o pai e as redes, ambos o seguiram..
MARCOS: 16 – Passando pela praia do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores, 17 – e lhes disse: “Segui-me, e farei de vós pescadores de homens”. 18 – Logo os dois abandonaram as redes, e o seguiram. 19 – Tendo caminhado um pouco mais, viu Tiago e João, filhos de Zebedeu, que também, numa barca, consertavam suas redes. 20 – Jesus os chamou e ambos, deixando na barca Zebedeu com os operários, o seguiram imediatamente.

LUCAS: 1 – Um dia, em que se achava à margem do lago de Genezaré, Jesus, assediado pela multidão, que se comprimia para ouvir a Palavra de Deus, 2 – viu duas barcas à borda do lago; os pescadores tinham saltado para lavar as suas redes. 3 – Jesus entrou numa delas, pertencente a Simão, e lhe pediu que a afastasse um pouco da praia e, sentando-se, começou a pregar ao povo, de dentro da barca. 4 – Quando acabou de falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo e atira a tua rede para pescar”. 5 – Simão lhe objetou: “Mestre, trabalhamos a noite toda e nada pescamos; mas, obedecendo à tua ordem, lançarei a rede. 6 – E, tendo-o feito, pescaram tão grande quantidade de peixes que a rede se rompia. 7 – Acenaram aos companheiros, que estavam noutra barca, para que viessem ajuda-los; os outros vieram, e as duas barcas ficaram cheias, de tal modo que quase se afundavam. 8 – Vendo isso, Simão Pedro se prostou aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9 – Tanto ele, como os que o acompanhavam, ficaram assombrados da pesca que haviam feito. 10 – Tiago e João, filhos de Zebedeu e companheiros de Simão, partilhavam do mesmo assombro. Mas disse Jesus a Simão: “Nada temas; daqui por diante, serás pescador de homens”. 11 – Tendo de novo conduzido as barcas à praia, eles abandonaram tudo e seguiram Jesus.
O ensinamento, aqui, decorre da submissão dos primeiros Apóstolos, pois haviam assumido tal compromisso antes da reencarnação. Inspirados pelos seus Anjos da Guarda, eles atenderam à voz que os concitava à obediência. “Escolhidos” por Jesus, que lia em suas almas e lhes conhecia os Espíritos, eles seguiram o Mestre imediatamente, cedendo à atração que liga os Espíritos simpáticos. Com relação à pesca, não houve milagre algum, no sentido que o homem dá a esta palavra, porque tal pesca não constituiu UM FATO QUE SE HAJA PRODUZIDO COM DERROGAÇÃO DAS LEIS DA NATUREZA. Já o dissemos mas insistimos sempre: a vontade de Deus jamais derroga as Leis Naturais e Imutáveis, por Ele mesmo estabelecidas desde toda a Eternidade. NADA HÁ SOBRENATURAL. Na ordem física, tudo se passa, sempre, conforme à vontade do Senhor, sob a ação espiritual, segundo essas Leis Naturais e Imutáveis, e pela execução delas em todo o Universo. A pesca havia de surpreender (e surpreendeu) extremamente aqueles homens, simples e ignorantes COMO ENCARNADOS, e até os encheu de temor. De coração humilde, eles – ignorando as causas do fenômeno – o atribuíram a Deus, considerando-o um milagre, manifestação do Divino Poder, sem cuidarem de lhe perscrutar o segredo. Que há de estranhável na estupefação dos discípulos quando, ainda em vossos dias, A INCREDULIDADE, FILHA DO ORGULHO E DA IGNORÂNCIA, REJEITA ESSE MESMO FATO POR NÃO O PODER EXPLICAR, negando sem estudo e sem exame suficientes, teóricos e experimentais, os poderes dos Espíritos e os efeitos magnéticos, que são as duas fontes de luz e verdade para o progresso físico, moral e intelectual de toda a Humanidade?

GN, 30/05/1970
 SEGUNDA-FEIRA, 13/08/2012
AS NAÇÕES NADA VALEM PARA DEUS

P – As lições do Centro Espiritual Universalista da LBV serão, brevemente, coisa fácil de entender, inclusive o Apocalipse de Jesus! Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem do Evangelho segundo Lucas, capítulo IV, versículos 22 a 30?

R – A passagem é esta:

22 – Todos lhe davam testemunho e, tomados de admiração ante as palavras cheias de graça que lhe saíam da boca, diziam: “Não é este o filho de José?” 23 – Jesus, então, lhes disse: “Sem dúvida, me aplicareis o provérbio: “Cura-te a ti mesmo, ó médico! Fase no teu país as grandes coisas que, segundo ouvires, fizeste em Cafarnaum!” 24 – Mas, em verdade vos digo que nenhum profeta é bem aceito em sua terra. 25 – Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel, ao tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e uma grande fome assolou toda a terra; 26 – entretanto, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma que era viúva em Sarepta de Sidon. 27 – Havia, também, muitos leprosos em Israel, ao tempo do profeta Eliseu e, no entanto, nenhum deles foi curado, só o sendo Naaman, que era da Síria. “28 – Todos os que se achavam  na sinagoga, ouvindo-o falar desse modo, se encheram de ira 29 – e, levantando-se, o expulsaram da cidade e o levaram ao cimo do monte (sobre o qual estava edificada a cidade) para o lançarem de lá de baixo. 30 – Jesus, porém, passando entre eles, saiu dali.

Não nos deve causar espanto a interrogação: “Não é este o filho de José?” Sabeis que, para o povo da Galiléia, para os hebreus como para os outros homens, Jesus – durante a sua missão terrena – era fruto da concepção humana, tendo Maria por mãe e José por pai. Só depois de finda aquela missão e divulgada a revelação (que se conservara até então secreta) feita pelo Anjo a Maria e José, foi que Jesus passou a ser considerado filho da Virgem e de Deus, mediante concepção e nascimento miraculosos, divinos, por obra do Espírito Santo. Só então a crença na sua divindade germinou na mente dos discípulos que interpretavam ao pé da letra as palavras “meu Pai” ditas por Ele, referindo-se a Deus. Em suma, achavam que somente a origem divina do Mestre explicava os fatos chamados “milagres”. Aos que, na sua orgulhosa incredulidade, se negavam a aceitá-lo como o Ungido do Senhor, conforme declarou ao terminar a leitura do trecho de Isaias, cujas palavras confirmara dizendo EM VERDADE VOS DIGO QUE NENHUM PROFETA É BEM ACEITO EM SUA TERRA, Jesus deu um ensinamento destinado (da mesma forma que todos quantos saíram de seus lábios) a produzir frutos naquele momento e no futuro. Suas palavras, nos versículos 26 e 27, visavam a fazer sentir aos judeus que AS NAÇÕES NADA VALEM PARA O SENHOR e que a seus olhos só tem valor a Virtude; objetivavam tornar-lhes patente o tamanho do orgulho que os impelia a se considerarem OS ÚNICOS A QUEM DEUS DISPENSAVA SUAS GRAÇAS, o povo preferido, merecedor de todos os privilégios. Que nenhum dos povos e nações da atualidade se deixe levar por esse orgulho, porque Deus olha para todos os seus filhos com igual amor. Os únicos privilegiados são os que têm maiores méritos, sejam quais forem seus cultos e nacionalidades. Chamamos vossa atenção para os últimos versículos (29-30). Admitis seja possível um homem qualquer desaparecer das mãos de inimigos encarniçados, decidido a sacrificá-lo? Podeis admitir que o caráter de Jesus se coadunasse com o emprego de algum miserável subterfúgio, para alcançar a piedade ou o perdão de algozes dispostos a precipita-lo do cimo da montanha a baixo? O CERTO, PORÉM, É QUE JESUS DESAPARECEU DO MEIO DELES. Que conclusões tirais desse desaparecimento, fato que muitas vezes se repete no curso da sua missão, da sua aparente vida humana, antes e depois da época chamada ressurreição? Jesus, no instante mesmo em que ia ser atirado da montanha a baixo, saiu dali, foi-se embora, passando por entre os que o haviam conduzido, por entre os que o rodeavam, por entre a multidão! Fazendo cessar a tangibilidade do seu corpo perispirítico, ele se libertou das mãos que o seguravam fortemente, e desapareceu das vistas de todos. Ao mesmo tempo em que fazia cessar aquela tangibilidade, os que o cercavam, impedindo-lhe a passagem foram – por efeito de ação magnético espiritual – TOMADOS DE VERTIGEM. Aqueles que o agarravam LARGARAM-NO SEM SABER POR QUE MOTIVO O FAZIAM e, notando o seu desaparecimento, acreditaram que se havia ocultado sob a proteção de cúmplices! Ora, sabeis que influência pode o mundo invisível exercer sobre a vossa organização. De que natureza é a influência que, instantaneamente, vos força a ter só um pensamento, a só pensar num determinado ato, sem que tenhais consciência do tempo decorrido enquanto estivestes assim absortos? O cérebro, em tal caso, fica num estado de atonia, por efeito do magnetismo espiritual e, também, da ação dos fluídos que o envolvem. Os Espíritos Superiores, que se agrupavam em torno de Jesus e daqueles que o rodeavam atuaram sobre eles, produzindo-lhes uma espécie de vertigem. Dizemos “vertigem” porque, naquele momento, influenciados pelos fluidos que os Espíritos espalhavam sobre eles, produzindo uma ação magnética, os que cercavam Jesus tiveram detido o curso de seus pensamentos, e assim o viram desaparecer sem que, no primeiro instante, se apercebessem de que o prisioneiro lhe escapava! Só se inteiraram dos fatos depois que deixaram completamente de vê-lo. Sendo grande a multidão, a ação espiritual se exerceu apenas sobre os que, por estarem mais próximos, podiam observar a “saída” de Jesus. Dais muita importância a estas explicações, e elas a têm, com efeito, porque EVIDENCIAM A NATUREZA DO CORPO DO CRISTO – humano na aparência mas, na realidade, perispiritual, estranho à vossa humanidade. Tudo tem sua razão de ser na aparente vida humana de Jesus, nos acontecimentos que se encadeiam durante o curso da sua missão terrena, quer como exemplo ou lição, quer para que os homens da época dessem crédito à sua humanidade corpórea ou dela se convencessem, quer ainda para, ao mesmo tempo, deixar em germe, no seio deles, COM VISTAS AO FUTURO, os elementos das provas da natureza puramente perispirítico tangível do seu corpo. Efetivamente, só à luz do CRISTIANISMO DO CRISTO (tão diferente do cristianismo fabricado pelos homens) a natureza perispiritual do seu corpo poderia explicar (como explica), tornar compreensíveis e admitidos fatos inexplicáveis por outra forma e que SERIAM ABSURDOS, IMPOSSÍVEIS, ABSOLUTAMENTE INADMISSÍVEIS, SE JESUS TIVESSE SOFRIDO A ENCARNAÇÃO HUMANA TAL QUAL A SOFREIS, SE HOUVESSE TIDO UM CORPO IGUAL AOS VOSSOS. Não confundais a influência que acabamos de descrever e que os Espíritos Superiores exerceram sobre os homens no alto da montanha de Nazaré, com a influência que, em certos casos, os Espíritos podem exercer sobre algumas pessoas, consistindo em lhes PRODUZIR UMA ESPÉCIE DE CEGUEIRA OU DE MIRAGEM, com o fim de lhes tirar a visão do que se passa e representar-lhes um outro fato. Isto entra em uma ordem mais ou menos complicada de fenômenos que oportunamente vos iremos explicar.
GN, 29/05/1970



DOMINGO, 12/08/2012

 O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO

 P – Estamos ansiosos pela explicação do Espírito da Verdade sobre o início da vida pública de Jesus. É chegada a hora?



R – Sim. Vamos, pois, reunir as passagens necessárias dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IV: 12-17; Marcos, I: 14-15; Lucas, IV: 14-21.



MATEUS: 12 – Tendo ouvido dizer que João fora encarcerado, Jesus se retirou para Galiléia; 13 – e, deixando a cidade de Nazaré, foi habitar a cidade de Cafarnaum, cidade marítima dos confins de Zabulon e Néftali, 14 – a fim de se cumprirem as palavras do profeta Isaías: 15 – “Terra de Zabulon e de Néftali, caminho do mar além do Jordão, a Galiléia das nações, 16 – o povo, que jazia nas trevas, viu uma grande luz; e a luz surgiu para os que jaziam na região das sombras da morte.” 17 – A partir daí, Jesus começou a pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino de Deus!”.



MARCOS: 14 – Logo que João foi encarcerado, Jesus veio para a Galiléia, pregando o Evangelho do Reino de Deus, 15 – e dizendo: “Pois que o tempo se cumpria e o Reino de Deus está próximo, fazei penitência e crede no Evangelho!”.



LUCAS: 14 – Então Jesus, pela virtude do Espírito, voltou para a Galiléia, e sua fama se espalhou por toda aquela região. 15 – Ensinava nas sinagogas e era por todos glorificado.



Aqui, nenhuma explicação temos a dar. A missão do Salvador começou como devia começar: ANUNCIANDO AOS HOMENS, PERDIDOS NAS TREVAS DA MORTE, A BOA NOVA DO REINO DE DEUS. Jesus levaria a Luz da Verdade até onde fosse mais necessária. E sua palavra tinha de ser ouvida por todos.



LUCAS, IV: 16-21.  16 – Vindo a Nazaré, onde fora criado, Jesus entrou na sinagoga, como era seu costume, num dia de sábado, e se levantou para ler. 17 – Apresentaram-lhe o livro do profeta Isaías e ele, desenrolando-o, chegou ao ponto em que se achavam escritas estas palavras: 18 – “O Espírito do Senhor está sobre mim; por isso me ungiu para evangelizar os pobres; me enviou para curar os de coração despedaçado; 19 – para anunciar aos cativos a sua libertação; para dar vista aos cegos; colocar em liberdade os oprimidos; apregoar o ano das graças do Senhor e o dia da retribuição”. 20 – Enrolando de novo o livro, ele o entregou ao ministro e sentou. 21 – Estavam fixos nele os olhos de todos. E Jesus lhes disse: cumpriu-se hoje esta palavra das Escrituras, que acabais de ouvir”.



Por esse modo, o Cristo afirmou, no lugar mesmo onde se extinguiu sua vida humana aparente, ser o Ungido do Senhor, mandado à Terra para desempenhar sua missão de amor e caridade, devotamento e redenção, destinada a preparar – por meio da pregação do Evangelho e, agora, também, do Apocalipse – a REGENERAÇÃO HUMANA, lançando-lhe as bases fundamentais.

GN, 28/05/1970



 SÁBADO, 10/08/2012

JESUS E OS HOMENS – VII

P – Graças às lições do Espírito da Verdade, vemos que estão fora da Lei Divina todas as religiões fundadas pelos homens, por mais respeitáveis que sejam. Como devem os fiéis dessas crenças entender a aparição de Jesus no seio da humanidade terrestre?



R – O Espírito imaterial, isto é, o ESPÍRITO PURIFICADO não pode retomar um invólucro material e consistente que não esteja em relação com a sua sutileza. Pode apropriar para seu uso um invólucro muito inferior à sua natureza espiritual, MAS NÃO PODE, TENDO CHEGADO AO MÁXIMO GRAU DE PURIFICAÇÃO, RETOMAR A MATÉRIA PRIMITIVA, PORQUE A LEI DIVINA NÃO O PERMITE. Por ser essencialmente etéreo, o laço fluídico, que haveria de prender o Espírito à matéria, não poderia aderir à matéria corporal humana. Entretanto, o mesmo Espírito pode colocar-se em relação com um corpo fluídico que, para vós, é imaterial mas que, de fato, é ainda grosseiro, relativamente ao estado de purificação e sutileza de certos Espíritos. O perispírito dos Espíritos Puros é, por sua sutileza, de natureza muito diversa, pelo o que toca à atração, da natureza do perispírito dos materialmente encarnados, O QUE LHE TORNA IMPOSSÍVEL ADERIR À MATÉRIA DO CORPO HUMANO. Tomando um corpo próprio de certos mundos elevados, Jesus tomava um invólucro relativamente material, para os olhos humanos, uma carne relativa. O “milagre”, na significação que ainda hoje se dá a esta palavra, consiste na prática de um ato ou na ocorrência de um fato em oposição às leis estabelecidas da Natureza. “Milagre” seria um homem gerar um leão, um elefante dar vida a uma baleia. “Milagre” haveria, com efeito, na realização das predições segundo as quais as estrelas cairiam do céu, porque tais fatos estariam fora da lei orgânica e regular das coisas. Mas os fatos, CUJO CONHECIMENTO ESCAPA A INTELIGÊNCIA HUMANA, nada têm de milagroso. Se, para os homens, apresentam esse caráter, e porque eles ignoram AS SUAS CAUSAS. Com o correr dos tempos e a purificação progressiva dos Espíritos, o estudo lhes demonstrará que O QUE AINDA HOJE É TIDO POR IMPOSSÍVEL, notadamente quanto à encarnação nos mundos superiores, quanto à encarnação de Jesus num mundo inferior, DEVE SER CLASSIFICADO ENTRE OS EFEITOS DE LEIS NATURAIS, exatamente como sucede com o movimento dos astros, as mudanças das estações, as marés e tudo o que diariamente se passa debaixo dos vossos olhos, inclusive a geração dos seres e das plantas, fato que vos parecem naturalíssimos, SE BEM QUE NÃO OS CONHEÇAIS INTIMAMENTE. Que os que rejeitam a revelação que vos fazemos, da natureza de Jesus e da sua origem, se reportem à vida inteira do Mestre, aos fatos do Evangelho que, explicados EM ESPÍRITO E VERDADE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, militam a favor desta revelação. Que se iniciem, sem demora, no estudo das Verdades Divinas. Depois, fácil lhes será compreender e admitir a Religião de Deus, de Jesus e do Espírito Santo, que paira muito acima das crenças baseadas em superstições e preceitos humanos. Chegará a vez de todos, porque já estamos na HORA DO APOCALIPSE. Por isso, a todos dizemos: – Qualquer que seja a vossa opinião sobre a natureza e origem do Cristo, quer considereis seu corpo material, quer fluídico, quer vejais nele um Homem Deus, quer um Messias do Altíssimo – admirai-lhe a figura incomparável, a irradiar sobre vós; examinai-lhe o amor e o devotamento à Humanidade; esforçai-vos por imitá-lo, e podeis ter a certeza de chegar, um dia, EM TEMPO BREVE, à luz da Verdade que liberta e salva!

 SEXTA-FEIRA, 09/08/2012

JESUS E OS HOMENS – VI


P – Disse o Espírito da Verdade: “Como admitir que Jesus, na qualidade de homem (o que significa dizer sujeito às necessidades da existência humana), tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar alimento algum?” Ora, os materialistas não poderão opor o exemplo de Moisés que, revestido de um corpo material humano, permaneceu no alto da montanha, quarenta dias e quarenta noites, sem comer e sem beber, e daí concluir que Jesus (também revestido de um corpo material humano, aos olhos deles) poderia ter feito o mesmo?

R – Mantemos nossas palavras, que acabeis de citar. Moisés (diz o “Êxodo”, capítulo XXXIV, versículo 28) passou quarenta dias e quarenta noites na montanha, e “não comeu pão nem bebeu água”, durante todo esse tempo. Efetivamente, Moisés não tomou alimento algum preparado, MAS SE ALIMENTOU DE VEGETAIS SILVESTRES E ALGUNS INSETOS de que os hebreus se nutriam, quando era preciso. Não esqueçais, tampouco, a sobriedade natural dos orientais, que de parcos alimentos necessitavam, como todos os habitantes dos climas quentes. Moisés não foi detido no desempenho da sua missão, antes de entrar na Terra Prometida? Qualquer dos missionários espirituais (Moisés, Elias, João e tantos outros) teve missão semelhante a do Cristo, o Ungido do Senhor? Com relação a Jesus, terão dito o mesmo que a respeito de Moisés? Não. O que está nos evangelhos (Mateus, capítulo IV, v. 2; Lucas, capítulo IV, v. 2) é que JESUS NADA COMEU; que jejuou durante quarenta dias e quarenta noites; que, portanto, passou todo esse tempo sem tomar alimento de espécie alguma, PREPARADO OU NÃO PREPARADO; que o passou em absoluta abstinência, tal como era o jejum entre os judeus. Confrontados os textos, não há paridade entre um e outro caso, pelo que repetimos o que antes dissemos: “Como admitir que JESUS, sendo homem, sujeito as enfermidades e necessidades da existência humana, tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar nenhum alimento, JEJUANDO SEM ALIMENTAÇÃO ALGUMA, NÃO SEMELHANTEMENTE A MOISÉS, QUE SE ALIMENTAVA DE INSETOS E VEGETAIS SILVESTRES?” É tempo de explicarmos por que foi indispensável essa “encarnação especial” de Jesus, tal como vos revelamos. Se admitis que Jesus era um Espírito mais puro, mais perfeito que qualquer outro adstrito ao vosso planeta; se admitis que, escolhido como O GUIA DA TERRA antes de ser ela tirada do caos, isto é, da massa dos fluidos que lhe continham os germes, PRECISO ERA QUE TIVESSE SUPREMACIA SOBRE TUDO E TODOS. Como podereis achar razoável que um Espírito dessa magnitude suportasse o contato de matéria tão grosseira, qual a do corpo humano, tal como o compreendeis? Eis aí onde estaria o “milagre”, pois HAVERIA UMA SUBVERSÃO DA ORDEM ESTABELECIDA, POR DEUS, DESDE TODA A ETERNIDADE! Quando tendes de guardar líquidos espirituosos ou éteres, sois obrigados a procurar recipientes adequados a conte-los, sob pena de os vasos se quebrarem ou se evaporarem os éteres, voltando a massa dos fluidos de onde os extraístes. Por que, então, não podeis admitir que UM ESPÍRITO ETÉREO, COMO O DO CRISTO, TENHA SIDO LEVADO A FABRICAR UM “VASO” APROPRIADO A ENCERRÁ-LO? Haveis de convir em que há grande presunção da parte dos homens, especialmente dos que teimam em considerar Jesus uma das três parcelas de Deus (embora tenham Deus por indivisível), quando pretendem que o Mestre revestiu um corpo igual aos vossos. De fato, isso equivale a dizer que DEUS, O ESPÍRITO DOS ESPÍRITOS, A ESSÊNCIA DE INAPRECIÁVEL SUTILEZA, se haja encerrado num vaso de argila, tão grosseiro como são os vossos corpos. Meditai e respondei, em plena consciência: podeis admitir semelhante despautério? Dissemos que aí, sim, é que haveria “milagre”. Realmente, só por “milagre” seria possível que UM ESPÍRITO TÃO SUTIL, TÃO ETÉREO, COMO O DO CRISTO, suportasse o contato de matéria tão grosseira como a do corpo humano, visto que TAL FATO ESTARIA FORA DAS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS, importando, pois, numa subversão da ordem estabelecida, por Deus, desde toda a Eternidade!
GN, 26/05/1970



QUINTA-FEIRA, 09/08/2012 

JESUS E OS HOMENS – V

P – O confronto de Jesus com os homens, tão bem equacionado pelo Espírito da Verdade, mostra a insignificância dos que dizem não crer em Deus e no SEU ÚNICO REPRESENTANTE na Terra, em todos os tempos da Humanidade. Agora, formulamos nova pergunta ao CEU da LBV: – Que é que ocorria, cientificamente, quando Jesus desaparecia da vista dos homens?



R – Não esqueçais: o perispírito que serviu do corpo visível e tangível ao Cristo, durante a sua permanência entre vós, não era mais que uma veste, que  ele usava para estar entre os homens, e que abandonava quando desaparecia de suas vistas, para voltar às regiões superiores. JESUS SE AFASTAVA TODAS AS VEZES QUE A SUA PRESENÇA ENTRE OS HOMENS DEIXAVA DE SER NECESSÁRIA. Quando desaparecia, as partes constitutivas do perispírito tangível apenas se eclipsavam, para surgirem de novo, quando o mestre o quisesse. Dissemos que apenas se eclipsavam porque elas se separavam, mas sem deixarem de permanecer tais quais eram, isto é, sem deixarem de existir, prontas a se reunirem novamente, pela ação da vontade de Jesus. Não havia solução de continuidade na vida orgânica daquele corpo, durante a ausência de quem o mantinha. Assim como a formação desse perispírito tangível, análogo aos corpos dos Espíritos Superiores, MAS QUASE MATERIAL, se deu pela aplicação das Leis Naturais e Imutáveis e pela apropriação dessas Leis ao vosso planeta, mediante a utilização dos fluidos ambientes que servem PARA A FORMAÇÃO DOS SERES TERRESTRES, também às Leis Naturais e Imutáveis obedeciam a sua vida orgânica, seus desaparecimentos e a maneira por que Jesus se libertava dele, deixando-o e retomando-o, até abandona-lo definitivamente quando se verificou a “ascensão”. Ainda não vos é possível ter a perfeita compreensão destas leis, nem nos é possível explica-las aos homens enquanto ignorarem a NATUREZA DOS FLUIDOS, suas combinações, suas propriedades, sob o império da grande Lei Universal de Atração Magnética, sob o influxo dessa atração e, ao mesmo tempo, sob a ação e o poder espirituais dos Espíritos Puros. Quando, pois, desaparecia das vistas humanas, Jesus abandonava o seu perispírito tangível, o seu corpo humano aparente, que sumia na massa dos fluidos, permanecendo, porém, no meio que lhes era próprio os princípios que o constituíam. Entendei: o liame que os prendia a Jesus, sob a ação da sua vontade, era efeito de atração magnética, efeito que ainda vos é impossível compreender perfeitamente. Os poderes dos Espíritos Puros e, mesmo, dos Espíritos Superiores, a potencialidade espiritual do Cristo de Deus – estão MUITO ACIMA DAS INTELIGÊNCIAS HUMANAS. Só à força de estudar e praticar o magnetismo humano é que chegareis a compreender o magnetismo espiritual e as propriedades da sua constante ação sobre toda a Natureza. Uma vez constituído por Jesus o seu corpo humano aparente, os elementos que o compunham se conservavam em estado de permanente e recíproca atração, do qual lhes resultava a reunião imediata quando, objetivando esse efeito, sob eles atuava a vontade do Mestre. A desagregação do seu perispírito temporário (temporário porque só lhe serviu durante sua missão terrena) não era obstáculo a que houvesse um traço de união entre suas partes integrantes. Gostaríamos de vos fazer compreender essa extraordinária ação, mas nos faltam os termos na vossa linguagem. Além disso, obsta a qualquer explicação direta a ignorância em que vos encontrais da NATUREZA E PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, de suas ações e funções na formação e na vida do corpo fluídico dos Espíritos Superiores, na formação especialíssima do corpo de Jesus, das Leis Naturais e Imutáveis que regem a formação e a vida desses corpos. Todavia, considerai uma nuvem tocada pelo vento: ela se dispersa, se eleva à regiões superiores e desaparece de vossas vistas. Como, porém, há uma tendência para a unificação, logo que sopre favorável aragem, de novo se reúnem as partes que o vento separou e a nuvem compacta reaparece. Tal era (mas apenas aproximadamente, pois são falhas todas as comparações) o efeito que o afastamento espiritual de Jesus produzia sobre o corpo perispirítico que o tornava visível aos homens. Quando o Mestre se avizinhava deles, todas as partes componentes daquele corpo se aproximavam e se reuniam novamente e, conservadas unidas pela sua presença, formavam o todo representativo de um corpo semelhante ao vosso, isto é, TENDO A APARÊNCIA DO VOSSO, MAS DE NATUREZA DIVERSA. Pela análise e pela síntese, a química vos oferece numerosos exemplos de decomposição e composição de corpos que, enquanto reunidos os componentes, formavam um todo único, de aspecto diverso dos que cada um deles apresenta, quando dissociados. Considerai o que já consegue a vontade do homem no campo do magnetismo, de conformidade com a ciência humana, pouco desenvolvida, e com as experiências que realiza, tão limitadas; considerai os efeitos magnéticos que ele obtém pela ação permanente da sua vontade, mediante a influência atrativa dos fluidos e, em seguida, meditai sobre O QUE PODERIA SER O PODER DA VONTADE DE JESUS, para que, sob o império dessa vontade se mantivessem os princípios constitutivos do seu perispírito tangível, tendo o Cristo, como sabeis, O CONHECIMENTO PERFEITO DE TODOS OS FLUIDOS; de suas naturezas, propriedades e combinações; dos efeitos dessas combinações; dos modos pelo quais os mesmos fluidos se comportam, na formação e no entretenimento de um corpo perispirítico análogo aos dos corpos dos habitantes dos mundos superiores; da maneira de tornar esse corpo APARENTEMENTE HUMANO, pela adjunção dos fluidos ambientes que, na Terra, servem para a formação dos seres terrestres; das leis de atração que regulam essas formações, sob a ação do magnetismo espiritual e da poderosa vontade do Espírito Puro. Ó bem amados irmãos, quando chegar O MOMENTO DE RESPONDER ÀS CRÍTICAS (a incredulidade, filha do orgulho e da ignorância, é o que menos falta a tantos homens) – poderemos desenvolver o pensamento que domina tudo o que acabamos de dizer. A cada dia basta o seu labor. Mas repetimos, para concluir: o perispírito que servia de corpo visível e tangível a Jesus, enquanto o Mestre permaneceu entre vós, não era mais que uma vestimenta, que ele tomava para estar entre os homens, e que despia, logo que se afastava de suas vistas. Somente depois de finda a sua missão terrena, na época da sua chamada “ascensão”, os princípios constitutivos desse perispírito (suas partes componentes) se separaram definitivamente e voltaram aos meios que as atraíam. Às esferas superiores volveram os fluidos tirados de lá, enquanto a vossa atmosfera reabsorvia os que dela haviam saído. Poderá existir fato mais simples? Claro que não, para os que têm olhos de ver.

GN, 24/05/1970

 QUARTA-FEIRA, 08/08/2012

JESUS E OS HOMENS – IV

 P – Formulamos duas perguntas ao Espírito da Verdade: 1ª) – Estando Jesus isento da necessidade de qualquer alimentação humana, isento de todas as necessidades inerentes à humanidade terrestre, como se passavam as coisas quando ele, à vista dos homens, tomava alimentos durante a sua missão, quer antes do seu reaparecimento conhecido pelo nome de “ressurreição”, quer depois? 2ª) – Como se davam o desaparecimento de Jesus, quando o supunham no deserto ou no cimo da montanha, e o seu reaparecimento entre os homens?



R – Os Espíritos Superiores que o cercavam (em número, para vós, incalculável), todos submissos à sua vontade, seus auxiliares dedicados, faziam desaparecer os alimentos que lhe eram apresentados e que não tinham, para Jesus, qualquer utilidade. Aqueles Espíritos os subtraíam da vista dos homens, de modo a lhes causar completa ilusão, à medida que parecia serem ingeridos pelo Mestre, cobrindo-os, para esse fim, de fluidos que os tornavam invisíveis. Feito isso, os levavam e dispersavam de forma que pudessem servir (e serviram) para a satisfação das necessidades de outras criaturas. Jesus (notai-o bem, seguindo-lhe os passos no desempenho da sua missão terrena) só muito raramente – durante todo o tempo daquela missão, assim antes como depois do seu reaparecimento, chamado “ressurreição” – tomou parte, aos olhos dos homens, nas refeições humanas. Fazia-o unicamente quando “era preciso”, seja para os convencer da sua condição de homem, seja a título de ensinamento vivo, com o exemplo permanente da Caridade, do Amor e do Perdão. Aqueles que o acompanhavam sempre, não se surpreendiam com a sua maneira de viver. Viam-no orar e, sendo a do jejum uma lei rigorosa entre os judeus, criam que Jesus a observava à risca, para se mortificar, dando testemunho da sua Perfeição. Quanto ao desaparecimento e reaparição do Cristo, a explicação não é menos simples. Ao Espírito é dado libertar-se temporariamente do invólucro material de que se ache revestido, conservando-se ligado e preso a ele POR UM CORDÃO FLUÍDICO, INVISÍVEL AOS HOMENS. Pode assim o Espírito, algumas vezes, libertar-se do corpo pelo desprendimento durante o sono e, em casos muito raros, quando o indivíduo, sem estar dormindo, se encontre num “estado de êxtase” mais ou menos pronunciado. Pode mesmo, pela bicorporeidade, pela bilocação e com o auxílio do perispírito, tornar-se visível e tangível – sob todas as aparências do corpo humano – de modo a produzir ilusão completa. PODE AINDA, EM CASOS EXCEPCIONALÍSSIMOS, E TENDES DISSO EXEMPLOS COMPROVADOS E AUTÊNTICOS, TORNAR-SE VISÍVEL E TANGÍVEL, COM TODAS AS FACULDADES APARENTES DA VIDA E DA PALAVRA HUMANAS (Afonso de Liguori e Antônio de Pádua são exemplos dessa natureza). O Espírito materialmente encarnado não tem meios de desmaterializar o corpo de que está revestido: esse poder só o tem a decomposição resultante da morte. Mas, ao contrário, os Espíritos Superiores, quando em estado de encarnação ou incorporação fluídica, podem – à vontade – materializar o corpo fluídico por sua natureza, de que se achem revestidos, a fim de torná-lo visível e mesmo tangível aos vossos olhos, assim como o podem desmaterializar, a fim de que desapareça de vossas vistas, FAZENDO-O VOLTAR AO SEU ESTADO NORMAL, EM QUE NÃO O VEDES. Podem, igualmente, modificá-lo, assimilando-o às regiões que devam percorrer. Mas, desde que estejam sofrendo encarnação ou incorporação, aqueles Espíritos não se podem desligar do corpo que tomaram senão pela morte que, só ela, os faz voltar a erraticidade com o perispírito que traziam, apresentando este o grau de purificação que lhe haja resultado da última encarnação ou incorporação. No que diz respeito ao corpo dos Espíritos Superiores, a morte não passa de uma desagregação da matéria que envolve o Espírito. Dizemos “matéria” porque os fluidos que o perispírito assimilou para operar a encarnação ou incorporação, de fato, para o Espírito, são matéria. Considerada a sutileza dos sentidos de tais Espíritos, essa desagregação se aproxima bastante da decomposição: para eles, as matérias que compõem o corpo, ainda que não mais sujeitas ao apodrecimento se dissolvem visivelmente. Cada um dos princípios do corpo constitutivos do corpo fluídico se separa, completamente, e volta ao meio de onde saiu, e que de novo o atrai. Apropriando as Leis Naturais e Imutáveis (que regem a formação dos corpos fluídicos dos mundos superiores) aos fluidos ambientes que servem para a formação dos seres terrestres, conforme ao que já vos explicamos, é que Jesus formou o corpo com que se apresentava aos homens, CORPO APARENTEMENTE HUMANO, ao qual (para sermos entendidos) demos o nome de perispírito tangível, apto a LONGA TANGIBILIDADE, graças aos mesmos fluidos ambientes. Espírito Puro, não sujeito a encarnação ou incorporação alguma, em nenhum planeta, Jesus formara voluntariamente aquele perispírito tangível, DO QUAL TINHA O PODER DE SE LIBERTAR. As matérias que o compunham, de si mesmas sutilíssimas para olhos humanos, podiam desaparecer, subdividindo-se, e reagregar-se, à vontade do Mestre, para reaparecer. O conhecimento de que Jesus dispunha (e que só os Espíritos Puros possuem completo) da natureza dos fluidos empregados para a formação do perispírito tangível, das propriedades de tais fluidos para produzirem esse resultado sob a ação das leis  de atração magnética – esse conhecimento perfeito aliado à sua potência espiritual é que lhe facultavam fazer que da vista dos homens desaparecesse o mesmo perispírito, dissociando-lhe os princípios constitutivos, MAS SEMPRE MANTENDO-OS SOB O PODER DA SUA VONTADE, prontos a se reunirem de novo.                                                                                    GN, 23/05/1970

TERÇA-FEIRA, 07/08/2012

JESUS E OS HOMENS – III



P – Só mesmo o conhecimento da Verdade pode libertar o homem de todas as suas limitações e sofrimentos! É o que todos estamos vendo no confronto “Jesus e os homens”, com ensinamentos tão úteis! Por isso perguntamos ao Espírito da Verdade: chegaremos a dominar completamente a matéria?



R – Já vos dissemos: passo a passo, chegareis lá. Semelhante estado, que para vós constitui um fenômeno, não poderá durar na humanidade, como ordinariamente ela é. Alguns casos apenas, tidos ainda por mórbidos, oferecem exemplos desse estado. São os primeiros ensaios que a Natureza sempre faz, antes das CRISES DE TRANSFORMAÇÃO GERAL. Os que até aqui se apresentaram são, realmente, casos mórbidos, ou considerados tais, porque, dada a vossa posição atmosférica e com os órgãos de que dispondes, aos indivíduos que – fora das regras admitidas e necessárias às funções do corpo – tentam esse modo de existência, faltam os elementos para consegui-lo: não basta, ainda, a alimentação por meio do ar ambiente à grosseria de seus organismos, que se esgotarão ao cabo de certo tempo, por efeito dos esforços que serão obrigados a fazer, a fim de absorverem e assimilarem os fluidos. Só de longe em longe têm aparecido desses casos; pouco a pouco, porém, eles se multiplicarão, até ao momento em que a maioria dos Espíritos que povoam o vosso planeta SEJA COMPOSTA DOS QUE SE ACHEM LIBERTOS DAS NECESSIDADES MATERIAIS, por já se haverem elevado bastante. Então, os encarnados materialmente se verão classificados entre os inferiores, até que também se libertem daquelas necessidades. Mas esse progresso, como toda transformação, só muito lentamente poderá operar-se. Sujeito igualmente à Lei do Progresso, o vosso planeta evoluirá no mesmo sentido. Outros serão os princípios alimentares que a Terra oferecerá: os elementos materiais de nutrição se tornam cada vez mais raros! O abuso que o homem faz de tudo o que está ao seu alcance CAUSARÁ A DESTRUIÇÃO DOS ANIMAIS, DAS PLANTAS ALIMENTICIAS, DAS ÁRVORES E, MESMO, DAS FLORES! Privado gradualmente dos recursos que a terra lhe fornece, ele buscará na ciência UM REMÉDIO PARA ESSA PRIVAÇÃO. Criará uma alimentação factícia, produto de combinações químicas; extrairá dos fluídos que o envolvem, as partes materiais que o seu organismo possa assimilar, da mesma forma que da madeira extraiu o calor, do ar a força, do carvão a luz. ESTUDARÁ A MANEIRA DE VIVER SEM ALIMENTO MATERIAL! As gerações, que se forem sucedendo, trarão progressivamente organismos mais aperfeiçoados, cada vez menos materiais, cada vez mais fluídicos, até chegardes à era que vos anunciamos. Não esqueçais que a temperança, o equilíbrio sexual e a pureza dos pais INFLUEM NOS ORGANISMOS DOS FILHOS, não só atraindo Espíritos mais elevados para encarnarem na família, como também lhes fornecendo um instrumento corporal mais perfeito e manejável para grandes missões. Não há capricho nem acaso na obra do progresso e transformação. Os Espíritos que encarnam em condições de serem considerados, do vosso ponto de vista, INDIVÍDUOS FENOMENAIS, serão Espíritos mais ou menos elevados, objeto de ponto de partida para as investigações da Ciência digna deste nome, despertando a atenção para certas questões e fornecer os materiais necessários ás construções futuras. E ainda vos diremos, para terminar este capítulo: fácil vos será perceber a transformação que se há de verificar na matéria exterior. Tempo virá em que, tornando-se cada vez mais rara a alimentação material (e já começou A SER DIFÍCIL), o homem se verá arrastado à mudanças de substâncias nutrientes, a chamar em seu auxílio as ciências, para que sustentem seus órgãos SEM PRECISAR RECORRER ÀQUELAS SUBSTÂNCIAS. Essas preparações, conquanto dêem resultado como alimentação factícia, acarretarão, desde logo um desvio da economia animal, enfermidades e empobrecimento do organismo humano. Depois, no curso das gerações que se forem sucedendo, os órgãos que nos pais apresentavam lesões SE REPRODUZIRÃO MODIFICADOS NOS FILHOS, apropriados ao novo regime da Terra. Em seguida, esses órgãos, que se irão tornando cada vez mais sensíveis, também mais facilmente poderão assimilar os elementos nutritivos que a vossa atmosfera contém. Finalmente, os cataclismos que inevitavelmente abalarão todo o vosso planeta – E DOS QUAIS LHE RESULTARÁ A RECONSTITUIÇÃO FÍSICA – auxiliarão o desenvolvimento das novas faculdades gástricas da humanidade terrestre.

GN, 22/05/1970

 SEGUNDA-FEIRA, 06/08/2012

JESUS E OS HOMENS – II



P – Compreendemos agora a maravilha que é a Lei da Evolução, neste confronto de Jesus com os homens. Pode o Espírito da Verdade antecipar o que seremos no futuro?



R – Chegou o momento desta explicação. Por sua natureza, o corpo que Jesus revestiu não foi mais que um espécime, prematuro entre vós, do organismo humano TAL QUAL VIRÁ A SER EM ALGUNS PONTOS DO VOSSO PLANETA, para a encarnação de Espíritos que terão atingido certo grau de elevação. Que a verdadeira Ciência, isto é, AQUELA QUE NÃO TEM O PRECONCEITO DA IMOBILIDADE, observe o passado e o que hoje é futuro, à medida que o tempo for correndo, e descobrirá os precursores materiais dessas organizações que, por enquanto, ainda parecem impossíveis. O homem (referimo-nos aqui à espécie e não ao sexo, pois do contrário designaríamos de preferência a mulher, como sendo de organização mais adiantada) – o homem, do ponto de vista fisiológico, se irá modificando, a matéria tornando-se mais fraca, o sistema nervoso mais desenvolvido, a inteligência mais precoce, E ULTRAPASSANDO MUITAS VEZES A FORÇA FÍSICA; o Espírito, enfim, irá dominando a matéria e a carne diminuindo, à medida que o sistema nervoso se for desenvolvendo e a força vital-animal substituída pela força espírito-nervosa. Tais os indícios que vos prevenirão da MUDANÇA que se há de operar em vós. Todo o sistema se irá depurando, pouco a pouco: no sangue espesso, que circula em vossas veias, o fluído vital substituirá, cada vez mais, as moléculas corruptoras; o sistema nervoso se desenvolverá à custa da cobertura de carne, até ao momento em que esta última, reduzida ao estado de simples película, acabará por desaparecer inteiramente, cedendo lugar a um envoltório fluídico tangível, dissolúvel sem abalo e sem sofrimento. Os próprios nervos nesse ponto do desenvolvimento, se assemelharão aos finíssimos filamentos em cuja trama balouçam no ar os microscópicos insetos que os tecem no outono, filamentos a que dais o nome poético de FIOS DA VIRGEM. Mudarão de natureza, pouco a pouco, invadidos também, gradativamente, pelo fluído vital nervoso. Ganharão em flexibilidade e brandura o que forem perdendo em volume. Na mesma proporção aumentará sua sensitividade e, harmonizando-se esta com o invólucro que os cobre, o conjunto acabará por ser o que, para nos fazermos entender, chamamos UM PERISPÍRITO TANGÍVEL, um corpo igual ao dos habitantes de planetas mais elevados que a Terra. Agora, é fácil fazer-vos compreender a vida e a nutrição desse corpo. Não conheceis, no reino animal, insetos constituídos de tal forma que seus órgãos se contentam, para alimentar o corpo, com o ar puro que os banha, com as matérias (inapreciáveis para vós) contidas no orvalho que cai, gota a gota, sobre as folhas que os envolvem, gotas que eles, entretanto, não bebem, limitando-se a lhes aspirar as emanações? TAL O ORGANISMO DO ESPÍRITO QUE CHEGOU AO PONTO DE REVESTIR INVÓLUCRO INDÊNTICO AO QUE JESUS TOMOU, porque esse corpo, de natureza perispirítica, era, com relação ao Mestre, O MAIS GROSSEIRO QUE A SUA GRANDEZA ESPIRITUAL PODERIA REVESTIR. Nas encarnações ou incorporações desse gênero, a absorção se efetua tanto pelos poros como pela respiração. O ser todo se nutre das substâncias sutis que o envolvem, que o penetram e lhe asseguram a manutenção. Passo a passo, chegareis lá. Estudai, primeiro, indivíduos fenomenais, do vosso ponto de vista, uns que se alimentarão somente de água ou qualquer líquido insípido; outros que – contra todas as regras – NÃO TERÃO NECESSIDADE DE ALIMENTO ALGUM. Tais fenômenos, incompletos a princípio, apresentarão o aspecto de uma enfermidade: a ciência humana os estudará, experimentará E NÃO DESCUBRIRÁ A CHAVE DO ENIGMA. Depois, os casos se multiplicarão, e a ciência acabará por admitir que CERTAS COMBINAÇÕES DA NATUREZA PODEM VIVER FORA DAS LEIS ORGÂNICAS POR TODOS CONHECIDAS. Depois, ainda, será forçada a reconhecer que as exceções crescem ao ponto de formarem a regra! Disseminai o conhecimento do Magnetismo Total; preparai as coisas de maneira a que, nas gerações futuras, se opere a EMANCIPAÇÃO ESPIRITUAL; depurai a matéria; purificai o sangue, carregando-o de fluídos, e ajudareis a libertação do Espírito, na sua luta e na sua vitória contra a matéria!

GN, 21/05/1970

DOMINGO, 05/08/2012
JESUS E OS HOMENS – I

P – O Espírito da Verdade poderia explicar quais eram os meios de vida e de nutrição do corpo que Jesus tomou, para o desempenho da sua missão terrena?

R – Já vos dissemos: Jesus tomou um corpo de natureza perispirítica, análogo aos corpos dos habitantes dos mundos superiores, porém mais materializado do que estes, por também terem entrado na sua composição fluidos ambientes do vosso planeta. Tal corpo teria, portanto, as mesmas propriedades que os corpos dos Espíritos Superiores, os mesmos meios de vida e nutrição. As necessidades da vida e da nutrição materiais, a que estão sujeitos os corpos humanos, desaparecem quando o Espírito – purificado, tendo atingido certo grau de elevação moral e intelectual – passa (livre de qualquer contato com a matéria) a encarnar, ou melhor – a incorporar fluidicamente nos mundos superiores. Desde então, as necessidades de vida e de nutrição se tornam conformes ao meio em que o Espírito se encontra, revestindo um corpo de natureza perispiritual. Este corpo, bem como o perispírito de cuja natureza ele participa, haure os elementos de vida e de nutrição NOS FLUÍDOS AMBIENTES QUE LHE SÃO PRÓPRIOS E NECESSÁRIOS, ASSIMILANDO-OS. Tais fluídos bastam ao sustento dos princípios constitutivos do mesmo corpo. A assimilação dos fluídos ambientes, para o efeito da nutrição e da conservação da vida, se efetua de acordo com as leis a que eles estão submetidos, LEIS QUE O HOMEM AINDA NÃO PODE CONHECER NEM COMPREENDER. Somente quando soar a hora, dentro da Lei da Evolução, lhe serão explicados a natureza desses fluídos, as leis a que estão submetidos, o emprego a que se destinam e as funções que desempenham. É cedo para entrarmos nessas particularidades. Limitamo-nos, por ora, a lhe fazer notar que, nos mundos materiais, a cujo o número pertence a Terra, onde a união da matéria com a matéria é necessária para a formação da matéria, o homem, revestido de um invólucro material, formado segundo as leis da procriação e reprodução materiais, está sujeito a uma alimentação material tirada dos reinos vegetal e animal. Além desse invólucro que, depois da “morte”, É RESTITUÍDO À MATÉRIA em forma de cadáver e a que chamais corpo humano, o homem tem outro invólucro, de natureza fluídica, a que destes o nome de perispírito e que, após a “morte”, fica sendo o CORPO FLUÍDICO DO ESPÍRITO e lhe constitui a individualidade humana. Para manter a vida e efetuar a nutrição desses dois invólucros, dispõe o homem de órgãos e aparelhos elaboradores dos elementos e dos meios necessários àquele fim: uns se destinam a operar a nutrição material do corpo humano, tirando-a dos elementos líquidos e sólidos, com o concurso dos elementos que lhe são próprios e necessários; outros servem para absorver os fluidos ambientes, apropriados à vida e à nutrição do perispírito ou envoltório fluídico. A ALIMENTAÇÃO MATERIAL não é, pois, necessária, nem possível, senão ao homem revestido de um corpo material, nos mundos materiais. Quando o Espírito encarna, ou, melhor, INCORPORA FLUIDICAMENTE EM MUNDOS SUPERIORES, onde o corpo é de natureza perispirítica, a vida e a nutrição se mantêm pela absorção dos fluídos ambientes apropriados. A planta não precisa beber nem comer, para se alimentar: alimenta-se absorvendo, da terra e do ar, os sucos e os fluídos que lhe são próprios e necessários. O ESPÍRITO, QUER NA ERRATICIDADE, QUER REVESTINDO UM CORPO DE NATUREZA PERISPIRÍTICA, NÃO TEM NECESSIDADE (NEM POSSIBILIDADE, COMO VÓS) DE COMER E DE BEBER. Também ele absorve, como meio de nutrição, para entreter o funcionamento da vida, os fluídos ambientes necessários à sustentação dos princípios constitutivos do perispírito, QUANDO SE TRATA DE UM ESPÍRITO ERRANTE; e, quando se trata de UM ESPÍRITO INCORPORADO FLUIDICAMENTE, os fluídos necessários à sustentação dos princípios constitutivos do perispírito e do corpo fluídico, de natureza semelhante à desse perispírito que o assimilou, COMPOSTO UNICAMENTE DE FLUÍDOS E LIBERTO DO APODRECIMENTO, O QUE NÃO SE DÁ COM OS VOSSOS CORPOS MATERIAIS!
GN, 20/05/1970
 SÁBADO, 04/08/2012
PASSADO, PRESENTE E FUTURO



P – Afirmou o Espírito da Verdade: “O homem dispõe do livre arbítrio e Deus sabe que uso fará ele desse dom, porque tudo o que, para vós, constitui passado, o presente e o futuro, está sempre – e por toda a Eternidade – patente aos olhos do Senhor”. Como devem ser entendidas e explicadas estas palavras?



R – Admitis a presciência divina, ou apoucais a Inteligência Infinita nivelando-a com as vossas? A presciência divina é uma faculdade QUE NÃO TENDES POSSIBILIDADE ALGUMA DE ANALISAR. O livre arbítrio seria mera ficção, se estivesse subordinado a uma ação direta. Quanto se monta qualquer máquina, prevêem-se os resultados do seu funcionamento; o que ela faz é o que tinha de fazer. Se, porém, um operário desastrado se intromete nas engrenagens, ou se um curioso se aproxima demasiadamente, para ver de muito perto ou tocar numa das rodas, fatalmente é colhido, mutilado ou esmagado. O maquinista não o impeliu, direta ou indiretamente, mas sabia que quem fizesse o que fez o operário ou o curioso sofreria aquela conseqüência, tanto que, ao ver aproximar-se o imprudente, lhe disse: – “Toma cuidado, olha o perigo!” Neste caso, que nos serve de imperfeita comparação, onde a fatalidade relativa à ordem a que está sujeito o movimento da máquina e às pessoas que se movem em torno dela? Cheios de ignorância e de orgulho, pretendem os homens que Deus se intrometa em todos os atos que praticam, em todos os fatos que lhe dizem respeito. Cada um – pobre vermezinho! – quer que a Inteligência Suprema o conduza pela mão, REBAIXANDO-SE AO SEU NÍVEL. Considerai com mais elevação a grandeza do vosso Criador! Reinando sobre “todos os universos”, iluminando todas as trevas, a influência que o Senhor exerce é uma INFLUÊNCIA SUPERIOR, DIRIGENTE E GOVERNATIVA. Ele deixa que useis do vosso livre arbítrio com plena liberdade, em meio às diversas influências físicas e espirituais que vos rodeiam, e sob o império das Leis Gerais, Naturais e Imutáveis que a sua onisciência estabeleceu, desde toda a Eternidade. Essa INFLUÊNCIA SUPERIOR que dirige e governa, Ele a exerce pela sua ação universal, instrumento da sua Providência, e que também se efetua no âmbito e sob o império das suas Leis, sempre de acordo com a sua Vontade Onipotente e Imutável. É exatamente essa INFLUÊNCIA SUPERIOR que vos atrai continuamente para a vida do progresso, sem perturbar o exercício pleno e independente do vosso livre arbítrio, quer este vos induza à obediência, quer vos arraste à rebeldia. Ora, o conjunto se desdobra, desde e por toda a Eternidade, aos olhos de Deus. Passado, presente e futuro são palavras que as vossas limitações inventaram e que, para ele, carecem de significado: Deus é O QUE É, de toda e para toda a Eternidade. Não entendeis que, deixando ao homem inteira liberdade de usar das faculdades de querer, pensar e agir, seu olhar penetrante veja, ao mesmo tempo, o que fará o homem dessa liberdade? O maquinista, que vê o desastrado ou o curioso aproximar-se demasiadamente da máquina, percebe de antemão os efeitos dessa imprudência; mas de inteligência muito limitada, não pode saber de antemão qual o uso que o homem fará do seu livre arbítrio, se consumará ou não o ato, porque não lhe pode LER O PENSAMENTO, nem perscrutar a AÇÃO DA VONTADE. Para ele haverá sempre solução de continuidade – um passado, um presente e um futuro na sucessão dos atos – por mais imperceptível seja o intervalo que, a seus olhos, os separem, no uso do livre arbítrio. Deus, porém, para quem passado, presente e futuro nada significam; que, sem solução de continuidade, lê o pensamento do homem e vê a ação da sua vontade, DEUS TEM SEMPRE A VISTA A SÉRIE E AS CONSEQÜÊNCIAS DE TODAS AS COISAS, E SABE QUAL O USO QUE O HOMEM FARÁ DO LIVRE ARBÍTRIO. A razão é muito simples: para Deus tudo é continuamente, eternamente INSTANTÂNEO. Não há comparação possível entre o astro luminoso, que brilha com o máximo fulgor, e a pálida centelha que se reflete no arroio em que se extingue; entre o SER INFINITO, que irradia sobre todos O QUE É, e as vossas inteligências fragílimas. Por isso dissemos, e agora repetimos, que A PRESCIÊNCIA DIVINA É UMA FACULDADE QUE NÃO TENDES POSSIBILIDADE ALGUMA DE ANALISAR.

GN, 17/05/1970




                SEXTA-FEIRA, 03/08/2012

DEUS,  JESUS,  ESPÍRITO SANTO
P – Falando da opinião segundo a qual Jesus é uma fração de Deus, disse o Espírito da Verdade: “opinião que sofrivelmente se enquadra nas idéias panteístas”. Qual o sentido destas palavras?


R – Segundo a doutrina que, na linguagem humana, tem o nome de panteísmo, tudo sai de um só princípio e tudo volta a se reintegrar nesse mesmo princípio, para de novo daí sair e voltar, constituíndo estas perpétuas separações e reintegrações a rodagem da máquina universal. Em escala menor, Jesus e o Espírito Santo são frações de Deus, partes integrantes do Todo, formando com Ele, portanto, a Unidade. É uma variante do tema do panteísmo. No que ocorreu às margens do Jordão, tendes um exemplo do cunho panteísta da opinião dos que consideram Jesus e o Espírito Santo como duas frações de Deus. Assim, vemos Deus dividido em três partes: uma – Jesus, num corpo idêntico aos vossos, sujeito às necessidades da existência humana e às contingências humanas da vida e da morte; outra – o Espírito Santo que, sob a forma de uma pomba, desceu sobre o Cristo; a terceira – Deus, de quem aquelas duas frações saíram e cuja voz se fez ouvir do céu, dizendo: “És meu filho bem amado, em que ponho toda as minhas complacências”. As duas frações de Deus, depois de se terem separado do GRANDE TODO, voltam a reintegrar-se nele, reconstituíndo, assim, a sua Unidade. Se os homens não quiserem enquadrar nas idéias panteístas essa maneira de considerar Jesus e o Espírito Santo, terão de encaixá-las forçosamente, nas concepções do paganismo, relativas à PLURALIDADE DOS DEUSES. Semelhante modo de ver, QUE É CHAMADO “MISTÉRIO”, E QUE A RAZÃO INSTINTIVAMENTE REPELE, nasceu das falsas interpretações humanas, resultantes da ignorância do homem sobre a origem espiritual de Jesus e do que se deve entender, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento, por Espírito Santo. Graças à nova Revelação, entretanto, todos vós já sabeis: Deus é o só e único princípio universal, NÃO DIVISÍVEL, que sempre cria desde toda a Eternidade, mas NUNCA PELA DIVISIBILIDADE DA SUA ESSÊNCIA, PORQUE DEUS É UNO; Jesus é um Espírito criado por Deus, e teve a mesma origem de todos os Espíritos, O MESMO PONTO INICIAL DE EXISTÊNCIA, e se tornou Espírito Puro, de pureza perfeita e imaculada SEM TER FALIDO JAMAIS, Espírito cuja Perfeição se perde na “noite das eternidades”, PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA, cuja formação presidiu, encarregado por Deus de o levar ao estado fluídico e conduzir a sua Humanidade à integração no Pai; Espírito Santo é uma designação alegórica, sob a qual se compreendem, indistintamente, de modo individual ou coletivo, OS ESPÍRITOS PUROS, OS ESPÍRITOS SUPERIORES E OS BONS ESPÍRITOS, como sendo, em ordem hierárquica, os ministros ou agentes da onipotente vontade de Deus, os órgãos de suas inspirações junto aos homens. E assim se dilui, diante da FÉ RACIOCINANTE, o dogma das três pessoas ou santíssima trindade.
GN, 16/05/1970


QUINTA-FEIRA, 02/08/2012


JESUS E SATANÁS – IV
P – Achamos perfeita a justificação da crença no jejum e na tentação de Jesus por Satanás. A evolução espiritual não dá saltos, como a própria Natureza nos ensina. Como o Espírito da Verdade explica o período de 40 dias e 40 noites e certos “mistérios” das tentações do “demônio”?

R – A tentação de Jesus, como agora entendeis, é uma figura que as exigências dos tempos, o estado das inteligências, as aspirações naturais (que dominavam os homens) e a preparação do futuro TORNARAM NECESSÁRIA. Jesus, cuja origem espiritual já conheceis, Espírito de pureza perfeita e imaculada, A QUEM TODOS OS ESPÍRITOS ESTÃO SUBORDINADOS, e que mostrou a sua onipotência sobre os “demônios”, jamais teve de sofrer na Terra a influência e o contato dos maus Espíritos ou obsessores. Nos seus ensinamentos, não há uma só palavra que permita afirmar-se, nem sequer pensar-se, o contrário. Quantos aos 40 dias e 40 noites que supuseram ter o Cristo passado no deserto, a ponto de sentir fome quando sabeis que ele jamais precisou comer, são o símbolo da vida humana: nesse curto espaço de tempo, todas as más paixões assaltam o homem, todas as necessidades se fazem sentir. A cada homem, ou mulher, no vosso mundo, cabe triunfar da prova. Escutai, irmãos bem amados, o que Jesus disse e ensinou, servindo-se das palavras que fomos por ele encarregados de vos revelar! Fazei o que vos indica essa figura emblemática de uma tentação material, que exprime o objetivo do ensinamento contido naquelas palavras! Triunfai das paixões e, mesmo, das necessidades humanas alimentadas pela ignorância espiritual. Em tudo, reportai-vos a Deus! Se só a Ele servirdes e adorardes, os Espíritos Bons descerão, para ajudar-vos a subir aos céus. O homem – quem quer que ele seja – está sujeito às tentativas que, para arrastá-lo ao mal, fazem os maus Espíritos, os quais, ignorantes, não sabem distinguir os que podem dos que não lhes podem resistir. Daí resulta que, das suas tentações, não estão isentos nem mesmo aqueles que reencarnam EM MISSÃO NA TERRA. Tanto as palavras do Mestre como a figura simbólica a mostrá-lo sofrendo a tentação de Satanás, apontam o caminho que deveis seguir. As tentações e influências mais perigosas para o homem (ou para a mulher) são o orgulho, a ambição, os apetites materiais que têm por móveis essas paixões animais. Aí estão os escolhos de encontro aos quais se vêm quebrar, desgraçadamente, as melhores intenções, SOBRETUDO DAQUELES A QUEM DEUS CONCEDE A GRAÇA DE ENCARNAR PARA AUXILIAREM O PROGRESSO DE SEUS IRMÃOS NA TERRA! Procurai repelir as tentativas dos obsessores, para merecerdes a graça que o Pai vos outorgou, enviando-vos o Divino Modelo! Sabei tornar-vos dignos do favor que Ele vos concede, abrindo-vos a Era da Unificação de TODAS AS REVELAÇÕES, enviando-vos a Sagrada Falange, com a missão de vos ampliar a cultura, o discernimento, a inteligência espiritual: o Espírito da Verdade, que vos ensina a paciência, a resignação, a afabilidade, a benevolência, a simplicidade de coração, a humildade real, a castidade segundo as LEIS DA NATUREZA, a frugalidade, a temperânça, a sobriedade, o desinteresse, a justiça, a tolerância, o devotamento, a caridade e o amor aos vossos irmãos, o amor ao trabalho e à ciência, o desejo de progredir física, moral, intelectual e espiritualmente, em direção reta ao Cristo e ao Pai Celestial! Portanto, orai e vigiai; vigiai e orai, com o pensamento em Deus, em todos os momentos da vossa vida! Vigiai, exercendo constante vigilância sobre os vossos pensamentos, palavras e atos! Orai, não com os lábios, mas com o coração, para atrairdes as boas influências, para que Deus vos conceda a proteção dos bons espíritos, que vos ajudarão a vencer todas as tramas do “demônio” que, na verdade, reside dentro de cada criatura afastada do criador! Vencereis praticando todos os deveres indicados pela Sagrada Falange, a serviço do Senhor!
GN, 15/05/1970
            

QUARTA-FEIRA, 01/08/2012

JESUS E SATANÁS – III

P – Com referência à tentação e ao jejum “impostos” a Jesus, disse o Espírito da Verdade: “O que se deu foi o que se devia dar, na marcha dos acontecimentos”. Havia, então necessidade de tal crença?

R – Tudo está previsto. Tudo acontece por efeito da Lei Universal que governa o vosso mundo no caminho do progresso, sendo o desenrolar dos fatos, bem como as interpretações humanas, acordes com o estado das INTELIGÊNCIAS E NECESSIDADES DE CADA ÉPOCA. O homem, todavia, dispõe do livre arbítrio, e Deus sabe que uso ele fará desse dom, porque o que para vós constitui o passado, o presente e o futuro, está sempre, por toda a eternidade, patente aos olhos do Todo Poderoso. Ora, dispondo do livre arbítrio, o homem tinha a liberdade de escolher entre o modo de pensar acertado e a falsa (ainda que útil) maneira de apreciar as coisas. Dominavam-no, porém, suas naturais aspirações. Assim como preferia, ao de um profeta, o sacrifício de um Deus, por lhe aumentar o valor próprio, também a tentação material de Jesus pelo “demônio” lhe reanimava a coragem e mostrava o caminho a seguir, fazendo-lhe ver que ATÉ O HOMEM DEUS ESTIVERA SUJEITO A TENTAÇÃO; fazendo-lhe ver que, embora FILHO DE DEUS, fração da Divindade, mas ao mesmo tempo homem e, como tal, sujeito às contingências da Humanidade, às enfermidades e fraquezas da vida humana, JESUS FÔRA ACESSÍVEL A SATANÁS, sofrera pessoalmente a prova e dela soubera triunfar. Nada ocorre sem ser pela vontade de Deus, no sentido de que, se lhe aprouvesse dar outra diretriz aos atos humanos, ou lhes opor sua vontade, bastaria querê-lo. Tal, porém, não faz: esta a razão por que, vendo a seriação e as conseqüências de todas as coisas, Deus não impede de antemão os atos de nenhuma das suas criaturas. Ele não governa como tirano: deixa que as coisas sigam o seu curso. Assegurando ao livre arbítrio a independência, auxilia a Humanidade a trilhar a via da evolução, por meio de SUCESSIVAS REVELAÇÕES, SEMPRE PROGRESSIVAS, que atuam na marcha dos acontecimentos, encadeando uns aos outros, e que, apropriadas ao estado das inteligências e necessidades de cada época, desenvolvem no presente o progresso realizado e preparam o progresso futuro. Se o quisesse, DEUS CERTAMENTE TERIA PODIDO, POR MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS, DETERMINANDO UMA INFLUÊNCIA E UMA AÇÃO MEDIÚNICA SOBRE OS APÓSTOLOS, OS DISCÍPULOS E OS EVANGELISTAS, ESCLARECÊ-LOS SOBRE A FALSIDADE DA INTERPRETAÇÃO HUMANA, que transformou um ensino de Jesus ao povo em fatos materiais, como os da permanência no deserto, do jejum por quarenta dias e quarenta noites e da tentação praticada contra ele por Satanás. Mas, na realidade, as necessidades da época exigiam essa crença. Convinha que ela se implantasse nas massas populares. A vista da perfeição indispensável para chegar a Deus, diante da Perfeição sempre vitoriosa de Jesus, qual não seria o desânimo dos homens se não fossem prevenidos de que mesmo o mais forte pode estar sujeito à tentação? QUANTA FORÇA NÃO RECEBERAM DO EXEMPLO DA VONTADE QUE VENCE A INSPIRAÇÃO DO MAL? Se assim não fosse, talvez não pudessem alimentar a esperança de seguir as pegadas do Divino Modelo. Contemplando-o em tão grande altura, teriam permanecido, desanimados, ao nível do solo, ao passo que, vendo-o submetido à tentação e vitorioso pela fé, reconheceram que TODOS PODERIAM ESPERAR A MESMA VITÓRIA.
GN, 14/05/1970



TERÇA-FEIRA, 31/07/2012
JESUS E SATANÁS – II
P – A ação libertadora da LBV, pela Pregação da Verdade, brevemente será proclamada e aceita por todos os brasileiros e estrangeiros de BOA VONTADE. Como o Espírito da Verdade explica a origem de um “diálogo” entre Jesus e Satanás?

R – Como homem, Jesus, para os Apóstolos e discípulos, estava sujeito às necessidades da existência terrena e, portanto, às tentações do “demônio”. Mas era, ao mesmo tempo, por efeito das impressões que lhes produzira a sua missão, UM GRANDE PROFETA. Em consequência das novas impressões que receberam, depois de terminada essa missão na Terra, passaram a considerá-lo MAIOR QUE TODOS OS PROFETAS que a Humanidade até então conhecera, incontestavelmente O FILHO DE DEUS, partilhando, portanto, da DIVINDADE DO PAI. Suscetível de ser tentado por Satanás, pensavam, ele o fôra e triunfara. De considerarem o que não passara de um ensinamento como sendo o resumo do que acontecera, durante a ausência de Jesus, entre Ele e o “diabo”, como sendo a súmula de fatos reais e materiais de que o Mestre participara, veio a IDÉIA DE UM DIÁLOGO que devera ter travado entre os dois. Se é certo que das palavras, de que usou Jesus, se apagara a lembrança na memória dos homens, certo é, também, que o pensamento, a substância e a realidade do ensino se conservaram. Para reconstituírem o diálogo, de acordo com o objetivo da lição, os Apóstolos e discípulos recorreram às Escrituras. De fato, confrontai as palavras que já vos revelamos, pronunciadas pelo Cristo, com a versão que se criou – sob a influência das tradições e dos comentários – e vereis que o sentido, o fundo e o pensamento são idênticos; que a alegoria, tomada ao pé da letra, pela maneira por que foi apresentada, e que no futuro seria compreendida espiritualmente pela inteligência, encerra o ensino de Jesus, mas transformado num fato material – o da tentação real feita por Satanás ao Cristo que, tendo sofrido essa prova, dela triunfou como homem e FILHO DE DEUS. A Transportação do Redentor para o cimo de uma alta montanha, depois para o pináculo do templo de Jerusalém, e ainda a fome que atribuíram – foram a conseqüência dos comentários. Do desaparecimento do Mestre pelo tempo durante o qual, conforme às tradições, devia ele, como os profetas, permanecer em jejum no deserto, antes de iniciar sua missão, concluíram os Apóstolos e discípulos que, findos os quarenta dias e quarenta noites, NECESSARIAMENTE SENTIRA FOME, tanto mais quando coincidiam com sua ausência as palavras que dirigiu ao povo, no momento mesmo em que reapareceu. Ora, aplicando materialmente a Jesus essas palavras calcularam os Apóstolos e discípulos que, forçosamente, Satanás o transportara a dois lugares elevados, a um para lhe mostrar todos os reinos da Terra, a outro para – colocando-o no fastígio das grandezas humanas – lhe dizer que se precipitasse no espaço, atirando-se “dali a baixo”. Não percais de vista a ignorância e a ingenuidade dos homens daquela época, dos Espíritos encarnados que se entregavam a tais comentários, relativamente às coisas terrenas. O cimo de alto monte e o pináculo do templo de Jerusalém foram os lugares mais próximos que acudiram à idéia dos Apóstolos e discípulos, que não compreendiam  pudesse haver outros. Para eles o cimo de um monte elevado era o único lugar aonde o “diabo” poderia ter transportado Jesus, para lhe mostrar todos os reinos da Terra. Quando atribuíam sentido material às palavras do Mestre relativas ao fastígio das grandezas humanas, ao qual o “demônio” o elevara para lhe dizer “LANÇA-TE DAQUI A BAIXO, POIS SERÁS AMPARADO”, o único lugar que lhes parecia materialmente o ponto culminante das grandezas humanas, como elevação no espaço, era o pináculo do templo de Jerusalém. Os crentes aceitavam os fatos (do mesmo modo que hoje) como suas faculdades lhe permitiam. Os incrédulos os rejeitavam, como ainda os rejeitam, sem mais investigações. Afinal, A CRENÇA NUMA TENTAÇÃO MATERIAL TEVE SUA RAZÃO DE SER. O que se deu foi o que se devia dar, na marcha dos acontecimentos.
GN, 13/05/1970

SEGUNDA-FEIRA, 30/07/2012
JESUS E SATANÁS – I
 P – Os ensinos do CEU, da LBV, estão sendo colecionados por muitas pessoas que se declaram “profundamente interessadas, embora não gostem de religião”. Vemos nisso um sinal de que tal matéria traz algo de novo, capaz de religar a criatura ao Criador. Quais as palavras que Jesus proferiu e que deram origem à crença de que ele sofreu a tentação e o jejum?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Os profetas se preparavam para desempenhar suas missões por meio da prece, da meditação e do jejum, no deserto. Pareceu aos  homens que Jesus se submeteu a esse uso, ou tradição, antes de dar início ao desempenho da sua missão publicamente. Depois de receber, diante do povo, pela descida do Espírito Santo sob a forma de uma pomba e pela “voz que se fez ouvir no céu”, a consagração (como Filho de Deus) da missão que ia desempenhar e que João, havia pouco, anunciara a todos os que o cercavam, Jesus se afastou das margens do Jordão. Perderam-no de vista aqueles que lhe seguiam os passos. Para impressionar as multidões, ele se tornou invisível durante o tradicional espaço de tempoquarenta dias e quarenta noites – número este até certo ponto sagrado, segundo as tradições hebraicas. Desapareceu, não porque se internara no deserto, mas porque voltara – como fazia sempre que a sua missão não lhe reclamava a presença entre os homens – para as regiões superiores onde, do alto dos esplendores celestes, governava, governa e governará a Terra e a Humanidade. Decorridos os quarenta dias e quarenta noites, reapareceu, dirigindo ao povo e aos discípulos que o rodeavam (e lhe haviam notado a ausência) estas palavras: “Em verdade vos digo: quando Satanás vos segredar – “Escuta os meus conselhos, faze a minha vontade, e eu te darei todos os reinos da Terra” – repeli-o com firmeza. Não tendes um reino maior que todos – o Reino de Deus, vosso Pai? Se a fome vos apertar e Satanás vos disser – “Obedece-me, e destas pedras farei pão para o teu alimento” – recusai-o sem temor. O pão da terra não alimenta senão o corpo, e vós tendes o Pão da Vida, que alimenta a Alma e a torna apta a entrar na Vida Eterna. Se o orgulho vos arrastar ao fastígio das grandezas humanas e Satanás vos disser – “Precipita-te no espaço que te atrai e não temas a queda, pois serás amparado” – imponde-lhe silêncio e não tenteis o Senhor vosso Deus. Recolhei-vos, medindo a vossa fraqueza e a grandeza do Pai, e Satanás se afastará por algum tempo. Mas não esqueçais que ele ronda constantemente, pronto sempre a deitar as garras à sua presa e se aproveitar de todas as suas fraquezas”. Aí tendes, Bem-amados irmãos, as palavras que o Mestre pronunciou quando reapareceu e que, por sua ordem, vos revelamos e transmitimos. Aplicai a vós mesmos essas palavras, porque – como todas as que lhe saíram dos lábios, devem produzir frutos no presente e no futuro, do mesmo modo que, sob a figura da tentação material, produziram no passado. Semelhantemente ao que se dava com tudo quanto, então, se dizia, tais palavras passaram de boca em boca. Alguns dos Apóstolos (e discípulos) as ouviram do próprio Cristo; outros as receberam da voz pública; mas, enquanto durou a missão terrena de Jesus, tendo todos a atenção continuamente solicitada por fatos novos, não a detinham sobre nenhum. Só depois de terminada a missão, os fatos voltaram a ser considerados mais atentamente, e entre eles se apresentaram de novo o do desaparecimento do Mestre, durante quarenta dias e quarenta noites, e as circunstâncias que o cercaram. Surgiram, então, os comentários e destes nasceu a opinião que gerou a crença no fato material do jejum no deserto e da tentação de Satanás. Os Apóstolos e os discípulos, como todos os que abraçaram a fé cristã, acreditaram nesse fato material. Na sua condição de homens, de Espíritos encarnados, tinham os preconceitos e as crenças da época e estavam imbuídos das mesmas tradições. Na verdade, era corrente, então, que todo profeta ia jejuar no deserto, antes de principiar o desempenho da sua missão. Coincidindo as palavras de Jesus com o seu desaparecimento por quarenta dias e quarenta noites, pensaram todos que essas palavras eram o resumo do que ocorrera com ele durante a sua ausência; que o que ensinara, relativamente às tentações do Demônio, tentações a que está sujeita a Humanidade, pela fome, pelo orgulho e pela ambição, relativamente às emboscadas que o Espírito do Mal lhe arma, e à fé e à perseverança com que lhe cumpre resistir, era o resumo do que o próprio Jesus experimentara. Assim, acreditaram que Jesus havia jejuado, quarenta dias e quarenta noites, no deserto; que, decorrido esse tempo, tivera fome e, então, fora tentado por Satanás, no exato sentido das palavras que dirigia ao povo. Ao homem material são precisos fatos materiais. O Cristo, para os homens, era um homem e, como tal, sujeito às enfermidades, a TODAS as necessidades da existência humana. Em matéria de provações, NINGUÉM, naquela época, podia compreender senão as provações físicas. Ao surgirem os comentários sobre as palavras do Mestre, já se divulgara pelas multidões a revelação que o Anjo fizera a José e Maria, e que fora conservada em segredo até ao termo da missão terrena de Jesus. Diante da revelação da sua origem, tida em geral, segundo a letra, por miraculosa, divina, dada a qualidade que a mesma revelação lhe atribui de Filho de Deus; diante da sua vida de pureza perfeita e dos “milagres” que realizara, da sua “ressurreição” e da sua “ascenção”, difundiu-se a crença na sua divindade.
GN, 12/05/1970


DOMINGO, 29/07/2012

A TENTAÇÃO E O JEJUM
P – Como o Espírito da Verdade explica, através do CEU da LBV, o jejum e a tentação de Jesus, narrados pelos Evangelistas Mateus, Marcos e Lucas?

R – O jejum e a tentação do Mestre são, igualmente, uma figura. Como vos explicaremos, daqui a pouco, só foram consideradas reais pelos homens em conseqüência dos comentários que, finda a missão terrestre do Cristo, os Apóstolos e os discípulos teceram em torno do discurso que ele, doutrinando, proferiu sobre as tentações a que está sujeita a humanidade, as ciladas que lhe armam os ESPÍRITOS DO MAL, da perseverança e da fé com que lhes deve resistir. Esses comentários, sob a influência dos preconceitos do tempo e das tradições hebraicas, criaram a opinião de que aquele discurso, dadas as circunstâncias em que foi pronunciado, resumia O QUE SE PASSOU COM O PRÓPRIO JESUS. Daí o tratarem os Evangelistas de um jejum e de uma tentação a que Satanás teria submetido o Mestre, como se falassem de fatos materiais, fatos reais, ocorridos pessoalmente com o Salvador. Tais “fatos”, porém, tidos como reais, materialmente produzidos DO PONTO DE VISTA DAS AUTORIDADES RELIGIOSAS, são um emblema. Como poderia ter acudido à mente do homem a idéia de rebaixar, dessa forma, Aquele que o próprio homem considera uma fração de Deus, uma parte do GRANDE TODO QUE GOVERNA O UNIVERSO? Tal opinião, aliás, se enquadrava sofrivelmente nas idéias panteístas. Como puderam rebaixar essa fração da Divindade ao ponto de pô-la em contrato com o demônio, o maldito expulso do céu por Deus, sem se lembrarem de que, assim, era o próprio Deus quem, por uma fração de si mesmo, descia à condição de dialogar com o Anjo do Mal e até ficar na sua dependência? Como admitir que Jesus, sendo homem e, portanto, sujeito a enfermidades e necessidades da existência terrena, tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites no deserto, sem tomar alimento algum? Como admitir que, sendo Deus, tenha Jesus sentido o tormento da fome, ao cabo dos quarenta dias e quarenta noites, que o haja sentido ao ponto de animar tentativas audaciosas do “Anjo caído” que, entretanto, seria dentro em pouco forçado a abandonar as suas presas (os demoníacos), EXATAMENTE PELA POTENTE VONTADE DO MESMO JESUS? Como se vê, foi o homem, de um lado, bastante orgulhoso e, de outro, bastante contraditório: deu a si mesmo por libertador um Deus, submetendo esse Deus ao império de Satanás, pondo-o em contato com este, de maneira a lhe sofrer a influência pela tentação! Pobre humanidade, que busca o maravilhoso nas coisas mais simples, que repele por impossíveis as mais evidentes, e que avilta – sem ter disso consciência – Aquele a quem, levada pelas suas supertições, ela mesma faz participe da Divindade e a quem, ao mesmo tempo, coloca, quanto ao presente e ao futuro (Satanás o deixou por algum tempo), à mercê desse outro que, maldito por toda a eternidade, sem esperança de perdão, emprega a sua força, a sua vontade, o seu “poder” em lutar contra o Criador! Todavia, não a condenamos por isso, porque essa crença numa tentação material teve a sua razão de ser, como vos explicaremos: o que ocorreu tinha de ocorrer na marcha dos acontecimentos. Tudo tem seu cabimento, como condição e meio de progresso, na via gradual dos sucessos, sempre acordes, do mesmo modo que as interpretações humanas com o estado das inteligências, com as necessidades das épocas da História, cada uma das quais representa um dos estágios que cumpre à Humanidade percorrer, para progredir constantemente, abrindo pouco a pouco os olhos à Luz e à Verdade. A PROPORÇÃO QUE VAI SENDO PREPARADA PARA RECEBER ESSA LUZ E ESSA VERDADE, que lhe são dadas na medida do que ela pode suportar e de maneira a esclarecê-la sem jamais a deslumbrar. O Espírito da Verdade, que abre uma era nova à Humanidade, e que vos ensina a origem espiritual de Jesus, mostrando, com esse ensino, que o jejum e a tentação de Jesus são apenas simbólicos, vem igualmente fazer-vos conhecer, a este respeito, a realidade das coisas, isto é, as próprias palavras do Cristo ao povo, das quais nasceu a crença naquele jejum e naquela tentação. O Espírito da Verdade vem, ainda, explicar como e quando os Apóstolos e os discípulos foram induzidos a pensar que O QUE JESUS ENSINARA, DE MODO GERAL, CONSTITUÍA O RESULTADO DO QUE SE PASSARA ENQUANTO O MESTRE ESTEVE AUSENTE, O RESUMO DO QUE ELE PESSOALMENTE EXPERIMENTARA. Acompanhai a aparente vida humana de Jesus, pregando constantemente, pelo exemplo, a Caridade e o Amor; acompanhai-lhe as palavras, os atos, os ensinamentos, e o vereis sempre submisso (na medida do que o exigia a sua missão terrena) aos usos, costumes e tradições dos hebreus, assim como à inteligência daqueles a quem se dirigia, a fim de que todos o compreendessem e, sobretudo, escutassem. Tudo isso para assegurar o bom desempenho de sua missão e conseguir que ela desse frutos no momento e no futuro: QUE FRUTIFICASSE PRIMEIRO PELA LETRA, DEPOIS PELO ESPÍRITO.
GN, 10/05/1970


SÁBADO , 28/07/2012

TENTAÇÃO DE JESUS

P – Não podemos viver mais sem a Doutrina do Novo Mandamento de Jesus, ditada pelo Espírito da Verdade. A unificação das Quatro Revelações do Cristo são a última palavra para a pobre Humanidade desvairada! Como devemos entender a tentação do Mestre?

R – Para a explicação necessária, vamos reunir estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IV: 1-11; Marcos, I: 12-13; Lucas, IV: 1-13.

MATEUS: 1 – Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado por Satanás. 2 – Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3 – Então, aproximando-se dele, disse o tentador: – Se és o Filho de Deus, ordena a estas pedras que se tornem pães. 4 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. 5 – Satanás o transportou à cidade santa, colocou-o no pináculo do templo, e lhe disse: 6 – Se és o Filho de Deus, lança-te daqui a baixo, pois está escrito que Ele ordenou a seus Anjos tenham cuidado contigo e te sustentem com suas mãos, para que não firas os pés em alguma pedra. 7 – Jesus respondeu: – Também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus. 8 – O tentador o transportou, ainda, para um monte muito alto, onde lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória que os acompanha, 9 – e lhe disse: – Eu te darei todas essas coisas se, ajoelhado diante de mim, me adorares. 10 – Jesus replicou: – Retira-te, Satanás, pois está escrito: Adorarás ao Senhor teu Deus e só a Ele servirás. 11 – Então, Satanás o deixou. Os Anjos cercaram Jesus e o serviram.

MARCOS: 12 – E logo o Espírito o impeliu ao deserto, 13 – onde passou quarenta dias e quarenta noites, sendo tentado por Satanás. Habitava com as feras e os Anjos o serviam.

LUCAS: 1 – Cheio do Espírito Santo, Jesus se afastou do Jordão, e foi pelo Espírito impelido para o deserto. 2 – Ali permaneceu quarenta dias e quarenta noites, e foi tentado por Satanás; nada comeu durantes esses dias; passados eles, teve fome. 3 – Disse-lhe, então, Satanás: – Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem pães. 4 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: o homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que vem de Deus. 5 – Satanás o transportou para um alto monte e lhe mostrou, num instante, todos os reinos da Terra, 6 – dizendo-lhe: – Eu te darei todo esse poder e a glória desses reinos, porquanto eles me foram dados e eu os dou a quem quero. 7 – Se, pois, me quiseres adorar, todas essas coisas te pertencerão. 8 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. 9 – Satanás ainda o transportou a Jerusalém, colocando-o no pináculo do templo, e lhe disse: – Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, 10 – pois está escrito haver Ele ordenado a seus Anjos que te cerquem de cuidados e te guardem, 11 – e te amparem com suas mãos, para que não firas os pés em alguma pedra. 12 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus. 13 – Terminada a tentação, Satanás se afastou dele por algum tempo.

Satanás, o diabo, o demônio – são nomes alegóricos, pelos quais se designa O CONJUNTO DOS MAUS ESPÍRITOS empenhados na perda do homem e da mulher. Satanás não era um Espírito especial, mas a síntese dos piores Espíritos que, purificados agora na sua maioria, perseguiam os homens e mulheres, para desviá-los do caminho do Senhor. Mas todos se purificarão com o tempo, por meio de uma série de provações e expiações em reencarnações sucessivas, precedida cada uma, no espaço, na erraticidade, dos sofrimentos ou torturas morais apropriados e proporcionados aos crimes ou faltas cometidas. Tais são, para o Espírito culpado, encarnado ou errante, o inferno, o purgatório, a expiação, a reparação, o progresso. A reencarnação é a escada santa que todos os homens terão de subir. Constituem-lhe os degraus as fases das diversas existências nos mundos inferiores, depois nos mundos superiores, porque Deus determinou que, para chegar a Ele, teria o homem de nascer, “morrer” e renascer até aos limites da Perfeição. E nenhum chegará até Ele SEM SE PURIFICAR PELA REENCARNAÇÃO. Muitas Igrejas negam essa Lei Universal, mas nem por isso ela deixa de existir: é anterior ao homem e à vossa morada planetária.
 GN,09/05/1970


SEXTA-FEIRA, 27/07/2012

DEUS E AVIDA UNIVERSAL – XX

P – Ficamos profundamente impressionados com as revelações do Espírito da Verdade sobre José e Maria. Poderia dedicar um capítulo inteiro a Jesus?

R – Nesta série de vinte capítulos, dedicamos um cada século, porque já o Mestre se aproxima. Não podemos esconder a Verdade, e por isso vos dissemos que Maria e José SÃO MUITO INFERIORES A JESUS. Perfeitos, moraL e intelectualmente, com relação a vós e ao vosso planeta, muito lhes resta por evoluir em ciência universal, para chegarem à PERFEIÇÃO SIDERAL. Mesmo quando, por a terem alcançado, forem Espíritos Puros, terão sempre de progredir nessa direção, visto que o Espírito, seja ele qual for, jamais atingirá o limite extremo da ciência divina. Tudo, na Natureza Universal, PROGREDIRÁ SEMPRE. Isto, porém, está muito acima da compreensão das inteligências humanas. O próprio Jesus, cuja pureza perfeita e imaculada se perde na Eternidade; que é a maior essência espiritual depois de Deus, SEM SER A ÚNICA; de um saber tão vasto que nem os Espíritos Superiores lhe podem apreciar a extensão; cuja a grandeza é tal que multidões de Espíritos Puros a admiram e trabalham por adquiri-las através das “eternidades” – o próprio Jesus, quando desceu à Terra, embora já fosse O MODELO DO AMOR E DA CIÊNCIA, estudava e ainda estuda! Estudava e estuda porque o progresso infinito é o objetivo único do Espírito. Só Deus, repetimos, pode afirmar: “não irei mais longe”, porque Ele é a própria Eternidade e o Infinito de todas as Perfeições; não concluais, daí, que Jesus tenha tido, naquela época, ou possa ter de suportar, quaisquer provas! Não: Ele, até então, não faliu NUNCA, e é INFALÍVEL POR ESTAR EM RELAÇÃO CONSTANTE E DIRETA COM DEUS. Era, e é, o Verbo de Deus junto aos homens, qualificado de Deus relativamente a vós outros, no sentido de que era e é, para o seu e nosso Deus, para o seu e nosso Pai, O VOSSO ÚNICO MESTRE! Era e é, para nos servirmos de uma expressão humana, seu vice-rei e vosso rei, como Espírito protetor e governador do vosso planeta. Tinha e tem O AMOR DO PROGRESSO, e trabalha sem cessar por adquirir novos conhecimentos no LIVRO DO INFINITO. Somente Deus nada tem de aprender. Jesus, que já era infalível quando o vosso planeta lhe foi confiado, progrediu em ciência universal e fez a Terra progredir, incessantemente. É que o Pai Celestial dá saber ao Espírito, POR MAIS ADIANTADO QUE SEJA, na proporção e em recompensa do progresso que o seu amor e o seu devotamento produzem. O PROGRESSO PESSOAL DE UM ESPÍRITO CORRESPONDE AOS PROGRESSOS QUE, GRAÇAS A ELE, SEUS IRMÃOS REALIZEM. O amor e o devotamento de Jesus tornaram, e tornam, cada vez mais ardentes os seus próprios esforços para vos conduzir ao ponto que deveis atingir – a Perfeição, que alcançareis quando o vosso mundo (que – na fase de sua formação – saiu do estado de incandescência dos fluídos impuros, e foi, progressivamente, passando pelas etapas sucessivas das revoluções planetárias, ao período material) chegar ao ESTADO FLUÍDICO PURO, depois de haver passado, atravessando os períodos de outras revoluções, do estado material a novos estados CADA VEZ MENOS MATERIAIS E, EM SEGUIDA, FLUÍDICOS. Então, o próprio Jesus que já era Espírito de pureza perfeita e imaculada na época em que presidiu à formação da Terra, terá subido em ciência universal, muito para cima do ponto em que se encontrava há quase vinte séculos. Tudo o que foi, é e será, em todos os reinos da Natureza, no vosso planeta, seguiu, segue e seguirá marcha contínua no caminho do progresso físico, moral e material. Mas, ao completar-se essa GRANDE OBRA DE PURIFICAÇÃO DA TERRA, bem como de sua Humanidade, nos tempos predeterminados para a REGENERAÇÃO – o joio será separado do trigo; os Espíritos que se mostrarem obstinados em culpa e rebeldia serão afastados para planetas inferiores, onde – durante séculos – terão de expiar a sua obstinação no mal. Maria e José, como todos nós, continua a auxiliar o Mestre na sua gloriosa missão, ajudando-vos também, debaixo da sua direção a cumprir os vossos destinos. Agora podeis compreender: quando estiverdes para alcançar a Perfeição, os Espíritos que integraram o grupo de coadjuvantes de Jesus, no desempenho da sua missão terrena, terão atingido a PERFEIÇÃO SIDERAL, colocados pelo Pai entre os Espíritos Puros.
GN, 08/05/1970

QUINTA-FEIRA, 26/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIX

P – Os ensinamentos do CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV estão merecendo comentários especiais em nossos Postos Familiares. Os relativos a José e Maria nos levam a fazer mais uma pergunta que julgamos oportuna: – Eles faliram, alguma vez?

R – Sim: nenhum dos dois pertencia ao número dos que se conservaram sempre puros. Ambos eram ESPÍRITOS PURIFICADOS. Maria sofreu uma encarnação semi-material num planeta elevado. Encarnação semi-material porque o corpo era fluídico: participava, por esse lado, da natureza do perispírito. A natureza desses corpos fluídicos, nos mundos superiores, não vos será mais compreensível do que a do perispírito, enquanto não estiverdes em estado de conhecer a natureza dos fluídos que os compõem. O perispírito pode, com propriedade, ser qualificado de semi-material pela simples razão de, sendo fluídico, poder materializar-se à vontade. É, com relação à vossa matéria, o que é o vapor com relação à água: matéria tênue, porém matéria, capaz de, em cada ocasião, tomar a aparência de matéria compacta. Não conseguireis compreender a natureza dessa parte do vosso ser, senão quando a vossa inteligência se houver desenvolvido bastante, para sondar as profundezas do éter que vos cerca. Para vos inteirardes das qualidades do ar que vos  envolve, vós o descompusestes, medistes e pesastes. O ar sempre esteve ao vosso alcance; contudo, quanto tempo vos foi preciso para chegardes a conhecê-lo! Para compreenderdes os fluídos que se encontram espalhados pelo espaço e que, por assim dizer, o compõem, necessário é que chegueis – com espírito de ciência universal – às regiões onde esses fluídos se despojem das partes heterogêneas. O homem, que já chegou à Lua, precisará saber premunir-se contra as correntes pestilenciais para a vossa humanidade. Há dificuldades bem grandes, mas a inteligência foi por Deus dada ao homem para que ele a exercite. O horizonte se distende a seus olhos para o impelir, constantemente, a avançar. Que avance, pois, sem temor, mas com muita humildade. Armado de amor à ciência universal, no desejo de progredir (SUSTENTADO PELOS BONS ESPÍRITOS, PORQUE DEUS QUER QUE VOS AJUDEMOS, MAS QUE TRABALHEIS, FAZENDO A VOSSA PARTE) o homem chegará, brevemente, ao fastígio dos conhecimentos relativos à sua matéria. Então, essa matéria que o envolve se modificará por sua vez, a fim de se prestar às NOVAS NECESSIDADES HUMANAS; e ele, de estudo em estudo, de progresso em progresso, atingirá as venturosas mansões onde estará na posse de toda a ciência referente ao vosso planeta a ao turbilhão iluminado pelo Sol. Se quiserdes, para imaginar o que possam ser os corpos fluídicos nos planetas elevados, uma comparação com a matéria que muda de natureza sob as vossas vistas – se bem que sejam falhas todas as comparações entre coisas do vosso mundo e as coisas dos mundos elevados – compararemos o corpo humano na Terra à água, que vedes compacta, é o corpo igualmente humano, de alguns outros planetas, ao vapor. Como no primeiro caso, neste também o que temos diante dos olhos é água, mas num estado que lhe permite elevar-se nos ares, confundir-se com a nuvem, em vez de se conservar pesada sobre um suporte qualquer. Nas encarnações que se sucedem às vossas, o corpo perde, pouco a pouco, a densidade e se torna CADA VEZ MAIS AERIFORME. Deixa de ter os pés chumbados ao solo e se mantém em equilíbrio, qualquer que seja a sua posição. Cerca as regiões, que esses diversos planetas ocupam, uma atmosfera adequada às necessidades da Natureza; e, assim como a água do mar sustenta, mais facilmente que outra, o corpo que se lhe confia, do mesmo modo o ar dessas regiões tem um peso superior ao dos corpos dos mortais que as habitam. Agora, já vos podemos dizer: a queda de Maria foi muito leve, mesmo tendo-se em vista a elevação que, SEM FALIR, ela havia alcançado; tão leve que não serieis capazes de vislumbrar, no ato que a determinou, QUALQUER INDÍCIO DE FALTA, AINDA QUE LEVÍSSIMA. A Virgem encarnou num desses mundos benditos, por que tanto anseais. Para vós, tal encarnação seria INVEJÁVEL RECOMPENSA, que tudo deveis fazer por conquistar. Mas, para a Virgem, foi uma punição, pois a privou de UM ESTADO BEM MAIS BELO. Sirvamo-nos, ainda, de uma comparação humana. Um homem que viveu na miséria mais abjeta, recebe, certo dia, uma herança; passa a ter uma renda que lhe proporciona existência venturosa. Sem dúvida, isso é para ele O CÚMULO DA FELICIDADE. Mas outro, ao contrário, que se embalou em berço de ouro, que teve satisfeitos todos os seus caprichos, vê de súbito desmoronar-se o alto pedestal (em que julgava manter-se SEMPRE) e comprometer sua fortuna. Não é uma desgraça para ele? Mas é impossível, repetimos, qualquer comparação ENTRE COISAS TERRESTRES E COISAS CELESTES. Atentai, pois, no sentido, não na letra da comparação. Maria, purificada por essa encarnação, retomou sem mais deslizes, o caminho simples e reto do progresso, e ainda o trilha, pois não chegou ao cimo, isto é, à PERFEIÇÃO SIDERAL. Embora não se ache, ainda, na categoria dos Espíritos Puros, suas atuais encarnações (empregamos o têrmo para que possais compreender o seu estado perispirítico) tão acima se acham das vossas inteligências QUE NÃO PODEIS FAZER IDÉIA DO QUE SEJAM! José, cuja falta foi mais grave, teve a princípio muitas encarnações na Terra. Mas, quando encarnou para auxiliar Jesus na sua missão terrena, já se havia purificado, mediante sucessivas encarnações em mundos mais adiantados. Grande é, presentemente, a sua elevação: é um Espírito Superior, porém menos elevado que o da Virgem Maria em ciência universal. Ambos, José e Maria, são muito inferiores a Jesus.
GN, 07/05/1970



QUINTA-FEIRA, 26/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIX

P – Os ensinamentos do CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV estão merecendo comentários especiais em nossos Postos Familiares. Os relativos a José e Maria nos levam a fazer mais uma pergunta que julgamos oportuna: – Eles faliram, alguma vez?

R – Sim: nenhum dos dois pertencia ao número dos que se conservaram sempre puros. Ambos eram ESPÍRITOS PURIFICADOS. Maria sofreu uma encarnação semi-material num planeta elevado. Encarnação semi-material porque o corpo era fluídico: participava, por esse lado, da natureza do perispírito. A natureza desses corpos fluídicos, nos mundos superiores, não vos será mais compreensível do que a do perispírito, enquanto não estiverdes em estado de conhecer a natureza dos fluídos que os compõem. O perispírito pode, com propriedade, ser qualificado de semi-material pela simples razão de, sendo fluídico, poder materializar-se à vontade. É, com relação à vossa matéria, o que é o vapor com relação à água: matéria tênue, porém matéria, capaz de, em cada ocasião, tomar a aparência de matéria compacta. Não conseguireis compreender a natureza dessa parte do vosso ser, senão quando a vossa inteligência se houver desenvolvido bastante, para sondar as profundezas do éter que vos cerca. Para vos inteirardes das qualidades do ar que vos  envolve, vós o descompusestes, medistes e pesastes. O ar sempre esteve ao vosso alcance; contudo, quanto tempo vos foi preciso para chegardes a conhecê-lo! Para compreenderdes os fluídos que se encontram espalhados pelo espaço e que, por assim dizer, o compõem, necessário é que chegueis – com espírito de ciência universal – às regiões onde esses fluídos se despojem das partes heterogêneas. O homem, que já chegou à Lua, precisará saber premunir-se contra as correntes pestilenciais para a vossa humanidade. Há dificuldades bem grandes, mas a inteligência foi por Deus dada ao homem para que ele a exercite. O horizonte se distende a seus olhos para o impelir, constantemente, a avançar. Que avance, pois, sem temor, mas com muita humildade. Armado de amor à ciência universal, no desejo de progredir (SUSTENTADO PELOS BONS ESPÍRITOS, PORQUE DEUS QUER QUE VOS AJUDEMOS, MAS QUE TRABALHEIS, FAZENDO A VOSSA PARTE) o homem chegará, brevemente, ao fastígio dos conhecimentos relativos à sua matéria. Então, essa matéria que o envolve se modificará por sua vez, a fim de se prestar às NOVAS NECESSIDADES HUMANAS; e ele, de estudo em estudo, de progresso em progresso, atingirá as venturosas mansões onde estará na posse de toda a ciência referente ao vosso planeta a ao turbilhão iluminado pelo Sol. Se quiserdes, para imaginar o que possam ser os corpos fluídicos nos planetas elevados, uma comparação com a matéria que muda de natureza sob as vossas vistas – se bem que sejam falhas todas as comparações entre coisas do vosso mundo e as coisas dos mundos elevados – compararemos o corpo humano na Terra à água, que vedes compacta, é o corpo igualmente humano, de alguns outros planetas, ao vapor. Como no primeiro caso, neste também o que temos diante dos olhos é água, mas num estado que lhe permite elevar-se nos ares, confundir-se com a nuvem, em vez de se conservar pesada sobre um suporte qualquer. Nas encarnações que se sucedem às vossas, o corpo perde, pouco a pouco, a densidade e se torna CADA VEZ MAIS AERIFORME. Deixa de ter os pés chumbados ao solo e se mantém em equilíbrio, qualquer que seja a sua posição. Cerca as regiões, que esses diversos planetas ocupam, uma atmosfera adequada às necessidades da Natureza; e, assim como a água do mar sustenta, mais facilmente que outra, o corpo que se lhe confia, do mesmo modo o ar dessas regiões tem um peso superior ao dos corpos dos mortais que as habitam. Agora, já vos podemos dizer: a queda de Maria foi muito leve, mesmo tendo-se em vista a elevação que, SEM FALIR, ela havia alcançado; tão leve que não serieis capazes de vislumbrar, no ato que a determinou, QUALQUER INDÍCIO DE FALTA, AINDA QUE LEVÍSSIMA. A Virgem encarnou num desses mundos benditos, por que tanto anseais. Para vós, tal encarnação seria INVEJÁVEL RECOMPENSA, que tudo deveis fazer por conquistar. Mas, para a Virgem, foi uma punição, pois a privou de UM ESTADO BEM MAIS BELO. Sirvamo-nos, ainda, de uma comparação humana. Um homem que viveu na miséria mais abjeta, recebe, certo dia, uma herança; passa a ter uma renda que lhe proporciona existência venturosa. Sem dúvida, isso é para ele O CÚMULO DA FELICIDADE. Mas outro, ao contrário, que se embalou em berço de ouro, que teve satisfeitos todos os seus caprichos, vê de súbito desmoronar-se o alto pedestal (em que julgava manter-se SEMPRE) e comprometer sua fortuna. Não é uma desgraça para ele? Mas é impossível, repetimos, qualquer comparação ENTRE COISAS TERRESTRES E COISAS CELESTES. Atentai, pois, no sentido, não na letra da comparação. Maria, purificada por essa encarnação, retomou sem mais deslizes, o caminho simples e reto do progresso, e ainda o trilha, pois não chegou ao cimo, isto é, à PERFEIÇÃO SIDERAL. Embora não se ache, ainda, na categoria dos Espíritos Puros, suas atuais encarnações (empregamos o têrmo para que possais compreender o seu estado perispirítico) tão acima se acham das vossas inteligências QUE NÃO PODEIS FAZER IDÉIA DO QUE SEJAM! José, cuja falta foi mais grave, teve a princípio muitas encarnações na Terra. Mas, quando encarnou para auxiliar Jesus na sua missão terrena, já se havia purificado, mediante sucessivas encarnações em mundos mais adiantados. Grande é, presentemente, a sua elevação: é um Espírito Superior, porém menos elevado que o da Virgem Maria em ciência universal. Ambos, José e Maria, são muito inferiores a Jesus.
GN, 07/05/1970


QUARTA-FEIRA, 25/07/2012
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XVIII
 P – Já que o Espírito da Verdade apreciou a hierarquia dos Espíritos nos diferentes mundos do Universo, poderia também falar das funções que lhes são confiadas pelo Criador?

R – Gravai bem: o Espírito Puro, embora tenha muito que fazer, ainda, para ganhar os extremos limites da ciência universal no infinito, é sempre – moral e intelectualmente – perfeito com relação a todos os planetas de que se aproxime. Os Espíritos Puros são os mediadores entre a essência eterna de vida, a Inteligência Suprema, o Criador Incriado, causa primeira onipresente, onisciente e onipotente – DEUS – e os Espíritos Superiores, ministros das Vontades Divinas, os quais, segundo a escala hierárquica, por intermédio dos Bons Espíritos, as fazem chegar até vós. Eles trabalham, desempenhando a função que o Senhor lhes confiou, concernente ao progresso universal, na preparação, no desenvolvimento, na direção, no funcionamento, na realização da vida e da harmonia universais, SEGUNDO AS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS ESTABELECIDAS DESDE TODA A ETERNIDADE, na Imensidade, no Infinito, em todos os mundos, que se trate dos que são habitados pelos que faliram, quer dos que servem de habitação aos que, sem falir, seguem a via de progresso que lhes é indicada. Cada mundo, qualquer que ele seja, tem por PROTETOR E GOVERNADOR UM ESPÍRITO, UM CRISTO DE DEUS, cuja Perfeição se perde na noite da Eternidade, infalível, que não faliu jamais e que, tendo-lhe presidido a formação, está encarregado de seu desenvolvimento e de seu progresso, assim como de todos os  Espíritos que o habitam, a fim de os conduzir à Perfeição. As missões desses Cristos de Deus são relativas, conforme ao grau e ao desenvolvimento do planeta. As terras ingratas, como a vossa, eles pregam o AMOR; aos mundos mais elevados levam as GRANDES DESCOBERTAS, as ciências e as artes, desempenhando – em todos – as funções de alavanca para soerguer os instintos adormecidos, sempre de acordo com as capacidades e necessidades do planeta, cuja direção lhes cabe. Quaisquer que sejam a inferioridade ou a superioridade dos mundos confiados ao seu governo, é sempre com o máximo zêlo que desempenham as missões que lhes couberam, seja em Marte, seja na Terra, em Vênus ou em Júpiter. Os Espíritos que, depois de terem falido, atingiram, purificando-se, a PERFEIÇÃO SIDERAL,e se tornaram, assim, Espíritos Puros, olham sempre com uma espécie de respeito e de amor para os que souberam manter-se invulneráveis, sem falir, conservando-se constantemente puros na via de progresso, até chegarem àquela Perfeição. Não acrediteis, porém, que haja uma linha de demarcação entre os que faliram e os que se mantiveram puros. Não: entre eles há completa igualdade de pureza, devotamento e amor. DEIXAI AOS HOMENS DO VOSSO PLANETA A HIERARQUIA DAS POSIÇÕES E A DESIGUALDADE DAS CONDIÇÕES SOCIAIS! PARA O SENHOR, É IGUAL TUDO O QUE É IGUALMENTE PURO! Dissemos que os Espíritos Protetores e Governadores de planetas eram infalíveis e nunca faliram. São infalíveis por estarem EM RELAÇÃO DIRETA COM DEUS, recebendo dele as vontades e as inspirações. Não faliram nunca: são, portanto, superiores, em ciência universal, aos que, depois de terem falido, se tornaram Espíritos Puros. Ninguém procure, aí, vislumbrar qualquer pensamento ou ato de parcialidade: Deus, que é a PERFEITA JUSTIÇA, é incapaz de parcialidade. A hierarquia, como já sabeis, se estabelece entre os Espíritos em conseqüência da elevação e do progresso deles. Todos devem compreender: o Espírito que – desde a sua origem – progrediu sem se afastar nunca do caminho traçado, ESTÁ SEMPRE MAIS ADIANTADO EM CIÊNCIA UNIVERSAL DO QUE OUTRO QUE SE PURIFICOU DEPOIS DE HAVER FALIDO. Ora, naturalmente aos mais adiantados devem caber as missões mais importantes do Universo. Maria e José eram, ambos, Espíritos perfeitos quando encarnaram em missão: eram perfeitos relativamente a vós, porque possuíam a perfeição moral e intelectual, relativamente ao vosso planeta. Não o eram, porém, com relação aos mundos superiores que os dois já haviam habitado. Eram Espíritos Superiores, muito elevados na hierarquia espiritual, com relação a vós outros, mas não tinham ainda ascendido ao ponto culminante da Perfeição, a PERFEIÇÃO SIDERAL. Eram Espíritos devotados e bons, mas que ainda precisavam progredir muito em ciência universal, para chegarem àquela Perfeição. Por isso dissemos que eram inferiores a Jesus.
GN, 06/05/1970
            
 TERÇA-FEIRA, 24/07/2012
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XVII
P – Queremos saber quais o sentido e o alcance destas palavras ditadas pelo Espírito da Verdade: “Maria, Espírito perfeito; José, Espírito perfeito, menos elevado que a Virgem; ambos inferiores a Jesus”. Quais, na PERFEIÇÃO, a causa e o motivo da inferioridade de uns com relação a outros?

R – Deus é perfeito de toda a Eternidade, somente Ele tem a PERFEIÇÃO ABSOLUTA: o amor universal infinito, a ciência universal infinita. Somente Deus pode dizer: “não irei mais longe”. Porque, desde toda a Eternidade, está no limite supremo (pobre linguagem humana!). DEUS É O ÚNICO QUE, TENDO SEMPRE SIDO, TENDO SEMPRE SABIDO, NADA TEM DE APRENDER OU DE SER MAIS. Criador incriado, Ele é ETERNO, e o ETERNO não tem causa. Ora, o Espírito criado jamais o pode igualar; tudo, no Universo, na Imensidade, no Infinito, tende sempre a progredir. Portanto, o Espírito – por mais adiantado que seja, moral, intelectual e espiritualmente – não poderá NUNCA igualar-se a Deus: tem de aprender sempre, através das “eternidades”, por toda a Eternidade! Para o Espírito, qualquer que ele seja, o progresso intelectual é indefinido, restando-lhe sempre aquisições a fazer em ciência universal, SEM QUE HAJA LIMITE ALGUM PARA ESSE PERMANENTE PROGREDIR. A PERFEIÇÃO MORAL, COMO A INTELECTUAL É RELATIVA. Um Espírito pode ser moral e intelectualmente perfeito com relação a todos os mundos inferiores ao que ele habita. Pode ser muito elevado relativamente a vós outros na hierarquia espiritual; perfeito, moral e intelectualmente, relativamente AO VOSSO PLANETA, e não ter chegado ainda ao ponto culminante da Perfeição. Cumpre-lhe, para atingi-lo, progredir muito em ciência universal. São esses os Espíritos que designais Superiores. Perfeito, com relação a vós e ao vosso planeta, é o Espírito que se tornou senhor das paixões e soube libertar-se delas; que se despojou de toda impureza de pensamento e, por conseguinte, de ação; que vive animado do mais ardente e devotado amor a todas as criaturas de Deus; que alcançou o apogeu do amor e da caridade, MAS NÃO DA CIÊNCIA UNIVERSAL. O ponto culminante da Perfeição é a PERFEIÇÃO SIDERAL, isto é, a perfeição moral e intelectual relativamente aos mundos superiores e inferiores, materiais ou fluídicos, habitados por Espíritos que faliram ou por Espíritos que não faliram, até chegarem aos MUNDOS FLUÍDICOS PUROS, onde a essência do perispírito já está completamente purificada, do que RESULTA NÃO SE ACHAR MAIS O ESPÍRITO SUJEITO A ENCARNAR EM PLANETA ALGUM, porque já é nula sobre ele a influência da matéria. A PERFEIÇÃO SIDERAL SÓ O ESPÍRITO PURO A POSSUI; não possui, porém, o saber sem limites, do qual só Deus dispõe. Nem mesmo os Espíritos mais aproximados d'Ele pela ciência desfrutam desse saber sem limites, porquanto nenhum Espírito criado – é preciso repetir – poderá JAMAIS igualar-se a Deus. Aquele que conquistou a infalibilidade moral, não é infalível intelectualmente, senão de modo relativo e por efeito da assistência de que goza, quando lhe falta alguma coisa da ciência para o desempenho de qualquer missão. Perfeito moralmente, com relação a todos os Espíritos, sejam quais forem, ele é sempre, porque Deus assim o quer, assistido e sustentado pelos que lhe estão superiores em ciências. A hierarquia que, no tocante à ciência, existe entre os Espíritos Puros, não passa – dentro da igualdade resultante da pureza que lhes é comum – de um princípio de assistência que se origina de Deus, Única Fonte de onde promanam e à qual remotam todo o mérito e todo o poder. Continuaremos, antes de vos falarmos de Jesus, Maria e José.
GN, 05/05/1970


SEGUNDA-FEIRA, 23/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XVI
P – O que agrada na LBV é a sua Doutrina sem mistérios. Presta, assim, a Legião da Boa Vontade O MAIOR SERVIÇO aos brasileiros que desejem libertar-se da ignorância espiritual. Que diz o Espírito da Verdade sobre a multiplicidade dos mundos e dos Espíritos?

R – Em principio, a encarnação humana é apenas conseqüente à primeira falta, AQUELA QUE DEU CAUSA À QUEDA. A reencarnação é a pena da reincidência, da recaída, porque todas as vossas existências são solidárias entre si. O Espírito reencarnado traz consigo a pena secreta, em que incorreu, na sua encarnação precedente. Os Espíritos que, dóceis aos seus Guias, não se transviam, continuam a progredir no estado fluídico. Os que faliram, como os que venceram, trabalham, uns e outros, com a sua atividade e a sua inteligência, pelo seu próprio adiantamento, desempenhando missão providencial na grande UNIDADE DA CRIAÇÃO, onde, para todos os Espíritos, em plano de absoluta igualdade, tudo é reciprocidade e solidariedade, tendo por fim a integração de TODOS EM DEUS, segundo as Leis Gerais do Progresso, mediante a ciência, a sabedoria espiritual e o AMOR QUE REGE O UNIVERSO. Desenvolvendo, como encarnados, atividade e inteligência, os que faliram não cuidam somente de prover a necessidade da vida e do bem-estar: concorrem, também, para a melhoria dos mundos que lhes servem de habitação. Isso constitui o lado material da tarefa; mas ainda trabalham pelo seu próprio adiantamento, moral e intelectual, e pelo desenvolvimento moral e intelectual das “humanidades” que povoam esses mundos. A encarnação material (castigo necessário à expiação e ao progresso) sucedem as ENCARNAÇÕES CADA VEZ MENOS MATERIAIS, EM MUNDOS CADA VEZ MAIS ELEVADOS (porque a matéria acompanha o progresso espiritual) e que se tornam cada vez mais fluídicos, desde que o Espírito, eximido de todo contato com a carne, graças à elevação alcançada, reingressa nas regiões superiores, percorrendo as camadas de ar e de mundos, aprendendo aqui, ensinando ali. Os que se conservam puros também desenvolvem atividade e inteligência, a fim de progredirem, NO ESTADO FLUIDICO, por meio dos esforços espirituais que necessitam fazer para, da fase de inocência e de ignorância, de infância e de instrução, chegarem, sem falir, à Perfeição! O trabalho é grande, incessante e penoso, debaixo do invólucro que constitui o perispírito, invólucro que, para o Espírito, é matéria, e que – servindo-lhe de instrumento e meio de progresso – igualmente pode ser, a toda hora, como já foi para aquele que faliu, instrumento e meio de queda (e talvez de recaída), sendo sempre, porém, instrumento e meio de progresso, no curso das encarnações humanas. Ao mesmo tempo desenvolvem, na medida da elevação alcançada, atividade e inteligência em prol da vida e harmonia universais, estudando e trabalhando, sempre como Espíritos, nos mundos que servem de habitações a seus irmãos encarnados, POR TEREM FALIDO, e nas esferas onde se encontram os Espíritos no estado de erraticidade. Em suma – no espaço todo. Os mundos se multiplicam ao infinito. A MULTIPLICIDADE E A MULTIPLICAÇÃO DELES VOS DESLUMBRARIAM! Dentro do quadro estreito da inteligência humana, não há o que vos possibilite compreender sua extensão numérica. AINDA MAIS NUMEROSOS, TODAVIA, SÃO OS ESPÍRITOS. Estes, quer tenham falido, quer não, chegados a certo grau de adiantamento moral e intelectual, são atraídos para o estudo dos mundos, de seus princípios e suas organizações, e se entregam a esses estudos sob a direção de Espíritos de pureza perfeita. Debaixo desse comando, eles trabalham na formação de planetas, e os desenvolvem e os impelem, de esferas em esferas, para as regiões que lhes são próprias. Esse o momento em que muitos se transviam, dominados pelo orgulho, que os leva a “desconhecer” a mão diretora do Senhor, ou a duvidar do seu Poder, duvidando de suas próprias forças. Soa, então, a hora da encarnação humana correspondente ao delito. Em tal caso, o planeta, que não pode ficar sujeito a perecer por lhe faltar o obreiro primitivo, continua sua marcha progressiva SOB OS CUIDADOS E A AÇÃO DE UM ESPÍRITO SUPERIOR, QUE VEM SUBSTITUIR AQUELE QUE FALIU. Aludindo à formação dos planetas, acabamos de falar em Espíritos que alcançaram certo grau de ciência. Mas, antes de chegarem lá, quantos se precipitam do éter na matéria imunda! Quantos se desviam do caminho, ao entrarem nele! A quantos falece a coragem para, ao menos, tentarem os esforços necessários, ou para perseverarem nesses esforços, uma vez tentados! Por isso é que Jesus advertia: “Será salvo aquele que perseverar até ao fim”. Entretanto, não percais de vista que TODOS OS ESPÍRITOS, tantos os que faliram como os que não faliram, todos, iguais na origem, isto é, no ponto de partida, iguais virão a ser no ponto de chegada, por isso que IGUAL É EM TODOS A PUREZA, DESDE QUE SE TORNARAM PUROS, seguindo embora caminhos diversos, diversidade essa de rumos proveniente da circunstância de TER SIDO DADO A CADA UM DE ACORDO COM SUAS OBRAS.
GN, 03/05/1970


               DOMINGO, 22/07/2012

       DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XV

P – A Doutrina do CEU, da LBV, liquida a “magia” do materialismo dialético, que ainda fascina tanta gente, no mundo inteiro. Agora, todos sabemos que a VERDADEIRA IGUALDADE é muito diferente. Que diz o Espírito da Verdade?
 R – Um único é, originariamente, o ponto de partida PARA TODOS OS ESPÍRITOS: formação primitiva e rudimentar pela quintessência dos fluidos, substância tão sutil que por nenhuma expressão podem vossas inteligências limitadas fazer idéia perfeita dela: quintessência que a vontade de Deus anima para lhe dar o ser e que constitui a essência espiritual (princípio de inteligência), destinada a se tornar – por uma progressão contínua – Espírito. ESPÍRITO FORMADO, isto é, inteligência independente, dotada de livre arbítrio, consciente de sua vontade, de suas faculdades e de seus atos. Segue-se a encarnação, ou melhor – a co-materialização dessa essência espiritual mediante a sua união íntima com a matéria inerte, primeiro no reino mineral e nas espécies intermediárias que participam do mineral e do vegetal; depois no reino vegetal e nas espécies intermediarias que participam do vegetal e do animal. Desse modo, numa contínua marcha progressiva, se opera o seu desenvolvimento, que a prepara e conduz às raias da CONSCIÊNCIA DA VIDA. Em seguida, vem a encarnação no reino animal, depois nas espécies intermediarias que, do ponto de vista do invólucro material, participam do animal e do homem, adquirindo assim aquela essência (ESPÍRITO EM ESTADO DE FORMAÇÃO), sempre em progressão contínua, a consciência da vida ativa exterior, da vida de relação, o desenvolvimento intelectual que a levará aos limites do PERÍODO PREPARATÓRIO QUE PRECEDE O RECEBIMENTO DO LIVRE ARBÍTRIO, da vida moral, independente, responsável, característica do livre pensador. Chegados, quanto ao desenvolvimento intelectual, ao ponto em que recebem o dom precioso (e perigoso) do livre arbítrio, os Espíritos, IGUAIS SEMPRE, TODOS NO ESTADO DE INOCÊNCIA E DE IGNORÂNCIA, se revestem do perispírito que recobre a inteligência independente. Essa operação de revestir o perispírito (que, do vosso ponto de vista material, se deveria chamar envoltório) constitui então, PARA TODOS, UMA ENCARNAÇÃO FLUÍDICA. Todos, puros nessa fase de inocência e de ignorância, igualmente submetidos a Espíritos encarregados de os guiar e desenvolver, têm a liberdade dos seus atos e podem, no estado fluídico, progredir sempre, até à Perfeição, mediante conquistas espirituais contínuas e sucessivas. É o caso do estudante que, sempre dócil e atento à voz, às lições e conselhos dos Guias, passa por todas as classes e chega a tomar o grau. Eles podem, todavia, cometer uma falta e, dessa forma, provocar e receber o castigo, a punição a que faz jus ao culpado, MAS SOMENTE O CULPADO. Dá-se, então, o que sucede com o estudante que, insubmisso, culposo e rebelde, pela sua própria falta provoca e recebe a punição, o castigo do ser expulso e ir, noutro estabelecimento de ensino, noutro meio e noutras condições, percorrer a fieira de todas as classes, até alcançar o grau. A muitos Espíritos acontece falir – já o dissemos – PORQUE QUASE TODOS FAZEM MAU USO DO LIVRE ARBÍTRIO. Alguns, porém, dóceis aos preceptores incumbidos de os guiar e desenvolver, seguem simples e gradualmente pelo caminho reto. Os primeiros sofrem uma punição, UM CASTIGO QUE TERIAM PODIDO EVITAR. É para experimentarem as conseqüências da falta cometida que, conforme ao que explicamos, uma vez preparados, eles entram na encarnação humana, de acordo com o grau de culpabilidade e nas condições apropriadas, sempre, às exigências da expiação e do progresso – ou em terras primitivas, ou em mundos já habitados por Espíritos que faliram anteriormente, exatamente o caso do vosso planeta, diluindo a tenda de Adão e Eva: quando a raça adâmica surgiu entre vós, a Terra já possuía muitos habitantes de outras raças. Pois, se houvesse em vosso mundo apenas um casal de brancos, seria impossível explicar a existência dos negros.
GN, 01/05/1970

SÁBADO,  21/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIV


P – O autor da mesma opinião, analisada pelo Espírito da Verdade, continua assim: “A encarnação humana é uma necessidade para o Espírito que, desempenhando missão providencial, trabalha pelo seu próprio adiantamento, por efeito da inteligência e da atividade que lhe cumpre empregar, para prover a sua existência e o seu bem-estar. Mas a encarnação humana se torna um castigo quando o Espírito, por não ter feito o que devia, se vê constrangido a recomeçar a tarefa e multiplica suas vidas corporais, penosas por culpa sua. Um estudante não chega a tomar o grau senão depois de haver passado pelas fileiras de todas as classes. Percorrer essas classes constitui, porventura, um castigo para ele? Não: é uma necessidade. Se, porém, por preguiça, o estudante é obrigado a permanecer nelas o dobro do tempo, aí esta o castigo. Poder livrar-se de algumas, ao contrario, representa bastante mérito. A verdade, pois, consiste em que a encarnação na Terra só é, para muitos dos que a habitam, um castigo, porque esses – podendo tê-lo evitado – duplicaram, triplicaram, e até centuplicaram, por culpa própria, os números de suas vidas terrenas, retardando desse jeito o momento de entrarem nos mundos melhores. Assim, é errôneo admitir, em princípio, a encarnação humana como um castigo”. Que devemos pensar de tais conclusões?
                                 
R – Esclarece o Espírito da Verdade: – Errôneo, ao contrário, é admitir que a encarnação humana seja UMA NECESSIDADE, tanto para o Espírito que, investido do livre arbítrio no estado de inocência e de ignorância, jamais faliu, por não fazer dele mau uso, pois, sempre dócil aos seus Guias, trilha o caminho que eles indicam, para progredir; como para aquele que, indócil, rebelde e obstinado, faliu pelo mau uso desse mesmo livre arbítrio. Sim, errôneo, ao contrário, é admitir que a encarnação não seja, em princípio, UM CASTIGO, POR EFEITO DE UMA CULPA QUE O TORNOU NECESSÁRIO. Os que formaram essa opinião errônea ainda não foram esclarecidos, ou não refletiram bastante sobre a natureza e o objeto dos mundos que os encarnados habitam, como planetas de expiação e de progresso; sobre a origem do Espírito e sobre as diversas fases por que ele passa no estado de formação. Sobretudo, ainda não refletiram acerca destas duas situações bem marcadas e que devem ser perfeitamente distinguidas: a situação em que, no estado de formação, o Espírito segue a sua contínua marcha progressiva, até chegar à condição de ESPÍRITO FORMADO, isto é, de inteligência independente, dotado de livre arbítrio, cônscio de sua vontade, das suas faculdades, da sua liberdade e, portanto, da RESPONSABILIDADE DOS SEUS ATOS; e a situação em que, como Espírito formado, ele se encontra num estado de inocência e de ignorância, podendo – ou usar o livre arbítrio no sentido de trilhar constantemente o caminho que lhe é indicado para progredir, ou fazer mau uso dele, sob a influência do orgulho, da presunção, da inveja, e se tornar, por isso mesmo, indócil, culposo, revoltado, podendo, em suma, falir ou não falir. A encarnação é uma necessidade para o Espírito no estado de formação; é indispensável ao seu progresso, ao seu desenvolvimento, como meio de lhe proporcionar e ampliar gradualmente A CONSCIÊNCIA DE SER, o que ele não conseguirá senão pelo contato com a matéria. É a união desses dois princípios que dá lugar ao desenvolvimento intelectual. Fique, portanto, bem claro: a encarnação é uma necessidade até ao momento em que, alcançando um certo ponto de desenvolvimento intelectual, o Espírito está apto a receber o precioso dom – mas tão perigoso – do livre arbítrio.
 GN, 30/04/1970

SEXTA-FEIRA,  20/07/2012


DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIII

       
P – Desejamos que o Espírito da Verdade analise esta opinião, formulada nos seguintes termos: “Do mesmo modo que, para o Espírito em estado de formação, a materialização nos reinos mineral e vegetal e nas espécies intermediárias (e, igualmente, a encarnação no reino animal e nas espécies intermediárias), É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO resultante de falta cometida, TAMBÉM PARA O ESPÍRITO FORMADO, que já tem inteligência independente, consciência de suas faculdades, responsabilidade dos seus atos (livre arbítrio), e que se encontra no estado de inocência e ignorância – a encarnação, primeiro em terras ou mundos primitivos, depois nos mundos inferiores e superiores – ATÉ QUE HAJA ATINGIDO A PERFEIÇÃO – É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO”. Que devemos nós concluir de tudo isso?

R – Responde o Espírito da Verdade: A encarnação humana NÃO É UMA NECESSIDADE, e sim UM CASTIGO, diante das Leis Divinas que já analisamos. E o castigo não pode preceder a culpa. O Espírito não é humanizado (também já o explicamos) antes que a primeira falta o tenha sujeitado à encarnação humana. Só então ele é preparado (como, igualmente, já o demonstramos) para lhe sofrer as conseqüências. A opinião que submeteis à nossa análise, na vossa pergunta de hoje, se fundamenta por esta maneira: “Segundo um sistema que, à primeira vista, denota algo de especioso, os Espíritos não teriam sido criados para encarnar materialmente; a encarnação humana NÃO seria mais que o resultado de uma falta. Tal sistema cai pela simples consideração de que, SE NENHUM ESPÍRITO HOUVESSE FALIDO, NÃO HAVERIA HOMENS NA TERRA NEM SERES NOS OUTROS MUNDOS. Ora, sendo a presença do homem necessária, como é, para melhoria material dos mundos, visto que ele concorre – pela sua inteligência e pela sua atividade – para a execução da obra geral, claro esta que o homem é um dos meios essenciais da Criação. Não podendo Deus subordinar o acabamento de sua obra à queda eventual das suas criaturas, a menos que contasse previamente com um número suficiente de culpados, para alimentar os mundos criados e por criar, o BOM SENSO repele semelhante modo de pensar”. A última frase deve ser riscada. O bom senso, ao contrário, indica que a presciência de Deus lhe faculta saber que, NO NÚMERO DOS QUE ELE CRIA SIMPLES, IGNORANTES E FALÍVEIS, HAVERÁ SEMPRE MUITOS QUE – PELO MAU USO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO – SUCUMBIRÃO AS SUAS FRAQUEZAS CAUSADAS PELO ORGULHO, QUE SE ORIGINA NA IGNORÂNCIA E TEM POR DERIVADOS A PRESUNÇÃO, O EGOÍSMO E A INVEJA. Seria, porventura, mais sensato pensar que Deus (o Infinito de todas as Perfeições) cria seres fracos expressamente para adquirirem força através dos sofrimentos, das provações? Que os cria inocentes para lhes ensinar a prática da inocência no assassínio, na indignidade, na multiplicidade dos vícios das encarnações humanas primitivas, vícios que tanto se enraízam nas criaturas, e que milhares de séculos passam sobre elas sem as polir? Sim, PORQUE AINDA HOJE SÃO INÚMERÁVEIS AS BAIXEZAS QUE AFLIGEM O GÊNERO HUMANO! Ora, se assim fosse, poderíeis dizer que Deus concedeu ao Espírito o livre arbítrio sob a condição de ficar submetido a uma lei única – a do pecado! Por essa forma, teria Deus sujeitado ao suplício igual (o da encarnação humana) tanto o Espírito que, no estado de inocência e de ignorância, dócil a seus Guias, segue o caminho que lhe é apontado para progredir, quanto o Espírito indócil, orgulhoso, presunçoso, egoísta e invejoso culpado e revoltado, que faliu por mau uso do seu livre arbítrio. Não! Deus é infinitamente grande, justo, bom e paternal. Seus filhos nascem simples de coração (Ele assim o quis); têm a liberdade dos seus atos (é Ele quem a concede). Se fazem mau uso do livre arbítrio, é que – dando o Senhor toda a liberdade ao Espírito – dele se afasta, por assim dizer, para deixá-lo entregue às suas próprias impressões e tendências. É ENTÃO QUE O ESPÍRITO ESCOLHE O RUMO QUE PREFERE SEGUIR. Então, e só então, sofre as conseqüências da escolha que faz. Tudo virá ao seu tempo. E esta uma verdade que abrirá caminho, como já o abriram estas duas outras – a anterioridade da Alma e a reencarnação. Uma geração semeia, a seguinte monda e a terceira colhe. A onisciência de Deus lhe faculta saber, desde e por toda eternidade (pois o presente, o passado e o futuro lhe estão patentes a todos os instantes) que jamais faltou nada, nem falta, nem faltará à vida e à harmonia universais: que houve, há e haverá SEMPRE Espíritos culposos para alimentar as terras primitivas, o vosso e os outros mundos que Ele criou, cria e criará, destinados a servir de habitação aos Espíritos que faliram, estão falindo e vão falir, todos esses que tiveram, têm e terão que expiar e progredir nessas esferas e trabalhar pela melhoria material delas. A onisciência de Deus lhe faculta saber, desde e por toda a eternidade, que também houve e sempre haverá Espíritos que, puros no estado de inocência e de ignorância, dóceis aos seus Guias, se conservarão puros no caminho do progresso, trilhando-o simples e gradualmente, conforme ao que lhe é indicado; que sempre houve, há e haverá Espíritos, como esses, que NUNCA IRÃO FALIR, PARA ALIMENTAR TODOS OS MUNDOS FLUÍDICOS QUE ELE CRIOU, CRIA E CRIARÁ, apropriado às inteligências dos que os devem habitar, e nos quais essas inteligências têm de progredir em invólucros fluídicos.
GN, 29/04/1970


                QUINTA-FEIRA, 19/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XII


P – Disse o Espírito da Verdade que “a previdência do Senhor vela, sempre, pela conservação de todos”. Poderia aprofundar o ensinamento e falar da paridade do desenvolvimento em todos os reinos da Natureza?

R – É que as espécies, incapazes de se defenderem, não são atacadas de modo positivo. Têm seus inimigos, mas entre seres tão fracos quanto elas mesmas, nunca entre aqueles que a destruiriam completamente, achando-as sem defesa ou meios de fugir. Cada espécie busca a alimentação que lhe é apropriada, não procurando jamais a que seja estranha aos seus apetites. O homem, no estado de encarnação primitiva, ou rudimentar, não tem que temer mais inimigos do que os tem a esponja, que só é vítima dos insetos que dela se nutrem, quando chega o têrmo da sua duração natural. Nem a carnívoros, nem a herbívoros, nem a nenhuma das espécies de peixes ou de pássaros, serve ela de alimento. Chegado, no seu desenvolvimento, ao período em que os carnívoros o atacam para devorá-lo, o homem já não se acha mais sem defesa e sem meios de fugir. Dizemos os carnívoros e não os herbívoros porque o caçador não persegue a caça que não tenha atrativo para ele. Também afirmamos que o homem, no estado de encarnação primitiva, não é mais do que massa, quase inerte, de matérias moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente. Ainda mais: “As gerações se sucedem, desenvolvendo-se. E as formas se vão alongando, tornando-se aptas a prover as necessidades que se multiplicam”. A matéria está sujeita a um desenvolvimento regular. Os Espíritos, quando se elevam, transpõem os graus desse desenvolvimento, sem neles tocarem: há sempre categorias de Espíritos em correlação com os graus das encarnações. Desde o grau de encarnação primitiva até à forma humana, não há outra coisa senão um tipo único em germe, a se desenvolver. Tipo único, mas que se modifica, à medida que o seu desenvolvimento se opera, de conformidade com os meios em que se vai encontrando. E daí podeis tirar outras conclusões, relativamente à elaboração do Espírito nos diversos reinos da Natureza. Efetivamente, o que se dá com a origem do tipo humano, que provém do limo diluído e fecundado, se verifica também com o principio das primeiras plantas e dos primeiros animais. São, em começo, simples vegetações microscópicas, que se desenvolvem, crescem e se estendem por sobre o solo, e produzem sementes que, transportadas a diversos pontos, sofrem a influência da terra que as recebe, das águas que as regam, dos calores que a fecundam e, enfim, dos fluidos que a desenvolvem. Surgem, depois, os tipos animais, que passam pelas mesmas transformações, determinados pelas mesmas causas. Agora, é preciso compreender como e por que chega o homem a ter a direção e a supremacia no planeta, não obstante ser o desenvolvimento material das espécies animais, no momento da encarnação humana primitiva, superior ao do Espírito humanizado, sob o ponto de vista do invólucro. O homem, nessas condições, não é um atrasado, mas um retardatário: o que há, em tal caso, é uma retrogradação física. Nele, a inteligência tem de despertar, ao passo que nos animais tem de se desenvolver. Fique bem claro o seguinte: ao fundar-se um novo planeta, o princípio de inteligência, o princípio espiritual que, em estado latente, ele encerra, tem de se elaborar, desenvolver, individualizar e adquirir arbítrio. O princípio espiritual, portanto, tem de passar por uma série inumerável de transformações, para chegar a esse ponto. O Espírito que encarna, ao contrário, volta à matéria para lhe sofrer a opressão, para se habituar a dominá-la, para aprender a se dominar, podendo o princípio inteligente (que, então, já percorreu uma certa categoria de estádios) ascender rapidamente, se o quiser, da ínfima condição em que caiu até às esferas elevadas que lhe compete atingir. Não se trata mais, aqui, de um progresso lento, insensível, mediante o qual, por assim dizer, se cria o ser espiritual: trata-se de realizar um trabalho raciocinado, cujos primeiros princípios já foram executados e se cuida de aplicar. Façamos uma comparação, para maior clareza: o Espírito que se prepara nos diversos reinos inferiores (mineral, vegetal, animal), é como a criança da qual o germe, fecundado no seio materno, se desenvolve, nasce, se educa e chega à adolescência. Nesse ponto, contrai uma enfermidade terrível, por efeito da qual, na convalescença, não se lembra sequer de uma letra dos seus primeiros estudos. Não sabe mais equilibrar nas pernas o corpo cambaleante, nem ir de um lugar a outro. Balbucia sons inarticulados e ininteligíveis. Estão mortos seus escritores prediletos, seus talentos, suas recordações. Mas, a pouco e pouco, a saúde lhe volta. Solícita, a mãe extremosa que lhe guia os passos, regulariza o seu falar, mostra nos livros as palavras que ele esqueceu, e por fim o reconduz à trilha das ciências que estudou. A inteligência se lhe desperta prontamente; de tudo vai se lembrando e tudo vai reconhecendo. JULGA APRENDER, QUANDO APENAS GRADUALMENTE RECORDA. E tanto mais rápido é o progresso quanto mais a saúde se avigora. O mesmo acontece com o Espírito que faliu: seus progressos espirituais dependem dos cuidados que dispense à sua saúde moral. Esses cuidados lhe permitem avançar, rapidamente, no campo da reminiscência dos progressos feitos no passado, reminiscência que ele toma por um estudo novo, enquanto não galga a altura de onde o passado pode, sem inconveniente, desenrolar-se aos seus olhos. Não lhe é dado fazer progressos novos (e estes, sim, serão realmente fruto de novos estudos) senão depois de atingir o ponto a que já chegara, quando caiu nas trevas da encarnação humana.
GN, 28/04/1970
                            

 QUARTA-FEIRA, 18/07/2012                           
 DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XI


P – O Espírito da Verdade afirmou que os Espíritos destinados a ser humanizados, por terem cometido erros graves, são lançados nas trevas exteriores – mundos primitivos, virgens ainda do aparecimento do homem (do reino humano), mas preparados e prontos para essas encarnações em substâncias humanas, às quais não se pode dar propriamente nome de corpos, nas condições de macho e fêmea, aptos para a procriação e para a reprodução. Quais as condições dessas substâncias humanas?

R – São corpos rudimentares. O homem aporta a essas terras, ou mundos primitivos, no estado de esboço, como tudo o que se forma nas trevas exteriores. Aí, o macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes. Mal se arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem – como os animais – do que encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem, abundantemente, para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os caçam: a previdência do Senhor vela sempre, pela conservação de todos. SEUS ÚNICOS INSTINTOS SÃO OS DA ALIMENTAÇÃO E OS DA REPRODUÇÃO. As gerações se sucedem, desenvolvendo-se. E as formas se vão alongando, tornando-se aptas a prover as necessidades que se multiplicam. Mas, como não é nossa tarefa traçar aqui a História da Criação, prossigamos: o Espírito vai habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas do planeta. Esses corpos não são aparelhados como os vossos, mas os elementos que os compõem se acham dispostos de maneira a que o Espírito os possa usar e aperfeiçoar. Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos. Podeis formar idéia da criação humana estudando essas larvas informes, que vegetam em certas plantas, particularmente nos lírios. São massas, quase inertes, de matérias moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente. (Eis aí, ó homem, a tua origem, o teu ponto de partida, quando o ateísmo, o orgulho, a inveja, a indocilidade e a revolta te fizeram falir, em condições que exigem) A PRIMITIVA ENCARNAÇÃO HUMANA! Não desvies, horrorizado, o olhar: agradece, antes, ao Senhor, que te permite elevar os olhos para Ele e entrever a Imagem da Perfeição nos Espíritos radiosos que o cercam! E cabe, aqui, dar aos homens uma instrução séria, a fim de que não sejam levados a ver, nessas encarnações primitivas, ou nas suas causas, uma “vingança feroz” da Divindade. DEUS NÃO SE VINGA. Que necessidade teria de se vingar? Apenas, na sua previdência onisciente, coloca o Espírito orgulhoso, que se considera “o centro do Universo”, em condições de reconhecer a sua fragilidade. Procede como o chefe de família que, depois de consentir que o filho presunçoso tente levantar o peso que viu o pai erguer, exercita a força do menino, proporcionando-lhe meios de a desenvolver, pouco a pouco, a fim de aprender a fazer dela O USO CONVENIENTE. Tais encarnações, por mais horríveis que possam parecer, são um benefício imenso para o Espírito. Tendo falido, convém que ele se submeta ao jugo dessa matéria da qual se julgava o senhor, para compreender a sua impotência e adquirir, pelo exercício e pelo combate, a força, a destreza e, sobretudo, a experiência que lhe faltavam. Ora, aquilo que pune o Espírito é, também, aquilo que o regenera: sem essa terrível provação, ele ficaria vicioso; e seu poder – se fosse mantido – se tornaria nocivo à HARMONIA UNIVERSAL, o que é impossível, porque contrário à Lei de Deus. Assim, portanto, só por uma paternal previdência do Criador – e unicamente no interesse do seu desenvolvimento meritório – o Espírito se vê condenado a sofrer encarnações que o seu zelo, o seu arrependimento e a sua docilidade podem abrandar e abreviar ao infinito.
GN, 26/04/1970

TERÇA-FEIRA, 17/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – X


P – Chegamos ao ponto que mais de perto nos interessa: por que, já na posse do seu livre arbítrio, podem os Espíritos falir, por orgulho ou por inveja?

R – Os Espíritos no estado infantil – já o dissemos – são confiados a preceptores, que trabalham para o desenvolvimento moral e intelectual de seus discípulos, dando-lhes ensinamentos e exemplos. É então – também já o dissemos – que AS TENDÊNCIAS SE REVELAM. Os Espíritos, já de posse do seu livre arbítrio, ou trilham laboriosamente o caminho do progresso espiritual, pelejando com amor, dóceis aos seus Guias, em prol do próprio desenvolvimento, crescendo em sabedoria, pureza e ciência, e chegam, SEM HAVER FALIDO, ao ponto onde nenhum véu mais lhes oculta a luz central, ou – ao contrário – confiantes em suas forças, desprezam os conselhos que lhes são dados, e - inebriados pela visão dos esplendores que cercam os altos Espíritos – deixam que a inveja e o orgulho os empolguem. Já tendo grande poder sobre as regiões inferiores, cujo o governo aprendem a exercer, no sentido de que (sempre sob as vistas dos Espíritos prepostos à missão de educá-los e sob as do Protetor Especial do planeta de que se trate) aprendem a dirigir a revolução das estações, a regular a fertilidade do solo, a guiar os encarnados, influenciando-os ocultamente, MUITOS ACREDITAM QUE SÓ AO PRÓPRIO MERECIMENTO DEVEM O QUE PODEM e, desprezando todos os conselhos, caem: é a queda pelo orgulho. Outros, por nem sempre compreenderem a ação poderosa de Deus, NÃO ADMITEM QUE HAJA UMA HIERARQUIA ESPIRITUAL e acusam de injustiça Aquele que os criou, porquanto é Deus quem cria, não o esqueçais: esses caem pela inveja. Não é o que acontece convosco, dentro da ínfima hierarquia humana? Até o ateísmo – por mais incrível que pareça – até o ateísmo, não raro, se manifesta naqueles pobres cegos colocados no centro mesmo da Luz! E jamais, como aí, o ateísmo nasce tão diretamente do orgulho. Não vendo Aquele de quem tudo emana, negam-lhe a existência, já se considerando a base e a cúpula do edifício! Nesse caso, sobretudo nesse caso, mais severo é o castigo. É um dos casos de primitiva encarnação humana: preciso se torna que os culpados sintam, em seu próprio benefício, o peso da força cuja existência não quiseram reconhecer. Qualquer que seja a causa da queda, orgulho, inveja, ateísmo, os que caem (tornando-se, por isso, ESPÍRITOS DAS TREVAS) são precipitados nos tenebrosos lugares da encarnação humana, conforme ao grau de culpabilidade, nas condições impostas pela necessidade de expiar e progredir. Não vos enganeis quanto ao sentido das nossas palavras relativas à ação desses Espíritos em via de progresso, que ainda não faliram e que se grupam nas regiões inferiores para conduzir os encarnados, influenciando-os, a título de Guias, amigos ou simpatizantes. Nos mundos inferiores, os encarnados têm seus Anjos da Guarda, que são Espíritos da categoria dos vossos, mais depurados (como dizeis) do que os seus protegidos, e que também têm, por Guias ou Protetores, OUTROS ESPÍRITOS DE ORDEM MAIS ELEVADA. Tudo se liga e encadeia, da base ao ápice, hierarquicamente, na unidade e na solidariedade.
GN, 25/04/1970

SEGUNDA-FEIRA, 16/07/2012


DEUS E A VIDA UNIVERSAL – IX


P – Queremos uma explicação importante do Espírito da Verdade, através do CEU da LBV: – Como é que, chegado ao período de preparação para entrar na humanidade, na espiritualidade consciente, o Espírito passa desse estado misto, que o separa do animal e o apronta para a vida espiritual, AO ESTADO DE ESPÍRITO FORMADO, isto é, de individualidade inteligente, responsável e livre? Outra pergunta que julgamos da mais alta importância: – Uma vez de posse do livre arbítrio, da consciência de suas faculdades, da sua vontade, da liberdade de seus atos, como é que lhe sucede FALIR POR ORGULHO OU INVEJA?

R – Depois de haver passado pela matéria animal, chegando a um certo grau de desenvolvimento, o Espírito, antes de entrar na vida espiritual, precisa permanecer num estado misto. Eis por que e como se opera essa “estagnação”, sob a direção e a vigilância dos Espíritos prepostos. Para entrar na vida ativa, consciente, livre e independente, o Espírito tem necessidade de se libertar por completo do contato forçado em que esteve com a carne, de esquecer as suas relações com a matéria, isto é, de se depurar dessas relações. É NESSE MOMENTO QUE SE PREPARA A TRANSFORMAÇÃO DO INSTINTO EM INTELIGÊNCIA CONSCIENTE. Já bem desenvolvido no estado animal, o Espírito é, de certo modo, restituído ao todo universal, mas em condições especiais: é conduzido aos mundos ad hoc, às regiões preparativas, porque lhe cumpre achar o meio onde se elaboram os princípios constitutivos do perispírito. Fraco raio de luz, ele se vê lançado na massa de vapores que o envolvem por todos os lados. Aí perde a consciência do seu ser, porque a influência da matéria tem de se anular no período da estagnação, e cai num estado a que chamaremos (para que todos possam compreender) letargia. Durante esse período, o perispírito, destinado a receber o princípio espiritual, se desenvolve e se constitui ao derredor daquela centelha de verdadeira vida. Toma, a princípio, uma forma indistinta, depois se aperfeiçoa gradualmente como o germe no seio materno, e passa por todas as fases do desenvolvimento. Quando o invólucro está pronto para contê-lo, o Espírito sai do torpor em que jazia e solta o seu primeiro brado de admiração: nesse ponto, O PERISPÍRITO É COMPLETAMENTE FLUÍDICO, MESMO PARA NÓS. Tão pálida é a chama que ele encerra (a essência espiritual da vida) que os nossos sentidos, embora sutilíssimos, dificilmente a distinguem. Esse é o estado de infância espiritual. É então que os altos Espíritos (que comandam a educação dos que se encontram, assim, no estado de simplicidade, de ignorância e de inocência), os encaminham para as esferas fluídicas, onde deverão ficar durante o seu desenvolvimento moral e intelectual, até ao momento em que se achem, no uso completo de suas faculdades, EM CONDIÇÕES DE ESCOLHER O CAMINHO QUE DESEJEM TRILHAR. Seguem-se as fases da infância. Os Guias ou Protetores ensinam ao Espírito o que é o livre arbítrio que Deus lhe concede, explicam o uso que dele podem fazer e o concitam a se ter em guarda contra os escolhos que venha a deparar. O reconhecimento e o amor devidos ao Criador constituem o objeto da primeira lição que o Espírito recebe. Levam-no, depois, gradualmente, ao estudo dos fluidos que o cercam e das esferas que descortina. Conduzido pelos seus prudentes Guias, passa às regiões onde se formam os mundos, a fim de lhes estudar os “mistérios”. Desce, enfim, às regiões inferiores, para aprender a dirigir os princípios orgânicos de tudo o que é, em qualquer dos reinos da Natureza. Daí vai a esferas mais elevadas, onde aprende a dirigir os fenômenos atmosféricos e geológicos, que todos vós observais SEM O COMPREENDER. Assim é que, de estudo em estudo, de progresso em progresso, o Espírito adquire a ciência que, infinita, o aproximará do Mestre Supremo. Mas, como já dissemos, quando o livre arbítrio atinge um desenvolvimento completo, os Espíritos fazem dele bom ou mau uso, uns logo no início da vida espiritual consciente, outros em ponto mais ou menos adiantado da carreira. Todos seguem seus caminhos entregues a si mesmos, como vos outros, isto é, não experimentando mais do que a influência amiga de seus Guias, que eles vêem à volta de si, como o adolescente vê os membros da sua família se gruparem ao seu derredor, para o preservarem dos perigos da vida. É O TERRÍVEL APRENDIZADO, QUE LHE CUMPRE FAZER, DO LIVRE ARBÍTRIO. Tudo é tão belo nas regiões superiores, o Espírito admira tão grandes coisas que fica maravilhado, deslumbrados! As tendências, então, se desenvolvem. A ambição nobre de aprender, de crescer e de subir, quase sempre se imiscui o orgulho ou a inveja. Neste ponto, sente a influência paternal de DEUS, cuja existência lhe é revelada, mas que ele não vê. Só o que é perfeito pode aproximar-se da Perfeição; ora, o Espírito, independente e livre, está ainda ignorante e não experimentou, por si mesmo, o seu valor.
GN, 24/04/1970

              

             DOMINGO, 15/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – VIII


P – Hoje, sabemos que não há segurança fora da LEI DE DEUS. Somente o conhecimento da Verdade, como ensinou Jesus, poderá libertar o homem de todas as tragédias que o afligem. Haverá, então, respeito e amor entre povos e nações. Que diz, a respeito, o Espírito da Verdade no CEU da LBV?

R – Quando o homem entender os laços que o prendem a tudo o que é, na Divina Criação, seu coração se abrandará: em tudo, ele compreenderá a necessidade de USAR SEM ABUSAR. Tudo, realmente tudo, na grande UNIDADE DA CRIAÇÃO, nasce, existe, vive, funciona, “morre”, renasce – para a harmonia do Universo, sob a ação dos Espíritos Puros que cumprem a vontade de Deus, segundo as leis naturais e imutáveis que Ele estabeleceu, desde toda a Eternidade, mediante as aplicações e apropriações dessas leis. Observai bem: nada há de espontâneo na Natureza, porque TUDO TEM SUA ORIGEM PREPARADA. Ao homem só é possível notar os efeitos que lhe ferem os sentidos. O que nasce instantaneamente, sem que ele, previsse a possibilidade de tal nascimento, se lhe afigura uma criação espontânea, uma nova criação instantânea. A verdade, porém, é que já existiam os germes dessa criação. Aos olhos dos homens, o que há de espontâneo é só a matéria. A inteligência, ou antes o germe da inteligência, que a tem de habitar, é colocado na matéria logo que esta o pode conter, e a vida se manifesta às vistas humanas, instantaneamente, de acordo com o meio e os ambientes, debaixo da direção e da vigilância oculta dos Espíritos prepostos, de conformidade com as leis naturais e gerais, que o homem ainda não tem capacidade para compreender e explicar. Irmãos bem-amados, cuja felicidade desejamos, não vos deixeis arrastar pelo orgulho, o inimigo encarniçado que tendes de destruir, o “demônio” que ainda vos subjuga e transvia! Não rejeiteis, sem exame, homens materialistas, esta REVELAÇÃO DA VOSSA ORIGEM! Não digais que ela vos rebaixa! Reconhecei, ao contrário, que ela vos engrandece, permitindo-vos entrever a onipotência criadora do Pai Celestial! Sim, nós, vós, todos – exceto Aquele que foi, é e será por toda a Eternidade – todos fomos, em nossa origem, essência espiritual, princípio de inteligência, Espírito em estado de formação. Todos passamos por essas metamorfoses, transfigurações e transformações da matéria, até chegarmos à condição de ESPÍRITO FORMADO, senhor do seu livre arbítrio. O que vos revelamos não é a metempsicose; é a LEI NATURAL, É A IGUALDADE, PERANTE DEUS, DE TUDO O QUE EXISTE, NO VOSSO MUNDO E EM TODO O UNIVERSO. Deus, Pai igualmente bom para todos os seus filhos, em todos os mundos, NÃO TEM PREFERÊNCIAS: todas as criaturas são obras sua; nenhuma será deserdada. Compreendei bem tudo o que há de profundo e elevado nessa cadeia sem fim, que liga todo o conjunto da Natureza e exalta o amor do homem, mostrando-lhe O AMOR INFINITO DO SEU DEUS! Não zombem mais os incrédulos e sofistas, os filósofos sem Filosofia. Estudai, todos vós, homens sem fé, estudai! Com o coração cheio de amor a Deus e ao vosso próximo, armados do amor à Ciência e ao desejo de progredir, procurai – humildes e desinteressados – a Luz do Mundo! Procurai compreender, e compreendereis; procurai ouvir, e ouvireis; procurai ver e, certamente, vereis. Nada há de oculto que não venha a ser revelado, nada ignorado que não venha a ser conhecido. A reencarnação dá ao homem a faculdade de retomar a obra incompleta ou inacabada. Mas só mesmo os humildes, pela sua Boa Vontade, podem chegar rapidamente ao conhecimento da Verdade, encerrada na Bíblia Santa, que é a PALAVRA DE DEUS. E, vivendo o Novo Mandamento do Chefe Planetário que os protege, terão a segurança dos salvos da loucura, na hora apocalíptica do Armagedon que se aproxima. Quem poderá sobreviver? Satanás está em desespero, porque SABE QUE LHE RESTA POUCO TEMPO
GN, 22/04/1970.

 SÁBADO, 14/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – VII


P – A Doutrina do Novo Mandamento de Jesus está interessando a muita gente, que nunca se preocupou com Evangelho e Apocalipse. É uma prova de que está sendo cumprida a grande missão do Centro Espiritual Universalista, da LBV! Pode o Espírito da Verdade esclarecer outros pontos da vida e harmonia universais?

R – Sim, é a nossa maior satisfação: libertar as Almas pelo conhecimento da Verdade. Prossigamos, pois. Tempo longo, tempo cuja duração sois incapazes de calcular, demanda a essência espiritual no estado de inteligência relativa, no estado de animal, para adquirir, nesse reino, o desenvolvimento que lhe permita passar ao estado intermediário, que lhe permita, a seguir, atravessar as espécies que participam do animal e do homem. Depois de haver passado por todas essas espécies intermediárias, ela permanece ainda longo tempo, cuja duração não sois, igualmente, capazes de calcular, na fase preparatória da sua entrada na humanidade, fase esta da qual, pela vontade do Senhor e mediante uma transformação completa, sai o Espírito formado, com inteligência independente, livre, responsável. Nessa grande UNIDADE DE CRIAÇÃO E DE TODOS OS REINOS DA NATUREZA, tudo concorre para a vida e a harmonia universais, segundo as leis naturais, imutáveis e eternas, por meio de uma ação recíproca e solidária, do ponto de vista da conservação, da reprodução e da destruição. Tudo concorre para o desenvolvimento e para o progresso de todas criaturas. Tudo o que é, vive e “morre”, nos reinos mineral e vegetal, todos os seres que, no reino animal e no reino humano, vivem e “morrem”, desde o ser microscópico até ao homem, tudo e todos têm um emprego, uma utilidade, uma função, que tendem e servem para o desenvolvimento de cada espécie, para a vida e a harmonia universais. Essa multidão de microscópicos animálculos, que olhos carnais não logram ver, que só pela ação óptica do microscópio solar se tornam visíveis, que se encontram espalhados no ar, na água, nos líquidos e nos sólidos, concorrem para entreter e desenvolver a existência animal e a existência humana, como os que vivem na água contribuem para a existência da planta e os que se escondem na planta – para a alimentação do carneiro e do cabrito que pastam. Em tais organizações, porém, é completa a ausência do pensamento, que também não é o agente que leva o carneiro a morrer para servir de alimento ao homem. Entretanto, a faca, que abre escoadouro ao sangue do animal, liberta a inteligência relativa, o Espírito em estado de formação e lhe proporciona ensejo de ser utilizado em melhores condições. É pela passagem da essência espiritual, durante uma “eternidade”, por todos os reinos da Natureza e pelas formas e espécies intermédias, mediante as quais eles se encadeiam, que o desenvolvimento se opera numa progressão contínua, que o pensamento surge e COMEÇA A EXISTÊNCIA MORAL. Não conclua o homem, porém, do que dissemos, que deva destruir o que em torno dele existe, para auxiliar aquele desenvolvimento: cairia num erro culposo! CADA UM TEM DE VIVER, MAS SOMENTE VIVER. Não destrua, portanto, senão o que for estritamente necessário à sua existência. Quanto ao mais, só a vontade soberana do Senhor pode prover.
GN, 21/04/1970
              
              SEXTA-FEIRA, 13/07/2012
                    DEUS E A VIDA UNIVERSAL – VI

P – Como devemos compreender para saber, desejamos que o Espírito da Verdade nos esclareça o seguinte: Jesus seguiu os mesmos caminhos de todas as criaturas humanas, até ser UM COM O PAI?

R – Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir. Não tendo falido nunca, Ele se conservou puro, atingiu a PERFEIÇÃO SIDERAL e se tornou ESPÍRITO DE PUREZA IMACULADA. Jesus, já o dissemos a todos vós, é a maior essência espiritual depois de Deus, MAS NÃO É A ÚNICA. É um espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõe a GUARDA DE HONRA DO REI DE TODOS OS CÉUS: presidiu a formação da Terra, investido por Deus na missão de a proteger e governar, e a governa do alto dos esplendores celestes, como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e permanece INFALÍVEL POR SE ACHAR EM RELAÇÃO DIRETA COM A DIVINDADE. É nosso e vosso Mestre, Guia Supremo da Falange Sagrada dos Espíritos encarregados do progresso da Terra e da Humanidade terrestre. Só Ele vos pode levar à Perfeição, como declarou nestas palavras: – “NINGUÉM VAI A DEUS SENÃO POR MIM. SEM MINHA PROTEÇÃO, NADA PODEIS FAZER”. Agora, procurai compreender o sentido e o alcance destas linhas: “A criação do primeiro homem é uma figura, oriunda da necessidade de apropriar os ensinamentos à inteligência humana. A genealogia de Jesus vai remontar a Adão só figuradamente, do mesmo modo que a criação do corpo do homem, formado de limo, vai remontar ao próprio Deus. Acompanhai-lhe a GENEALOGIA ESPIRITUAL e remontareis a Deus, o Criador ÚNICO de tudo o que é perfeito e puro”. TUDO, repetimos, tem uma origem comum: tudo vem do infinitamente pequeno para o infinitamente grande, para Deus, ponto de partida e de reunião. Tudo provém de Deus e volta para Deus. Observai como tudo se encadeia na imensa Natureza que o Senhor vos faz descortinar. Verificai como em todos os reinos há espécies intermediárias, que ligam entre si todas as espécies, umas participando do mineral e do vegetal, da pedra e da planta; outras do vegetal e do animal, da planta e do bicho; outras, enfim, do animal e do hominal, do bicho e do homem. São elos preciosos que tudo ligam, que tudo mantêm e pelos quais atravessa o Espírito no estado de formação. Passando sucessivamente por todos os reinos e pelas espécies intermediárias, o Espírito – mediante um desenvolvimento gradual e contínuo, ascende da condição de essência espiritual originária à de Espírito formado, à VIDA CONSCIENTE, LIVRE, RESPONSÁVEL – À CONDIÇÃO DE HOMEM. São elos perfeitos, que prendem as coisas umas às outras, a fim de que os homens possa mais facilmente compreender a unidade dessa Criação tão grande, TÃO GRANDE QUE A INTELIGÊNCIA É INCAPAZ DE APREENDÊ-LA COM OS SEUS OLHOS DE TOUPEIRA! O orgulho dos sábios aristocratas protestará: – “O quê? O Homem, o Rei da Criação, provindo de tal fonte, tendo tão ínfima origem?” A Verdade do Evangelho, trazida pessoalmente por Jesus, provocou muito deboche, desencadeou ataques furiosos de escribas e fariseus. Que dilúvio de impropérios não causará a explicação do Apocalipse? Tem de ser assim, exatamente assim. E que importa? Sempre é tempo de queimar a palha no fogo inextinguível. Que a chocarrice da ignorância, procurando assustar e perturbar aqueles a quem temos a missão de esclarecer, por ordem do Mestre e segundo a vontade de Deus, não diga que desse modo o homem leva ao matadouro o Espírito destinado a animar o corpo de seu pai ou de seu filho!
GN, 19/04/1970

QUINTA-FEIRA, 12/07/2012

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – V


P – A evolução do Espírito através dos reinos da Natureza é uma verdadeira maravilha! O conhecimento da Lei dos Fluidos é, realmente, de um valor inestimável! Como o CEU da LBV explica a “matéria” do perispírito?

R – Ensina o Espírito da Verdade: – Sob a influência atrativa dos fluidos em geral, os do perispírito variam, incessantemente, acompanhando a marcha progressiva do Espírito cujo envoltório formam, até que o mesmo Espírito haja atingido a Perfeição. Isso se dá, quer se trate de um que permaneceu sempre puro, quer de outro que tenha falido em suas provas. De acordo com as suas tendências e com o grau do seu progresso, o Espírito assimila, constantemente, os fluidos que estejam mais em relação com a sua inteligência e suas necessidades espirituais. QUANTO MAIS INFERIOR ELE É, MAIS OPACOS E PESADOS SÃO OS FLUIDOS PERISPIRÍTICOS. Da maior ou menor elevação do Espírito depende a maior ou menor quantidade de fluidos puros na composição do seu perispírito. Assim, os corpos fluídicos formados pelos perispíritos apresentam maior ou menor fluidez, são mais ou menos densos, conforme à elevação do Espírito encerrado nessa matéria. Dizemos “matéria” porque, efetivamente, PARA O ESPÍRITO, O PERISPÍRITO É MATÉRIA. O perispírito, tanto do Espírito que faliu quanto daquele que se manteve puro, forçosamente se modifica de conformidade com as fases da existência e com as provações. Só quando o Espírito atingiu a Perfeição, e só então, lhe é dado modificar voluntariamente o seu perispírito, de acordo com as necessidades do momento, com as regiões que tenha de percorrer, com as missões que o Senhor lhe confia, conservando-se inalterável a essência purificada do mesmo perispírito. Entre os que se transviam, Espíritos há que, no curso do seu desenvolvimento, e por vezes mesmo ao ensaiarem os primeiros passos, teimam em fazer mal uso do livre arbítrio, e se tornam obstinadamente orgulhosos, egoístas, invejosos, indóceis aos seus Guias, contra os quais se revoltam. Esses Espíritos presunçosos e revoltados, cuja queda os leva às condições mais animais da humanidade, são então humanizados, isto é, para serem domados e progredirem sob a opressão da carne, reencarnam em mundos primitivos, ainda virgens da presença do homem, mas preparados e prontos para essas encarnações. Reencarnam em substâncias humanas, às quais não se pode dar, propriamente, o nome de corpos. Os elementos dessas substâncias encontram-se esparsos na imensidade e, pela ação dos Espíritos prepostos a essa missão, se congregam no meio cósmico do planeta onde a encarnação tem de se operar. São substâncias também destinadas a progredir, a desenvolver-se por meio da procriação, nas condições estabelecidas para a execução da lei natural e imutável de reprodução em tal caso. Revestido de seu perispírito e sob a direção e  vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito atrai aqueles elementos destinados a lhe formarem o invólucro material, do mesmo modo que o imã atrai o ferro. Ainda aí se verifica o resultado de uma atração magnética, prevista e regulada pelas leis naturais e imutáveis, constituindo esse resultado uma das aplicações de tais leis. Após a queda e antes de encarnar, o “Espírito” – pelas suas tendências naturais – têm já composto o seu perispírito, conservando os fluidos (que ele assimilou para tal fim) a influência que lhes é própria. No curso da encarnação, esses fluidos mudam de natureza, sempre de acordo com os progressos ou as faltas do Espírito. Se a encarnação produz melhoria no estado moral, os fluidos que constituem o perispírito experimentam a melhora correspondente. É, para nos servirmos de uma comparação humana, a rapariga do povo despindo suas roupas grosseiras para envergar o vestido de noiva. A matéria que o Espírito anima lhe auxilia o desenvolvimento, quer se trate do Espírito humano, quer se trate da essência espiritual, isto é, do Espírito em formação nos reinos mineral, vegetal e animal. Entre os que se transviam, muitos há também cujo o transviamento só se dá depois de terem sido por largo tempo, durante séculos, dóceis aos Espíritos incumbidos de os guiar e desenvolver; depois de haverem trilhado, até certo ponto mais ou menos avançado de desenvolvimento moral e intelectual, o caminho do progresso que lhes era indicado! Esses encarnam em planetas mais ou menos inferiores, mais ou menos elevados, conforme ao grau de culpabilidade, a fim de sofrerem uma encarnação mais ou menos fluídica, apropriada e proporcionada à falta cometida e às necessidades do progresso na elevação espiritual. Assim como Deus criou, cria e criará, em progressão contínua, na imensidade, no infinito e na eternidade, essências espirituais e portanto, Espíritos – também criou, cria e criará, sempre, mundos adequados a todos os gêneros de encarnação, para os que se transviaram, ainda se transviam e depois se transviarão. Assim, sempre houve, há e haverá, por um lado, terras primitivas, mundos materiais, mais ou menos inferiores, mais ou menos elevados, mais ou menos superiores, uns em relação aos outros, e, por outro lado, mundos cada vez menos materiais, cada vez mais fluídicos, até os planetas da mais pura fluidez, a que podeis chamar MUNDOS CELESTES, DIVINOS,aos quais só tem acesso os ESPÍRITOS PUROS. Os Espíritos que, obedientes aos seus Guias, seguem a diretriz que lhes é apontada para poderem progredir – esses trilham o caminho da elevação através de esferas fluídicas sucessivamente mais adiantadas, onde tudo está em relação com as inteligências que as habitam. Permanecendo dóceis, elevam-se dessa forma pela eternidade afora, depois de haverem passado por TODAS AS FASES DE EXISTÊNCIAS, por todas as provas necessárias a uma ascensão tão alta, até chegarem à Perfeição. A essa altura, NULA SE TORNA SOBRE ELES A INFLUÊNCIA DA MATÉRIA. Dizemos “da matéria” porque, para o Espírito, os fluidos do perispírito (e os que ele assimila) nada mais são que matéria. Para atingirem essa Perfeição, aos Espíritos que se mantiveram puros na infância, na fase de instrução e ao longo da estrada do progresso, cumpre também que, guiados pelos seus Protetores, percorram (na medida e na conformidade da elevação alcançada), todas as esferas, as terras primitivas, os mundos inferiores e superiores de todos os graus, as moradas inumeráveis dos que, por terem falido, sofrem as encarnações e reencarnações sucessivas, tanto materiais quanto fluídicas em suas diversas gradações, até que, TORNADA NULA SOBRE ELES A INFLUÊNCIA DA MATÉRIA, consigam entrada na categoria dos Espíritos Puros. Esse percurso, porém, aqueles Espíritos o executam sempre na qualidade de Espíritos, pois seus estudos se fazem no espaço, no grande livro do Universo. Os que faliram, para chegarem à Perfeição, também são obrigados a percorrer, na medida e na conformidade da elevação de cada um, todos os mundos que os Espíritos Puros habitam, assim como os que servem de habitação aos encarnados, em todos os graus da escala espiritual. Com relação aos mundos que os encarnados habitam, bastam àqueles Espíritos os estudos humanos: o dos outros mundos eles o fazem no estado de erraticidade, que se segue a cada encarnação. Cumpre-lhes, nesse estado, percorrer todas as camadas de ar e de orbes que flutuam no espaço, aprendendo aqui, ensinando ali, sempre se elevando às regiões superiores. É a marcha infinita para Deus!
GN, 18/04/1970

QUARTA-FEIRA, 11/07/2012  

DEUS E A VIDA UNIVERSAL – IV

P – Só mesmo com Boa Vontade os homens poderão chegar à Revelação do Novo Mandamento de Jesus! E é tão simples a Doutrina da LBV! Como o CEU explica o papel do magnetismo na Vida Universal?
R – O Espírito da Verdade responde: – O MAGNETISMO É O AGENTE UNIVERSAL POR EXCELÊNCIA. Tudo está submetido à influência magnética; TUDO É MAGNETISMO NA NATUREZA; tudo, na ordem espiritual, na ordem fluídica e na ordem material, é atração resultante desse AGENTE UNIVERSAL. Essa é a grande lei que rege todas as coisas. Os fluidos magnéticos ligam todos os mundos, uns aos outros, como também ligam todos os Espíritos, encarnados ou desencarnados. É O LAÇO UNIVERSAL QUE DEUS CRIOU PARA NOS UNIR A TODOS, DE MODO A FORMARMOS UM ÚNICO SER, tendo em vista ajudar-nos a subir até Ele, conjugadas todas as nossas forças. Ao sair do estado intermediário, que precede a vida do livre pensadorpara entrar na posse do livre arbítrio, o Espírito organiza a sua constituição fluídica, isso a que chamais perispírito e que é (para nos servirmos de uma palavra que vos seja compreensível), o seu TEMPERAMENTO, havendo entre esse e o temperamento humano a diferença de que este, aos vossos olhos, independe do gênero de Espírito que o corpo encerre, ao passo que o temperamento fluídico é resultado das tendências do Espírito. Há entre os fluidos atração recíproca, e daí as relações que se estabelecem entre os Espíritos, conforme às suas tendências, boas ou más, seus pendores e sentimentos, bons e maus. Daí deriva a influência atrativa dos fluidos similares, simpáticos, a constituir o laço que aproxima um do outro dois Espíritos, senão da mesma categoria, animados dos mesmos pendores, dos mesmos sentimentos. Assim, pela natureza das suas inclinações, os Espíritos atraem a si outros Espíritos que lhes são semelhantes, simpáticos pela identidade dos sentimentos, e entram com eles em relação, graças à influência atrativa dos fluidos. De posse do livre arbítrio, podendo escolher o caminho que prefiram seguir, os Espíritos são subordinados a outros, prepostos ao seu desenvolvimento. É então que a vontade os leva a enveredar por este caminho, de preferência àquele. Galgado esse ponto, eles se mostram mais ou menos dóceis aos encarregados de os conduzir e desenvolver. A vontade, atuando então no exercício do livre arbítrio, traça uma direção, boa ou má, ao Espírito que, deste modo, pode falir ou seguir simplesmente, e gradualmente, o caminho que lhe é indicado para progredir. Muitos se transviam. Alguns resistem ao arrastamento do orgulho, do egoísmo e da inveja. O orgulhoso sente inveja por não poder suportar o que quer que seja acima de si mesmo. É egoísta, pretendendo ser, para tudo, o ponto de referência. É presunçoso, pois deposita em suas energias, ou faculdades intelectuais uma confiança TÃO ERRÔNEA QUANTO CONDENÁVEL, que o leva, muitas vezes, a se revoltar contra a prudência de quem lhe interdita atos superiores às suas forças. Não tendes visto crianças que tentam executar os vossos trabalhos, gabando-se de faze-lo tão bem quanto vós, tal a “confiança” que depositam em si mesmas? E, não raro, se revoltam quanto a prudência dos pais, que vedam a esses temerários a prática de atos que estão acima de suas forças, e que lhes poderiam causar graves acidentes. São Espíritos que, há séculos, sofrem expiações e reencarnações sucessivas, e que ainda não se purificaram. O orgulho, o egoísmo e a inveja, que neles assim se manifestam, são sinais e formam causa de suas quedas primitivas. Indóceis, rebeldes à direção dos Espíritos incumbidos de os desenvolver, os que se transviam atraem, por seus maus sentimentos, tendências ou pendores, Espíritos maus a quem esses sentimentos, tendências ou pendores, são simpáticos. Mas – guardai isto muito bem, porque nossas palavras precisam ser exatamente compreendidas: O ESPÍRITO CAI POR SI MESMO, NÃO PORQUE OUTRO O ARRASTE À QUEDA. Acabamos de dizer que os Espíritos seguem, livremente, este ou aquele caminho. Portanto, é por ato da própria vontade, por impulso próprio, que entram numa ou noutra vereda. A simpatia que experimentam pelos Espíritos inferiores, e que sempre os domina, RESULTA DA DISPOSIÇÃO PRÓPRIA DE CADA UM. Só após a queda se estabelecem as suas relações com os inferiores. Inversamente, aqueles que, obedientes, seguem o caminho que seus Guias lhes apontam, para poderem progredir, atraem os bons Espíritos, simpáticos às suas tendências boas, aos seus bons sentimentos e pendores. É como dizeis, com muita razão: sem Boa Vontade nenhum Espírito pode alcançar a moral sublime do Novo Mandamento de JESUS.
GN, 17/04/1970

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