terça-feira, 14 de abril de 2009

MUDANÇA NA LEI DE DEUS

O que é que constitui afinal o sinal da besta (Apocalipse, 13: 16-17)? E a resposta é simplesmente esta: o sinal da besta é a mudança que a besta tentou fazer na Lei de Deus, ou haverá alguma coisa mais importante que a Lei de Deus? Vejamos agora que mudança foi esta:

Pela Lei de Deus queremos significar a Lei Moral, a única no Universo de obrigatoriedade imutável e perpétua. Esta Lei está contida sumariamente no Decálogo. Jesus, o Fundador do planeta Terra, deu a Moisés no Sinai o Decálogo conforme está na Bíblia Sagrada. Qualquer outro que não seja rigorosamente igual a este não é Decálogo, não é de Deus, não é de Jesus, não é de Moisés. Se o estudioso comparar os dez mandamentos, tais como se encontram nos catecismos romanos, com os Mandamentos tais como se encontram na Bíblia, verá nos catecismos (claro que nós nos referimos a parte consagrada a instrução), que o Segundo Mandamento é posto de lado; o Décimo é dividido em dois para preencher a falta do Segundo, que foi, assim, cortado sumariamente para conservar o número de dez. E o Quarto Mandamento – chamado terceiro pela sua enumeração – ordena a observância do domingo como sendo o sábado; prescreve que o dia seja passado em ouvir atentamente a missa, em assistir as vésperas, ler os livros morais, piedosos, etc. Aí estão, portanto, diversas variações do Decálogo que se encontra na Bíblia. Qual merece o nosso respeito? (Tenha-se em mente que, segundo a profecia, que já vem desde Daniel, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada: a besta havia de cuidar de mudar os tempos e a Lei, isto é, a Lei de Deus). Mas quanto à omissão do Segundo Mandamento, dizem eles que está incluído no Primeiro, e por isso não deve contar-se como mandamento separado. Acerca do Décimo, pretendem que há uma distinção tão clara de idéias que requer dois mandamentos. E assim fazem do “não cobiçar a mulher do próximo” o nono mandamento, e o “não cobiçar as coisas alheias” o décimo mandamento. Em tudo isto, pretendem apresentar os Mandamentos exatamente como Deus queria que eles se compreendessem. E assim, embora os possamos considerar como erros em sua interpretação dos Mandamentos, não podemos apresentá-los como mudanças intencionais.

Mas isto não sucede com o Quarto Mandamento. Acerca deste Mandamento não pretendem que a sua versão seja igual a que é dada por Jesus. Expressamente confessam aqui uma mudança, e também que a mudança foi feita pela igreja. Algumas citações de conhecidas obras romanas esclarecem este assunto, claro que para rebater todas as razões apontadas contra as alterações do Decálogo. Vejamos estas perguntas e respostas:

P – Que é que ordena o Senhor Deus no Quarto Mandamento?
R – Ordena que santifiquemos de maneira especial este dia em que ele repousou do trabalho da Criação.
P – Qual é este dia de repouso?
R – O sétimo dia da semana (ou sábado), porque ele empregou seis dias na criação e repousou no sétimo (Gênese de Moisés, capítulo 2, versículo 2; São Paulo aos Hebreus, capítulo 4, versículo 1). [Claro que seis dias da Criação são seis períodos, seis períodos como nós vamos ver adiante].
P – Deve-se, então, santificar-se o sábado para obedecer à ordenação de Deus?
R – Durante a velha lei (e é a resposta), o sábado era o dia santificado, mas a santa madre igreja, instituída por nosso Senhor Jesus Cristo [absolutamente não foi] e dirigida pelo Espírito de Deus, substituiu o sábado pelo domingo, de sorte que agora santificamos o primeiro e não o sétimo dia. O domingo significa e é agora o dia do Senhor.
P – Que garantia temos de que a guarda do domingo é preferível a do antigo sábado?
R – Temos a seu favor a autoridade da santa Igreja Católica, e da tradição oral e apostólica.
P – Ordena nalguma parte a Bíblia Sagrada que se guarde o domingo em vez do sábado?
R – A Escritura nos ordena que ouçamos a igreja, que retenhamos as tradições dos Apóstolos, mas as Escrituras não mencionam, em particular, esta mudança do sábado.
P – Tendes outra maneira de provar que a igreja tem poder para instituir festas de preceitos?
R – Se ela não tivesse esse poder não podia ter feito aquilo em que todos os modernos homens de religião concordam com ela. Não podia ter substituído a observância do sábado como Deus determinou, pela observância do domingo – o primeiro dia – para o qual não há nenhuma autoridade bíblica ou escriturística.
P – Como provais que a igreja tem poder para ordenar festas e dias santos?
R – Pelo próprio ato de mudar o sábado para o domingo sem pedir licença a Deus.
P – Então a igreja tem poder para mudar uma ordem de Deus?
R – Pode. Ela prova isto guardando o domingo em vez do sábado como ordenou Deus no Velho Testamento.

Entenderam bem? Acontece, entretanto, que Jesus disse: “Eu não vim revogar a Lei e os profetas”. Porque dirá alguém: Eu supunha que Jesus tivesse mudado o sábado, ensinaram-me assim. Uma grande maioria pensa assim, e é natural que pense, porque assim lhe foi ensinado. Jesus não autorizou esta mudança e não revogou o Sábado. Os fariseus levavam tão a sério o Sábado que não se podia salvar uma ovelha, ou uma pessoa que se estivesse afogando; não se permitia fazer caridade no sábado. Jesus fazia caridade no sábado e dizia: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. E completava: “O Senhor é Senhor também do Sábado”. O Mestre condenava os exageros farisaicos na observância do Sábado – combatia um exagero com outro exagero.

Desejamos, portanto, lembrar a essas pessoas que pensavam ter Jesus revogado o Sábado que, segundo a profecia, a única mudança jamais efetuada na Lei de Deus, que devia ser feita pela besta (a ponta pequena que está em Daniel, capítulo 7; o Homem do Pecado, que está São Paulo Apóstolo, II aos Tessalonicenses, capítulo 2), foi esta mudança do Sábado. Ora, se o Cristo fizesse esta mudança, então desempenharia o papel do poder blasfemo de que falou o Profeta Daniel e o Apóstolo Paulo, conclusão suficientemente odiosa e nojenta, para afastar qualquer cristão do ponto de vista que leva a este absurdo. Para que tentar provar que o Cristo mudou o Sábado? Quem o fizer realiza uma tarefa que ninguém lhe há de agradecer. O Papa não lhe há de agradecer, porque aí se provar que o Cristo fez esta mudança, então o Papa é despojado da sua insígnia de autoridade e poder. Nenhum protestante esclarecido também lhe agradecerá, porque, se tiver êxito, apenas demonstra que o papado não fez a obra que estava predito que ele faria, e assim, estaria provado que a profecia falhou, que as Escrituras não são dignas de confiança e, entretanto, Jesus declarou: “A Escritura não pode falhar”.

O Quarto Mandamento é, dentre todos os outros, o Mandamento fundamental da Lei, por quê? Porque é o único que TORNA CONHECIDO QUEM É O LEGISLADOR E CONTÉM A SUA ASSINATURA DE REALEZA. Prestem atenção! O Quarto Mandamento dado a Moisés por Jesus – o Quarto Mandamento e nenhum dos demais – está nestas condições. Ora, com o Quarto Mandamento indicando o autor do Decálogo, as pretensões de todos os falsos deuses são anuladas de um golpe só, porque o Deus que aqui ordena a nossa adoração não é qualquer ser criado, MAS O SER QUE CRIOU TODOS OS SERES, O AUTOR DA TERRA E DO MAR, DO SOL E DA LUA E DE TODOS O EXÉRCITO ESTRELADO, O MANTENEDOR, O GOVERNADOR DO UNIVERSO. Este sim, é o SER que pretende – e pela sua posição tem o direito de pretender – nossa suprema atenção de preferência a qualquer outro objeto. Deus nos deu o Sábado como memorial de si mesmo, para lembrar semanalmente aos filhos dos homens a Sua Obra na Criação da Terra e do Céu – uma grande barreira contra o ateísmo e a idolatria. É a assinatura – o selo da lei. O Mandamento que torna conhecido estes fatos é, portanto, aquele mesmo que podemos supor que o poder designado como se exaltando acima de Deus (a besta do Apocalipse) tentaria mudar. E foi isto o que aconteceu: o papado tirou-o do seu lugar e o substituiu, por sua própria autoridade.

Muitos podem supor que, ao defender o Sábado do Quarto Mandamento eu seja protestante-sabatista. Isto não tem nenhum fundamento. Preguei nas Igrejas Protestantes, de várias denominações, mas por amor à PALAVRA DE DEUS do que a qualquer denominação. O fato é que ninguém recebeu autorização do Criador para alterar os Dez Mandamentos da Lei. Ora, a Lei de Deus se caracteriza pela sua IMUTABILIDADE, pois do contrário seria humana e não divina. O que se lê no Velho Testamento (Êxodo, de Moisés, capítulo 20, versículos 1 a 17), é o seguinte: "Então disse todas estas palavras: Eu sou o Senhor teu Deus, que te livrou da escravidão na terra do Egito. Não terás outros deuses diante de mim. Não terás imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo da terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás nem lhes darás culto, porque Eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus Mandamentos. Não tomarás o nome do Senhor Teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão. Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Não matarás. Não cometerás adultério. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem os seus animais, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo". Esta é a LEI DIVINA irrevogável; O verdadeiro Decálogo, o legítimo, dado por Jesus a Moisés no Sinai, é o que está na Bíblia, não há outro verdadeiro. Quanto às leis humanas, que Moisés decretou para os hebreus, todas são revogáveis. Portanto, a Bíblia está certa: errados estão todos aqueles que não a sabem interpretar.

Alziro Zarur

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