terça-feira, 21 de abril de 2015

21 de abril - Dia de Tiradentes


Tiradentes




Em homenagem ao Dia de Tiradentes,  escrevemos abaixo a leitura e interpretação feita por Alziro Zarur de um trecho do Livro Atos dos Apóstolos, da Bíblia Sagrada, onde Zarur faz uma comparação da época dos discípulos de Jesus, com o que aconteceu na época da Inconfidência Mineira, a qual ele fala de Tiradentes.



ATOS DOS APÓSTOLOS


"Demos início ontem aos Atos dos Apóstolos, livro admirável escrito pelo Evangelista São Lucas, o mesmo autor do terceiro Evangelho Sinótico.

Já expliquei que São Lucas era o secretário de São Paulo Apóstolo e pra ser secretário de São Paulo era preciso ter muito merecimento. O velhinho era muito exigente,  era às vezes irritante, mas não queria saber de ninguém, só queria saber de Jesus, se Jesus estava satisfeito com ele, essa era a obsessão de São Paulo,  o grande Apóstolo dos gentios – aquele que pôde dizer: Encerrei minha carreira, guardei a fé, receberei a coroa da vida, que o Senhor Justo Juiz me dará naquele dia.

Eu também sou assim, se eu conseguir agradar a Jesus e a humanidade é uma beleza, mas se não conseguir prefiro agradar somente a Jesus.

Ora, enquanto o Mestre estava com os Apóstolos e os discípulos, era ótimo trabalhar.  Qualquer coisa era só perguntar a Jesus: - Senhor como é que eu faço isto, heim? Chegou aí uma viúva rica e ela disse que quer uns passes em casa, devo ir? Chegou um fariseu aí, cheio do dinheiro prometendo uma fortuna se eu ensinar a eles como é que dá passe. Chegou aí, chegou lá, chegou acolá e Jesus dava a explicação, a orientação e tudo acabava bem. Mas vocês já imaginaram os discípulos sem Jesus? E aconteceu o seguinte: enquanto Jesus vivia para empregar a linguagem do mundo, eles acompanhavam Jesus, mas meio assim temerosos... e quando Jesus dizia: Eles vão me matar, eles vão me crucificar, mas Eu vou derrotar a morte, Eu ressuscitarei ao terceiro dia. Aí é que eles diziam assim: Será que Ele está falando a verdade? Bonito! E se Ele é crucificado e não ressuscita? Nós entramos pelo cano! De modo que os discípulos acreditavam, mas não muito, porque nunca viram ninguém ressuscitar! Está bem, eles acreditavam em Jesus, Jesus era formidável tinha feito coisas julgadas milagres, está ótimo, perfeito, mas ressuscitar é muito mais do que livrar uma pessoa dos seus demônios, restituir a vista aos cegos, audição aos que não tinham mais audição estavam surdos, a voz aos que estavam mudos, os movimentos aos que estavam paralíticos. Está bem, Jesus fez tudo isto, nós vimos com os nossos próprios olhos, mas ressuscitar? Você sabe o que é ressuscitar lá do fundo da cova? Você não acha que Jesus está um pouquinho exagerado? Prometer que vai ressuscitar? Quem é que já ressuscitou? Quem partiu não volta mais, o próprio povo diz, quem parte não volta! E como é que Jesus vem dizer, que vai ressuscitar, e se não ressuscitar? E não podemos condenar nenhum dos apóstolos por ter pensado assim, porque nós mesmos faríamos pior. Jesus dizia: Eles destruirão este Templo, Ele achava que o corpo humano é um templo, e é! Só não é para os débeis mentais. Eles destruirão este santuário, mas Eu o reedificarei em três dias. E aí estava o grande escândalo e se Ele não fizer o que prometeu? Uns milagrezinhos assim, curar um obsidiado, restituir a vista a um cego, curar uma catarata, reconciliar um casal que se odeia, está bem! Isso um homem bem evoluído consegue, mas ressuscitar dentre os mortos, essa é muito forte. E se não ressuscitar? Por isso é que o pessoal na hora em que Jesus foi preso, começou a tremer feito vara verde. Todo mundo apavorado, porque cada um pensava: se prenderam Jesus para crucificar, e nós? Vai ser pior ainda. Então viviam trancados a sete chaves de medo dos judeus, apavorados pensando que iam ter o mesmo destino. Uma coisa assim que lembra a INCONFIDÊNCIA MINEIRA, porque depois que Tiradentes foi preso, pronto, ninguém queria mais participar da Inconfidência, todos passavam a se incriminar: - Você é que foi o culpado! Você é que veio com essa história de Inconfidência! Eu não queria entrar nisso e agora, bonito! O que vai ser de nós? Da nossa família? E Tiradentes teve esse rasgo divino de assumir sozinho toda a responsabilidade, morreu por eles. O caso de Jesus, muito pior, de modo que nós não podemos de modo algum condenar aqueles discípulos atarantados, apavorados, esmagados pelo medo; porque na hora da prisão eles tiveram a impressão de um Jesus derrotado, e não reagiu? E lá foi Jesus a bofetadas, a tapas, a pontapés, na frente de um bando de CANALHAS!  Qualquer um falsearia, fraquejaria, tremeria, porque aquele Jesus que tinha poder para fulminar os seus perseguidores, com um simples olhar podia mata-los, estava ali apanhando tapas, levando cusparadas, era para tremer de medo. E  eles tremeram de medo, por isso, é que São Pedro negou Jesus três vezes, de medo, de horror, de pavor de ser também condenado. Não podemos condenar nem Judas, coitado, porque Deus é que se encarrega de punir ou galardoar através de leis, nem é Ele, são as leis que Ele estabeleceu e que funcionam automaticamente. Deus não castigou Judas, Judas é que se castigou, porque quando se infringe a lei pode se acabar na forca, como Judas Iscariotes acabou. De modo que, nós estamos exatamente olhando a responsabilidade dos apóstolos, eu nunca me detive tanto quanto agora neste tema. Enquanto Jesus estava ali ó, a coragem aumentava, a presença de Jesus dava uma força extraordinária, era só ver Jesus todos se empertigavam, sentiam uma força estranha dentro da alma, mas ver Jesus preso de Herodes a Pilatos, cadê a força? Desapareceu, pernas pra que vos quero. Vocês já viram alguém quando fica suando de medo? Aquele suor frio, é! Pois bem, ficou aquela expectativa angustiosa, os discípulos fechados, trancados podiam bater que eles não abriam. Ou então iam espiar pela fresta, medo de que viessem os soldados romanos, instigados pelos principais sacerdotes para prendê-los, para condena-los, olha aquele pavor, foram três dias horríveis, três dias de angústias, três dias de sofrimento inenarrável então chegamos ao domingo, de manhã aqueles acontecimentos tão bem narrados por João o discípulo amado. A pedra apesar de chumbada tinha sido removida, o túmulo estava aberto e Jesus não estava lá, e os anjos disseram: não está aqui, ressuscitou conforme prometeu, cumpriu sua palavra. Maria Madalena, ficou com a alma em festa, foi correndo avisar os discípulos. Ela teve a glória de ver Jesus, ela em primeiro lugar, Jesus apareceu a ela em primeiro lugar, nem a Virgem Maria teve esse privilégio, era uma meretriz e Jesus fez dela uma santa a tal ponto que apareceu a ela em primeiro lugar. Então ela foi lá – Jesus ressuscitou e Ele me disse: - dizei aos meus irmãos que Eu irei adiante deles para a Galiléia. Mas aí apesar de haver um frêmito de alegria, houve uma ponta de ciúme, de inveja, está bem, tomara que tenha sido verdade que Jesus tenha ressuscitado, mas porque não apareceu primeiro a mim? Foi aparecer a Maria Madalena? Uma pecadora? É verdade, Jesus era irreverente, apareceu primeiro a Maria Madalena, porque ela corporificava a Humanidade corrupta que Ele veio salvar. É essa a explicação. Porque a Humanidade era assim como Maria Madalena, que precisava de ser libertada da lama e só Jesus tinha esse poder e libertou. Hoje poucos espíritos haverá tão elevados quanto o espírito de Maria de Magdala. Então, finalmente depois que São Pedro correu lá, seu companheiro, e chegou primeiro porque era mais moço e corria mais, e viu que o túmulo estava abeto aí voltou e disse: Meninos, o Mestre ressuscitou, é verdade, aí começou um certo ambiente esquisito de medo, de alegria, de curiosidade e até medo de ver Jesus, porque a humanidade até hoje tem medo de ver fantasmas, eu não tenho. O que é que aconteceu? Estavam todos lá no cenáculo, tudo trancado a sete chaves. Pois bem, sem bater na porta, sem enfiar uma chave na fechadura, sem entrar pelo telhado, Jesus entrou no cenáculo atravessando as paredes, e disse: - PAZ SEJA CONVOSCO! Vocês imaginaram o que é que eles sentiram naquela hora? As pernas tremiam, o pessoal suava, mas era o Mestre e estava lá. Era Jesus e estava com eles,! Acontecera o impossível, um homem derrotar a morte e derrotou, era Jesus. Tanto que houve um fato muito curioso, daí o ditado, sou como São Tomé, ver para crer. Tomé um dos onze, porque Judas já tinha sido justiçado pela sua própria ignomínia, ele se enforcou numa figueira e ainda há hoje muitos Judas se enforcando que é que eu vou fazer, né! O que é que vocês vão fazer, cada um colhe o que semeia, eram só onze e um não estava que era Tomé, também chamado Dídimo. Quando Jesus se retirou, Tomé entrou, eles disseram: - Tomé! Nós vimos Jesus; é verdade Ele ressuscitou! Tomé olhou assim pra eles – O que? Jesus o que? Teve aqui? Ressuscitou? Uh! Se eu não puser este dedinho lá no lugar dos cravos, pés e mãos e no lado da lança, aquele soldado espetou a lança do lado de Jesus, se eu não puser o dedinho lá de modo algum creio nessa pilhéria! Pra cima de mim? Mas da segunda vez Tomé estava, os onze estavam, tudo trancado, tudo fechado a sete chaves e Jesus atravessando as paredes entrou – PAZ SEJA CONVOSCO. Vejam bem depois de ressuscitar, depois de passar pelo fenômeno da morte, Jesus dá essa lição que é a única coisa valiosa neste mundo é a paz! É a paz interior, é a maior de todas as fortunas, é o maior de todos os bens, é a paz. Aquele espanto, os que já tinham visto já mais encorajados, mas Tomé com os olhos deste tamanho, e Jesus imediatamente olhando Tomé disse: - vem cá Tomé! Tomé veio tremendo feito vara verde. Jesus olhou Tomé e disse: - Põe teu dedo aqui Tomé! E Tomé botou o dedo lá no sinal dos cravos, no sinal da lança e aí não pôde agüentar, chorando caiu de joelhos dizendo: - Meu Mestre e meu Deus, perdão porque eu duvidei. Olha aí o símbolo da humanidade que duvida, vai cair de joelhos, vai cair de joelhos. Ora depois que Jesus se retirou aí é que eles começaram a cair em si, nessa segunda vez da visita de Jesus. O medo se transformou em fé, tudo aquilo que era covardia se transformou em força, e aí começou a marcha da reabilitação. Que eles viram com os seus próprios olhos que Jesus tinha vencido a morte, que a morte, o último inimigo a ser derrotado, fora derrotado pelo Cristo de Deus. É justamente o que vamos ver nos Atos dos Apóstolos, os discípulos passaram a olhar a morte com desprezo, um foi decapitado, outro foi crucificado de cabeça para baixo; discípulos foram lançados aos leões, mas sem medo nenhum, enfrentando os leões cantando, eles cantavam na certeza de que ressuscitariam como Jesus ressuscitou, e esse é o ponto máximo da força do homem e da mulher, da sagrada pessoa humana, é quando encara a morte com altivez e não tem medo da morte. Assim é o legionário da Boa Vontade.
Então, VIVA A LBV! VIVA O PBV! VIVA O BRASIL! E VIVA JESUS!"



Um comentário:

Sandra disse...

Espírito milenar de Tiradentes!
A Pregação do Presidente Zarur nos faz meditar, raciocinar, logicar...
Obrigada Irmão Zarur!